Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sábado, 5 de maio de 2007
sexta-feira, 4 de maio de 2007
Mahavishnu Orchestra With John McLaughlin - Birds of Fire - 1972
BaixarCD
Trabalho visceral, alucinante e virtusoso dos mestres do "Jazz-Rock", juntos com os genial John McLaughlin. Moderno e criativo, "Birds of Fire" mostra que o Jazz não nasceu pra ficar somente no lugar de onde nasceu, mas o Jazz nos possibilita alternâncias incríveis que só ele pode nos dar.
Copiado de:jazzman
Abaixo o monopólio dos remédios...
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu autorizar o licenciamento compulsório do remédio Efavirenz, o que, na prática, representa a quebra da patente do medicamento. A decisão, que segue recomendação do Ministério da Saúde, será anunciada hoje em cerimônia às 12h no Palácio do Planalto.
Após recusar a contraproposta de desconto de 30%, feita pelo laboratório Merck Sharp&Dohme, um dos maiores do mundo, o ministro José Gomes Temporão (Saúde) enviou ontem ao Palácio do Planalto a proposta de licenciamento compulsório do anti-retroviral, usado hoje por cerca de 75 mil pacientes de Aids na rede pública, a um custo de US$ 43 milhões por ano.
Com o licenciamento compulsório, o país pode tanto iniciar a produção nacional da droga como importar genéricos. Sem isso, só a Merck poderia vendê-lo no país, pois é dona da patente do medicamento aqui, o que significa exclusividade de comercialização.
Embora a decisão não tenha sido anunciada oficialmente, foi confirmada informalmente por assessores da Presidência e consta na agenda de Lula como "cerimônia de assinatura de ato de licenciamento compulsório de medicamento anti-retroviral".
Será a primeira vez que o Brasil licencia um remédio protegido por patente --já houve ameaças em 2001 e 2003, relativas ao Nelfinavir (Roche) e ao Kaletra (Abbott). E até hoje, poucos países fizeram isso --como Tailândia, Moçambique, Malásia e Indonésia. No caso da Tailândia, o país enfrenta retaliações do laboratório Abbott e até do governo norte-americano.
"Já tivemos reuniões demais com o laboratório. Em nenhum momento apresentaram uma proposta séria e consistente", disse Temporão, que evitou, porém, confirmar a decisão. Para ele, "é pouco provável" que ocorram novas negociações.
Participaram da decisão também a Casa Civil e o Ministério das Relações Exteriores. Segundo executivos da Merck, a empresa tenta, desde o último dia 24 de abril, realizar reuniões para explicar melhor seus motivos e encontra portas fechadas no ministério.
O Brasil tenta desde novembro pressionar o laboratório Merck, sem sucesso, a reduzir o preço do Efavirenz de US$ 1,59 para US$ 0,65 por comprimido de 600mg. Na semana passada, o Ministério da Saúde declarou o medicamento de "interesse público" e anunciou a intenção de comprar a versão genérica da Índia por um preço de US$ 0,45 por comprimido.
A economia estimada seria de US$ 30 milhões por ano. Mesmo assim, foi dado um prazo para a Merck fazer uma contraproposta. Na última sexta, o laboratório ofereceu um desconto de 30%, que foi considerado "insuficiente" pelo governo, segundo Temporão.
Além disso, o desconto seria válido até 2010, não 2012, data em que a patente expira. O licenciamento prevê o pagamento de 1,5% em royalties como remuneração à Merck por ter inventado o remédio. Além disso, o Brasil fica vedado de comercializar o produto.
O país tem estoque do Efavirenz da Merck até agosto. E afirma que não haverá desabastecimento porque três fabricantes da Índia, os laboratórios Ranbaxy, Cipla e Aurobindo, já foram consultados sobre o fornecimento para o país. Esses genéricos são pré-qualificados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Após recusar a contraproposta de desconto de 30%, feita pelo laboratório Merck Sharp&Dohme, um dos maiores do mundo, o ministro José Gomes Temporão (Saúde) enviou ontem ao Palácio do Planalto a proposta de licenciamento compulsório do anti-retroviral, usado hoje por cerca de 75 mil pacientes de Aids na rede pública, a um custo de US$ 43 milhões por ano.
Com o licenciamento compulsório, o país pode tanto iniciar a produção nacional da droga como importar genéricos. Sem isso, só a Merck poderia vendê-lo no país, pois é dona da patente do medicamento aqui, o que significa exclusividade de comercialização.
Embora a decisão não tenha sido anunciada oficialmente, foi confirmada informalmente por assessores da Presidência e consta na agenda de Lula como "cerimônia de assinatura de ato de licenciamento compulsório de medicamento anti-retroviral".
Será a primeira vez que o Brasil licencia um remédio protegido por patente --já houve ameaças em 2001 e 2003, relativas ao Nelfinavir (Roche) e ao Kaletra (Abbott). E até hoje, poucos países fizeram isso --como Tailândia, Moçambique, Malásia e Indonésia. No caso da Tailândia, o país enfrenta retaliações do laboratório Abbott e até do governo norte-americano.
"Já tivemos reuniões demais com o laboratório. Em nenhum momento apresentaram uma proposta séria e consistente", disse Temporão, que evitou, porém, confirmar a decisão. Para ele, "é pouco provável" que ocorram novas negociações.
Participaram da decisão também a Casa Civil e o Ministério das Relações Exteriores. Segundo executivos da Merck, a empresa tenta, desde o último dia 24 de abril, realizar reuniões para explicar melhor seus motivos e encontra portas fechadas no ministério.
O Brasil tenta desde novembro pressionar o laboratório Merck, sem sucesso, a reduzir o preço do Efavirenz de US$ 1,59 para US$ 0,65 por comprimido de 600mg. Na semana passada, o Ministério da Saúde declarou o medicamento de "interesse público" e anunciou a intenção de comprar a versão genérica da Índia por um preço de US$ 0,45 por comprimido.
A economia estimada seria de US$ 30 milhões por ano. Mesmo assim, foi dado um prazo para a Merck fazer uma contraproposta. Na última sexta, o laboratório ofereceu um desconto de 30%, que foi considerado "insuficiente" pelo governo, segundo Temporão.
Além disso, o desconto seria válido até 2010, não 2012, data em que a patente expira. O licenciamento prevê o pagamento de 1,5% em royalties como remuneração à Merck por ter inventado o remédio. Além disso, o Brasil fica vedado de comercializar o produto.
O país tem estoque do Efavirenz da Merck até agosto. E afirma que não haverá desabastecimento porque três fabricantes da Índia, os laboratórios Ranbaxy, Cipla e Aurobindo, já foram consultados sobre o fornecimento para o país. Esses genéricos são pré-qualificados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Um intectual na zaga colorada!!
quinta-feira, 3 de maio de 2007
e segue a barbárie...
“SE O EMBARGO CONTINUAR E SE A ATITUDE OCIDENTAL DE CASTIGAR O POVO PALESTINO NÃO MUDAR, SERÁ O FIM DA AUTORIDADE PALESTINA”.
Santiago González. Comitê de Solidariedade com a Causa Árabe/Rebelión 27/04/2007.
O Ministro da Comunicação Palestino, Mustafá Barghouti, está fazendo uma viagem por vários países europeus, da Noruega (que não é da União Européia), passando por Itália, Bélgica ou Bulgária e hoje, dia 26, e amanhã 27 em Madri, reivindicando a suspensão do embargo ocidental e europeu a que está submetido o Governo Palestino. A seguir, algumas notas extraídas de suas palavras:
A situação é paradoxal, o castigado é o povo palestino, que está sob ocupação militar, enquanto a Israel, o ocupante que descumpre as Resoluções das Nações Unidas, tudo é consentido por esta mesma Europa. Nunca teve intenção de chegar à paz, e isso se demonstra no fato de que sempre tem a intenção de ocupar mais terra. Por trás dos Acordos de Oslo não havia a Intifada, mas os israelenses apresentavam uma proposta de ocupar novos territórios a leste das fronteiras de 67, incluindo o Vale do Jordão, o faziam nos mapas, mas agora este mapa está sendo implementado através do Muro, e de forma violenta. O mundo vai aceitar que eles queiram ficar com metade da Cisjordânia?
O Muro, três vezes maior que o de Berlim, continua sendo construído em seus 8 metros de altura, com áreas de segurança de 60 a 100 metros de largura, arrasando terras e cercando cidades inteiras como Qalqilya, com 46.000 habitantes, diante do conhecimento e a falta de ação de todos os líderes europeus.
Sem recursos, sem possibilidade de desenvolvimento, com o sistemático roubo de 85% da água; sendo o povo palestino relegado à apartheid como tem sido assinalado pelo ex-presidente estadunidense Jimmy Carter; depois do esforço de chegar a um governo palestino de unidade, não de Hamás ou de Al Fatah, que representa a imensa maioria palestina, com propostas de aceitação e apoio à legalidade internacional; se a Europa e o Quarteto continuam com sua proposta confusa, se criará um abismo. O povo palestino está desalentado. A Autoridade Nacional Palestina entrará em colapso. Não acredito que se possa manter esta situação além do verão deste ano.
No que diz respeito à violência, Barghouti apontou a tergiversação e a ocultação dos acontecimentos dos meios de comunicação e o medo de serem chamados de anti-semitas, porque só neste mês, Israel realizou mais de uma centena de ações bélicas, com 23 palestinos assassinados, três deles crianças. Nós queremos a paz, temos oferecido uma trégua simultânea, recíproca e que seja respeitada. Israel continuou atentando e assassinando ao longo de todo o período das últimas eleições e após a formação do novo governo. Alguém se pronunciou contra as atitudes racistas de Lieberman, Ministro israelense? As vítimas da ocupação devem ser castigadas?
Os israelenses não querem a paz, não são parceiros do caminho da paz. Rechaçam a legalidade, a Iniciativa de Paz Árabe. O problema não são os palestinos. O problema é Israel. É necessário que haja pressão para conseguir uma paz justa.
Ao contrário, a pressão é exercida sobre os palestinos. Israel não repassa 600 milhões de dólares de impostos palestinos. Não temos dinheiro para pagar nossos médicos e professores. Temos 80% da população vivendo abaixo do nível da pobreza extrema, há uma quebra total de nossas infra-estruturas e a paralisação atinge mais de 60%. Israel mantém 530 postos de controle permanentes e mais de 600 móveis, o que implica na destruição da vida cotidiana dos palestinos.
Israel continua ocupando Gaza de forma diferente. Domina o espaço aéreo, marítimo e terrestre. Navios de guerra israelenses têm realizado quatro bombardeios. Impede-se a pesca e o pescado tem caído de 850 para 40 toneladas. Os observadores europeus [entre eles os guardas civis espanhóis] que estão na passagem de fronteira de Rafah são teleguiados por Israel. Quero ser diplomático, mas estes observadores são observadores que obedecem a Israel. Quando Israel diz “vamos para casa, hora de fechar”, se fecha. De junho do ano passado até agora, a fronteira ficou fechada em 80% do tempo.
Santiago González. Comitê de Solidariedade com a Causa Árabe/Rebelión 27/04/2007.
O Ministro da Comunicação Palestino, Mustafá Barghouti, está fazendo uma viagem por vários países europeus, da Noruega (que não é da União Européia), passando por Itália, Bélgica ou Bulgária e hoje, dia 26, e amanhã 27 em Madri, reivindicando a suspensão do embargo ocidental e europeu a que está submetido o Governo Palestino. A seguir, algumas notas extraídas de suas palavras:
A situação é paradoxal, o castigado é o povo palestino, que está sob ocupação militar, enquanto a Israel, o ocupante que descumpre as Resoluções das Nações Unidas, tudo é consentido por esta mesma Europa. Nunca teve intenção de chegar à paz, e isso se demonstra no fato de que sempre tem a intenção de ocupar mais terra. Por trás dos Acordos de Oslo não havia a Intifada, mas os israelenses apresentavam uma proposta de ocupar novos territórios a leste das fronteiras de 67, incluindo o Vale do Jordão, o faziam nos mapas, mas agora este mapa está sendo implementado através do Muro, e de forma violenta. O mundo vai aceitar que eles queiram ficar com metade da Cisjordânia?
O Muro, três vezes maior que o de Berlim, continua sendo construído em seus 8 metros de altura, com áreas de segurança de 60 a 100 metros de largura, arrasando terras e cercando cidades inteiras como Qalqilya, com 46.000 habitantes, diante do conhecimento e a falta de ação de todos os líderes europeus.
Sem recursos, sem possibilidade de desenvolvimento, com o sistemático roubo de 85% da água; sendo o povo palestino relegado à apartheid como tem sido assinalado pelo ex-presidente estadunidense Jimmy Carter; depois do esforço de chegar a um governo palestino de unidade, não de Hamás ou de Al Fatah, que representa a imensa maioria palestina, com propostas de aceitação e apoio à legalidade internacional; se a Europa e o Quarteto continuam com sua proposta confusa, se criará um abismo. O povo palestino está desalentado. A Autoridade Nacional Palestina entrará em colapso. Não acredito que se possa manter esta situação além do verão deste ano.
No que diz respeito à violência, Barghouti apontou a tergiversação e a ocultação dos acontecimentos dos meios de comunicação e o medo de serem chamados de anti-semitas, porque só neste mês, Israel realizou mais de uma centena de ações bélicas, com 23 palestinos assassinados, três deles crianças. Nós queremos a paz, temos oferecido uma trégua simultânea, recíproca e que seja respeitada. Israel continuou atentando e assassinando ao longo de todo o período das últimas eleições e após a formação do novo governo. Alguém se pronunciou contra as atitudes racistas de Lieberman, Ministro israelense? As vítimas da ocupação devem ser castigadas?
Os israelenses não querem a paz, não são parceiros do caminho da paz. Rechaçam a legalidade, a Iniciativa de Paz Árabe. O problema não são os palestinos. O problema é Israel. É necessário que haja pressão para conseguir uma paz justa.
Ao contrário, a pressão é exercida sobre os palestinos. Israel não repassa 600 milhões de dólares de impostos palestinos. Não temos dinheiro para pagar nossos médicos e professores. Temos 80% da população vivendo abaixo do nível da pobreza extrema, há uma quebra total de nossas infra-estruturas e a paralisação atinge mais de 60%. Israel mantém 530 postos de controle permanentes e mais de 600 móveis, o que implica na destruição da vida cotidiana dos palestinos.
Israel continua ocupando Gaza de forma diferente. Domina o espaço aéreo, marítimo e terrestre. Navios de guerra israelenses têm realizado quatro bombardeios. Impede-se a pesca e o pescado tem caído de 850 para 40 toneladas. Os observadores europeus [entre eles os guardas civis espanhóis] que estão na passagem de fronteira de Rafah são teleguiados por Israel. Quero ser diplomático, mas estes observadores são observadores que obedecem a Israel. Quando Israel diz “vamos para casa, hora de fechar”, se fecha. De junho do ano passado até agora, a fronteira ficou fechada em 80% do tempo.
quarta-feira, 2 de maio de 2007
Trabalhar mais, para ganhar menos
Desmontar um falso mito: baixos salários não reduzem o desemprego
Aumento de prestação de serviços... perpetuação do baixo salário
Em vez de substituir as tarefas domésticas, mercantilizá-las
Entre os assalariados pobres, 80% mulheres
A importância de um salário mínimo europeu
Nova política salarial: limite da "economia competitiva"
terça-feira, 1 de maio de 2007
Fidel Castro escreve novo editorial contra etanol
O presidente de Cuba, Fidel Castro, voltou a insistir em suas críticas ao uso de biocombustíveis elaborados a partir de alimentos e à libertação do anticastrista Luis Posada Carriles, num editorial divulgado nesta segunda-feira (30), mas não se referiu a seu estado de saúde nem a uma possível volta a atos públicos.
"Nada tenho contra o Brasil", diz o líder cubano. "Mas ficar em silêncio seria para mim optar entre a idéia de uma tragédia mundial e um suposto benefício para o povo dessa grande nação", acrescenta Castro.
Com o título "O que se impõe imediatamente é uma revolução energética", a última "reflexão" de Castro publicada na imprensa cubana insiste no perigo da política dos Estados Unidos de apoiar o uso de alimentos para a produção de combustíveis como o etanol.
O líder cubano, que está convalescente há nove meses, não se refere a seu estado de saúde. Ele não confirma a informação dada recentemente pelo presidente boliviano, Evo Morales, de que retomaria neste 1º de maio o poder que delegou provisoriamente a seu irmão, Raúl, em 31 de julho de 2006.
Castro, de 80 anos, iniciou em março a publicação de uma série de "reflexões" sobre as conseqüências do uso de biocombustíveis elaborados a partir de alimentos, com críticas à estratégia dos presidentes George Bush, dos EUA, e Luiz Inácio Lula da Silva em defesa da produção de etanol.
O presidente cubano denuncia que "insaciável em sua demanda, o império quer que o mundo produza biocombustíveis para liberar os EUA, o maior consumidor mundial de energia, de qualquer dependência exterior em matéria de hidrocarbonetos".
O editorial insiste nos riscos para a população de países em vias de desenvolvimento de usar alimentos como o milho e a cana de açúcar para a produção de biocombustíveis.
"Se o capital americano e europeu financiar, Estados Unidos, Europa e os demais países industrializados economizariam mais de US$ 140 bilhões por ano, sem se preocupar com as conseqüências climáticas e a fome, que afetariam em primeiro lugar os países do Terceiro Mundo", adverte.
A "revolução energética" defendida por Castro inclui o uso de lâmpadas incandescentes e a reciclagem em massa de equipamentos elétricos.
Outro risco internacional, aponta, "é o de uma recessão econômica nos Estados Unidos", com a queda do valor do dólar.
"O dia 1º de maio é bom para levar estas reflexões aos trabalhadores e a todos os pobres do mundo, além do protesto contra algo também incrível e humilhante: a libertação de um monstro do terrorismo, no 46º Aniversário da Vitória Revolucionária de Playa Girón", conclui Castro.
O líder cubano se refere assim ao anticastrista Luis Posada Carriles, acusado de atos terroristas, como a explosão de um avião cubano com 73 passageiros a bordo, em 1976.
"Nada tenho contra o Brasil", diz o líder cubano. "Mas ficar em silêncio seria para mim optar entre a idéia de uma tragédia mundial e um suposto benefício para o povo dessa grande nação", acrescenta Castro.
Com o título "O que se impõe imediatamente é uma revolução energética", a última "reflexão" de Castro publicada na imprensa cubana insiste no perigo da política dos Estados Unidos de apoiar o uso de alimentos para a produção de combustíveis como o etanol.
O líder cubano, que está convalescente há nove meses, não se refere a seu estado de saúde. Ele não confirma a informação dada recentemente pelo presidente boliviano, Evo Morales, de que retomaria neste 1º de maio o poder que delegou provisoriamente a seu irmão, Raúl, em 31 de julho de 2006.
28.out.2006/AP |
O presidente cubano denuncia que "insaciável em sua demanda, o império quer que o mundo produza biocombustíveis para liberar os EUA, o maior consumidor mundial de energia, de qualquer dependência exterior em matéria de hidrocarbonetos".
O editorial insiste nos riscos para a população de países em vias de desenvolvimento de usar alimentos como o milho e a cana de açúcar para a produção de biocombustíveis.
"Se o capital americano e europeu financiar, Estados Unidos, Europa e os demais países industrializados economizariam mais de US$ 140 bilhões por ano, sem se preocupar com as conseqüências climáticas e a fome, que afetariam em primeiro lugar os países do Terceiro Mundo", adverte.
A "revolução energética" defendida por Castro inclui o uso de lâmpadas incandescentes e a reciclagem em massa de equipamentos elétricos.
Outro risco internacional, aponta, "é o de uma recessão econômica nos Estados Unidos", com a queda do valor do dólar.
"O dia 1º de maio é bom para levar estas reflexões aos trabalhadores e a todos os pobres do mundo, além do protesto contra algo também incrível e humilhante: a libertação de um monstro do terrorismo, no 46º Aniversário da Vitória Revolucionária de Playa Girón", conclui Castro.
O líder cubano se refere assim ao anticastrista Luis Posada Carriles, acusado de atos terroristas, como a explosão de um avião cubano com 73 passageiros a bordo, em 1976.
sábado, 28 de abril de 2007
Brasil perpetua-se como inimigo número um da propriedade intelectual
O Brasil é apontado como principal nação pró-software livre do mundo. Na administração pública, só a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil já economizaram mais de R$ 100 milhões com a adoção de tecnologia livre. A segurança, no entanto, é o principal atrativo para a alternativa contra os softwares proprietários.
Carlos Gustavo Yoda
Publicado pela primeira vez na revista americana Wired, artigo de Julian Dibbell de 2004 apontava o Brasil como principal nação pró-software livre do mundo, movimento que tem como ícone o pingüim da Linux. O motivo da vanguarda e de “lealdade ao pingüim”: a nossa cultura mais arraigada. No brilhante texto de Dibbell (leia na íntegra), o ministro da Cultura, Gilberto Gil, já atacava “os fundamentalistas do controle absoluto sobre a propriedade” e o seu iminente fracasso.
“Um mundo aberto pelas comunicações não pode se manter fechado em uma visão feudal de propriedade”, diz. “Nenhum país, nem os Estados Unidos, ou a Europa, pode ficar no caminho. É uma tendência global. É parte do próprio processo de civilização. É a abundância semântica do mundo moderno, do mundo pós-moderno – e não há por que resistir a isso”.
Com esse pensamento compartilhado por uma parte do governo Lula e com o Fórum Internacional de Software Livre (fisl) realizado em abril pela oitava vez em Porto Alegre, o Brasil continua como um dos maiores inimigos da propriedade intelectual como a conhecemos hoje na indústria do conhecimento capitalista, como já vem sendo noticiado pelo mundo todo.
A tendência segue os padrões de identidade individual em uma espécie de movimento antropofágico virtual. Mário Teza, um dos idealizadores do fisl (www.fisl.org.br), afirma que o Brasil tem muitos dos melhores técnicos do mundo no setor, tornando o país uma grande potência tecnológica. “Na questão do software livre, o Brasil já fez um reposicionamento mundial. Hoje, a nossa indústria de tecnologia tem o mesmo potencial que o biodiesel no futuro, em seus respectivos setores”, avalia, comparando a mercadoria do século, a informação, com o biocombustível.
Teza explica que os programas de código aberto desenvolveram-se bastante no Brasil, mas as empresas ainda não são capazes de absorver esses mecanismos. "Há uma fuga de cérebros", afirma, mostrando, por exemplo, o estande da Google montado no fisl8.0. A empresa de informação estadunidense seleciona no estande profissionais brasileiros para trabalhar com essa tecnologia.
"Discussões que começamos aqui no FISL foram parar no Vale do Silício", diz, com certo orgulho, referindo-se à região dos Estados Unidos onde estão muitas das principais empresas "ponto com" do mundo.
Ainda avaliando o papel do Fórum de Software Livre, Teza diz que o importante é o debate permanente desse “evento-conceito, de troca, não de venda”: “Não somos o maior evento de software livre do mundo em número de pessoas. A Alemanha, por exemplo, tem grandes eventos. Mas estamos entre os mais importantes”.
Já é comum o trabalho com códigos abertos em empresas estatais e projetos do governo federal. Pioneiro, ainda na gestão de FHC, o Banco do Brasil já economizou cerca de R$ 50 milhões e a Caixa Econômica Federal já passa de R$ 60 mi. A economia pela opção de não trabalhar com softwares proprietários não chega a ser um fator preponderante. A principal razão dos bancos desenvolverem-se com software livre é a segurança.
Segundo o gerente do Núcleo de Software Livre do BB, Vilson Carlos Pastro, a opção por códigos abertos do banco foi a melhor solução para as necessidades de segurança: “Imagine se o sistema do Banco do Brasil fica fora do ar por um dia, qual o tamanho do prejuízo. E qual seria a desconfiança dos investidores”. O orçamento anual para Tecnologia de Informação do BB é de R$ 1 bilhão, e trabalha com plataformas abertas desde 2000.
O Banco do Brasil economizou cerca de 20 milhões de reais em 2006 com uso de software livre nos cerca de 65 mil terminais da instituição financeira, segundo o vice-presidente de tecnologia e infra-estrutura, Manoel Gimenez. O valor da economia refere-se ao montante que seria gasto com licenças de programas, caso o banco utilizasse sistemas proprietários em seus terminais.
A vice-presidente de tecnologia da CEF, Clarice Copete, diz que “se não tivesse um custo-benefício alto, niguém escolhia o software livre”. De 65 mil terminais internos de atendimento, o banco migrou 45 mil deles para programas de código aberto.
Como a Caixa foi pioneira no desenvolvimento de um sistema que une apostas lotérias e serviços bancários, o programa tornou-se alvo de interesse internacional, especialmente por conta da segurança contra fraudes. “Chile, Panamá, República Dominicana, Israel e Índia já vieram nos visitar para conhecer o sistema”, conta.
Uma questão que por algum tempo atrasou a opção de transferir para os programas livres os sistemas dos dois bancos foi a facilidade de se conseguir suporte técnico. Pastro, do BB, lembra que “em 2001 tínhamos essa sombra. Mas agora já existe muito suporte especializado - e jamais faríamos a mudança sem segurança de que teríamos esse suporte”. Na Caixa, Copete conta que, atualmente, o preço por hora que pagam pelo suporte técnico em sistemas antigos é até maior, em alguns casos, do que para os novos sistemas em software livre.
Aprofundando o exemplo brasileiro, Jorge Troya Fuertes, coordenador do Sistema de Información para la Gobernabilidad Democrática (Sigob), órgão vinculado à Presidência da República do Equador, em reunião no início de abril, com Sérgio Rosa, diretor do Serpro, em Brasília, afirmou que seu país está adotando o software livre como política de Estado.
Uma delegação equatoriana, liderada pelo presidente Rafael Correa, já passou pelo país para assinatura de acordos que buscam promover o desenvolvimento e a integração entre os dois países. Um desses 15 acordos, já assinados, aborda as “Tecnologias da Informação e Comunicação para a Gestão Pública e Governabilidade Democrática”.
A Radiobras, empresa de comunicação pública (www.radiobras.gov.br) do governo federal, foi totalmente reestruturada baseada nos conceitos do conhecimento livre e do direito do cidadão à informação. Rodrigo Savazoni, editor-chefe da Agência Brasil, um dos braços da Radiobras, explica que quando o governo Lula assumiu em 2003, a empresa encontrava-se completamente defasada em softwares e equipamentos: “O South Park materializou bem quando eles encontraram o elo perdido: era o homem de 1996 tentando acessar à Internet. Assim encontramos a Radiobras.”
Depois, a equipe, chefiada por Eugenio Bucci iniciou um processo de acabar com o jornalismo chapa branca e oficial da agência para tornar a notícia pública. “Replanejamos a linha editorial, o conteúdo, para depois pensarmos na plataforma tecnológica para colocar todos os conceitos livres em prática”. Hoje, da fonte utilizada no saite ao servidor, tudo é produzido e reproduzido livremente.
“Optar pelo software livre é optar pela salvação, pela inovação”, pontua Savazoni, lembrando que esse deve ser o suporte de uma comunicação que se diz pública e a fatura deve ser cobrada da sociedade no sentido de inseri-la no debate.
Savazoni lembra ainda das disputas que estão por vir e que a comunicação pública tem de dialogar mais com a do software livre. Questões fundamentais como o midleware que será utilizado no setup box para a conversão dos aparelhos de tevê para o sistema digital. Savazoni acredita que essa discussão e outras articulações entre os movimentos de software livre e comunicação acontecerão no Fórum de TVs Públicas, que será realizado em Brasília entre os dias 8 e 11 de maio.
Fonte: Agência Carta Maior
“Um mundo aberto pelas comunicações não pode se manter fechado em uma visão feudal de propriedade”, diz. “Nenhum país, nem os Estados Unidos, ou a Europa, pode ficar no caminho. É uma tendência global. É parte do próprio processo de civilização. É a abundância semântica do mundo moderno, do mundo pós-moderno – e não há por que resistir a isso”.
Com esse pensamento compartilhado por uma parte do governo Lula e com o Fórum Internacional de Software Livre (fisl) realizado em abril pela oitava vez em Porto Alegre, o Brasil continua como um dos maiores inimigos da propriedade intelectual como a conhecemos hoje na indústria do conhecimento capitalista, como já vem sendo noticiado pelo mundo todo.
O Biodiesel do Futuro
A tendência segue os padrões de identidade individual em uma espécie de movimento antropofágico virtual. Mário Teza, um dos idealizadores do fisl (www.fisl.org.br), afirma que o Brasil tem muitos dos melhores técnicos do mundo no setor, tornando o país uma grande potência tecnológica. “Na questão do software livre, o Brasil já fez um reposicionamento mundial. Hoje, a nossa indústria de tecnologia tem o mesmo potencial que o biodiesel no futuro, em seus respectivos setores”, avalia, comparando a mercadoria do século, a informação, com o biocombustível.
Teza explica que os programas de código aberto desenvolveram-se bastante no Brasil, mas as empresas ainda não são capazes de absorver esses mecanismos. "Há uma fuga de cérebros", afirma, mostrando, por exemplo, o estande da Google montado no fisl8.0. A empresa de informação estadunidense seleciona no estande profissionais brasileiros para trabalhar com essa tecnologia.
"Discussões que começamos aqui no FISL foram parar no Vale do Silício", diz, com certo orgulho, referindo-se à região dos Estados Unidos onde estão muitas das principais empresas "ponto com" do mundo.
Ainda avaliando o papel do Fórum de Software Livre, Teza diz que o importante é o debate permanente desse “evento-conceito, de troca, não de venda”: “Não somos o maior evento de software livre do mundo em número de pessoas. A Alemanha, por exemplo, tem grandes eventos. Mas estamos entre os mais importantes”.
O Governo do Pingüim
Já é comum o trabalho com códigos abertos em empresas estatais e projetos do governo federal. Pioneiro, ainda na gestão de FHC, o Banco do Brasil já economizou cerca de R$ 50 milhões e a Caixa Econômica Federal já passa de R$ 60 mi. A economia pela opção de não trabalhar com softwares proprietários não chega a ser um fator preponderante. A principal razão dos bancos desenvolverem-se com software livre é a segurança.
Segundo o gerente do Núcleo de Software Livre do BB, Vilson Carlos Pastro, a opção por códigos abertos do banco foi a melhor solução para as necessidades de segurança: “Imagine se o sistema do Banco do Brasil fica fora do ar por um dia, qual o tamanho do prejuízo. E qual seria a desconfiança dos investidores”. O orçamento anual para Tecnologia de Informação do BB é de R$ 1 bilhão, e trabalha com plataformas abertas desde 2000.
O Banco do Brasil economizou cerca de 20 milhões de reais em 2006 com uso de software livre nos cerca de 65 mil terminais da instituição financeira, segundo o vice-presidente de tecnologia e infra-estrutura, Manoel Gimenez. O valor da economia refere-se ao montante que seria gasto com licenças de programas, caso o banco utilizasse sistemas proprietários em seus terminais.
A vice-presidente de tecnologia da CEF, Clarice Copete, diz que “se não tivesse um custo-benefício alto, niguém escolhia o software livre”. De 65 mil terminais internos de atendimento, o banco migrou 45 mil deles para programas de código aberto.
Como a Caixa foi pioneira no desenvolvimento de um sistema que une apostas lotérias e serviços bancários, o programa tornou-se alvo de interesse internacional, especialmente por conta da segurança contra fraudes. “Chile, Panamá, República Dominicana, Israel e Índia já vieram nos visitar para conhecer o sistema”, conta.
Uma questão que por algum tempo atrasou a opção de transferir para os programas livres os sistemas dos dois bancos foi a facilidade de se conseguir suporte técnico. Pastro, do BB, lembra que “em 2001 tínhamos essa sombra. Mas agora já existe muito suporte especializado - e jamais faríamos a mudança sem segurança de que teríamos esse suporte”. Na Caixa, Copete conta que, atualmente, o preço por hora que pagam pelo suporte técnico em sistemas antigos é até maior, em alguns casos, do que para os novos sistemas em software livre.
Aprofundando o exemplo brasileiro, Jorge Troya Fuertes, coordenador do Sistema de Información para la Gobernabilidad Democrática (Sigob), órgão vinculado à Presidência da República do Equador, em reunião no início de abril, com Sérgio Rosa, diretor do Serpro, em Brasília, afirmou que seu país está adotando o software livre como política de Estado.
Uma delegação equatoriana, liderada pelo presidente Rafael Correa, já passou pelo país para assinatura de acordos que buscam promover o desenvolvimento e a integração entre os dois países. Um desses 15 acordos, já assinados, aborda as “Tecnologias da Informação e Comunicação para a Gestão Pública e Governabilidade Democrática”.
Comunicação e tecnologia
A Radiobras, empresa de comunicação pública (www.radiobras.gov.br) do governo federal, foi totalmente reestruturada baseada nos conceitos do conhecimento livre e do direito do cidadão à informação. Rodrigo Savazoni, editor-chefe da Agência Brasil, um dos braços da Radiobras, explica que quando o governo Lula assumiu em 2003, a empresa encontrava-se completamente defasada em softwares e equipamentos: “O South Park materializou bem quando eles encontraram o elo perdido: era o homem de 1996 tentando acessar à Internet. Assim encontramos a Radiobras.”
Depois, a equipe, chefiada por Eugenio Bucci iniciou um processo de acabar com o jornalismo chapa branca e oficial da agência para tornar a notícia pública. “Replanejamos a linha editorial, o conteúdo, para depois pensarmos na plataforma tecnológica para colocar todos os conceitos livres em prática”. Hoje, da fonte utilizada no saite ao servidor, tudo é produzido e reproduzido livremente.
“Optar pelo software livre é optar pela salvação, pela inovação”, pontua Savazoni, lembrando que esse deve ser o suporte de uma comunicação que se diz pública e a fatura deve ser cobrada da sociedade no sentido de inseri-la no debate.
Savazoni lembra ainda das disputas que estão por vir e que a comunicação pública tem de dialogar mais com a do software livre. Questões fundamentais como o midleware que será utilizado no setup box para a conversão dos aparelhos de tevê para o sistema digital. Savazoni acredita que essa discussão e outras articulações entre os movimentos de software livre e comunicação acontecerão no Fórum de TVs Públicas, que será realizado em Brasília entre os dias 8 e 11 de maio.
Fonte: Agência Carta Maior
sexta-feira, 27 de abril de 2007
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