A edição deste final de semana da revista Isto É,
traz reportagem sobre as relações entre o candidato José Serra e o
engenheiro Paulo Vieira de Souza, “conhecido dentro das hostes tucanas
como Paulo Preto”. “Como candidato à presidência da República, José
Serra deve explicações mais detalhadas à sociedade brasileira”, diz a
abertura da matéria. Essas explicações, acrescenta, se referem a um nome
umbilicalmente ligado à cúpula do PSDB, mas de pouca exposição pública
até dois meses atrás”. Em agosto deste ano, a Isto É publicou
publicou denúncia segundo a qual o engenheiro Paulo Souza, ex-diretor da
estatal Dersa no governo tucano em São Paulo, era acusado por líderes
do PSDB de ter desaparecido com cerca de R$ 4milhões que teriam sido
arrecadados deforma ilegal pela campanha tucana.
O assunto voltou ao debate público, quando Dilma Rousseff pronunciou o
nome de Paulo Preto no debate realizado pela Rede Bandeirantes, no dia
10 de outubro. Serra manteve-se em silêncio e não respondeu a pergunta.
No dia seguinte, negou conhecer o engenheiro, posição que durou apenas
algumas horas diante de uma clara ameaça feita por Paulo Preto via
imprensa. A Isto É reconstitui o roteiro das declarações de Serra:
Na segunda-feira 11, em Goiânia (GO), em sua primeira
manifestação sobre o caso, o candidato do PSDB negou conhecer o
engenheiro. “Não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar. Ele foi um
factoide criado para que vocês (jornalistas) fiquem perguntando.” A
declaração provocou uma reação imediata. Na terça-feira 12, a “Folha de
S.Paulo” publicou uma entrevista em que o engenheiro, oficialmente um
desconhecido para Serra, fazia ameaças ao candidato tucano. “Ele (Serra)
me conhece muito bem. Até por uma questão de satisfação ao País, ele
tem que responder. Não se larga um líder ferido na estrada a troco de
nada. Não cometam este erro”, disparou Paulo Preto. Serra demonstrou ter
acusado o golpe.
Horas depois da publicação da entrevista, em evento em Aparecida
(SP), o candidato recuou. Com memória renovada, saiu em defesa do
ex-diretor do Dersa. Como se jamais tivesse tratado deste assunto antes,
Serra afirmou: “Evidente que eu sabia do trabalho do Paulo Souza, que é
considerado uma pessoa muito competente e ganhou até o prêmio de
engenheiro do ano. A acusação contra ele é injusta. Ele é totalmente
inocente. Nunca recebi nenhuma acusação a respeito dele durante sua
atuação no governo”. Aos eleitores, restou uma dúvida: em qual Serra o
eleitor deve acreditar?
Naquele que diz não conhecer o engenheiro ou naquele que elogia o
profissional acusado pelo próprio PSDB de desviar R$ 4 milhões da
campanha? As idas e vindas de Serra suscitam outras questões relevantes
às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais: por que o tema
lhe causou tanto constrangimento? O que Serra teria a temer para, em
menos de 24 horas, se expor publicamente emitindo opiniões tão distintas
sobre o mesmo tema?
Um comentário:
Oi, Gerson,o cínico do Serra nega tudo: nega o Paulo Preto,nega o aborto da mulher, nega o apagão do governo FHC, ele deve ser a própria reencarnação de Pedro,que negou Cristo 3 vezes.Ele só não consegue negar- demonstrando no seu jeito de ser - a que veio: para implantar no Brasil um governo fascista,entreguista, que negará nossa soberania e nossas estabilidades econômica e democrática,alcançadas a duras penas.
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