"Diante destes
números e diante da dor ainda maior que os números no podem refletir, a
identificação dos corpos deve ser uma prioridade do Estado colombiano",
disse durante uma prestação de contas do processo de identificação de
quase 10 mil desaparecidos no país.
Segundo o ministro, em pouco
tempo o governo colombiano conseguui indentificar 9.968 pessoas que
foram enterradas como indigentes, algumas delas que inclusive apareciam
nos registros oficiais como desaparecidos.
Os 12.724 corpos
restantes, qualificados como "não nomeados", não puderam ser
identificados. Em sua maioria, a impossibilidade para a identificação se
deu por que a impressão digital da vítima estava detriorada e com isso
não foi aceita pelo cartão identificador. Em outros casos, as vítimas
não possuiam registro ou poderiam ser imigrantes ilegais.
A
representante da Oficina do Alto Comissariado das Nações Unidas pelos
Direitos Humanos, Christian Salazar, enalteceu a rapidez com que as
operações de idenficicações foram realizadas e elogiou o governo
colombiano.
"O governo deu uma forte atenção as vítimas com a Lei
das Vítimas e demonstrou vontade de esclarecer o que aconteceu. Acredito
que a Colômbia está indo muito bem", disse.
Salazar também pediu apoio do ministério da Defesa e das Forças Armadas para identificar os corpos
dos
centenas ou milhares de pessoas que aparecem como "mortos em combate
não indetificados" e rea brir os processos que a Justiça militar fechou,
especialmente entre 2002 e 2006, de pessoas aparentemente mortas em
Antioquia e Meta, no sul del país.
Se calcula que alrededor de 2
mil jóvenes pobres, marginados, estudiantes y campesinos fueron
asesinados por militares, quienes los hicieron pasar por guerrilleros
para así cobrar premios por la muerte de enemigos u obtener más
vacaciones o ascensos. En Colombia este escándalo se conoce como los
falsos positivos.
Segundo um relatório de 2009 da
Procuradoria-Geral, o Exército matou mais de dois mil jovens, que depois
foram apresentados como baixas de combate. A maioria dos assassinatos
aconteceram durante os governos do ex-presidente Álvaro Uribe
(2002-2010), de quem o atual presidente, Juan Manuel Santos, foi
ministro da Defesa.
Na Colômbia, o termo "positivo" significa
capturar ou eliminar pessoas consideradas inimigas do Estado. Uma das
práticas dos militares é assassinar civis que não têm relação com o
tráfico nem com a guerrilha para aumentar o número na prestação de
contas do combate às drogas e às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia).
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