Créditos: Brasil Imprensa
Colunista do Correio do Povo, Juremir Machado Machado da Silva deu prosseguimento, no sábado, 6 de junho, ao ataque à RBS que o Correio havia explicitado em seu editorial do dia anterior, 5 (veja clicando aqui). Ele cria um local imaginário, denominado de "Palomas" e analisa o comportamento do "principal jornal da Rede Baita Sol" (RBS), criticando a mesma como na passagem: O slogan da Rede Baita Sol, declinado em bom portunhol, é famoso pelo seu pragmatismo antilibertário: Se hay gobierno, somos a favor. Diz mais adiante que a RBS (Rede Baita Sol), é "Um laboratório avançado do neoliberalismo atrasado. A Rede Baita Sol funciona como diário oficial, uma espécie de Granma em defesa do Estado mínimo com o máximo de patrocínio público." A RBS em nenhum dos comentários rebateu as acusações.
Leia na íntegra:
O ETERNO CULPADO
A literatura policial é muito desenvolvida em Palomas. Mas por lá o culpado nunca foi o mordomo. O principal suspeito é sempre o sofá. É célebre o caso do João das Ovelhas que, ao ser avisado por um amigo de que estava tendo a testa ornamentada por um belo par de chifres, mandou prontamente matar o portador da má notícia. Questionado sobre o seu ato, limitou-se a murmurar: Pra não ser fofoqueiro. Depois, como qualquer palomense racional, mandou queimar o sofá da sala. Foi absolvido por falta de provas. Palomas é assim. O principal jornal da Rede Baita Sol tem até uma coluna intitulada A culpa é do sofá. Sempre que há denúncia de corrupção em Palomas, algo relativamente corriqueiro, duas coisas acontecem: o governo manda trocar os sofás do palácio, e a Rede Baita Sol elogia a medida moralizadora.
O slogan da Rede Baita Sol, declinado em bom portunhol, é famoso pelo seu pragmatismo antilibertário: Se hay gobierno, somos a favor. Especialmente se o governo estiver disposto a adotar medidas antipopulares de efeito duvidoso ou a ser neoliberal em plena crise do neoliberalismo. Palomas é uma ilha caribenha ao contrário. O resultado é bastante parecido. Um laboratório avançado do neoliberalismo atrasado. A Rede Baita Sol funciona como diário oficial, uma espécie de Granma em defesa do Estado mínimo com o máximo de patrocínio público. Ainda bem que Palomas é um caso raro na América Latina. Uma verdadeira ficção. Nem é preciso dizer que qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência, pois não há coincidência. Palomas é única.
Uma estratégia que sempre funciona em Palomas é a de transformar o denunciante em denunciado. A explicação é simples e sofisticada: é tudo farinha do mesmo saco. Como diz o ditado palomense, quem corre menos tem tempo de olhar o que está acontecendo e levar vantagem. A Rede Baita Sol de Palomas nunca mente. Contenta-se em não dizer a verdade. É uma técnica que exige anos de treinamento. Em casos extremos, permite-se até um pouco de filosofia ao perguntar: o que é a verdade? Para a Rede Baita Sol, ideologia é sempre a ideia do outro. Ela é neutra, imparcial e, obviamente, não ideológica. Por mero acaso está sempre ao lado da ideologia conservadora que consiste, por exemplo, em cobrar metas de banco antes da quebra para o magistério local, um saco de pancadas fácil de chutar e cuspir, mas nunca denunciar abertamente os grandes sonegadores de impostos. Não há. Ah, bom!
A vida é assim em Palomas: não se dá nome aos bois. Afinal, os bois são sagrados. Palomas é uma mistura de Índia e de Cuba no Sul do Brasil. Alguns a chamam de Cuíndia. Sem hífen. A Rede Baita Sol adora pesquisas ditas interativas. Dar voz ao povo é um dos seus credos. Exceto quando o povo mete na cabeça a ideia besta de querer o impeachment de um governante de bem com a casa. Enfim, tudo vai bem em Palomas. Com a recente queima de sofás, a indústria de móveis está feliz. Haja peça de reposição. Ainda bem que sempre se chega ao culpado. juremir@correiodopovo.com.br
No dia anterior, o Correio trouxe editorial atacando a RBS:
Correio do Povo ataca ZeroHora em seu editoral, acusando o jornal da RBS de fazer "uma campanha pérfida" |
O Jornal Correio do Povo em sua edição desta sexta, 5 de junho, traz editorial que ataca o Jornal Zero Hora. Segundo o editorial, o Jornal Zero Hora, "desde a aquisição do Correio do Povo pelo Grupo Record vem fazendo uma campanha pérfida contra o jornal dos gaúchos com a publicação de notas e insinuações como a reproduzida ontem em sua coluna de opinião política, na qual tenta imputar comprometimento partidário ao Correio do Povo". Leia o editorial na íntegra: "O PUXA-SAQUISMO COMO VIRTUDE |
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