Filipe mauro das redação do Opera mundi
Desde 2009, itens israelenses que são vendidos no país trazem uma etiqueta informando o local de origem
Uma das maiores redes de supermercados do Reino Unido, a cooperativa
Co-op, anunciou anunciou neste final de semana que não importará mais os
produtos agrícolas cultivados nas colônias judaicas da Cisjordânia.
Já há alguns anos que varejistas britânicos etiquetam os produtos com
origem em assentamentos israelenses. Contudo, esse é o primeiro caso de
ruptura com os fornecedores da região. A Agrexco, cujo principal cliente
é a União Europeia, é a maior companhia de produtos agrícolas de Israel
e está entre as mais afetadas.
A decisão resultou da forte pressão de grupos pró-palestina que atuam
no Reino Unido. Entretanto, em anúncio à imprensa, o grupo Co-op faz
questão de ressaltar que esse não é um boicote completo e que continuará
a adquirir os produtos de Israel desde que sejam criteriosamente
cultivados ou produzidos dentro da Linha Verde, a fronteira de Israel
definida a partir do fim do conflito com árabes em 1949.
Em 2009, o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown determinou com
as grandes redes varejistas do país que os produtos -- manufaturados ou
não -- importados de Israel deveriam trazer uma etiqueta que deixasse
claro se vinham de Gaza ou da Cisjordânia ou do território determinado
pela Linha Verde. À época, Israel se recusou a seguir essas diretrizes e
iniciou uma tensão comercial com o Reino Unido.
WikiCommons
Repercussão
Hilary Smith, uma das lideranças do Boycott Israel Network (Rede de
Boicote a Israel em inglês), apoiou a decisão da Co-op's alegando que a
rede varejista "assumiu uma liderança internacional ao bloquear
companhias que são cúmplices das violações de Direitos Humanos por
Israel”. Ela agora espera que outras companhias ajam de forma
semelhante.
Em replica à decisão, o Ministério das Relações Exteriores de Israel
argumentou que "é uma pena ver aqueles que buscam contribuir
ostensivamente para a paz e para a reconciliação avançar em uma agenda
negativa de boicotes”.
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