sábado, 23 de agosto de 2008

Dignidade e solidariedade sempre presentes nas comunidades zapatistas










Adital


A Caravana Nacional e Internacional de Observação e Solidariedade com as comunidades zapatistas afirmaram, em pronunciamento, seu apoio ao processo de autonomia das comunidades zapatistas em seus territórios. Os integrantes da caravana fazem parte da Zezta Internacional e da Outra Campanha percorreram comunidades de quatro dos caracóis zapatistas que são: A Realidade, Oventik, Morelia e a Garrucha.

"O objetivo era observar a situação político, social e econômica em que se encontram @s companheir@s, mostrar-lhes nossa solidariedade por meio da nossa presença, a entrega da coleta que levamos a elas e com o fim de mostrar aos três níveis de governo que nossos companheiros das bases de apoio zapatistas e o EZLN não estão sozinhos", ressaltam.

De acordo com a caravana, houve recuperação das terras que estavam em poder dos proprietários rurais e que hoje se encontra em mãos dos povos originários: "Os zapatistas trabalham e cultivam a terra de maneira comunitária e coletiva, o que permite a eles desenvolver sua autonomia em relação à alimentação. Isso, por sua vez, possibilita a realização de seus próprios sistemas de saúde, educação e um largo etcétera, por meio de suas próprias formas de governo, onde o povo manda e o governo obedece".

Sobre o sistema de saúde, os integrantes da caravana expõem que atualmente há promotores de saúde, clínicas, ambulâncias e instalações adequadas para o atendimento médico, cirúrgico e com aparatos de diagnóstico. Além disso, os moradores conservam sua prática de cultivar ervas e de medicina tradicional. "É importante comentar que esse sistema atende sem distinção pessoas que não são propriamente zapatistas", acrescentam.

Os representantes se surpreenderam ao visitar as escolas onde as crianças participam da sua própria educação, escutam e aprendem sua própria história: "Contaram-nos que antes, o tipo de educação era imposto, alheio a suas necessidades e em um só idioma. Agora, os promotores de educação são jovens da própria comunidade, e o modelo educativo se baseia no que eles necessitam e em sua realidade, de maneira ativa e bilíngüe. É importante mencionar que essa, como todas as atividades comunitárias, não recebe retribuição econômica".

A caravana também se inteirou sobre a questão da autonomia. De acordo com a caravana, as comunidades indígenas em resistência desenvolvem o autogoverno mediante o sistema do mandar obedecendo, com seu próprio esforço e o apoio de muitos. Enfatizam a participação das mulheres em todos os âmbitos de sua autonomia.

Dignidade, resistência, solidariedade e esperança são alguns dos fatores responsáveis pelos êxitos das comunidades zapatistas apontados pela caravana. Os integrantes reafirmam que vão continuar denunciando energicamente aos três níveis de governo qualquer tipo de perseguição, detenções, ameaças, provocações que tentem acabar com o processo de autonomia das comunidades zapatistas. Exigem também a desmilitarização e o fim da reativação dos paramilitares do território zapatista.

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