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Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Ahmadinejad propõe a palestinos continuar resistência frente a Israel
Assine! Plebiscito Popular! Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra...
O Brasil é o segundo país no mundo que mais concentra terras, perde
apenas para o Paraguai.As pequenas propriedades de Terra representam
menos de 3% da área ocupada pelos estabelecimentos rurais, enquanto as
grandes propriedades concentram mais de 43% da área.
Ao mesmo tempo as pequenas propriedades são responsáveis por mais de 70% da produção de alimentos no país.
O país também aparece no cenário Latino Americano com o terceiro pior
índice de desigualdade social em toda a região, de acordo com os dados
divulgados, em julho deste ano, pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud)
Limite de propriedade das terras brasileiras
Waldemar Rossi no Correio da Cidadania | |
Pelo direito à terra e à soberania alimentar!
Nada menos que 44 entidades nacionais convocam o povo brasileiro para
mais um Plebiscito Popular. E o tema é candente: "Limite de propriedade
da terra". Entre as entidades signatárias estão o CONIC (Conselho
Nacional das Igrejas Cristãs) e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil).
Trata-se de um tema quente, polêmico, por ser uma das mais antigas e
justas lutas do povo brasileiro. É também a exigência, um clamor
universal que se promova, ainda que tardiamente, a Reforma Agrária no
país com a maior extensão de terras cultiváveis do planeta.
Algumas informações necessárias
Foi lançado um documento popular de esclarecimento que apresenta 10
(dez) respostas à pergunta: "Por que o limite das terras no Brasil?".
1 – Porque a concentração de terras é a grande responsável pela miséria e fome em nosso país;
2 – Porque não há lei que limite a propriedade das terras e isto permite
que alguém ou alguma empresa, inclusive estrangeira, se torne dono de
todas as terras disponíveis;
3 – Porque o latifúndio e o agronegócio já expulsaram mais de 50 milhões
de trabalhadores do campo, seja pelo poder do dinheiro seja pelo poder
das armas dos seus jagunços, inchando as cidades e gerando milhares de
favelas e cortiços, onde milhões "moram" em condições desumanas;
4 - Porque milhões de famílias poderiam ter acesso à terra e fazer
aumentar a alimentação básica e de qualidade para o povo brasileiro;
5 – Porque as pequenas propriedades produzem alimentos sem os
agrotóxicos que os latifúndios empregam e que prejudicam a saúde do
povo;
6 – Porque a agricultura familiar e camponesa dá trabalho para 15
pessoas em cada 100 hectares, enquanto que o agronegócio emprega apenas
duas (*);
7 – Porque o agronegócio é o responsável pela grande violência no campo e
pela cruel exploração de trabalho escravo de milhares de seres humanos;
8 – Porque banqueiros, grandes empresas nacionais e internacionais se
tornaram donos de grandes latifúndios; entretanto, seus donos nunca
plantaram sequer um pé de cebola ou batata; vivem da exploração e da
especulação das terras.
9 – Porque apenas alguns grandes proprietários, donos de milhares de
hectares, ocupam 44% das terras, enquanto metade das propriedades com
menos de 10 hectares ocupam menos de 3% das terras;
10 – Porque países econômica e socialmente mais desenvolvidos que o
Brasil (Itália, Japão e a Coréia do Sul, por exemplo) já estabeleceram
limites máximos para suas terras rurais.
O folheto encerra suas informações registrando: "AGORA É A NOSSA VEZ! NÃO SERÁ FÁCIL!".
Sabemos muito bem que o grande capital travará uma batalha sem limites
para combater o Plebiscito Popular e seu resultado. Afinal, o capital só
existe porque explora os povos, caso contrário desaparecerá. Como sua
finalidade é sempre ter lucros e mais lucros, riquezas e mais riquezas
concentradas, poder e mais poderes em suas mãos, evidentemente
desencadeará uma luta titânica para que seus interesses sem limites não
sejam interrompidos.
Mas é exatamente porque eles vêm travando essa e outras lutas contra os
interesses do povo que este precisa se levantar e dar um sonoro "Basta!"
à exploração. Por isso você está sendo convocado: vamos à luta!
Preparação
Se é correta a observação de que este Plebiscito não teve o mesmo tempo
de preparação que os três anteriores, também é verdade que a luta pela
Reforma Agrária é bem mais antiga, já tem raízes na população e nossos
militantes já têm experiências acumuladas, o que facilitará nossa
tarefa.
O que é preciso fazer? Reunir militantes o quanto antes; buscar no site http://www.limitedaterra.org.br/
as informações necessárias, buscar nos locais de distribuição o
material necessário: cédulas, listas dos assinantes, atas de votação e
de apuração; organizar a coleta de votos em todos os locais possíveis,
como comunidades, associações de bairro, escolas, ruas etc.; distribuir
bem as tarefas, pois, quanto às urnas, como já sabem, nós as fazemos de
pequenas caixas de papelão.
Quando?
Também como nas vezes anteriores, o Plebiscito se dará durante a Semana
Da Pátria e o Grito dos Excluídos. Embora esteja programado para os dias
1º a 7 de setembro, a coleta se estenderá até o dia 12, segundo domingo
do mês.
Você que vota a cada dois anos para eleger vereadores, prefeitos,
deputados, senadores, governadores e presidente, está convidado a
exercer mais este direito: dar seu voto no Plebiscito Popular em defesa
de limites da propriedade das terras, para que todos os que nelas
queiram trabalhar tenham a chance de fazê-lo.
Afinal, como nos pergunta o 16º Grito dos Excluídos: "Onde estão nossos diretos?".
(*) Cada hectare de terra corresponde ao tamanho de um campo de futebol.
Imaginemos o quanto uma família de três ou quatro pessoas terá que
trabalhar para cultivar 20 hectares, por exemplo. Ou seja, uma área
correspondente a aproximadamente 20 campos de futebol!
Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.
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