segunda-feira, 30 de abril de 2012

Rede de supermercados britânica anuncia boicote a produtos de colônias israelenses

Filipe mauro das redação do Opera mundi

Desde 2009, itens israelenses que são vendidos no país trazem uma etiqueta informando o local de origem


Uma das maiores redes de supermercados do Reino Unido, a cooperativa Co-op, anunciou anunciou neste final de semana que não importará mais os produtos agrícolas cultivados nas colônias judaicas da Cisjordânia.
Já há alguns anos que varejistas britânicos etiquetam os produtos com origem em assentamentos israelenses. Contudo, esse é o primeiro caso de ruptura com os fornecedores da região. A Agrexco, cujo principal cliente é a União Europeia, é a maior companhia de produtos agrícolas de Israel e está entre as mais afetadas.
A decisão resultou da forte pressão de grupos pró-palestina que atuam no Reino Unido. Entretanto, em anúncio à imprensa, o grupo Co-op faz questão de ressaltar que esse não é um boicote completo e que continuará a adquirir os produtos de Israel desde que sejam criteriosamente cultivados ou produzidos dentro da Linha Verde, a fronteira de Israel definida a partir do fim do conflito com árabes em 1949.    
Em 2009, o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown determinou com as grandes redes varejistas do país que os produtos -- manufaturados ou não -- importados de Israel deveriam trazer uma etiqueta que deixasse claro se vinham de Gaza ou da Cisjordânia ou do território determinado pela Linha Verde. À época, Israel se recusou a seguir essas diretrizes e iniciou uma tensão comercial com o Reino Unido.
WikiCommons

Repercussão

Hilary Smith, uma das lideranças do Boycott Israel Network (Rede de Boicote a Israel em inglês), apoiou a decisão da Co-op's alegando que a rede varejista "assumiu uma liderança internacional ao bloquear companhias que são cúmplices das violações de Direitos Humanos por Israel”. Ela agora espera que outras companhias ajam de forma semelhante.
Em replica à decisão, o Ministério das Relações Exteriores de Israel argumentou que "é uma pena ver aqueles que buscam contribuir ostensivamente para a paz e para a reconciliação avançar em uma agenda negativa de boicotes”.

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