quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

A morte de Benazir, ou foram-se os dedos

Bourdoukan

Foram-se os dedos, ficaram os anéis. Isto, e apenas isto, representa a morte da senhora Benazir Bhutto. Ela era a última oportunidade de os Estados Unidos continuarem mandando por alguns aninhos a mais no país do sanguinário ditador Pervez Musharaf.

Em seu Il Gattopardo, Giuseppe Tomasi di Lampedusa escreveu que os donos do poder realizavam sempre mudanças para que tudo continuasse como estava. E era isso que os Estados Unidos pretendiam quando convidaram a ex-primieiro ministro Benazir Bhutto a retornar ao Paquistão.

Sabiam que Musharaf estava com os dias contados e temiam uma revolução popular que poderia se alastrar por toda a Ásia e, principalmente Oriente Médio. Benazir eram os dedos e Musharaf, os anéis.

Precisavam se livrar dos anéis para manter os dedos. Deu tudo errado porque para um sanguinário da estirpe de Musharaf a História sempre reserva uma morte violenta. Não há transição pacífica.

Com a morte de Benazir e o cai-não-cai Musharaf, à gang do delinqüente Bush resta uma tênue esperança:Nawaz Sharif, também ele ex-primeiro ministro, também ele um gatuno, a exemplo de Benazir e Musharaf. O problema é que ele, exilado na Arábia Saudita (um feudo americano na terra do Profeta) não tem muito que oferecer ao sofrido povo paquistanês. Daí porque...

Daí porque, não se enganem com o que os pilantras midiáticos vão escrever ou falar. Nada além de lamúrias, mentiras e, como sempre, ameaçando a humanidade com os muçulmanos...

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