O Sacrifício (Offret) The.Sacrifice.1986.720p.BluRay.x264-CiNEFiLE | |||||||||
Poster | Sinopse | ||||||||
Intelectual aposentado e ateu, Alexander vive confinado em sua casa de campo com a mulher, o filho pequeno e seus dilemas existenciais. Durante seu aniversário, na companhia de amigos, a televisão anuncia uma tragédia nuclear que poderá causar a extinção da humanidade. O medo do fim leva todos ao desespero e provoca reações inesperadas nos convidados. Movido pela irracionalidade da fé que sempre desdenhou, o anfitrião busca uma saída espiritual para salvar o planeta. Último trabalho do diretor russo Andrei Tarkovsky – e com o qual arrematou o prêmio especial de júri e crítica em Cannes-, o Sacrifício foi rodado na Suécia com a ajuda de colaboradores do seu grande ídolo Ingmar Bergman. Nele, Tarkovsky dá sua última e derradeira mensagem: de que nos momentos difíceis, mesmo aqueles que crêem no livre-arbítrio, acabam sempre esbarrando na espiritualidade. No desespero, toda descrença e subversão agnóstica caem por terra e o homem cabalmente sucumbe a Deus para encontrar refúgio. Como tudo parece um grande pesadelo, o filme também permite outras leituras como a paranóia de um conflito nuclear, já que a Guerra Fria ainda era presente na década de 80 ou mesmo uma crise existencial agravada pela reclusão do protagonista. De: http://blig.ig.com.b...ky-suecia-1986/
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Elenco | Informações sobre o filme | Informações sobre o release |
Erland Josephson, Susan Fleetwood, Allan Edwall, Guðrún Gísladóttir, Sven Wollter, Valérie Mairesse, Filippa Franzén, Tommy Kjellqvist, Per Källman, Tommy Nordahl Para detalhes, vide IMDB | Gênero: Drama Diretor: Andrey Tarkovsky Duração: 2h 28mn Ano de Lançamento: 1986 País de Origem: Suécia Idioma do Áudio: Sueco IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0091670/ | Qualidade de Vídeo: BR Rip Container: MKV Vídeo Codec: V_MPEG4/ISO/AVC Vídeo Bitrate: 4517 Kbps Áudio Codec: AC3 Áudio Bitrate: 640 Kbps Resolução: 1200x720 Aspect Ratio: 1.667 Formato de Tela: Widescreen Frame Rate: 23.976 Tamanho: 5.465 GiB Legendas: Em anexo |
Crítica | ||
Palavras, palavras. Teatro insuficiente das palavras. "Ninguém vai fazer nada?" – pergunta a si mesmo o patriarca da família. "Tudo será sempre igual, se fizermos tudo sempre da mesma forma?" O Sacrifício é o testamento de um cinema em busca de um ultrapassamento, de um cinema em que a fissura da superfície aparece como obsessão – de uma vida de imagens debruçadas sobre a possibilidade da ruptura, da quebra, do estilhaçar de um certo apaziguamento aparente das coisas. Em O Sacrifício, a normalidade aparece na forma marcada e gélida de uma família sueca que se encontra para comemorar o aniversário de seu patriarca. A tensão dos gestos, a aspereza dos diálogos, a rugosidade das paredes vazias ao longo do primeiro terço do filme, todo o teatro das cenas remete a um lugar ao mesmo tempo de conforto/acomodação e de profundo incômodo. Há um grito latente no perambular dos personagens, nas trocas de olhares entre pais e filhos, patrões e empregados, maridos e esposas... Atores e mobílias da casa parecem se igualar na sua manutenção da ordem, na sua economia dos espaços. Em meio a toda essa frieza, o patriarca se sobressai como a figura que carrega no peito uma angústia, um se indispor diante da vida-posta, uma condição espiritual que dá a ele um sentido patético, uma espécie de fantasma de gestos vagos. É apenas com o seu pequeno filho, porém (e só com ele), que o homem consegue travar um embate direto – ironia-poética de Tarkovski, o menino acaba de passar por uma cirurgia na garganta e não pode falar – se comunicando apenas por gestos e grunhidos, sob um chapéu de pano branco que lhe esconde o rosto. Desde o primeiro plano essa relação é estabelecida, como se naquele menino estivesse a imagem reposta de uma esperança ainda sem palavras. O filme se inicia assim: com os dois personagens, ao longe, plantando juntos uma árvore à beira de um lago, enquanto o homem narra a fábula de um homem cuja sina era regar uma árvore morta (até que ela florescesse novamente...). Nesse certo sentimento de impossível, Alexander (o pai) reitera a figura do desviante, do visionário trágico, presente em diversos aspectos da obra do diretor. É ele que, numa espécie de sonho-sono-previsão do futuro, vê ou antevê a explosão de uma guerra nuclear de proporções mundiais que aparecia como o anúncio do apocalipse. Alexander se ajoelha e lança os olhos para o alto: por cerca de um minuto, faz sua súplica ao vazio, coloca a própria ordem (família, casa, filhos) de sua vida em sacrifício e promete deixar tudo para trás "se tudo voltar a ser como antes...". Nesse misto de transe, de histeria, o personagem quase-nonsense do carteiro faz as vezes de um anjo mensageiro/consciência, que sussurra para Alexander a única e absurda saída: fazer amor com uma misteriosa empregada da casa, uma bruxa capaz de reverter o destino trágico da humanidade. Tarkovski não faz diferenças de tom, de verdade, entre as possíveis alucinações e a rotina da casa, tudo é apresentado no mesmo tom, na mesma cadência, e às vezes o absurdo parece mais plausível do que a ordem tão naturalizada das coisas. O filme, sem palavras claras, vai aos poucos narrando as ações de Alexander, e nos fazendo reconhecer em suas ações os gestos extremos das palavras proferidas em sua súplica. A casa em chamas, uma certa alegria trágica. O Sacrifico é um elogio dos gestos extremos, da incapacidade de deixar que tudo permaneça, do ultrapassamento de seus sentimentos mais sedimentados para a possibilidade de uma sobrevida do homem. Loucura e libertação andam juntas, e é belíssimo ver como Tarkovski inscreve esse sentido na carne do filme. É notável o longo plano-seqüência em que Alexander corre de seus familiares e da ambulância antes de ser capturado num vasto campo gramado – a casa em chamas ao fundo e a correria quase ridícula, tira o filme da sintonia apática, dos gestos marcados, da câmera dura. Há um pequeno caos, uma pequena ruptura, um pequeno sacrifício da vida como ela é, para que a própria vida possa perpetuar-se/expandir-se para além do hábito. O apocalipse não como fim de tudo, mas como o findar de tudo numa repetição sem limites. O Sacrifício é um elogio do ir além, uma ode à vida como possibilidade de reinvenção e não como manutenção do mesmo. A saúde da loucura, sua capacidade de tirar as coisas do lugar, como esse necessário sacrifício do espírito diante da amenização da vida. Último filme de Tarkovski, O Sacrifício é dedicado a seu filho e termina com o menino de Alexander deitado aos pés da árvore morta, que ainda não floresceu. Essa imagem final, de esperança (mais do que de melancolia), é o plano final da filmografia do diretor. É quando ouvimos, pela primeira vez (e somente), a voz pequena do menino e ele profere a pergunta primeira, a mais essencial de todas ("No início era o verbo" – ação primordial do espírito) – aquela que talvez fosse a saída para o recomeço que o cinema de Andrei Tarkovski sempre se esmerou em intuir, ou seja: "Por que, meu pai, por quê?". Felipe Bragança, em Contracampo | ||
Coopere, deixe semeando ao menos duas vezes o tamanho do arquivo que baixar. |
Versão
baixada do Karagarga, mas disponível em http em diversos fóruns
(HDArena, tehParadox, etc). Rip do Blu-Ray da Kino Lorber lançado
recentemente.
Upgrade de O Sacrifício / Offret (1986)
O torrent, com a legenda em inglês embutida no arquivo:
The.Sacrifice.1986.720p.BluRay.x264-CiNEFiLE.6553840.TPB.torrent 14.51K
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A legenda em português, devidamente sincronizada:
The.Sacrifice.1986.720p.BluRay.x264-CiNEFiLE.rar 21.91K
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