quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Travessia contra o Bloqueio Israelense em Gaza



Por Eugenio García Gascón.

Dois navios com ativistas pró-Palestina de 17 países diferentes chegam na faixa com ajuda humanitária

Quase meia centena de pacifistas de 17 nacionalidades diferentes, incluído um israelense, chegaram no sábado à faixa de Gaza a bordo de duas pequenas embarcações em protesto pelo feroz embargo que Israel impôs à faixa em junho de 2007, depois que Hamas assumisse o controle de Gaza. Com esta ação os ativistas denunciaram o contínuo sofrimento de um milhão e meio de palestinos aos que a comunidade internacional preferiu esquecer. Já não são só os Estados Unidos que apóiam cegamente a Israel em todos seus atos, mas também a União Européia.

Os dois navios, o Free Gaza, de 21 metros de eslora, e o Liberty, de 18 metros, partiram do Chipre na sexta-feira. Simultaneamente, o primeiro ministro israelense, Ehud Olmert, e os ministros de Exteriores e Defesa, Tzipi Livni e Ehud Barak, se reuniram para estudar a situação e decidiram não responder à “provocação” e permitir que as embarcações chegassem a seu destino. Mas foi só abandonar o porto chipriota de Larnaca, que os pacifistas viram como seu sistema eletrônico de comunicações ficava bloqueado, e responsabilizaram disso a Israel. Durante a singradura, de 350 quilômetros, os ativistas, entre os quais não havia marinheiros profissionais, tiveram que lutar contra um mar embravecido.

A maioria dos 46 pacifistas eram de nacionalidade estadunidense. Também viajaram uma ativista espanhola, um sacerdote católico de 81 anos, um deputado grego e uma cunhada do ex-primeiro ministro britânico Tony Blair, que na atualidade é o enviado europeu para o conflito de Oriente Médio embora suas gestões como tal são nulas. Também viajavam estudantes, advogados, médicos e jornalistas de entre 22 e 81 anos de idade.

Recebidos com júbilo

Una vintena de embarcações palestinas enfeitadas com bandeiras tentaram sair pro mar para receber os pacifistas, mas se viram obrigadas a voltar pro porto quando os buques israelenses realizaram disparos de advertência. Vários milhares de palestinos receberam com júbilo os dois navios no porto de Gaza. Os ativistas levavam consigo uma carga simbólica, incluídos 200 fones de ouvido para crianças surdas, que entregaram aos palestinos.

“Nosso objetivo é provar que a gente normal com os meios a seu alcance pode defender os direitos humanos dos palestinos sem limitar-se a fornecer-lhes de arroz”, manifestou Paul Larudee, um dos organizadores do protesto. “O que fizemos hoje mostra que as pessoas são capazes de fazer o que deveriam ter feito os governos. Se as pessoas se levantam contra a injustiça se pode tornar a consciência do mundo”, disse o doutor Jeff Halper, o único israelense a bordo, assim que chegou no porto de Gaza.

Nenhum comentário: