AOS AMIGOS DO BLOG
DURANTE O MES DE JANEIRO E FEVEREIRO ESTAREMOS TIRANDO FÉRIAS DO BLOG, VOLTAREMOS EM MARÇO COM NOVAS POSTAGENS. AGRADEÇO A TODOS E TODAS E UMA BOAS FÉRIAS PARA EU E MINHA FAMILIA.
Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
Crime e Castigo
(Crime and Punishment) Schuld und Sühne (1998) | |||||||||||||||
Poster
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Sinopse
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São
Petersburgo, 1859. Ródia Raskólnikov é um estudante que acaba de ser
suspenso da universidade acusado de fazer parte de um grupo anarquista.
Inteligente, ele tem uma teoria: acredita que certos indivíduos são
superiores, a exemplo de Napoleão, dispostos a realizar façanhas
grandiosas, que estão acima da lei e capazes de cometer qualquer tipo de
transgressão sem sofrer punição. Raskólnikov acredita ser um desses.
Dúnia, sua irmã, está disposta a se casar com um homem rico e
desprezível; Sônia, uma moça ingênua e doce, decide prostituir-se para
sustentar sua família que encontra-se à beira da miséria. Transtornado,
decide matar uma agiota, mulher que considera inútil e que vive a
usurpar as pessoas, inclusive ele, afim de provar sua teoria e conseguir
algum recurso. Incapaz de livrar-se do sentimento de culpa, Raskólnikov
passa a viver atormentado por visões e pesadelos de seu ato. Porfiri, o
investigador de crimes, com paciência e estratégia irá conduzir o caso a
sua maneira, prolongando o final aguardado. E Ródia encontrará no amor
incondicional de Sônia a redenção necessária para se redimir do crime
que cometeu.
Sinopse: carloschagas
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Elenco
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Informações sobre o filme
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Informações sobre o release
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Patrick Dempsey - Ródia Raskólnikov Ben Kingsley - Porfiri Julie Delpy - Sônia Eddie Marsan - Dimitri Lili Horvath - Dúnia József Gyabronka - Lújin Richard Bremmer - Arkadi Carole Nimmons - Marfa | Gênero: Drama Diretor: Joseph Sargent Duração: 87 minutos Ano de Lançamento: 1998 País de Origem: Estados Unidos da América Idioma do Áudio: Alemão IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0144041/ | Qualidade de Vídeo: DVD Rip Vídeo Codec: XviD Vídeo Bitrate: 2.016 Kbps Áudio Codec: MPEG1/2 L3 Áudio Bitrate: 128 kbps 44 KHz Resolução: 704 x 512 Aspect Ratio: 1.375 Formato de Tela: Tela Cheia (4x3) Frame Rate: 25.000 FPS Tamanho: 1.394 GiB Legendas: Em anexo |
Curiosidades
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- O filme foi rodado na Polônia, reproduzindo com proximidade o cenário da São Petersburgo de Dostoiévski. - O filme, diferente de outras versões para o cinema, enfatiza as cenas de pobreza e abismo social entre as classes. | ||
Coopere, deixe semeando ao menos duas vezes o tamanho do arquivo que baixar.
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Ficha Técnica do filme:Título original em bengali: Oporayito (O Invencível).Diretor: Sotioyit Ray (Bengala-Índia, 1956, Branco e Preto, 115 min.).Roteiro: S. Ray, baseado no romance de Bibhutibhushan Bondopadhai.Música: Robi Shonkor. Fotografia: Subroto Mitro.Atores: Kanu Banerji (Harihar Ray, o pai), Karuna Banerji (Sorboyoya, a mãe), Pinaki Sengupto (Opu jovem), Smaron Ghosal (Opu adolescente), Santi Gupto (Ginnima), Subodh Ganguli (o diretor da escola), Hemonto Chatteryi (o mestre), Horendrokumar Chokrovorti (o doutor) e outros.Prémios: Leão de Ouro ao melhor filme no Festival de Veneza de 1957. Golden Gate ao melhor diretor no Festival de São Francisco e Melhor Filme Estrangeiro no BAFTA.Argumento: Depois do falecimento de seu pai e de viver por algum tempo na cidade sagrada indiana de Benarés, o jovem Opu, de dez anos, muda-se com a sua mãe para a casa de um tio que os acolhe. Opu frequenta a escola local onde é um bom aluno, ao ponto de receber uma bolsa para realizar estudos superiores e ir estudar a Calcutá. Opu decide partir e sua mãe fica angustiada com a sua partida e com a sua crescente independência. Ela ama muito seu filho e pretende o seu sucesso, mas não quer ficar sozinha. O filme é sem dúvida uma comovente e bela história filmada sobre a vida e a morte no seio de uma família bengali. Configurou o segundo título da famosa trilogia de Ray intitulada «O Mundo de Opu».Na Índia só um guru é um verdadeira modelo de mestre:
Um dia Tagore, diante dos estudantes, futuros mestres, da Escola Normal de Tóquio no Japão, pronunciou, entre outras, as lindas palavras seguintes: «Para ser mestre de crianças é completamente necessário ser como uma criança, esquecer o que sabemos e que já chegamos ao final dos conhecimentos. Se se quer ser um verdadeiro guia de crianças, não há que pensar em que se tem mais idade, nem que se sabe mais, nem nada polo estilo; há que ser um irmão mais velho, disposto a caminhar com as crianças pola mesma senda do saber elevado e da aspiração. E o único conselho que posso dar-vos nesta ocasião, se vos ides dedicar a ensinar aos filhos dos homens, é este: que cultiveis a alma da criança eterna».
Eis o modelo de mestre de um ashram, que teria que ser o de todas as escolas do mundo. Uma espécie de guru, palavra sagrada para os indianos, que só pode ser usada com aqueles mestres que reúnem as seguintes qualidades: ser alegre, otimista, altruísta, amar a vida, possuir profundos valores humanos, amar a paz, ser solidário, amar a natureza, respeitar a psicologia das crianças, adaptar-se às mesmas (não que estas se adaptem ao mestre), saber motivar e entusiasmar, saber provocar o interesse e a curiosidade, não impor as suas ideias respeitando as dos estudantes, caminhar ao lado dos alunos para refletir sobre os saberes e aprendizagens que se vão adquirindo, compreender as possíveis faltas dos educandos, não empregar a estratégia dos prémios e os castigos, fomentar a bondade e a generosidade, a verdade, os valores éticos e o disfrute da beleza ali onde existe, nas pessoas, em toda a natureza, no céu, o sol, a lua e as estrelas, a beleza da poesia, a música, a dança, o teatro, o cinema... E, acima de tudo, ser uma pessoa íntegra, que também tem profundos conhecimentos da cultura mundial, que sabe bem ensinar com acertadas estratégias didáticas. Não fechando-se às diferentes culturas e formas de ver a vida e não sendo sectário perante a diversidade que existe.
Um formoso filme cheio de belas imagnes da vida mesma:O cinema de Ray, que se formou na universidade internacional Visva-Bharoti de Santiniketon e foi aluno de Tagore, é de um elevado realismo. Recebeu grande influência do grande diretor Jean Renoir e do neorrealismo italiano, especialmente do filme de De Sica Ladrão de bicicletas, que o entusiasmou quando o viu em Londres. Ray escreveu nos anos 40 estas belas palavras: «A crueza das imagens do cinema é a própria vida. É inacreditável como um país que inspirou tanta pintura, música e poesia, falhe perante o realizador de cinema. Ele só tem de ter os olhos abertos e os ouvidos atentos. Deixem-no fazê-lo». Foi grande amigo de Renoir, Antonioni e Kurosawa. Este chegou a dizer uma vez acertadamente: «Não ter visto o cinema de Ray significa existir no mundo sem ver o sol ou a lua». Precisamente aí radica a força do seu cinema, muito bem representado no filme que comentamos, o segundo da sua formosa e famosa trilogia intitulada «O Mundo de Opu».O Invencível, título do filme, demonstra certa ironia, da própria vida retratada, que lhe tirou tudo ao rapaz protagonista, ficando ele só e os seus sonhos. O falecimento antes de seu pai e logo de sua mãe, uma cena além de muito bela, acompanha um dos simbolismos mais fortes para a personagem de Opu até então. Este momento conta-o em imagens de grande sensibilidade o cineasta bengali. A história da família, as personagens tratando de sobreviver e prosperar, chegam-nos diretamente ao coração e compreendem-se em qualquer parte do mundo. Tudo está contado e filmado de maneira singelamente magistral. Uma delícia cinematográfica que convida a refletir sobre a vida humana, sobre o esforço dos nossos pais para que saiamos adiante e sejamos mais que eles, sobre quão ingratos somos os filhos com os pais, algo que não reconhecemos até que se nos vão deste mundo e já não podemos olhá-los mais aos olhos.O filme tem ritmo, fluidez e, embora com certa tristeza, esconde um transfundo de esperança. Não deixa de ser um reflexo da vida mesma, a inocência da infância que se vai forçosamente, dando passo à etapa em que se começa a ver o mundo mais claramente e a aprender dele. A aprender com boas formas, estudando, e com outras menos bem recebidas, com os golpes que dá o destino. Estamos perante um filme precioso, com uma história bem contada, de uma força prodigiosa. O impacto de cada imagem encontra-se na exuberância da paisagem de Bengala, na presença da natureza, nas modestas vivendas humanas, no modo de vida, nos costumes, nas tradições, nos exóticos sons dos instrumentos musicais autóctones e, especialmente, nas pessoas em si. As suas relações, conversas, preocupações, esperanças, tristezas e felicidade.Possivelmente estamos perante o filme que melhor representou a etapa da adolescência, ademais de forma universal, fácil de entender em todos os lugares do mundo. No qual também se apresenta a dicotomia entre o campo e a cidade, o contexto rural e o urbano. Um representando a resignação e a tradição. O outro a vida moderna, o crescimento, o progresso e o futuro. Ao menos no contexto dos anos vinte desse grande e imenso país que é Índia. Tema este que hoje veríamos com outros olhos e outra atitude, pois são muitos os que, não só por razões económicas, voltam às aldeias e ao mundo rural, onde acham que há mais autenticidade, mais solidariedade, menos individualismo, mais cooperação e menos poluição.Este formoso filme de Ray reflete à sua vez isso que chamamos «lei de vida», onde por desgraça ou por sorte assim é, e não há volta atrás na escolha dos nossos factos. Um filme que convida à reflexão e que é verdadeira poesia. E não só por mostrar o modelo das escolas-ashrams indianas. Também por mostrar o importante que é o papel e o labor das mães na educação dos filhos e na vida em geral dum país. Muitas vezes injusta e imoralmente pouco valorados. Uma obra-mestra realizada polo diretor bengali Ray, quem, merecidamente, em 1992, recebeu o Óscar por toda a sua magna e linda filmografia.Temas para refletir:
- Analisar o importante que é ter bons mestres e docentes, com qualidades humanas e didáticas. Fazer propostas de como poderíamos escolhê-los e como formá-los adequadamente. Tomar como ponto de partida os únicos modelos de formação do professorado acertados que tivemos no país: o Plano Profissional de 1931 e o Plano de 1967.
- Analisar a linguagem cinematográfica utilizada por Ray neste filme: tipos de planos, movimentos de câmara, uso do tempo e do espaço, simbolismo das diferentes imagens e como amostra nitidamente que no cinema, mais que a palavra, a imagem é o mais importante. Por isso a mais acertada definição de cinema é que é a arte das imagens em movimento.
- Desenhar um plano de formação do professorado em exercício, para levar para a frente no país, com o objetivo fundamental de sensibilizar os atuais docentes de todos os níveis educativos sobre o seu importante ofício e também a sua responsabilidade perante os estudantes. Acompanhado de um importante projeto formativo sobre adequadas estratégias educativas para utilizar nas aulas. Este tema, nesta altura, com um tão nefasto ministro da educação, o pior em muitos anos, não deixa de ser uma utopia. Por isso o melhor, para o por em prática, é a auto-organização dos docentes. Como aquela que se teve que fazer nos anos sessenta e setenta durante as últimas décadas do franquismo.
(*) Académico da AGLP, didata e pedagogo tagoreano. Autor, igualmente, da coluna de opinião Dizer e Fazer.