A MÁFIA NO PODER
Quando ainda estava tentando absorver o duro golpe que sofreu, quarta-feira, na CPI do Detran, o governo Yeda Crusius (PSDB) sofreu um novo baque nesta quinta com a divulgação da carta que o empresário e lobista tucano Lair Ferst escreveu para a governadora denunciando uma suposta campanha difamatória contra ele e a ação de um grupo mafioso com a participação de integrantes do governo. Obtida pela jornalista Adriana Irion, do jornal Zero Hora, a carta foi apreendida pela Polícia Federal durante a Operação Rodin e interpretada como uma confissão extrajudicial do esquema de fraude no Detran. A carta teria sido entregue por Lair para Marcelo Cavalcante, ex-chefe de gabinete de Yeda Crusius (quando era deputada federal) e atual chefe do escritório de representação do Rio Grande do Sul em Brasília, com status de secretário de Estado.
Marcelo Cavalcante admitiu ao jornalista Leandro Fontoura, de ZH, que recebeu a carta mas que não teria entregue a mesma à governadora pelo fato de não ter apresentado prova das acusações. Como secretário de Estado, Cavalcante tinha a obrigação de encaminhar as graves denúncias feitas na carta para instâncias superiores do Estado. De acordo com sua primeira explicação, não fez nada. Assim como as gravações telefônicas, a carta é explosiva. Lair Ferst diz que, em virtude da visibilidade adquirida durante a campanha eleitoral de Yeda (na CPI, ele assegurou que não teve nenhum papel importante na mesma), passou a ser vítima de uma campanha difamatória por parte de um grupo de pessoas corruptas chefiadas por José Fernandes, da empresa Pensant, um dos pivôs da fraude no Detran.
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