sábado, 5 de julho de 2008

A Harpa da Birmânia

Uma tropa, liderada por um capitão apaixonado por música, e que ensinou seus comandados a cantar, entrega as armas para os ingleses já quase na fronteira com a Tailândia depois de terem notícias do fim da guerra. A um dos soldados, o harpista, é delegado uma tarefa inglória: subir até uma montanha nas redondezas e convencer os demais soldados a abandonarem os postos e se entregarem. Chegando lá, é mal compreendido (acusado de traição) e, frente à continuação dos ataques, são todos massacrados pelos canhões britânicos. O harpista escapa roubando as roupas de um monge.


informações sobre o filme e release:

Gênero: Drama
Diretor: Kon Ichikawa
Duração: 116 minutos
Ano de Lançamento: 1956
País de Origem: Japão
Idioma do Áudio: Japonês
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0049012/
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Codec: XviD MPEG-4
Vídeo Bitrate: 1470 Kbps
Áudio Codec: AC3
Áudio Bitrate: 190
Resolução: 560 x 400
Formato de Tela: Tela Cheia (4x3)
Frame Rate: 23.976 FPS
Tamanho: 1,36 Gb
Legendas: No torrent

Créditos: makingoff - mfcorrea

Elenco:

Rentaro Mikuni, Shôji Yasui, Jun Hamamura, Takeo Naito¹, Akira Nishimura¹, Hiroshi Tsuchikata, Sanpei Mine, Yoshiaki Kato, Sojiro Amano, Yôji Nagahama, Eiji Nakamura, Shojiro Ogasawara, Tomoko Tonai, Tatsuya Mihashi, Yûnosuke Itô

Crítica:

Considerado um dos clássicos do cinema japonês da década de 50, A Harpa da Birmânia, de Kon Ichikawa, tem um aperitivo a mais para quem o vê hoje, após o lançamento no Brasil do livro-reportagem “Corações Sujos”, do jornalista Fernando Morais. A trama é parecida: alguns japoneses não acreditam que o país deles perdeu a II Guerra Mundial (alguns nem sequer consideravam as notícias sobre a bomba atômica) e continuaram a lutar mesmo depois do cessar-fogo. O livro de Morais relata como os japoneses que haviam imigrado para o Brasil continuaram a luta por anos.

No caso de A Harpa da Birmânia, uma tropa, liderada por um capitão apaixonado por música, e que ensinou seus comandados a cantar, entrega as armas para os ingleses já quase na fronteira com a Tailândia depois de terem notícias do fim da guerra. A um dos soldados, o harpista, é delegado uma tarefa inglória: subir até uma montanha nas redondezas e convencer os demais soldados a abandonarem os postos e se entregarem. Chegando lá, é mal compreendido (acusado de traição) e, frente à continuação dos ataques, são todos massacrados pelos canhões britânicos. O harpista escapa roubando as roupas de um monge.

Ichikawa fez parte de um grupo de cineastas japoneses que, nos anos 50 e 60, ajudaram a projetar o cinema do país em todo o mundo ao modernizar a maneira de filmar, associando técnicas narrativas ocidentais e abandonando as tradicionais formas de interpretação dos atores, vindas do teatro kabuki e Nô. São os chamados “sete samurais” do cinema, referência ao filme de Akira Kurosawa, ele próprio um dos cavaleiros – os demais são, além de Kurosawa e Ichikawa, Mikio Naruse, Masaki Kobayashi, Hiroshi Teshigahara, Hideo Gosha e Kihachi Okamoto.

O que fez de A Harpa da Birmânia um filme clássico no ocidente, além das inovações técnicas, é mesmo a cativante história do harpista desgarrado de seu grupo que, quando tem oportunidade de se juntar a eles novamente, face ao terror da guerra, opta por tornar-se um monge budista e cultuar a memória dos mortos. Sozinho, ele queima e enterra boa parte de seus conterrâneos que estavam sendo devorados ao léu pelas aves de rapina. Ele lhes dá um fim digno, apesar de ter sido humilhado e quase morto por eles. (O roteiro é de Natto Wada, mulher de Ichikawa, que escreveu o roteiro de seus melhores filmes até 1965.)

Numa das mais belas cenas do filme, ele encontra, na beira de um rio enlameado, pilhas de corpos levados pela correnteza. Cabe ao soldado enterrar a todos e ainda ensinar um menino tailandês a tocar a harpa, para que ele tirar da música o seu sustento. Enquanto isso, sua tropa original acredita na sua sobrevivência e espera pela sua volta, enquanto aguarda o dia de voltar ao Japão e começar a reconstrução do país.

Kon Ichikawa já tem no currículo mais de 100 filmes. Aos 91 anos, ainda continua na ativa, filmando pelo menos um filme a cada dois anos. As obras de Ichikawa, apesar da produção em escala industrial, têm sempre um toque pessoal: ele, realizador sensível, nunca deixa de imprimir seu inigualável olhar humanista, caloroso, em todos os filmes, sejam eles aventuras, romances ou painéis históricos.

Alguns de seus melhores filmes são cultuados no mundo todo, como Fogos na Planície (Pauline Kael o tinha na sua lista dos 10 melhores de todos os tempos) e As Irmãs Makioka, obra-prima filmada em 1984 baseada num livro de 700 páginas do autor Junichiro Tanizaki, lançado no Brasil recentemente pela Ediouro traduzido diretamente do japonês – é considerado um dos maiores (não só no tamanho) livros já escritos no Japão.

A Harpa da Birmânia (no original, Biruma no Tategoto) já foi lançada no Brasil com o nome de “Jamais Deixarei os Mortos”. É um filme pacifista que explora por meio de delicadas metáforas os efeitos da dominação ocidental no Japão pós-guerra e as dores causadas pelas perdas no conflito. Fala de um tempo de exceção em que culturas, religiões, países e raças perdem o sentido de serem assim divididos, pois talvez a divisão tenha sido feita apenas para fins de segregação e destruição.

Depois de ver filmes tão belos quanto esse é que percebemos o quão tolos e ruins são bobagens como O Regaste do Soldado Ryan, de Steven Spielberg, um dramalhão apelativo, choroso e piegas, filmado com todo o aparato técnico para ressaltar a superficialidade das relações humanas.

De: http://mino.multiply.com/reviews/item/118

O torrent para o filme:

Arquivo anexado Biruma_no_tategoto__The_Burmese_Harp____Kon_Ichikawa.torrent


No torrent há legendas em português, inglês e espanhol.


Coopere, deixe semeando ao menos duas vezes o tamanho do arquivo que baixar

2 comentários:

Presença Editor disse...

Aí, Turquim, seu blog é muito fera.

Presença Editor disse...

Aí, Turquim, seu blog é muito fera.