terça-feira, 17 de março de 2009

mídia democrática.....

Elite mundial tentará

controlar a internet

Eduardo Guimarães

Hoje já vou começar chutando o pau da barraca, fazendo logo uma afirmação peremptória sobre o que não aconteceu e sobre o que não tenho prova nenhuma de que acontecerá.

E o que é melhor: todos os esquerdistas concordarão comigo e todos os direitistas, discordarão.

Mas o melhor mesmo vem é agora: o meu lado é que estará certo.

Antes de prosseguir, porém, quero dizer uma coisa aos que terão dado um sorrisinho ao ler o que escrevi acima, dizendo a si mesmos que esquerda e direita não existem mais, que a esquerda brasileira não é esquerda coisa nenhuma etc.: não me venham com essa, meninos.

Como é que não existem mais esquerda e direita? Essas pessoas são contra programas sociais, não aceitam negros nas universidades, dizem que programas de transferência de renda são esmolas... E não são de direita?

Tá bom...

Bem, mas retomando. A afirmação peremptória que fiz se deve a um fato óbvio, de que, como está, para as elites não pode ficar.

Vocês viram o que fizemos no caso da ditabranda da Folha de São Paulo? Será que tantos se deram conta do que a internet é capaz de fazer? Resposta: não. Sobrou gente de esquerda e de direita que menosprezou o que fizemos.

O mais importante, porém, é que a casa caiu, caros reacionários. Hoje, qualquer um pode acordar um dia, decidir criar um blog e encher a paciência de herdeiros ultra-mimados, ultra-ricos e ultra-influentes até eles babarem nas suas horrorosas e ridiculamente caras gravatas Hermès.

Com o avanço da tecnologia, a tendência crescente é a de que acabará sendo possível igualar mega grupos empresariais a uma pequena equipe de Zés Manés como eu, por exemplo, contanto que tenham uns bons computadores e redes.

As elites daslunianas-tucano-pefelês que, com nomes trocados, infectam os quatro cantos da Terra, não irão aceitar isso. Tiveram todo aquele trabalho para se apoderarem da invenção de Johannes Gutemberg justamente porque a capacidade de falar para muitos sempre foi sinônimo de poder. Não farão por menos, agora.

Aliás, acho que foi no site do Luiz Carlos Azenha que li uma excelente matéria sobre especulações acerca de uma possível implementação de “níveis” na internet que diferenciariam um Zé Mané como este de um grupo empresarial como o da família Frias, por exemplo. Só não me lembro como.

Não importa. Os projetos virão. Terão que vir, para as elites mundiais. Sem controlar a internet, o principal poder que as tornou o que são – o poder, repito, de falar sozinhas para muitos –, será pulverizado.

Imaginem uma situação em que uma Folha ou uma Veja dissessem alguma daquelas muitas empulhações que costumam dizer e eu, euzinho, pudesse desmascará-las no mesmo nível de audiência.

Se a internet continuar incluindo cada vez mais gente – e nesse ritmo estonteante –, logo, logo esse sonho que escrevi acima poderá virar realidade.

Alguém acredita que os Jardins ou a Barra da Tijuca permitirão isso?

Resta àqueles que se dedicam a tornar o mundo mais igual preocuparem-se com isso. Um passo nesse sentido, aliás, deverá ser a Conferência Nacional de Comunicação, da qual participarei. As discussões começarão no próximo dia 25 na Câmara Municipal de São Paulo.

Julgo, pois, da maior importância que todos tenham bem claro nas mentes que a tentativa da elite mundial de controlar a internet e de barrar a possibilidade de cidadãos comuns falarem tanto quanto as corporações, é uma inexorabilidade.

A tentativa dos muito ricos de controlarem a internet virá, e forte. Muito forte. Tomara que, quando vier, a humanidade já esteja preparada. Só que o tempo urge.




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