Desesperada com o futuro do filho, mãe (brilhante atuação de Galina Vishnevskaya) decide visitar o filho em campo de batalha durante a Guerra da Chechnya. Novo trabalho do mestre russo Aleksandr Sokurov, inédito no Brasil.
Créditos: MakingOff - Shenmue GdA
Gênero: Drama/Guerra
Diretor: Aleksandr Sokurov
Duração: 90 minutos
Ano de Lançamento: 2007
País de Origem: Rússia
Idioma do Áudio: Russo
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1034427/Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Codec: Xvid
Vídeo Bitrate: 937 Kbps
Áudio Codec: Mp3
Áudio Bitrate: 128
Resolução: 640 x 352
Formato de Tela: Widescreen (16x9)
Frame Rate: 25.000 FPS
Tamanho: 700 Mb
Legendas: Em anexo
Elenco:
Galina Vishnevskaya ... Alexandra
Vasily Shevtsov ... Denis
Raisa Gichaeva ... Malika
Crítica:
A Imagem do Mundo por Alexander Sokurov
Há meses escrevi um post ao qual dei o título “O Mundo em Imagens”, uma reflexão sobre o mundo virtual criado pelas imagens do Ocidente. Hoje, ao escrever sobre o último filme de Alexander Sokurov, “Aleksandra”, 2007, que ontem passou no “European Film Festival, Estoril 07” escolho um título com as mesmas palavras, mundo e imagem, mas agora disponho na ordem inversa, pois inversos são os filmes de Sokurov em relação aos filmes Ocidentais. “Aleksandra” é mais um filme de Sokurov, em que se vê com a alma o mundo e os corpos que a habitam, pois Sokurov parte mais uma vez dos sentimentos, que é o que lhe mais interessa, e cria um outro mundo, o seu mundo inventado por si. O resultado é mais um filme que a partir dos sentimentos que vamos experimentando nos “reensina a ver e a ouvir”.
“Aleksandra” é filmado numa unidade militar russa na República da Chechénia, mas “Aleksandra” não é um filme de guerra nem das políticas russas no Cáucaso. “Aleksandra” fala-nos da pátria que Sokurov tanto ama e que agora vê quase perdida. “Aleksandra” é o nome da avó que vai visitar o neto um dos melhores oficiais da unidade militar.
Sokurov nasceu numa pequena aldeia da Sibéria que hoje já não existe. Construíram uma central hidroeléctrica e a aldeia ficou submersa, “se quisesse visitar o sítio onde nasci, teria de apanhar um barco, viajar através das águas, e olhar para o fundo”. Em Gorki, onde vivia, “havia muitas pessoas muito cultas, com muito talento, a vida na União Soviética sob o regime totalitário” conta Sokurov numa entrevista “tinha muitas particularidades. Uma delas era que as melhores qualidades das pessoas estavam escondidas dentro delas, eram pessoas muito bondosas e muito respeitáveis. Aprendi muito com elas”. Muitas vezes eram seres humanos que nada tinham a ver com a arte, “apenas seres humanos gentis, generosos, honestos e belos. E com uma sólida educação”. Julgo entender o que diz Sokurov. Há uns anos, quando visitei a exposição de Ilya Kabakov no Museu de Serralves, deparei com o álbum fotográfico de Yuda Blekher (1886-1966), que me deixou uma impressão semelhante à que Ilya descreve: “Conheci o tio Yuda casado com a irmã da minha mãe em 1956, quando fui pela primeira vez a Berdyansk. Depois a minha mãe foi viver para Berdyansk, e passei a visitar mais os meus tios. Numa dessas visitas vi pela primeira vez as fotografias do tio Yuda, que me impressionaram imenso, ele guardava-as numa pasta atada com fita de cor. Não foram só as fotografias em si que tiverem este efeito em mim, mas todo o conjunto: a forma como as montara em cartões e passe-partout coloridos de diferentes dimensões, e as moduras que desenhava à volta de cada fotografia”. Um talento escondido, dentro de uma pessoa boa e generosa.
Generosa, boa e culta, é a feirante, que Aleksandra encontra no dia que vai ao mercado da cidade mais próxima. A feirante convida-a a descansar em sua casa. A cidade é desoladora, as casas são ruínas que desafiam todas as leis da gravidade e pejadas de tiros de metrelhadora. No interior, enquanto bebe o chá que lhe oferecem, Aleksandra olha para o chão, pilhas de livros atados com cordas. Será que nunca mais se vão voltar a abrir?
Na unidade militar o confronto de duas gerações, a avó que visita o neto que não vê à sete anos. Numa noite enquanto o neto a penteia carinhosamente, a avó pergunta-lhe: o que estás a ler? nada, responde-lhe. O olhar da avó revela-nos o que pensa: uma geração perdida, sem saber e sem interesses, o único saber agora é manejar bem a arma, e ao longo do diálogo sentimos a despedida e a separação, “penso que o drama da morte é o drama da separação” disse uma vez Sokurov.
“Aleksandra” é mais um filme que nos faz sentir. Para Sokurov “o problema é o sentir. Sentir é o mais complicado. Deus deu-nos tantos sentimentos diferentes, tantos, tantos.”
Download via Torrent:
Alexandra.2007.DVDRip.XviD_RESERVED_Shenmue_GdA.torrent ( 17.15KB )
aleksandra.xvid_reserved_Shenmue_GdA.rar ( 23.1KB )
“Aleksandra” é filmado numa unidade militar russa na República da Chechénia, mas “Aleksandra” não é um filme de guerra nem das políticas russas no Cáucaso. “Aleksandra” fala-nos da pátria que Sokurov tanto ama e que agora vê quase perdida. “Aleksandra” é o nome da avó que vai visitar o neto um dos melhores oficiais da unidade militar.
Sokurov nasceu numa pequena aldeia da Sibéria que hoje já não existe. Construíram uma central hidroeléctrica e a aldeia ficou submersa, “se quisesse visitar o sítio onde nasci, teria de apanhar um barco, viajar através das águas, e olhar para o fundo”. Em Gorki, onde vivia, “havia muitas pessoas muito cultas, com muito talento, a vida na União Soviética sob o regime totalitário” conta Sokurov numa entrevista “tinha muitas particularidades. Uma delas era que as melhores qualidades das pessoas estavam escondidas dentro delas, eram pessoas muito bondosas e muito respeitáveis. Aprendi muito com elas”. Muitas vezes eram seres humanos que nada tinham a ver com a arte, “apenas seres humanos gentis, generosos, honestos e belos. E com uma sólida educação”. Julgo entender o que diz Sokurov. Há uns anos, quando visitei a exposição de Ilya Kabakov no Museu de Serralves, deparei com o álbum fotográfico de Yuda Blekher (1886-1966), que me deixou uma impressão semelhante à que Ilya descreve: “Conheci o tio Yuda casado com a irmã da minha mãe em 1956, quando fui pela primeira vez a Berdyansk. Depois a minha mãe foi viver para Berdyansk, e passei a visitar mais os meus tios. Numa dessas visitas vi pela primeira vez as fotografias do tio Yuda, que me impressionaram imenso, ele guardava-as numa pasta atada com fita de cor. Não foram só as fotografias em si que tiverem este efeito em mim, mas todo o conjunto: a forma como as montara em cartões e passe-partout coloridos de diferentes dimensões, e as moduras que desenhava à volta de cada fotografia”. Um talento escondido, dentro de uma pessoa boa e generosa.
Generosa, boa e culta, é a feirante, que Aleksandra encontra no dia que vai ao mercado da cidade mais próxima. A feirante convida-a a descansar em sua casa. A cidade é desoladora, as casas são ruínas que desafiam todas as leis da gravidade e pejadas de tiros de metrelhadora. No interior, enquanto bebe o chá que lhe oferecem, Aleksandra olha para o chão, pilhas de livros atados com cordas. Será que nunca mais se vão voltar a abrir?
Na unidade militar o confronto de duas gerações, a avó que visita o neto que não vê à sete anos. Numa noite enquanto o neto a penteia carinhosamente, a avó pergunta-lhe: o que estás a ler? nada, responde-lhe. O olhar da avó revela-nos o que pensa: uma geração perdida, sem saber e sem interesses, o único saber agora é manejar bem a arma, e ao longo do diálogo sentimos a despedida e a separação, “penso que o drama da morte é o drama da separação” disse uma vez Sokurov.
“Aleksandra” é mais um filme que nos faz sentir. Para Sokurov “o problema é o sentir. Sentir é o mais complicado. Deus deu-nos tantos sentimentos diferentes, tantos, tantos.”
Download via Torrent:
Alexandra.2007.DVDRip.XviD_RESERVED_Shenmue_GdA.torrent ( 17.15KB )
aleksandra.xvid_reserved_Shenmue_GdA.rar ( 23.1KB )
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