Onde está a notícia da moratória da pena de morte?
Mino Carta
Já disse que Putin mora longe e Chávez perto. Hoje faço questão de dizer que a cobertura internacional da mídia nativa consegue ser mais lamentável do que a nacional. Quer dizer, abaixo de zero. Ontem, por larga maioria, a Assembléia Geral da ONU aprovou a moratória da pena de morte em todo o mundo. Por 104 votos a favor, 54 contra e 29 abstenções. Trata-se de uma proposta formulada pela Itália e apoiada de saída pela União Européia, já faz meses. Entre os países que votaram contra, Singapura e Estados Unidos. O Brasil votou a favor. Esta manhã eu recebi a informação graças ao Corriere della Sera. Os jornalões silenciam. Devo acentuar que a lacuna é constante. A regra. Não basta ler veículos mal escritos, medíocres na análise, de obviedade lancinante, reacionarismo visceral e ausência abissal de imaginação e humor. Temos de engoli-los também pessimamente informados. A bem da sacrossanta verdade, não os leio, a não ser quando um amigo, ao tropeçar nas páginas dos jornalões, gargalha. Às vezes sinistramente: mergulhou em exemplos clamorosos de humorismo involuntário. Ocorre, porém, que esta manhã, depois de ler o Corriere, tive a certeza de que a notícia da moratória não figuraria no cardápio da mídia nativa. Quid demonstrandum est.
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