sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Ahmadinejad propõe a palestinos continuar resistência frente a Israel

Escrito por Erica Soares  no Prensa Latina 
Imagen activa O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, urgiu hoje ao povo palestino manter sua luta de resistência frente a Israel e convocou todo o mundo muçulmano a unir-se no Dia Internacional por Jerusalém (Al-Quds).

  Ahmadinejad falou a iranianos congregados na Universidade de Teerã e em marchas nas ruas, em ocasião da jornada solidaria com os palestinos lançada em 1979 na República Islâmica por seu fundador, o já falecido Ayatolah Ruhollah Khomeini.

"O tema palestino não pode ser resolvido mediante conversas com os inimigos da nação palestina. A resistência é a única forma de salvar os palestinos", destacou o presidente persa em alusão às negociações diretas sustentadas ontem em Washington.

Convocados pelo mandatário estadunidense, Barack Obama, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e o premiê de Israel, Benjamín Netanyahu, falaram ontem cara a cara em Washington, sem conseguir avanços substanciais.

"Como podem essas conversas ser exitosas, quando os mediadores são aqueles que criaram este conflito?", se perguntou o governante iraniano ao recriminar a visão otimista que tentaram dar da reunião Obama e sua secretária de Estado, Hillary Clinton.

A respeito, Ahmadinejad chamou os líderes regionais no Oriente Médio a unirem-se contra Israel e foi duramente crítico com alguns estadistas muçulmanos por não outorgar pleno respaldo aos palestinos em seu confronto contra "a entidade sionista" (Israel).

Assinalou que a celebração do Dia Internacional da Al-Quds no Oriente Médio facilita o caminho para o colapso de Israel, um Estado -remarcou- criado pelo Ocidente para promover seu esquema colonialista através de uma agenda materialista no novo mundo.

Outros dirigentes árabes e muçulmanos da região também minimizaram a importância do encontro Abbas-Netanyahu, cujo único ponto inovador foi o compromisso de voltar a se reunir nos dias 14 e 15 de setembro próximo e -provavelmente- a cada duas semanas.

Enquanto isso, centenas de milhares de iraniano saíram às ruas nesta sexta-feira, o último do mês de jejum islâmico do Ramadã, para exigir a retirada israelense dos territórios palestinos ocupados, particularmente de Jerusalém, cidade santa para todos os muçulmanos.

Tanto nesta capital como em Isfahan, Shiraz e Mashhad, os manifestantes reclamaram o fim da ocupação israelense e prognosticaram o fracasso do novo processo negociador palestino-israelense, caso não se freie totalmente a construção de assentamentos judeus.

Israel defende estender essas colônias na Cisjordânia e em Jerusalém Leste, pese serem consideradas ilegais pela ONU e por várias instâncias mundiais, e se nega a reconhecer o direito de regresso dos refugiados palestinos expulsos de suas terras desde 1948.







Assine! Plebiscito Popular! Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra...




O Brasil é o segundo país no mundo que mais concentra terras, perde apenas para o Paraguai.As pequenas propriedades de Terra representam menos de 3% da área ocupada pelos estabelecimentos rurais, enquanto as grandes propriedades concentram mais de 43% da área.
Ao mesmo tempo as pequenas propriedades são responsáveis por mais de 70% da produção de alimentos no país.
O país também aparece no cenário Latino Americano com o terceiro pior índice de desigualdade social em toda a região, de acordo com os dados divulgados, em julho deste ano, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)


Limite de propriedade das terras brasileiras

  Waldemar Rossi no Correio da Cidadania  
 
Pelo direito à terra e à soberania alimentar!
 
Nada menos que 44 entidades nacionais convocam o povo brasileiro para mais um Plebiscito Popular. E o tema é candente: "Limite de propriedade da terra". Entre as entidades signatárias estão o CONIC (Conselho Nacional das Igrejas Cristãs) e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
 
Trata-se de um tema quente, polêmico, por ser uma das mais antigas e justas lutas do povo brasileiro. É também a exigência, um clamor universal que se promova, ainda que tardiamente, a Reforma Agrária no país com a maior extensão de terras cultiváveis do planeta.
 
Algumas informações necessárias
 
Foi lançado um documento popular de esclarecimento que apresenta 10 (dez) respostas à pergunta: "Por que o limite das terras no Brasil?".
 
1 – Porque a concentração de terras é a grande responsável pela miséria e fome em nosso país;
2 – Porque não há lei que limite a propriedade das terras e isto permite que alguém ou alguma empresa, inclusive estrangeira, se torne dono de todas as terras disponíveis;
3 – Porque o latifúndio e o agronegócio já expulsaram mais de 50 milhões de trabalhadores do campo, seja pelo poder do dinheiro seja pelo poder das armas dos seus jagunços, inchando as cidades e gerando milhares de favelas e cortiços, onde milhões "moram" em condições desumanas;
4 - Porque milhões de famílias poderiam ter acesso à terra e fazer aumentar a alimentação básica e de qualidade para o povo brasileiro;
5 – Porque as pequenas propriedades produzem alimentos sem os agrotóxicos que os latifúndios empregam e que prejudicam a saúde do povo;
6 – Porque a agricultura familiar e camponesa dá trabalho para 15 pessoas em cada 100 hectares, enquanto que o agronegócio emprega apenas duas (*);
7 – Porque o agronegócio é o responsável pela grande violência no campo e pela cruel exploração de trabalho escravo de milhares de seres humanos;
8 – Porque banqueiros, grandes empresas nacionais e internacionais se tornaram donos de grandes latifúndios; entretanto, seus donos nunca plantaram sequer um pé de cebola ou batata; vivem da exploração e da especulação das terras.
9 – Porque apenas alguns grandes proprietários, donos de milhares de hectares, ocupam 44% das terras, enquanto metade das propriedades com menos de 10 hectares ocupam menos de 3% das terras;
10 – Porque países econômica e socialmente mais desenvolvidos que o Brasil (Itália, Japão e a Coréia do Sul, por exemplo) já estabeleceram limites máximos para suas terras rurais.
 
O folheto encerra suas informações registrando: "AGORA É A NOSSA VEZ! NÃO SERÁ FÁCIL!".
 
Sabemos muito bem que o grande capital travará uma batalha sem limites para combater o Plebiscito Popular e seu resultado. Afinal, o capital só existe porque explora os povos, caso contrário desaparecerá. Como sua finalidade é sempre ter lucros e mais lucros, riquezas e mais riquezas concentradas, poder e mais poderes em suas mãos, evidentemente desencadeará uma luta titânica para que seus interesses sem limites não sejam interrompidos.
 
Mas é exatamente porque eles vêm travando essa e outras lutas contra os interesses do povo que este precisa se levantar e dar um sonoro "Basta!" à exploração. Por isso você está sendo convocado: vamos à luta!
 
Preparação
 
Se é correta a observação de que este Plebiscito não teve o mesmo tempo de preparação que os três anteriores, também é verdade que a luta pela Reforma Agrária é bem mais antiga, já tem raízes na população e nossos militantes já têm experiências acumuladas, o que facilitará nossa tarefa.
 
O que é preciso fazer? Reunir militantes o quanto antes; buscar no site http://www.limitedaterra.org.br/ as informações necessárias, buscar nos locais de distribuição o material necessário: cédulas, listas dos assinantes, atas de votação e de apuração; organizar a coleta de votos em todos os locais possíveis, como comunidades, associações de bairro, escolas, ruas etc.; distribuir bem as tarefas, pois, quanto às urnas, como já sabem, nós as fazemos de pequenas caixas de papelão.
 
Quando?
 
Também como nas vezes anteriores, o Plebiscito se dará durante a Semana Da Pátria e o Grito dos Excluídos. Embora esteja programado para os dias 1º a 7 de setembro, a coleta se estenderá até o dia 12, segundo domingo do mês.
 
Você que vota a cada dois anos para eleger vereadores, prefeitos, deputados, senadores, governadores e presidente, está convidado a exercer mais este direito: dar seu voto no Plebiscito Popular em defesa de limites da propriedade das terras, para que todos os que nelas queiram trabalhar tenham a chance de fazê-lo.
 
Afinal, como nos pergunta o 16º Grito dos Excluídos: "Onde estão nossos diretos?".
 
(*) Cada hectare de terra corresponde ao tamanho de um campo de futebol. Imaginemos o quanto uma família de três ou quatro pessoas terá que trabalhar para cultivar 20 hectares, por exemplo. Ou seja, uma área correspondente a aproximadamente 20 campos de futebol!
 
Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.