sábado, 30 de abril de 2011

Danny Glover vê Brasil como "laboratório" para mundo melhor

Por: Anselmo Massad e Paulo Salvador, da Rede Brasil Atual e Revista do Brasil


Danny Glover vê Brasil como "laboratório" para mundo melhor
Danny Glover, com um boné da CUT, diz que se considera, nesta ordem, pai, cidadão e, também, ator (Foto: © Jailton Garcia)

São Paulo - O ator e produtor de cinema Danny Glover acredita que o Brasil é um "laboratório" no sentido de se buscar um mundo melhor e mais digno para todos. Em visita à capital paulista para participar das comemorações do 1º de maio e de uma campanha internacional de trabalhadores da multinacional Sodexo, Glover concedeu entrevista de duas horas e 15 minutos a veículos da Rede Brasil Atual na manhã deste sábado (30). 
Com um boné da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o ator de 64 anos mostrou muito bom humor e disposição, apesar de  dois dias de viagens seguidas de avião. Rapidamente ele superou o cansaço inicial para falar a respeito de seu engajamento social e de pontos de vista sobre o movimento negro, de trabalhadores e de mulheres.
Glover considera que o mundo todo presta atenção no Brasil neste momento, já que o país passa por importantes transformações, com sua economia a caminho de tornar-se a quinta maior do mundo. Ele lembrou que o movimento sindical emergiu e cresceu em um período de grandes mudanças e, neste momento, está na linha de frente da construção das formas para se lidar com essas alterações.
"A importância dos sindicatos no Brasil pode ser expressa pelo fato de que os dois últimos presidentes do país vêm de forças políticas ligadas a trabalhadores", destacou. "Mas o que vai acontecer no futuro é o que vai definir este país na relação com sindicatos."
Apesar de mostrar interesse pelos caminhos trilhados no país até aqui, ele sustenta que é preciso encontrar respostas para os novos desafios. "Sentar à mesa para negociar é uma forma de lidar com essa realidade, que inclui tudo, pobreza, segurança alimentar, como proteger a Mãe Terra", enumera.
"Tudo isso vai estar no 'laboratório' do Brasil", insiste. "Não podemos estar à margem, nem ser coadjuvantes, temos de apoiar esses esforços, se eles nos levarem a um mundo melhor, que permita uma vida digna a todos nós."

Pai, cidadão e também ator

Um dos sócios da produtora L'Overture, Glover falou ainda sobre cinema e a indústria cultural. Ele acredita que é possível apostar em produções diferentes das atuais, em que apenas filmes de ação e certa dose de violência têm espaço. "Bom, é o que meu neto quer assistir", diverte-se. "Mas não precisa haver apenas isso, as pessoas acabam sendo condicionadas na medida em que há apenas esse tipo de produção", criticou.
Ele explicou que, muito antes de se tornar um ator de Hollywood, já se considerava um ativista social, engajado em lutas do movimento de afrodescendentes e, especialmente, em questões comunitárias. "Antes de tudo, sou pai – aliás, tenho certeza de que é meu melhor trabalho (risos). Depois, sou um cidadão. E só depois, ator", resumiu.
Os principais trechos da entrevista serão publicados na edição de junho da Revista do Brasil, além de ser veiculada pela Rádio Brasil Atual. A TVT também participou da coletiva.

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