sábado, 26 de abril de 2008

mais uma da mídia de esgoto, agora da RBS...

Questionada por leitores sobre seu silêncio a respeito das declarações do delegado Luiz Fernando Tubino sobre a casa comprada pela governadora Yeda Crusius, no final de 2006, a colunista Rosane de Oliveira, de Zero Hora, escreveu.

Diante das cobranças que estão sendo feitas neste blog em relação à falta de uma análise minha do depoimento do delegado Luiz Fernando Tubino à CPI do Detran, esclareço que não pretendo fazer comentários sobre o que considero pauta e não notícia. O delegado Tubino disse que não tem provas das denúncias que fez. Logo, não tenho por que comentá-las. Vou comentar assim que houver fatos concretos.

Minha opinião sobre os fatos que o delegado Tubino cita é bem simples: eles são importantíssimos como ponto de partida para uma investigação — e o procurador Geraldo Da Camino os utiliza como subsídios — mas eu só posso tratá-los como consumados quando tiver alguma confirmação”.

A distinção entre pauta e notícia feita pela jornalista contradiz a prática de sua própria coluna, que já comentou sobre o episódio da casa, quando se tratou de divulgar a versão da governadora sobre o caso. No dia 18 de abril, a Página 10 publicou:

“Questionada no programa Gaúcha Atualidade sobre essa suspeita, Yeda disse que não tinha nenhum problema para explicar a compra da casa. Que era investimento de uma vida inteira – além do salário de governadora, ela e o marido são professores aposentados da UFRGS. Para comprar a casa por R$ 750 mil, Yeda disse que vendeu à vista seu apartamento de Brasília (R$ 385 mil), um imóvel em Capão da Canoa e um carro, financiou uma parte e tomou mais um empréstimo para obras de reforma, porque a casa tinha problemas”.

Ou seja, segundo o argumento da jornalista, ela só trataria de “fatos consumados”, que seriam as “notícias” e não de “pautas”. As explicações de Yeda são, assim, “notícia”. E as declarações do delegado, “pautas”, que só serão comentadas quando comprovadas. O critério de só falar sobre denúncias comprovadas (“fatos consumados”) não resiste à realidade da própria coluna em questão (e da prática cotidiana jornalística, em geral). Todas as denúncias que vieram à tona com a Operação Rodin não foram ainda, tecnicamente, “comprovadas”, no entanto, já foram objetos de quilômetros de “comentários”.


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