sábado, 21 de março de 2009

Município paraibano realiza campanha de valorização do trabalho doméstico







Adital


Imagine se as trabalhadoras domésticas decidissem fazer uma greve? Provavelmente, assim, muitas pessoas perceberiam a diferença que essas mulheres fazem em suas vidas. É justamente para mostrar a importância do trabalho doméstico que a Associação das Trabalhadoras Domésticas de Campina Grande e o Centro de Ação Cultural (Centrac), na Paraíba, estão promovendo a "Campanha pela Valorização do Trabalho Doméstico: na luta por direitos, igualdade e reconhecimento".

A Campanha, que tem caráter permanente, tem o objetivo de sensibilizar a sociedade civil e os agentes públicos para o reconhecimento dos direitos das trabalhadoras domésticas. De acordo com Maria Madalena de Medeiros, coordenadora da Campanha, o trabalho doméstico ainda não é valorizado no Brasil. "Ele é importante para a organização social do trabalho", ressalta.

A coordenadora comenta que, caso as trabalhadoras domésticas resolvessem fazer uma greve, várias pessoas enfrentariam problemas. Ela explica que, enquanto os patrões estão no trabalho, as domésticas ficam nas casas realizando tarefas essenciais, como lavar e "passar" roupas, e fazer almoço.

Além da falta de valorização, a coordenadora acrescenta que as trabalhadoras ainda sofrem preconceito por parte da sociedade, principalmente pelo fato de a maioria ser mulher, negra e de baixa escolaridade. Segundo a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), existem oito milhões de pessoas inseridas no trabalho doméstico, sendo que 93,2% são mulheres e, dessas, 61,8% são pardas ou negras.

De acordo com Madalena de Medeiros, a Campanha pretende não somente mostrar a sociedade o valor do trabalho doméstico, mas também informar as próprias trabalhadoras sobre os direitos que possuem através de seminários, cursos e distribuição de materiais de divulgação.

No próximo dia 28 começam as aulas de direito trabalhista e previdenciário. Segundo a Madalena, os cursos são gratuitos e ainda estão com inscrições abertas. "São voltados principalmente às mulheres de baixa renda e que não tenham acesso à informação", comenta.

Contato: (83) 3341.2800

As matérias do projeto "Ações pela Vida" são produzidas com o apoio do Fundo Nacional de Solidariedade da CF 2008.

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