EXPANSÃO DA SOJA DEVASTA MEIO AMBIENTE NA ARGENTINA
ESTE MAPA MOSTRA A REGIÃO DE MAIOR CONCENTRAÇÃO DE PLANTIO DE SOJA DO MUNDO, A MAIOR PARTE TRANSGÊNICA: ARGENTINA, BRASIL E PARAGUAI; NELE APARECEM AS PROVÍNCIAS "SOJEIRAS" DA ARGENTINA, CITADAS ABAIXO: SANTIAGO DEL ESTERO, CHACO, CORRIENTES, ENTRE RIOS E SANTA FÉ.
do site Proteger.org.ar, da Argentina
A expansão da fronteira agrícola na Argentina, promovida fundamentalmente por grandes monocultivos de soja, produziu uma das maiores transformações econômicas, sociais, demográficas e ambientais da história do país. A superfície semeada com soja em 2007, com uma nova colheita recorde, alcançou a 16 milhões de hectares. Simultaneamente, a taxa de desmate de bosques nativos chegou, segundo dados oficiais, a superar várias vezes a média mundial - com enorme impacto na biodiversidade e em comunidades indígenas e tradicionais. Em quatro anos, o desmate cresceu quase 42%. O corte e as queimadas arrasaram mais de 1 milhão de hectares, a maioria agora com soja. Em 2007 se perdeu em média 821 hectares de bosques por dia, 34 hectares por hora.
No nordeste da Argentina - uma das áreas onde a soja constitui a principal atividade agrícola, a situação social revela, coincidentemente, os níveis de pobreza e indigência mais altos do país, segundo informações oficiais. As cinco cidades argentinas mais pobres estão na área sojeira: La Banda-Santiago del Estero, Concordia [província de Entre Rio], Corrientes, Resistencia e Santa Fé. Na região sojeira, a agricultura familiar e os pequenos produtores praticamente desapareceram, enquanto continua a migração rural até os assentamentos carentes das grandes cidades, onde cresce o desemprego, a violência urbana, a perda de identidade e a tensão social - que a sociedade e o Estado, a um altíssimo custo, devem suportar e atender.
Hoje, mais de 300 vilas rurais se extinguem; as casas em ruínas dos camponeses se levantam como testemunho mudo em meio aos imensos desertos verdes. Quando se viaja de Santa Fé a Buenos Aires, passando por Rosário, é habitual ter de fechar as janelas para não inalar diretamente o ar irrespirável e contaminado pelas fumigações [de herbicidas]. Quando se vai de Entre Rios a Córboda ou se usa a rota até Salta a paisagem é a mesma: o interminável verde da soja; já não se vê árvores, nem pássaros, nem gente. A soja atravessa as cercas, ocupa o acostamento e chega até o asfalto. As pessoas trabalhando em fazendas, circulando pelas vias rurais ou as crianças saindo das escolas já não estão lá. Nada indica que um dia voltem. Não se sabe para quê voltariam. Nem o que encontrariam.
Créditos: Blog do Azenha
Um comentário:
Interessante o blog, uma coisa Comandante em espanhol é só com uma eme (do Comandante Che Guevara).
Mantenho uma página em espanhol com documentos sobre os desastres da soja na Argentina:
Http://soja.partido-pirata.com.ar
Também tem uma seção sobre as lutas contra as minas a ceu aberto em:
http://minas.partido-pirata.com.ar
Ate mais.
Eduardo.
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