quarta-feira, 3 de outubro de 2007

E ainda falam mal de Cuba....

Médicos cubanos devolvem visão a oficial que matou Che


O suboficial boliviano Mario Terán, que em outubro de 1967 assassinou o comandante Ernesto Che Guevara em uma escola do povoado de La Higuera, recuperou a visão após ter sido operado por médicos cubanos em um hospital da Bolívia doado por Cuba.


Mario Terán, em foto da época em que matou Che

A notícia foi publicada pelo diário Granma na última sexta-feira (28), com base numa publicação anterior do diário El Deber, da cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra.


"Há quatro décadas Mario Terán tentou com seu crime destruir um sonho e uma idéia, mas Che torna a ganhar outro combate. E continua em campanha", assegurou o Granma, citado pela estatal Agência de Informação Nacional (AIN) da ilha.


O texto detalha que um filho de Terán pediu ao El Deber, de Santa Cruz, que publicasse uma carta de agradecimento aos médicos cubanos que haviam devolvido a visão a seu pai, após operá-lo de catarata, nos quadros da Operação Milagre, plano oftalmológico que Cuba já exportou a vários países.


A nota do Granma ressalta que Terán, ao receber a ordem de matar Che, "teve que recorrer ao álcool para encher-se de coragem e poder cumpri-la, como ele mesmo narrou depois à imprensa".


Relata o artigo que Che, ferido e desarmado, sentado no chão de terra da escolinha, "o viu vacilante e temeroso e teve toda a coragem que faltava ao seu algoz para abrir a surrada camisa verde-oliva, descobrir o peito e gritar-lhe: 'Não trema mais e dispara aqui que você vai matar um homem'. Terán, cumprindo ordens dos generais René Barrientos e Alfredo Ovando, da Casa Branca e da CIA, disparou sem saber que as feridas mortais abriam buracos junto àquele coração que continuaria marcando a luta dos povos".


A nota do diário oficial cubano destaca que o suboficial "poderá apreciar as cores do céu e da selva, desfrutar do sorriso de seus netos e presenciar partidas de futebol, contudo jamais será capaz de perceber a diferença entre os ideais que o levaram a assassinar um homem a sangue-frio e as de quem ordenava aos médicos de sua guerrilha que atendessem igualmente seus camaradas e seus inimigos".


AIN sublinha ademais que Terán "não teve de pagar um só centavo pela operação" dos médicos cubanos em um hospital doado pelo governo de Cuba e inaugurado pelo presidente Evo Morales.


"Recordem bem esse nome: Mario Terán, um soldado educado na idéia de matar que volta a ver graças aos médicos seguidores das idéias de sua vítima", ressaltou o periódico.

Fonte: Granma

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