quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Marina, a Eco...capitalista....

Morena Marina... 

Gilvan Rocha - Correio da Cidadania

É saudável termos na disputa eleitoral uma figura do quilate de Marina Silva. Pessoa de luta, leal e convicta. Se bem que já se tenha dito ser a convicção mais grave do que a mentira, pois uma convicção pode representar uma intransigência no erro. Adolf Hitler e Mussolini tinham, sim, as suas convicções e por elas deram as suas próprias vidas.
 
As qualidades de Marina são insuficientes para a tarefa histórica que se faz necessária. Para ela, o problema reduz-se à ecologia. E vai mais longe com seu equívoco de imaginar e praticar uma política fundada em especialistas. Ora, o nosso problema crucial é salvar o universo da catástrofe para que o capitalismo nos arrasta e isso não será obra apenas de experts, trata-se de uma obra social. O socialismo e o ambientalismo exigem, como tudo, o conhecimento, mas sobretudo a sua democratização.
 
Quando Plínio de Arruda Sampaio, nosso provável candidato à presidência da República (caso prevaleça a lucidez política), considerou que Marina era apenas uma ecocapitalista ele o fez com justeza.
 
É preciso dizer que não somos ameaçados apenas pelo aquecimento global, essa é uma questão. Centenas de outras questões colocam-se como responsáveis pela ameaça à sobrevivência da humanidade. É que os trovões, os furacões, os tsunamis são mais agressivos e tocam mais fortemente os nossos olhos e ouvidos. Mas não está aí o centro da questão.
 
Houve uma redução política. Passou-se a considerar a direita tão somente àqueles que defendem o Estado mínimo, o livre mercado. Enquanto isso, os partidos dos grupos e movimentos de esquerda passaram a ser definidos como defensores do "Estado máximo", atropelando o conceito socialista de que Estado é um instrumento de dominação de uma classe sobre outra.
 
Não falam mais em classes sociais. Segundo eles, isso é coisa do passado, o Estado seria apenas o árbitro das questões sociais ou, sobretudo, o promotor da justiça e do bem estar social. Ora, quem assim pensa, por desinformação ou má-fé, não pode ser considerado de esquerda. E nós queremos candidatos realmente socialistas nas próximas eleições.
 
Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP.
 

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