sábado, 20 de setembro de 2008

Os riscos para a saúde do plástico das garrafas

Cientistas britânicos analisaram as concentrações de bisfenol A na urina de 1455 adultos americanos, descobrindo que os maiores níveis deste químico estavam ligados a um aumento de 39% no risco de desenvolver diabetes, problemas cardíacos e anormalidades nas enzimas hepáticas.


Autoridades dos EUA mantêm confiança neste químico

O bisfenol A (BPA), um químico usado no fabrico de muitas embalagens, garrafas de plástico e latas de comida, pode estar ligado ao aumento da prevalência de problemas cardíacos, de diabetes e de anormalidades nas enzimas hepáticas. Esta é a conclusão de um estudo publicado esta semana no Journal of the American Medical Association (JAMA), mas as autoridades dos EUA mantêm a confiança neste composto, detectado no corpo de 90% dos americanos.

"Confiamos nos estudos que analisámos para dizer que a margem de segurança é adequada", disse Laura Tarantino, da Food and Drug Administration (FDA), o organismo encarregado de regulamentar que produtos podem ou não ser usados nos EUA. "Não recomendamos a ninguém que mude os seus hábitos ou mude a forma como usa estes produtos porque, neste momento, não temos provas que sugiram a necessidade de o fazerem", acrescentou. As autoridades europeias tinham chegado à mesma conclusão em Julho.

Os cientistas da Universidade de Exter, no Reino Unido, analisaram as concentrações de BPA na urina de 1455 adultos norte-americanos. Os resultados mostram que os maiores níveis de concentração estavam ligados a um aumento de 39% no risco de desenvolver diabetes e problemas cardíacos. Quando o grupo era dividido em quatro, segundo os níveis de BPA, verificava-se que aquele com a taxa mais elevada tinha um risco três vezes maior de doenças cardiovasculares que os que apresentavam menos concentração do químico. No caso da diabetes, o risco era 2,4 vezes superior.

O BPA é utilizado na produção de plástico policarbonato, um material transparente e resistente ao impacto. Mais de dois milhões de toneladas métricas deste químico, que imita a forma como o estrogéneo actua no corpo humano, foram fabricadas em 2003, havendo anualmente um aumento de seis a dez por cento na procura.

Apesar de reconhecer não haver problemas com esta substância, Tarantino deixou algumas sugestões para os consumidores que queiram limitar as quantidades de BPA que ingerem: evitem aquecer a comida nas embalagens de plástico, uma vez que o calor ajuda a libertar esta substância.

Mas a FDA é acusada, por parte de cientistas e grupos de protecção dos consumidores, de ignorar estudos feitos em animais. Alguns mostram que este químico, mesmo em doses reduzidas, pode provocar alterações no cérebro dos fetos e recém-nascidos, na próstata, nas glândulas mamárias e modificar a idade de puberdade das fêmeas.

Fonte:Ecoblogue

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