segunda-feira, 5 de março de 2007


Led Zeppelin - BBC Sessions











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CRISTHIAN LIBERADO PARA MARCAR!!!!


Antes tarde do que nunca. Depois de mais de um mês de espera, o centroavante Christian finalmente pode respirar aliviado. Ele foi liberado nesta segunda-feira pela Fifa e tem condições legais de vestir a camisa do Inter em 2007. O jogador já é opção para a partida desta quarta-feira, contra a Ulbra.
Porém, Abel não confirma escalação de Christian.
A informação foi divulgada pelo vice-presidente jurídico do Inter, Luiz Antônio Lopes, em entrevista coletiva no Beira-Rio. O Colorado não utilizava Christian por medo de sofrer futuras punições, já que o jogador assinou com seu terceiro clube em período inferior a um ano, o que é proibido pela Fifa. Com a liberação da entidade, termina o receio colorado e a angústia do atleta.
Contra a Ulbra, ele pode aparecer no time no lugar de Alexandre Pato, que está fora porque sente pancada no tornozelo. Outra opção é Adriano Gabiru entrar no time e Christian ficar no banco.

sábado, 3 de março de 2007

MISTÉRIO: COMO A RIQUEZA CAUSA A POBREZA NO MUNDO

por Michael Parenti [*]

Há um "mistério" que deve ser explicado: como é possível que se os investimentos empresariais e a ajuda estrangeira, além dos empréstimos internacionais, aumentaram de forma espectacular em todo o mundo ao longo da última metade do século passado também tenha aumentado a pobreza? O números de pessoas pobres está a crescer numa proporção maior que a da população mundial. O que podemos concluir disto?

Na segunda metade do século passado, os bancos e a indústrias dos EUA (além de outras empresas ocidentais) investiram muito nas regiões pobres da Ásia, África e América Latina conhecidas como "Terceiro Mundo". As transnacionais são atraídas pelos ricos recursos naturais, o alto rendimento devido aos baixos salários, e pela quase completa ausência de impostos, regulamentos ambientais, direitos laborais e custos de segurança laboral.

O governo dos EUA subsidiou esta fuga do capital mediante a concessão às empresas de isenções fiscais destes investimentos no mundo, e inclusive com o pagamento de parte dos gastos de transferência, o que escandalizou os sindicatos que vêm como os postos de trabalho se evaporam na sua própria casa. As transnacionais expulsam os negócios locais no Terceiro Mundo e apoderam-se dos seus mercados. O cartel estado-unidense da indústria agropecuária, generosamente subsidiado pelos contribuintes estado-unidenses, inunda o mercado de outros países com os seus produtos excedentes de baixo custo e afunda os agricultores locais. Tal como descreve Christopher Cook em Diet for a Dead Planet (Dieta para um planeta morto): expropriam as melhores terras para o cultivo industrial destes países, para convertê-la habitualmente em monocultura, o que requer grandes quantidades de pesticidas, reduzindo cada vez mais as áreas cultivas de centenas de variedades de colheitas que tradicionalmente seriam de alimento às populações locais.

Mediante a deslocação das populações locais das suas terras e do saqueio das suas fontes de auto-suficiência, as empresas criam mercados de trabalho saturados de gente desesperada e forçada a viver em bairros de lata e a trabalhar duro por salários de miséria (quando podem trabalhar), violando amiúde as leis destes países sobre salário mínimo.

No Haiti, por exemplo, paga-se aos trabalhadores 11 centavos por hora quando trabalham para empresas gigantes como Disney, Wal-Mart e J.C. Penny. Os EUA são um dos países que se recusaram a firmar a convenção internacional para a abolição do trabalho infantil e do trabalho forçado. Esta posição deve-se às práticas de trabalho infantil por parte das empresas estado-unidenses no Terceiro Mundo e no próprio interior dos EUA, onde crianças de 12 anos padecem uma alta proporção de acidentes e mortes, recebendo muitas vezes pagamentos inferiores ao salário mínimo.

As poupanças que os grandes negócios arrecadam da força de trabalho barata no estrangeiro transformam-se em preços baixos para os seus consumidores de outros lugares. Não é para que os consumidores dos EUA poupem dinheiro que as empresas contratam força de trabalho barata em regiões remotas. Contratam-na para aumentar a sua margem de lucro. No ano de 1990, os calçados feitos por crianças indonésias que trabalhavam 12 horas diárias por 13 centavos à hora, custava apenas 2,60 dólares, mas era vendido por 100 dólares ou mais nos EUA.

A ajuda dos EUA a países estrangeiros normalmente vai a par do investimento transnacional. Aquela subvenciona a construção das infraestruturas que as empresas no Terceiro Mundo precisam: portos, auto-estradas, refinarias.

A ajuda concedida aos governos do Terceiro Mundo é condicionada. Muitas vezes tem de ser gasta em produtos dos EUA, e pede-se ao país receptor que dê preferências de investimento às companhias estado-unidenses, substituindo o consumo de mercadorias e alimentos internos por outros importados, com o que se cria mais dependência, fome e dívida.

Uma boa parte da ajuda monetária nunca vê a luz do dia, pois vai directamente para os bolsos de funcionários corruptos dos países receptores.

A ajuda (ou o que seja) também provem de outras fontes. Em 1944 as Nações Unidas criaram o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). O poder de voto em ambas as organizações está estabelecido de acordo com as contribuição financeira de cada país. Como maior "doador", os EUA têm a voz dominante, seguido pela Alemanha, Japão, França e Grã-Bretanha. O FMI opera em segredo com um grupo de banqueiros selecto e altos funcionários dos ministérios da economia seleccionados maioritariamente entre os países ricos.

Supõe-se que o BM e o FMI devam prestar assistência às nações para o seu desenvolvimento. O que ocorre na realidade é outra coisa. Um país pobre solicita um empréstimo ao BM para o fortalecimento de alguns aspectos da sua economia. Se acontecer não poder devolver os altos juros porque diminuem as exportações ou por qualquer outra razão, ver-se-á forçado a pedir um novo empréstimo, mas desta vez ao FMI.

Mas o FMI impõe um "programa de ajuste estrutural", que assinala aos países devedores a concessão de isenções fiscais às transnacionais, a redução dos salários, a não protecção das empresas locais das importações e das aquisições estrangeiras. Pressiona-se os países devedores a que privatizem suas economias e vendam a preços escandalosamente baixos suas minas, ferrovias e serviços públicos às empresas privadas.

Estes países são forçados a abrirem as suas florestas para o corte e as suas terras para serem estripadas em benefício de explorações mineiras a céu aberto, sem a menor consideração pelo dano ecológico que possam causar. Os países devedores também devem cortar os subsídios para a saúde, a educação, o transporte e os alimentos, com o objectivo de gastar menos com a sua gente para dispor de mais dinheiro para satisfazer os pagamentos da dívidas. Pressionados a aumentar os cultivos destinados à exportação e dispor de rendimentos, estes países tornam-se cada vez menos capazes de alimentar a sua própria população.

Por estas razões os salários reais minguaram em todo o Terceiro Mundo, e a dívida nacional cresceu tão vertiginosamente que chegou ao ponto de absorver quase todos os rendimentos de exportação dos países pobres, o que cria mais empobrecimento até levar o país devedor até mesmo à impossibilidade de prover às necessidades da sua população.

Expliquei o "mistério". Não existe, naturalmente, o referido mistério — a não ser que se seja partidário da mistificadora teoria do "gotejamento" [segundo a qual a riqueza dos ricos acaba beneficiando, "gotejando", os pobres; segundo esta teoria os governos devem ajudar as empresas porque assim se realiza o círculo virtuoso pelo qual se cria riqueza, o que por sua vez cria emprego, que provoca maior consumo… e todo o mundo sai felizmente beneficiado. N. do T.]. Por que a pobreza aumentou enquanto a ajuda externa e os empréstimos e os investimentos cresceram? Resposta: empréstimos, investimentos e outras formas de ajuda estão concebidos não para combater a pobreza e sim para o aumento da riqueza dos investidores transnacionais a expensas das populações locais.

Não existe o tal gotejamento e sim uma transferência dos muitos que trabalham para os poucos endinheirados.

Na sua permanente confusão, alguns críticos liberais concluem que a ajuda estrangeira e os ajustes estruturais do BM e do FMI "não funcionam"; o resultado final é que há menos auto-suficiência e mais pobreza para os países receptores, asseguram. Por que os membros dos estados ricos continuam contribuir com fundos para o FMI e o BM? Serão os seus líderes menos inteligentes que os críticos que continuam a adverti-los de que as suas políticas estão a ter o efeito contrário?

Não, são os críticos que são estúpidos e não os líderes ocidentais e os investidores que tanto possuem deste mundo e que desfrutam de imensas riquezas e êxito. Continuam com a sua ajuda e os programas de empréstimos estrangeiros porque tais programas funcionam. A pergunta é: para quem funciona? Cui bono?

O propósito por trás dos seus investimentos, empréstimos e programas de ajuda não é elevar o bem estar das massas em outros países. Este não é o negócio deles. O propósito é servir os interesses da acumulação de capital mundial, possuir as terras e as economias locais da população do Terceiro Mundo, monopolizar seus mercados, rebaixar seus salários, encadear seu trabalho com dívidas enormes, privatizar seu sector público e impedir estes países de se converterem em competidores comerciais não permitindo que se desenvolvam normalmente.

No que se refere a isto, os investimentos, os empréstimos externos e os ajustes estruturais funcionam muito bem.

O mistério real é: por que algumas pessoas consideram que uma análise como esta é muito improvável, uma invenção "conspirativa"? Por que são tão avessas a aceitar que os governantes dos EUA exercem, de maneira cúmplice e deliberadamente, esta implacáveis políticas (contenção dos salários, redução da protecção ambiental, eliminação do sector público, corte dos serviços humanitários) no Terceiro Mundo? Estes governantes estão a perseverar em muitas destas políticas exactamente aqui, no nosso próprio país.

Já não será hora de que os críticos liberais deixem de crer que as pessoas que já possuem uma grande parte do mundo, e querem apoderar-se de tudo, são "incompetentes" ou "insensatas", ou que "erram na avaliação das consequências não intencionadas das suas políticas"? Não avisado pensar que os inimigos não são tão inteligentes quanto nós mesmos. Eles sabem onde estão os seus interesses, e nós também deveríamos sabe-lo.

[*] Trabalhou em numerosas universidades dos Estados Unidos. Os seus livros mais recentes são The Assassination Of Julius Caesar , Superpatriotism , The Culture Struggle e L'horreur impériale : Les Etats-Unis et l'hégémonie mondiale (encomendas efectuadas através dos links acima permitirão que resistir.info receba uma pequena comissão).



Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

sexta-feira, 2 de março de 2007

LÁ VAI O PATO, PATATI, PATACOLÁ! LÁ VAI O PATO...

O Internacional já cogita prorrogar o contrato do atacante Alexandre Pato por mais cinco anos para aumentar o valor de sua multa rescisória para US$ 40 milhões (cerca de R$ 85 milhões).

No ano passado, o clube gaúcho já fez um contrato com o jovem atleta, de apenas 17 anos, até 2009, fixando o valor da multa em US$ 20 milhões.

Mas a estréia do jogador no Beira-Rio, na última quarta, na vitória por 3 a 0 sobre o Emelec, pela Taça Libertadores, fez os dirigentes repensarem o valor do atacante.

Pato deu assistência para um gol e marcou outro, levando os torcedores ao delírio. "Vamos prorrogar o contrato dele, como fazemos com os jogadores que se destacam. ele receberá um aumento salarial e, com isso, a multa rescisória também aumentará", disse o presidente do clube, Vitório Piffero.Lamentável, pois é mais um jogador fora-de-série que deixa o Brasil por absoluta falta de perspectiva financeira. Quarto mundo é assim mesmo.
Pato dessa forma deverá acompanhar Luiz Adriano que está de passagem marcada para a Ucrânia, pasmem,a diretoria do Internacional confirmou a venda do atacante Luiz Adriano, 19, para o Shaktar Donetsk, da Ucrânia, em um negócio que teria envolvido em 3 milhões de euros (cerca de R$ 8,4 milhões).

Assim como Alexandre Pato, Luiz Adriano esteve neste ano na conquista do Sul-Americano sub-20 com a seleção brasileira.

quinta-feira, 1 de março de 2007

A NOITE DAS AVES!

Fascinante, para não dizer incrível a noite de ontem no Beira-rio. À beira do rio Guaiba, ou seria lago?, numa noite magestosa, eis que surge da escuridão aquela ave dos pampas, parecendo um pouco acima do peso, com cara de tomador de cerveja, com estilo de vendedor de frutas da ceasa, abrindo suas asas e desferindo um certeiro morteiro no gol equatoriano. Perdigão, eis seu nome, primeiro gol em 85 partidas jogadas pelo colorado, há mais de dois anos sem balançar a rede de forma indireta, pois indiretamente ele já deixou muitos jogadores na cara do gol. Depois do rebote da zaga adversária, de fora da área, e notem bem, com os três dedos do pé direito a bola vai em direção ao gol, longe do goleiro e sacode a rede abrindo passagem para quem sabe, mais um título colorado este ano.
E o Pato? bem este é suigeneris, é único, é fantástico, é imprevisível e mortal para os goleiros. O que mais sobre ele?...vamos deixar o tempo dizer. Mas que tá cheirando a título, tá! Salve o colorado do pampa e suas aves mortais!

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

DO TRABALHO ESCRAVO AO TRABALHO DA MULHER



Waldemar Rossi
Pelo atual regime, a mulher pode solicitar sua aposentadoria com cinco anos a menos de trabalho em relação aos anos de trabalho exigido para o homem. Nada mais justo se considerarmos que, salvo raríssimas exceções, a mulher que trabalha fora do lar de fato exerce uma jornada dupla, uma vez que historicamente assume também as funções do lar. Tentar reduzir essa diferença, assim como os quatro meses de licença maternidade, é cometer mais uma enorme injustiça social, é aumentar as desigualdades.


Creio que os leitores estejam acompanhando a agenda do governo federal (Executivo e Legislativo) e, portanto, a par das informações que nos chegam a cada dia. Cabe a essa coluna comentar assuntos dessa agenda que estejam relacionados com os interesses dos trabalhadores. Por isso, de posse de duas informações recentes, comento a questão do futuro próximo do trabalho em nosso país e sua repercussão na vida do nosso povo.

O ministro da Previdência, Nelson Machado, acaba de anunciar que o Fórum da Previdência – criado por Lula para debater mais uma reforma na área – deverá discutir o conteúdo de uma nova proposta para modificar, mais uma vez, o instituto da Previdência Social. Todas as questões serão ali debatidas por empresários, representantes das centrais sindicais e membros do próprio governo. Como já comentamos em outros artigos, já sabemos que será uma goleada contra os trabalhadores, porque são “três” componentes que defendem o mesmo lado, isto é, estão todos de acordo que é necessário eliminar direitos dos trabalhadores para que as empresas tenham melhor desempenho financeiro, quer dizer, maior lucro.

Entre os “pontos delicados” que serão discutidos, segundo o ministro, entra o tempo de trabalho (quantidade de anos) para que a mulher possa alcançar a sua justa aposentadoria – para a qual contribui compulsoriamente. Pelo atual regime, a mulher pode solicitar sua aposentadoria com cinco anos a menos de trabalho em relação aos anos de trabalho exigido para o homem. Nada mais justo se considerarmos que, salvo raríssimas exceções, a mulher que trabalha fora do lar de fato exerce uma jornada dupla, uma vez que historicamente assume também as funções do lar: manutenção do lar, alimentação, cuidados com os filhos e com o marido. Embora todos esses trabalhos estejam voltados, na sociedade capitalista, para a produção dos bens do capital, esse trabalho caseiro não é considerado para fins de remuneração nem do seu justo descanso, após vários anos de labuta incansável.

Há, porém, um terceiro fator que justifica esse benefício que a mulher desfruta, essa diferença em relação ao homem: ela é a geradora da mão-de-obra que o capital necessita, carrega em seu ventre, durante nove longos meses, aquele ser que um dia será um dos responsáveis pela produção geradora das riquezas capitalistas. São nove meses de gestação e uma vida inteira voltada para o desenvolvimento do seu filho e a manutenção de sua saúde, de sua vida. Entretanto, são minoritárias as mulheres casadas que geram apenas um filho, o que, portanto, faz com que sua vida seja muito mais sacrificada que a do marido e dos próprios filhos. Logo, tentar reduzir essa diferença, assim como os quatro meses de licença maternidade, é atentar contra a vida e a saúde das mulheres, é cometer mais uma enorme injustiça social, é aumentar as desigualdades.
Curioso que um dos argumentos usados é de que isso já ocorre em outros países, como México, França e Alemanha. Ou seja, se lá podem cometer uma injustiça, aqui também podemos. No entanto, nos países europeus, por exemplo, o salário mínimo gira em torno dos mil Euros, cerca de R$ 2700. Mas esse exemplo não serve para nós! Outra falácia usada para “justificar” tais reformas é de que essas mudanças diminuirão o rombo da Previdência. Por que o ministro não manda executar as grandes empresas sonegadoras do instituto? São mais de R$ 200 bilhões. A sonegação gigantesca e os saques que o governo faz para compor o famigerado “superávit primário” são os verdadeiros vilões previdenciários. Mas insiste-se em culpar os trabalhadores.

Por falar em “culpar” os trabalhadores, o Congresso Nacional acaba de aprovar projeto de lei criando a Super Receita, acompanhada de uma emenda – também aprovada – que, na prática, impede os fiscais de trabalho de autuar uma empresa por prática de trabalho escravo. Diz a emenda que a autuação só poderá ser feita com a decisão da Justiça. Mais uma sacanagem da corja lá instalada, envolvida em incríveis falcatruas, como a da sanguessuga e do mensalão.

Esse é o preço que estamos pagando por eleger quem não conhecemos e muitos conhecidos financiados pelo empresariado inescrupuloso e faminto de lucros. Dizem os jornais que o ministro do Trabalho, Luiz marinho, vai pedir ao presidente Lula que vete a emenda, até porque as centrais sindicais são contra e a emenda é inconstitucional. Duas perguntas, já que dizem que perguntar não ofende: o Marinho vai fazer isto realmente? E o presidente, vai atender?

É ver para crer!
Fonte: correio da cidadania

POR QUE O IRÃ NÃO PODE?


Os Estados Unidos podem. Rússia, Inglaterra, França, Alemanha, China, Índia e Paquistão podem. Israel pode. Agora, até a Coréia do Norte já está podendo. Por que, então, o Irã não pode desenvolver a tecnologia nuclear?

Entretanto, a ONU acaba de impor sanções ao Irã, sob o argumento de que, se o número de países que dominam a tecnologia nuclear aumentar, o risco do seu uso para fins militares aumentará muito.

Não deixa de ser verdade, mas não responde à questão colocada no início. O que se pergunta é: qual a justificativa moral para impedir um país de desenvolver a tecnologia nuclear, quando não há sanção alguma contra países que mantêm arsenais de bombas atômicas? Em boa lógica, o risco de uso indevido dessa perigosa tecnologia só seria afastado se todos os países fossem proibidos de ter a bomba. Fora dessa impensável solução, a restrição ao Irã é injusta e só foi tomada pela ONU por imposição dos Estados Unidos.

Por isso, quem estiver interessado em saber por que o Irã não pode desenvolver a tecnologia nuclear não tem mais nada a fazer senão verificar o interesse norte-americano no Oriente Médio. Não precisará pesquisar muito. Qualquer menino do mundo árabe dará a resposta com uma só palavra: petróleo.

O petróleo, como todos sabem, está acabando e as maiores reservas conhecidas estão no Oriente Médio. Logo, quem dominar militarmente a região não corre o risco de ficar sem petróleo ou de pagar muito por ele.

Não por outra razão, Israel, o único país em que os Estados Unidos confiam na região (os Emirados Árabes são aliados, mas não são confiáveis), possui a bomba, porém jamais a ONU enviou inspetores para fechar as instalações, como fez com o Iraque, antes da invasão norte-americana, e quer fazer agora com o Irã.

Isso demonstra como a prepotência dos países militarmente fortes enxovalha os critérios de eqüidade e justiça e desqualifica a ONU como instância de mediação de conflitos entre nações.

A fim de cumprir a resolução da ONU, o governo brasileiro já determinou a proibição da venda de matérias-primas requeridas para o enriquecimento do urânio.

É triste ver nosso país curvar-se a essa imposição e apressar-se em decretar sanções contra uma nação com a qual sempre mantivemos boas relações. Mais triste ainda vermos a Venezuela, bem menor e mais fraca, responder com um sonoro Não à imposição norte-americana, fantasiada de consenso universal.

Fonte: correio da cidadania