quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A QUESTÃO NACIONAL NA ESCÓCIA – PARTE II

marxismo.org


Socialist Appeal - CMI Inglaterra
A ideia de que uma Escócia independente sobre uma base capitalista resolveria os problemas do povo escocês é falsa. Pelo contrário, levaria a uma queda no padrão de vida, pois os salários seriam reduzidos para aumentar a competitividade.
Apesar do discurso do Partido Nacional Escocês (PNE) de “escoceses ricos contra britânicos pobres” e sobre um futuro baseado no “petróleo escocês”, o petróleo do Mar do Norte vai diminuir em 0,7% no orçamento britânico de 2011-2012 para 0,2% em 2022-2023. O setor bancário, que joga um papel preponderante na economia, esta em dificuldades e é mantido vivo graças ao estado britânico.
O PNE é um típico partido pequeno burguês, que aponta varias direções diferentes de acordo com sua constituição interna. Em uma tentativa de se afastar do estigma conservador, eles adotaram uma linha de esquerda e “socialista” nas áreas urbanas onde o Labour era a principal força de oposição. Eles compreenderam que essa era a única forma de desafiar o Labour dentro da própria base do partido. Agindo dessa forma, eles conseguiram reunir partes importantes da base operaria nas cidades. Nas áreas rurais, por outro lado, eles mantiveram sua política burguesa nacionalista.
Por trás dessa política de “esquerda”, há uma orientação pró-negócios que favorece o capitalismo na Escócia. Salmond prometeu “uma regulação leve para o setor financeiro” incentivando Fred Goldwin, presidente do Banco Real da Escócia, a comprar o ABN AMARO, um negocio que empurrou o banco para a falência. O manifesto do PNE também contem trechos que defendem o congelamento de salários no setor público e a redução de 20% no imposto empresarial.
A ideia deles de uma Escócia independente significaria uma “corrida para o fundo do poço”, com trabalhadores escoceses competindo com outros da Europa por mercados cada vez menores. No contexto de uma crise mundial, uma Escócia independente seria esmagada de uma forma parecida com a que vemos na Grécia, Portugal e Irlanda. O fato de a Grécia ser hoje governada por uma Troika europeia demonstra bem como a independência nacional diminuiu no contexto da crise. Toda a argumentação por uma “Europa independente” em uma época de crise econômica quando tudo, inclusive o Euro, ameaça afundar, provou não ter significado algum. Todos os países, embora nominalmente independentes, estão debaixo do mando do mercado mundial e das grandes corporações financeiras e industriais.
O verdadeiro caráter de classe do PNE esta demonstrado em sua defesa do congelamento dos salários dos servidores públicos por cinco anos e pela redução de 20% nos impostos dos ricos. A classe trabalhadora não deve esperar um tratamento muito melhor dos nacionalistas do que aquele que era oferecido pelos Tories ingleses e pelos liberais.
Na Escócia, o PNE, em acordo com Londres, conseguiu retardar a implementação dos cortes planejados, de maneira a aplacar a fúria da população. Isso talvez explique sua atual popularidade. Contudo, em Abril, eles serão forçados a impor um plano de cortes que vale por dois anos em apenas um. A medida que os cortes avançarem, o PNE culpará os conservadores de Londres e dará ao Labour a tarefa de aprová-los.
A curto prazo, isso pode causar dificuldades ao Labour. Podemos ver o exemplo da câmara de vereadores de Glasgow, onde o orçamento só foi aprovado por dois votos de diferença e depois de muitas deserções no lado dos trabalhistas. Seis desses vereadores pretendem lançar um partido rival. É pouco provável que tenham sucesso, mas esse gesto mostra as pressões envolvidas.
Enquanto isso, o PNE, que esta em alta nas pesquisas, pretende ganhar a prefeitura de Glasgow nas eleições de Maio. (O partido ocupou sete das quinze cadeiras de Glasgow no parlamento escocês), se isso ocorrerá temos que esperar para ver. No longo prazo, esse sucesso só viria a causar uma enorme queda de popularidade ao PNE, que se veria obrigado a implementar cortes tanto a nível municipal quanto em toda a Escócia.
 
Os Sectários e o Nacionalismo
 
Os mais diversos tipos de sectários tem uma coisa em comum: sempre capitularam diante do nacionalismo burguês. Eles veem os slogans de autodeterminação e independência nacional como “absolutos”, independentes de tempo e espaço. Essa abordagem nada tem a ver com a de Marx e Lênin, que sempre se basearam na situação concreta e principalmente, sempre submeteram as questões nacionais às questões de classe. Seria um grave erro para os marxistas vestir a toga nacionalista ou adotar uma defesa evangélica da independência da Escócia. Essa seria uma capitulação ao discurso da pequena burguesia, por mais que este estivesse disfarçado de revolucionário.
A questão nacional na Escócia resurgiu em um debate no Militant em 1991, quando a ascensão do nacionalismo escocês serviu como justificativa para a liderança local dar o “giro escocês”. Esse “giro” foi baseado no estabelecimento de uma organização aberta – o Labour Militant Escocês – para supostamente enfrentar os perigos do nacionalismo crescente. Na pratica, embora não admitissem, a maior parte da liderança estava abdicando diante das frustrações e sobretudo, do nacionalismo. Isso logo ficou evidente quando o Militant escocês virou o Partido Socialista Escocês, em 1998, por uma Escócia independente e socialista. No restante da Grã-Bretanha, eles adotaram o nome de Partido Socialista da Inglaterra e País de Gales, para demonstrar sua identidade separada da Escócia.
Toda essa linha política foi uma reprodução da que foi posta em pratica pelo equivoco de John MacLean, que defendeu a necessidade de um Partido Trabalhista escocês diferenciado. Esse erro nasceu da frustração e da falta de confiança na militância trabalhista em todo o Reino Unido. Contudo, em poucos anos toda a Grã Bretanha foi abalada com a greve geral de 1926.
Essa postura do LME e depois do PSE significou o abandono de tudo aquilo que havíamos defendido no passado. “Os socialistas devem estar preparados para apoiar a independência escocesa mesmo que seja sob uma base não socialista como a promovida pelo PNE”, escreveram Tommy Sheridan e Alan McCombes, então lideres do PSE, “os fundamentos materiais para uma democracia socialista já existem na Escócia... temos terra, água, pesca, madeira, petróleo, gás, e eletricidade em abundancia. Temos um clima moderado, onde enchentes, secas e tornados são praticamente desconhecidos.”
Isso demonstrou o quanto eles haviam capitulado diante do nacionalismo, e não somente na Escócia. Para sua vergonha, eles também deram apoio aos croatas no processo de separação da Iugoslávia. Nós apontamos que a separação da antiga Iugoslávia era um ato criminoso que não atendia aos interesses de nenhum dos povos envolvidos. A historia posterior da região comprovou a natureza reacionária do processo, que não pode ser justificado do ponto de vista da classe trabalhadora.
Apesar de seus clamores iniciais, essa iniciativa na Escócia foi uma tentativa de imitar o racha do Labour em 1976, quando John Sillars e Robertson lançaram o Labour escocês, já fadado ao fracasso desde o começo. Nós condenamos esse racha na época, mas isso foi convenientemente esquecido.
Os “marxistas” foram tão longe a ponto de propor a fundação de um partido escocês autônomo para falar em nome da classe trabalhadora escocesa. Essa abordagem errônea não era inédita. Originalmente, essas ideias foram defendidas por trotskistas nos EUA, que advogavam por partidos separados em raça, gênero e nacionalidade. Isso vai contra os princípios básicos do bolchevismo, que se opunha á perigosas divisões no movimento operário. Eles se opunham ao ABC do marxismo na questão das nacionalidades.
Mesmo na Rússia czarista (uma prisão de nacionalidades), onde os russos eram 43% da população, Lenin se opunha às divisões com base nas nacionalidades. Ele se mantinha firme na unidade da classe trabalhadora. Ele lutou contra as tentativas de organizar entidades separadas para trabalhadores judeus, apesar do fato de que eles sofriam opressões diferenciadas e falavam outro idioma.
O PSE teve algum impacto inicial. A desilusão com o governo Blair de Londres fez com que parte da esquerda do Labour os apoiasse temporariamente, o que resultou no ganho de seis parlamentares e dois conselheiros em 2003. Em 2007, porém, eles perderam tudo e o partido implodiu. A tentativa de romper a hegemonia do Labour ou de fundar um partido de esquerda forte em seu lugar fracassou. Desde então, o giro a direita do Labour e a sucessão de governos trabalhistas em Londres abriu ainda mais espaço para os nacionalistas.
Portanto, a tentativa de fundar uma alternativa a esquerda do Labour, em bases bastante oportunistas, fracassou. Desde então, o PSE se dividiu e hoje praticamente desapareceu.
 
Os Escoceses querem a Independência?
 
Enquanto que os nacionalistas ganharam a maioria dos assentos de Holyrood, seu apoio não vem de seu discurso de independência, e sim da desilusão dos trabalhadores com o Labour em Westminster e seu homônimo escocês. Devemos ser cuidadosos e não confundir apoio aos nacionalistas com apoio á independência.
O apoio a independência na Escócia variou ao longo dos anos, chegando a um pico de 47% em Março de 1998 a 20% em 2009. Em Dezembro de 2011, voltou a subir e chegou a 38% (uma pesquisa feita pelo site YouGov em Janeiro verificou 33% a favor da independência e 53% contrários). Esses números coincidiram com a ascensão dos nacionalistas, que chegaram a 50% nas pesquisas, contra 26% do Labour, 12% para os Tories, 8% para os Liberal Democratas e 4% para os demais.
Enquanto que não há uma maioria a favor da independência, o apoio por medidas como essa demonstram um desejo de assumir maior controle sobre seus próprios assuntos. Precisamos ser sensíveis a esse desejo, que parte da vontade do povo escocês de ter um maior controle sobre suas próprias vidas. Portanto, devemos apoiar uma maior autonomia para o parlamento escocês.
Até certo ponto o apelo ao nacionalismo sofreu um abalo com a crise, que viu o discurso de “um arco de prosperidade” que envolveria, além da Escócia, a Irlanda, Islandia e Noruega. O “arco da prosperidade” foi reduzido a um “arco de crise”. A crise do euro também levou a pique a ideia dos nacionalistas de adotar o Euro como alternativa à Libra. Mas desde então, o apoio aos nacionalistas se recuperou e até aumentou depois das eleições de 2011. Isso, porém, não vai durar a medida que os cortes forem sendo aplicados.
O apoio do PNE à independência sempre foi bastante qualificado. Eles garantiram aos eleitores que a Rainha continuaria a ser a chefe de Estado mesmo após a separação. Eles também manteriam o uso da Libra ao invés do Euro. Mais recentemente, eles declararam que teriam no Banco da Inglaterra uma fonte de investimentos!
Ao lado disso, apesar de sua retórica anti nuclear, a questão das bases militares britânicas e das armas nucleares permanece nebulosa na proposta de independência do PNE.
Ao contrário da Escócia, a questão do nacionalismo no País de Gales é bem menos preponderante. Assim como na Escócia, a política de direita do Labour levou a desilusão de boa parte da classe trabalhadora ao partido, que sempre teve uma base solida na região, refletindo a composição proletária do país. Isso permitiu que o partido nacionalista local (Play Cymru) crescesse e até formasse coalizão com o Labour em administrações passadas. Mas recentemente esse partido tem perdido força.
Nas eleições legislativas de 2011, pela primeira vez o Play Cymru conseguiu menos assentos que o Torie. Mais uma vez, para conseguir apoio, o partido lançou a questão da independência. Enquanto que o partido tem o apoio de 20% do eleitorado, a questão da independência tem apoio de metade dessa porcentagem. Como resultado, alguns lideres do partido, de forma ultra oportunista, qualificaram a questão como “irrelevante”. Eles dizem, na prática: “se você não gosta dos meus princípios, posso mudá-los”.
O Play Cymru esta hoje em conflito com sua identidade e deu um Lee giro á esquerda, com a eleição de Lianne Wood para a liderança do partido. Com um governo trabalhista em Cardiff se apresentando como defensor dos interesses nacionais contra a ação da coalizão conservadora em Londres, o Plaid Cymru percebe que é difícil se posicionar, que a ideia de independência tem muito pouco apelo. Rhodri Glyn Thomas, um membro do parlamento, disse o seguinte:
“A economia esta em crise, o desemprego cresce mês após mês e alguém que falar de um conceito (independência) que ninguém entende bem o que significa. Infelizmente, porque na Escócia eles farão um plebiscito sobre o assunto, alguns acham que deveríamos fazer o mesmo aqui. Eu sugiro que elas vão à Escócia.”
Por isso é que Lianne Wood quer se concentrar nos assuntos econômicos, tais como a queda dos salários, desemprego e estresse no trabalho. Essa é a única direção que eles podem tomar se quiserem desafiar a hegemonia dos trabalhistas galeses. Contudo, com a polarização de classes cada vez mais clara, o próprio Labour será forçado a assumir posições mais radicais para manter o apoio de sua base e assim, os nacionalistas à margem das massas trabalhadoras.
A posição marxista sobre o assunto nada tem a ver com a dos partidos nacionalistas ou sindicalistas. Nossa visão é baseada nos interesses do povo escocês e principalmente, da classe trabalhadora escocesa e da Grã Bretanha como um todo. A Escócia é uma nação e seu povo tem direito a auto determinação. Contudo, a questão nacional, quando não abordada da forma correta, pode terminar em desastre. Em todos os casos, devemos nos perguntar: isso ajuda ou atrapalha a luta pelo socialismo? Ajuda a classe trabalhadora ou apenas cria divisões em seu interior? A resposta para essas duas perguntas determinará nossa postura, e nada mais.
 
Referendo
 
Como marxistas, devemos apoiar o referendo na Escócia sobre a independência nacional como um direito democrático. O PNE conquistou maioria no parlamento escocês, e o plebiscito é sua política. Salmond disse que o referendo será no  outono de 2014, no 700º aniversário da batalha Bannockburn, quando Robert, o Bruce derrotou os ingleses, ou mais importante, quando a Escócia vai sediar os jogos da Comunidade Britânica e a Copa Ryder. Eles estão se esforçando para adiar essa votação para o mais longe possível, mas isso pode ser contraproducente se por acaso o mundo sofrer outro abalo financeiro.
Contudo, nós continuamos firmemente opostos ao nacionalismo pequeno burguês que procura dividir a classe trabalhadora e suas instituições. Continuaremos a defender maior autonomia na Grã Bretanha, mas permaneceremos contrários à separação. Ao invés disso, apoiaremos a luta pelo socialismo no Reino Unido e internacionalmente e a união vital da classe trabalhadora nas ilhas britânicas para atingir esse fim.
O povo escocês tem direito a um referendo democrático sobre a independência sem qualquer interferência do governo de Westminster. Marxistas defendem o direito de auto determinação dos povos, inclusive à separação, caso esses povos assim desejem. Nós apoiamos suas aspirações nacionais por um governo próprio. Se a questão econômica for determinante para deixar ou permanecer no Reino Unido, argumentaremos contra.
É claro que não apoiamos o status quo, uma vez que não oferece qualquer solução real para os problemas da classe trabalhadora escocesa. Ainda assim nós enfatizaremos que uma independência sob uma base capitalista não resolveria os problemas dos trabalhadores. Nós precisamos nos diferenciar dos Tories e liberais que simplesmente defendem a União. Por outro lado, devemos sempre manter firmes as bandeiras por uma Grã Bretanha socialista e pelo socialismo internacionalista.
A questão do referendo escocês tem certo paralelo com o referendo do Mercado Comum de 1975, em relação a posição que tomamos. Então nós nos opusemos á entrada do Reino Unido no bloco e colocamos uma palavra de ordem alternativa: “Estados Unidos Socialistas da Europa”. Isso nos permitiu manter distancia dos conservadores e dos reformistas (inclusive stalinistas) que se opunham ao Mercado Comum por razões puramente nacionalistas.
É importante que façamos uma distinção clara entre nossa análise e a dos liberais, conservadores, trabalhistas e outros que só vão apoiar “devolução máxima” de autonomia na cédula de voto. Precisamos explicar que apoiamos essa iniciativa como parte da luta socialista, ligando-a com um governo trabalhista socialista que use seu poder para implementar medidas socialistas, coordenar nacionalizações, etc. Também devemos esclarecer que vemos isso como parte da luta de classes e uma ferramenta que pode ser utilizada para conscientizar e mobilizar os trabalhadores no resto da Grã Bretanha e do mundo.
Naturalmente alguns sectários sairiam em defesa da independência da Escócia, argumentando que seria “um golpe contra o estado britânico”. Essas pessoas não possuem qualquer perspectiva ou princípios validos e nada têm a ver com o marxismo. Eles representam uma adaptação oportunista do nacionalismo pequeno burguês. A perspectiva de uma revolução socialista vitoriosa na Escócia ou no País de Gales passa obrigatoriamente pela derrubada do capitalismo britânico em seu conjunto. A ideia de “socialismo em um só país” foi uma utopia reacionária da URSS. O que alguém pode dizer sobre uma “Escócia socialista” ou um “País de Gales socialista”?
Nós consideramos o desenvolvimento dos sindicatos e organizações políticas em toda a Grã Bretanha como um enorme avanço histórico. Portanto, rechaçaremos sempre qualquer tentativa de fazer retroceder o relógio da história e dividir o movimento operário em fronteiras nacionais. A ideia de que as ações revolucionárias da classe trabalhadora de Glasgow estarão divorciadas das dos trabalhadores de Newcastle, Manchester, Liverpool e Cardiff é ridícula. Colocar a revolução socialista em termos nacionalistas é completamente reacionário e indica uma mentalidade provinciana infantil. Como internacionalistas, devemos colocar a questão da revolução britânica no contexto da revolução europeia e mundial.
 
Unidade da classe
 
Historicamente, a classe trabalhadora britânica é uma só classe. Trabalhadores ingleses, escoceses e galeses compartilham uma historia de lutas de mais de dois séculos. Manter essa unidade é fundamental para derrotar a classe dominante britânica, que luta para manter seu domínio. Para combater os capitalistas britânicos é necessária a unidade de todos os trabalhadores a nível britânico em uma luta comum contra um inimigo comum.
Para triunfar em sua luta para derrotar o capitalismo e construir uma nova sociedade, os trabalhadores escoceses devem juntar forças com os milhões de operários ingleses e galeses. Qualquer ruptura nessa unidade significaria um grande golpe na luta pelo socialismo. A luta de classes na Grã Bretanha já se expande a um nível nacional. A unidade instintiva já foi demonstrada pelo movimento estudantil, que fez protestos de massas contra medidas que só seriam aplicadas, naquele momento, na Inglaterra e no País de Gales. Mais tarde, mais provas dessa unidade seriam dadas na disputa pelo governo local.
Com base na crise e nas medidas de austeridade que irá aplicar, o PNE verá seu apoio diminuir cada vez mais. A ideia de um “arco de prosperidade” no norte da Europa se provou totalmente falsa. Suas tentativas de impor medidas que agradem os investidores os colocarão em conflito com a classe trabalhadora. Os eventos sombrios que se aproximam servirão para alterar a consciência das massas na Escócia e em outros lugares.
O desenvolvimento das lutas operárias na Inglaterra, Escócia e País de Gales, como vimos na magnífica greve de 30 de Novembro, tenderá a unificar ainda mais os trabalhadores e, consequentemente, diluir a influencia nacionalista e liquidar os partidos que a sustentam. Somente a retomada das tradicionais organizações de massa da classe trabalhadora com genuínas políticas socialistas e o desenvolvimento de uma esquerda dentro de suas fileiras poderá se apresentar como alternativa aos setores que têm referencia nos nacionalistas.
A principal tarefa do proletariado escocês é se juntar com seus companheiros ingleses e galeses no combate às medidas do governo de coalizão. É a luta por políticas socialistas que é a verdadeira resposta à crise capitalista. A luta por uma Grã Bretanha socialista incluirá a auto determinação da Escócia e País de Gales como parte dos Estados Unidos Socialistas da Europa e de uma Federação Mundial de Estados Socialistas. Essa é a única saída
Traduzido por Arthur Penna

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