domingo, 6 de março de 2011

Jornada Nacional de mulheres socialistas homenageia mexicanas


Donas de casa, trabalhadoras, campesinas, estudantes, atletas, artistas, artesãs, militantes políticas, ativistas de direitos humanos e ambientalistas; mães, irmãs, esposas, filhas de presos desaparecidos, entre tantas outras mulheres que "são vozes populares que não separam o sexo ao gritar um lema”, são as homenageadas pela Jornada Nacional de Mulheres Socialistas no México, pelo Dia Internacional da Mulher, celebrado na próxima terça-feira, 8 de março.


Por Tatiana Félix, na Adital

A Jornada de Mulheres Socialistas, composta pela Frente Nacional de Luta pelo Socialismo (FNLS), pela Rede de Defesa dos Direitos Humanos (REDDH), Rede pelos direitos sexuais e reprodutivos no México, entre outras organizações, defende a comemoração de um 'Dia Internacional da mulher proletária', para valorizar essas determinadas lutadoras que enfrentam todo um sistema de violações e desigualdade de gêneros.

As instituições que formam a Jornada das Mulheres aproveitam a proximidade do dia 8 de março para, mais uma vez, dar visibilidade e chamar a atenção da sociedade para os obstáculos que as mulheres enfrentam por causa de um sistema desigual que valoriza o homem e viola os direitos da mulher. Para a Jornada, o socialismo seria uma alternativa viável para implantar uma política igualitária.

As entidades criticam que, em um país onde se fala de direitos humanos, de igualdade de gênero, de campanhas de gênero e de campanhas contra a violência, aconteçam tantas mortes, incertezas e inseguranças. Um país onde as mulheres são assassinadas e se negam a admitir que estes casos são, na verdade, feminicídio, uma perseguição às mulheres.

"Não são necessárias leis protetoras, senão processos, ações, que realmente garantem melhores condições de vida como gênero humano”, avalia a Jornada, comentando ainda que é urgente transformar as condições de violação sistematizada aos direitos constitucionais.

Para as organizações feministas da Jornada, a comemoração do Dia Internacional da Mulher ‘é o resultado do ativismo social, da organização e da manifestação de milhares de mulheres com coragem e valor'. A celebração de um dia especial para as mulheres, segundo a Jornada, vai à contramão do sistema arcaico que começa por ‘denegrir um gênero com a finalidade de terminar com a conscientização do povo'.

Segundo a organização, a violência contra os movimentos populares no México ‘persiste e tem se sistematizado'. Exemplo disso são os assassinatos de mulheres e ativistas, realizados por grupos que atuam como paramilitares, e que despertam pouco interesse das autoridades.

Para protestar contra toda essa violação e homenagear as mulheres mexicanas é que diversas atividades foram programadas pelo movimento no país. As celebrações já começam na manhã de segunda-feira (7), na Benemérita Universidade Autônoma de Puebla (BUAP), com um dia todo dedicado à discussão de temas de interesse das mulheres.

O primeiro seminário falará sobre "A participação da mulher no movimento popular ante a violência de Estado”. Em seguida, mesas de trabalho discutirão temas como "Experiências, testemunhos e denúncias da luta no movimento popular” e "Denúncias”, com o objetivo de dar visibilidade à violência e as violações que as mulheres sofrem no dia-a-dia.

O primeiro ato no dia das mulheres, terça-feira (8), será uma marcha para exigir o esclarecimento e o julgamento dos responsáveis pelo assassinato do ativista social Fermín Mariano Matías. Na parte da tarde haverá um evento político-cultural. Outras atividades como o 2º Festival Mulheres de Cores e o Encontro Popular de Mulheres, também fazem parte das comemorações em homenagem à mulher mexicana.

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