segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Chávez explica expulsão de "defensores dos direitos humanos"


O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que ordenou pessoalmente a expulsão do país de dois representantes da Human Rights Watch (HRW) por fazerem "o trabalho sujo dos ianques".


A chancelaria venezuelana comunicou a expulsão do diretor para as Américas da HRW, o chileno José Miguel Vivanco, e de seu assessor, o norte-americano Daniel Wilkinson, que apresentaram em Caracas um relatório criticando a situação dos “direitos humanos” na Venezuela.


"Ontem chegou à Venezuela um destes personagens que andam fazendo o trabalho sujo dos ianques e começou a dar declarações, então chamei o chanceler e lhe disse: expulse-o daqui", revelou Chávez.


"Não vamos permitir que estrangeiros venham aqui para julgar o povo venezuelano", disse o presidente.


Chávez reafirmou que o governo norte-americano está por trás de um complô para derrubá-lo e assassiná-lo, e que a visita dos representantes da HRW à Venezuela faz parte deste plano.


"O presidente dos Estados Unidos (George W. Bush) está desesperado porque sabe que tem os dias contados e trata de fazer qualquer coisa para incendiar não apenas a Venezuela, mas todo o continente", afirmou.


O relatório apresentado por Vivanco, chamado de "Uma década do governo Chávez: intolerância política e oportunidades perdidas para o progresso dos direitos humanos", acusa o governo venezuelano de manipular o Poder Judiciário e de enfraquecer o sistema democrático.


Segundo o ministro venezuelano de Comunicações e Informação, Andrés Izarra, a "Human Rights Watch é uma ferramenta ativa no processo de desestabilização" e está ligada aos setores golpistas.


A HRW, que tem sede em Washington, "é uma organização de fachada dos interesses mais bastardos da oligarquia venezuelana e do imperialismo americano", e o governo Chávez não vai "tolerar mais este tipo de ingerência".


Uma gigantesca manifestação apoiou a decisão do governo venezuelano de expulsar os provocadores da HRW. A convocação foi feita através da emissora de televisão VTV pelo ministro de Informações, Andrés Izarra, que também afirmou que a HRW faz parte de um "plano para gerar um golpe e inclusive o magnicídio" do presidente Chávez.


"O plano está em andamento" e a ONG "é só um dos atores" do complô, uma "organização de fachada dos Estados Unidos para intervir nos países", afirmou Izarra.


Uma nota da Chancelaria informou que a expulsão foi decidida "com base nos valores constitucionais de defesa da soberania nacional e a dignidade do povo venezuelano".


Além disso, argumentou que Vivanco e Wilkinson entraram no país com visto de turismo, o que lhes impedia, segundo a Chancelaria, de realizar atividades à margem da "expansão e recriação".


No comunicado, o governo diz notificar a ambos "a obrigação de abandonar de maneira imediata a pátria do Libertador Simón Bolívar".


Da redação, com agências(www.vermelho.org.br)


Nenhum comentário: