Todo
apoio à greve dos professores
A menos de uma semana após
a Assembléia no Palácio dos Bandeirantes, onde os
professores e estudantes protagonizaram uma heróica
resistência
diante dos ataques da Tropa de Choque de José Serra,
mais
uma vez o governo montou uma praça de guerra para
tentar
intimidar os professores. Mesmo a direção do
sindicato
tendo feito um acordo com a PM para não ocupar a
paulista,
os professores furaram o bloqueio montado pela PM
tomando
mais uma vez as duas pistas da Paulista antes do
início da
passeata até a Praça da República (sede da
Secretaria da
Educação do Estado de São Paulo). Em Assembléia foi
decidido, por unanimidade, dar continuidade à greve.
A próxima
assembléia ocorrerá no dia 8 de abril na Avenida
Paulista
e seguirá novamente até a Praça da Republica. Como o
governo se recusa abrir negociações, foi aprovado de
forma
difusa permanecer na praça até que o governo atenda
as
reivindicações.
A greve dos professores
pelos atores envolvidos e pela repercussão que terá
no cenário
político regional e nacional requer a maior atenção
de
todos setores
organizados da classe trabalhadora. Como já
afirmamos
anteriormente a direção do sindicato, que é dirigido
pela
Articulação (corrente política de Lula que dirige o
PT e
a CUT) apesar de dirigir a ampla maioria dos
sindicatos no
Brasil, ainda não moveu uma palha para mobilizar os
demais
setores em apoio a essa greve fundamental.
Outro aspecto é que essa
luta para ter chances de vitória requer uma
mobilização
que conte com o apoio efetivo de outras categorias
organizadas. Nesse conflito o governo Serra conta
com o
apoio das principais forças burguesas do Estado,
basta
verificar a linha editorial dos principais meios de
comunicação
sobre a greve para se verificar quão mentirosa e
oportunista são os meios de comunicação que
representam a
classe dominante.
A direção do sindicato
dos professores vive um grande dilema, pois, apesar
de
interessada no desgaste de José Serra (concorrente
direto
de Dilma, candidata de Lula), sua posição política é
um
entrave, que deve ser superado, para que a luta
contra Serra
possa desenvolver todas as suas possibilidades. Isso
porque,
de um lado, as políticas educacionais do Estado de
São
Paulo estão em total consonância com as do governo
Lula
(Reforma do Ensino médio com objetivo de tirar do
currículo
disciplinas fundamentais para o conhecimento,
sistema de
avaliação externa que visa classificar e punir
professores, destruição da carreira docente,
financiamento
educacional submetido às metas de superávit
primários com
vistas a reduzir investimentos no setor), o que não
permite, a esse setor,
uma crítica contundente à política
educacional de
Serra, pois significaria criticar as políticas
levadas a
cabo em âmbito nacional
por Lula. Essa direção burocrática teme mais a
unificação dos trabalhadores pela base do que a
derrota
para Serra, pois a separação corporativa da luta é
uma
forma eficiente de limitar as mobilizações e
reivindicações
no interior da ordem.
Mobilizar a juventude e a
classe a trabalhadora em defesa dos professores da
escola pública
É dentro desse cenário
que as alternativas classistas dos trabalhadores,
como a
CONLUTAS, devem apresentar políticas e posturas de
mobilização
que superem os limites da burocracia lulista. Nesse
sentido,
é necessário realizar uma verdadeira campanha
nacional em
defesa dos professores e de suas reivindicações. Uma
ampla
campanha de esclarecimento deve contar, também, com
ações
de rua, como passeatas, bloqueios, assembléias, atos
nas
cidades etc. Outras iniciativas solidárias como
coleta de
fundos de greve são decisivas nesse momento.
Em boletim anterior
defendemos a realização de um acampamento em frente à
Secretaria da Educação com meio
político–organizativo
para dar visibilidade ao movimento grevista. A
proposta,
aprovada na assembléia, de permanecer em frente à
Secretaria da Educação deve ser tratada com a
seriedade e
conseqüência que merece, pois, mesmo com a saída de
Serra
do governo devido ao prazo legal para realizar sua
campanha
eleitoral, a estratégia do governo de quebrar a
resistência
do magistério para continuar aprofundando os ataques
à
educação pública permanece. Assim, a proposta
aprovada
para fazer o governo recuar deve ser levada à sua
radicalidade.
O
movimento estudantil combativo que já vem
desempenhando um
papel fundamental nessa luta pode contribuir de
maneira
ainda mais decisiva para fazer a luta dos
professores chegar
ao conjunto da classe trabalhadora através de
panfletagens
nas fábricas, da mobilização de colunas cada vez
maiores
de estudantes nas assembléias e demais ações. Para
que
isso se efetive de forma massiva é necessário abrir
um
amplo debate no interior das universidades e com os
alunos
da escola pública. Não há mais lugar para a rotina.
Assim, convocar assembléia em todas universidade
para
discutir o significado dessa luta e como apoiar
efetivamente
as ações dos professores é fundamental.
A
greve continua
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Práxis
na greve
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Práxis
na greve
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Na
Avenida Paulista
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