O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, urgiu
hoje ao povo palestino manter sua luta de resistência frente a Israel e
convocou todo o mundo muçulmano a unir-se no Dia Internacional por
Jerusalém (Al-Quds).
Ahmadinejad falou a iranianos congregados na Universidade de Teerã e em
marchas nas ruas, em ocasião da jornada solidaria com os palestinos
lançada em 1979 na República Islâmica por seu fundador, o já falecido
Ayatolah Ruhollah Khomeini.
"O tema palestino não pode ser
resolvido mediante conversas com os inimigos da nação palestina. A
resistência é a única forma de salvar os palestinos", destacou o
presidente persa em alusão às negociações diretas sustentadas ontem em
Washington.
Convocados pelo mandatário estadunidense, Barack
Obama, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud
Abbas, e o premiê de Israel, Benjamín Netanyahu, falaram ontem cara a
cara em Washington, sem conseguir avanços substanciais.
"Como
podem essas conversas ser exitosas, quando os mediadores são aqueles que
criaram este conflito?", se perguntou o governante iraniano ao
recriminar a visão otimista que tentaram dar da reunião Obama e sua
secretária de Estado, Hillary Clinton.
A respeito, Ahmadinejad
chamou os líderes regionais no Oriente Médio a unirem-se contra Israel e
foi duramente crítico com alguns estadistas muçulmanos por não outorgar
pleno respaldo aos palestinos em seu confronto contra "a entidade
sionista" (Israel).
Assinalou que a celebração do Dia
Internacional da Al-Quds no Oriente Médio facilita o caminho para o
colapso de Israel, um Estado -remarcou- criado pelo Ocidente para
promover seu esquema colonialista através de uma agenda materialista no
novo mundo.
Outros dirigentes árabes e muçulmanos da região
também minimizaram a importância do encontro Abbas-Netanyahu, cujo único
ponto inovador foi o compromisso de voltar a se reunir nos dias 14 e 15
de setembro próximo e -provavelmente- a cada duas semanas.
Enquanto isso, centenas de milhares de iraniano saíram às ruas nesta
sexta-feira, o último do mês de jejum islâmico do Ramadã, para exigir a
retirada israelense dos territórios palestinos ocupados, particularmente
de Jerusalém, cidade santa para todos os muçulmanos.
Tanto
nesta capital como em Isfahan, Shiraz e Mashhad, os manifestantes
reclamaram o fim da ocupação israelense e prognosticaram o fracasso do
novo processo negociador palestino-israelense, caso não se freie
totalmente a construção de assentamentos judeus.
Israel defende
estender essas colônias na Cisjordânia e em Jerusalém Leste, pese serem
consideradas ilegais pela ONU e por várias instâncias mundiais, e se
nega a reconhecer o direito de regresso dos refugiados palestinos
expulsos de suas terras desde 1948. |
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