sábado, 6 de outubro de 2007

THE BEATLES - A Hard Days Night (DVDRIP)

Título Original: A Hard Day's Night
País de Origem: Reino Unido
Ano: 1964
Duração: 85 min
Diretor: Richard Lester
Elenco: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr, Wilfrid Brambell, Norman Rossington, John Junkin, Victor Spinetti

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Copiado de:Newbrasilmidia
Enviado pelo Fausto Encinas

O sangue da direita

Emir Sader

A direita é de direita e gosta de sangue. Quando não consegue impor suas idéias e seus interesses, apela para a força, sem limites, não importa quanto sangue corra. Quando discute, trata de impor as condições de sangue: até hoje a Alemanha, país que promoveu a maior “limpeza étnica” da história da humanidade, com o nazismo, mantém o direito de cidadania vinculado ao sangue, isto é, à ascendência alemã e não ao direito de território, que continua negando, mesmo aos netos de turcos, por exemplo, os mesmos direitos dos alemães de origem sanguínea.

Por mais que certa imprensa promova o charme de Sarkozy, o novo presidente da França, ele não esconde sua ideologia e seu programa de governo. Os imigrantes são vítimas privilegiadas, com lista de expulsão, valendo-se da cobertura de ex-dirigentes socialistas reconvertidos ao governo de direita e ministros e ministras de origem árabe, para fazer o trabalho sujo.

Entre eles, uma proposta, já aprovada pelo Senado, de exames de DNA para confirmar se um imigrante que solicita ingresso na França como filho ou filha, tenha realmente esse vínculo. Apelam para a prova de sangue, que lhes parece a prova irrefutável do vínculo familiar.

A reação não se fez esperar. Quem lançou a campanha de reação, na falta de dirigentes políticos que o façam - desconcertados ainda pela derrota eleitoral e as renúncias de dirigentes socialistas que foram ao governo e ao FMI, nomeados por Sarkozy -, foi o semanário de humor Charlie Hebdo. Com um manifesto que diz que a proposta do governo “introduz a genética na era de uma utilização, não mais apenas médica e judiciária, mas a partir de agora em função de um controle estatal”.

Ela coloca três tipos de problemas, segundo o manifesto. Em primeiro lugar, de ordem ética. “A utilização de testes de DNA para saber se uma criança pode vir ou não reunir-se a um parente na França coloca diretamente esta questão: desde quando a genética vai decidir quem tem o direito ou não de se instalar em um território? Além disso, desde quando uma família deveria se definir em termos genéticos? Seu pai ou sua mãe são as pessoas que dão amor, proteção e educação aos que eles reconhecem como seus filhos.”

Esse projeto de lei vai, também, destruir o importante consenso da lei sobre a bioética que impedia as utilizações da genética contrarios à concepção da França da civilização e da liberdade.

Finalmente, segundo o manifesto de Charlie Hebdo, se inscreve em um contexto de suspeita generalizada e recorrente em relação aos estrangeiros que chegam para ameaçar a vida da sociedade. As eventuais fraudes sobre regraupação familiar são reconhecidamente marginais em relação às cifras de crianças. “Em outras palavras, o projeto de lei instaurando o DNA não tem como função lutar contra uma fraude hipotética, mas sim participar dessa visão dos imigrantes que nós recusamos com toda energia.”

Trata-se, assim, diz o manifesto, de um projeto de lei que, nos planos ético, científico e da vida em comunidade, introduz mudanças profundamente negativas. E solicita uma adesão que leve o governo a retirar a proposta que introduz uma reposta biológica a uma questão política, a romper as condições estáveis de um debate democrático, sereno e construtivo sobre as questões ligadas à imigração.

As adesões foram generalizadas, desde artistas que não costumam se pronunciar sobre temas políticos, como Jeanne Moreau, Isabelle Adjani, dirigentes da oposição, como Ségolène Royal, Laurent Fabius, Pierre Mauroy, intelectuais como Jorge Semprun, Bernard-Henry-Lèvy, mas também políticos de direita, do mesmo partido de Sarkozy, como Dominique de Villepin ou de centro, como o ex-candidato à presidente, François Bayrou.

A direita pode tentar se esconder atrás de declarações pretensamente progressistas sobre direitos sociais, diversidade cultural, etc, mas em certos temas sua visão repressiva e violenta se revela plenamente. Daí sua oposiçao feroz às políticas de cotas na educação, no trabalho, daí suas posições preconceituosas sobre os imigrantes, daí seu apelo aos argumentos de sangue ou diretamente à repressão sangrenta.

A sombra do Che

No artigo, cinco razões para os arautos da direita brasileira (de que Veja é apenas o mais conspícuo ninho) detestarem a sombra de Ernesto Guevara, que continua mais viva do que nunca, sobretudo do que aqueles vivos que estão mortos e ainda não sabem.

Causou reações a reacionária matéria de capa de Veja sobre Ernesto Guevara, por ocasião destes 40 anos de sua morte, assassinado por membros do Exército boliviano a serviço dos Estados Unidos. Mas é coisa de não causar surpresa.

Tentaram, na revista, levantar o que os psicanalistas jungueanos chamariam de “a sombra” de Ernesto Guevara. Sob a égide de “destruir” um mito, pretenderam levantar tudo o que de negativo se poderia sobre a vida de um homem humano, certamente mais humano do que estes arautos do que de mais servil existe no jornalismo brasileiro.

Não conseguem. É verdade que Ernesto Guevara se transformou no mito Che. Num mito, quanto mais se bate, mais ele cresce. Porque ao contrário do que essas vulgaridades pensam, um mito não é sinônimo de uma mentira. Um mito é uma história que explica porque estamos aqui e somos assim ou assado. Um mito remonta a enigmas que não conseguimos explicar. Então temos que narrar.

Abaixo, dou cinco razões pelas quais os arautos da direita brasileira não podem suportar o mito Che. Muito mais do que a direita propriamente, porque duvido que os poderosos de fato na direita estejam hoje muito preocupados com o mito Che Guevara. Até porque nenhum – repito, nenhum – governo de hoje na América Latina está à altura do mito.

1) Che em línguas pampeanas quer dizer “homem”. Em guarani quer também dizer “meu”. El Che significa “o homem”, “o ser humano”, em linguagens que, como rios subterrâneos, nos lembram das catástrofes históricas que nos trouxeram até hoje. O nome, El Che, é uma cicatriz da história, assim como o de Zumbi, ou o de Anita Garibaldi. Com a diferença de que ele cobre o continente e hoje o mundo com sua imagem. A mera presença desse nome como dos preferidos no mundo inteiro prova que as tragédias dos povos são inesquecíveis, por mais que as queiram mergulhar no esquecimento.O nome do Che é um ícone do anjo de Walter Benjamin, aquele que segue para diante na história, mas de costas, vendo-a como uma construção de ruínas.

2) O Che foi um guerrilheiro romântico. Nada mais estranho ao mundo desses arautos do que qualquer sombra de romantismo rebelde. Eles (os arautos) tiveram que eleger o servilismo como estilo, têm que beijar a mão que os afaga ou os chicoteia conforme o gosto (o deles e o da mão). Palavras como rebeldia, entono, ousadia, energia, paixão, e outras do mesmo estilo, são verbetes em branco nos seus dicionários. O Che – que como todo o ser humano tinha qualidades, defeitos e problemas, e que como todo o mito, é mais uma lâmina de contradições do que de certezas absolutas – era alegre, era um ser voltado para a vida, não párea a morte. Como podem os mortos vivos passar incólumes diante desse ser em contínua operação na história, eles que venderam a alma mas esperam poder deixar de entrega-la?

3) O Che era latino-americano. Nada mais detestável para esses arautos (e aí também para os poderosos da direita) do que a lembrança de que eles são latino-americanos. O ideal da sombra deles (a sombra é aquilo que a gente também é mas não gosta de lembrar de que é) é que o Brasil fosse uma imensa pista de aeroporto rumo ao norte, aos idolatrados shoppings centers onde se fala inglês como “língua natural” (como se isso existisse), porque é assim que eles vêm o mundo e a cultura do hemisfério norte. O fato do ícone cuja imagem é uma das mais procuradas no mundo ser a de alguém que morreu pelos povos desse continente amaldiçoado pelos poderes de todo o mundo traz pesadelos inconfessáveis para esses arautos. Pesadelos tão pesados que de manhã eles fingem nem se lembrar deles. Fingem tão fingidamente que até acreditam ser o sonhozinho de consumo em que fingidamente vivem, esses sinhozinhos das próprias palavras, a quem tratam como escravas.

4) O Che lutou pela libertação da África. E com os demais companheiros e companheiras do Exército cubano. Sem a participação de Cuba, é possível até que o regime do apartheid sulafricano pelo menos demorasse muito mais para cair. A vitória do Exército angolano, com Cuba, contra as forças sulafricanas, na batalha de Cuita Canevale foi fundamental para a queda do regime sulafricano. É verdade que as iniciativas do Che nas lutas no Congo não tiveram êxito. Não importa: como o Che é que se tornou o mito, ele carrega nas costas essa pesada carga de ser um dos ícones da solidariedade latino-americana com os povos do continente cujas costas lanhadas de sangue ajudaram a construir a nossa riqueza.

5) O Che era bonito. Aí é demais. Dispensa palavras.

Tudo isso vem aliado à terrível sensação, para esses arautos, de que o mito do Che, a lembrança do personagem vivo, sobreviverá a todos eles. E que se esse mito-anjo vê a história como a construção de ruínas, eles, os arautos, são as mais expressivas da ruína humana a que se reduz o servilismo eleito como estilo.



Flávio Aguiar é editor-chefe da Carta Maior.

Mais uma pedra no sapato



Luiz Eça


Não bastasse Chávez, Kirchner e Evo Morales, surge mais um presidente latino-americano atormentando George Bush. E o que é pior, com qualidades inquietantes que o fazem difícil de ser desmoralizado. De fato, Rafael Correa, o novo presidente do Equador, é um político de formação cristã, com cursos superiores de economia na Universidade Católica de Leuven (Bélgica) e na Universidade de Illinois, ligações com os movimentos sociais católicos e experiência administrativa no anterior governo, como ministro da Economia.

Explicando por que se demitiu desse cargo, ele diz: “Tentei mudar radicalmente a política econômica, porque os últimos vinte anos de neoliberalismo foram um verdadeiro desastre. Para defender os seus privilégios, os bancos, os donos do petróleo, os Estados Unidos, o FMI, o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento fizeram pressão sobre o presidente. Perdi seu apoio”.

Em 2006, ele se candidatou a ser o 8º presidente do Equador da década. Os 4 últimos ocupantes do cargo haviam governado sob o fogo de gigantescas manifestações populares.

Em 2000, Jamil Mauad quis tirar o país de uma crise terrível (crescimento negativo de 7,3% e inflação de 52%) através de um plano de austeridade, elaborado por economistas argentinos neoliberais, que dolarizava a economia e congelava as poupanças. Uma greve geral, seguida de passeatas e fechamento de estradas, com vasta participação dos índios – os setores mais pobres –, o derrubou.

Seu sucessor, o vice, Gustavo Noboa, conseguiu um empréstimo de urgência de 300 milhões de dólares do FMI. Pagou um preço alto: medidas como a oficialização da dolarização que arruinou centenas de milhares de poupadores e aposentados, o fim dos subsídios aos produtos básicos que levou seus preços nas alturas, a “flexibilização” das leis trabalhistas e muitas privatizações.

Noboa completou seu período agitado por intensas manifestações de protesto. Eleito presidente em 2002, o coronel esquerdista Lúcio Gutierrez deparou-se com um déficit e uma dívida externa apavorantes. Preferiu a saída mais fácil: a tutela do FMI e do Banco Mundial. Com isso, o receituário neoliberal continuou sendo aplicado fielmente. Gutierrez chegou a se declarar “o melhor amigo de Bush na América Latina”.

Mais uma vez, multidões de índios, camponeses, operários e estudantes tomaram estradas, aldeias e invadiram as ruas de Quito. Gutierrez acabou destituído pelo Congresso em 2005.

Assumiu seu vice, Alfredo Palácio, que continuou alinhado aos organismos financeiros internacionais. A negociação de um tratado de livre comércio com os Estados Unidos, o TLC, detonou forte reação popular, particularmente dos índios (45% da população, para a UNESCO). Temiam que o TLC destruísse a agricultura do país. Organizados na “Confederação das Nacionalidades Indígenas”, eles pararam o Equador com seu grito de guerra “Não Queremos Ser Colônia Americana”. Palácio teve de governar sob estado de emergência, entregando o poder ao novo presidente eleito, Rafael Correa, em janeiro de 2007.

Correa encontrou um país que, apesar das boas rendas propiciadas pelo petróleo (é o 5º produtor da América Latina), exibia estatísticas péssimas: 38% de pobreza, sendo 61% na área rural que tinha 27% de indigentes; 10,7% de desemprego; subemprego de 47%; rendimento dos 10% mais ricos 60 vezes maior do que o dos 10% mais pobres; crescimento de 3,2%; dívida externa de 10 bilhões de dólares, cerca de 25% do PIB.

Para alterar este quadro sombrio, as idéias de Correa são muito claras: “O neoliberalismo está mais que superado na teoria e na prática. Os países que têm sucesso são os que desenvolvem sua produção interna e o emprego. Precisamos de uma maior intervenção do Estado na economia, no fomento e proteção da produção nacional, e priorizar o investimento social sobre o pagamento da dívida externa".

Fiel a estes princípios, Correa pretende renegociar os pagamentos da dívida externa, revendo todos os contratos feitos pelo governo a partir de 1976 para descartar os ilegais.

Os rendimentos do petróleo, principal riqueza nacional (representa 40% do orçamento), desde a entrada do FMI, eram reservados para o reembolso da dívida. Correa afirma que esta exclusividade acabou, pois sua prioridade é outra: pagar a dívida social ao povo equatoriano.

Ele quer também rever a participação do Estado na indústria petrolífera, pois, segundo diz, “não podemos permitir que, de cada cinco barris produzidos, as multinacionais fiquem com quatro e deixem apenas um para nós”.

A reforma agrária, com desapropriação das terras improdutivas, é outra prioridade. Assim como o desemprego. Em 17 de abril, Correa lançou um plano de assistência social que deverá criar 300 mil empregos nos próximos 3 anos. Na ocasião, ele criticou "os economistas que se preocupam pelo desmedido controle da inflação e deixam de lado as taxas de desemprego e subemprego”.

Remando em sentido contrário, Correa projeta estimular a industrialização, contando com as rendas aumentadas pela renegociação da participação estatal nos lucros das empresas de minérios e de petróleo e o apoio do seu aliado Chávez. Já estão previstas a ampliação e modernização de refinarias equatorianas com investimento venezuelano e a criação de empresas mistas de hidrocarburetos.

O presidente equatoriano confia muito na ação do futuro Banco do Sul, que seria criado por governos da América Latina. Ele lembra que os países da região têm 200 bilhões de dólares depositados em bancos estrangeiros, que poderiam constituir o capital do banco. Suficiente para apoiar países em crise e investir em projetos de desenvolvimento, “o que servirá para deixarmos de depender de burocracias internacionais nefastas, como o FMI e o Banco Mundial”.

Todas estas idéias bastariam para o governo Bush definir Correa como uma “ovelha negra”. Mas ele não ficou nisso.

Declarou-se contra o Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos, gestado durante o governo Palácio. Contra a renovação, em 2009, da cessão da base militar de Manta ao governo americano. E, solicitado a comentar o fato de o presidente Chávez chamar George Bush de diabo, respondeu: “Seria ofender o diabo. Bush tem feito grandes danos ao mundo”.

Mesmo assim, Correa assegura que deseja ter as melhores relações com seu vizinho do norte. Mas em outros termos, é claro.

Luiz Eça é jornalista.
Copiado de: CorreioDaCidadania

A “Nova História Crítica” e a crítica da velha elite



Max Luiz Gimenes


Em um artigo repugnante – que mais parecia um choramingo direitista – publicado no jornal “O Globo” (18/9/2007), Ali Kamel dedicou-se a atacar o livro “Nova História Crítica – 8ª série”, de Mario Schmidt. Retirou do contexto uma série de trechos, classificados por ele como “os piores”. Um deles apresentava um quadro comparativo entre o capitalismo e o ideal marxista. O quadro, muito bem elaborado pelo professor Mario e execrado pelo jornalista, mostra também o que aconteceu no chamado “socialismo real”, sem poupar críticas. Pequeno detalhe que o jornalista global “esqueceu” – ou omitiu para poder, assim, apresentar o livro como uma cartilha marxista para doutrinar criancinhas inocentes. A verdade às vezes dói e a apresentação integral do quadro, por si só, esvaziaria as acusações apaixonadas feitas por Kamel.

As Organizações Globo – corretamente criticadas no livro por seu histórico de manipulações políticas – não deixaram barato e pressionaram o Ministério da Educação (MEC), que veio a público anunciar que vetou a participação da obra no PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), que oferece ao professor de escola pública uma lista de livros para que este adote o que considerar melhor, ficando o governo responsável pela compra e distribuição. Cerca de 50 mil professores de todo o país, das redes pública e privada, já escolheram a coleção “Nova História Crítica”, tornando-a um verdadeiro sucesso. A atitude do MEC, ao reprovar a obra em sua avaliação, atentou contra todos os princípios de liberdade: a de escolha, a de expressão e, sobretudo, a de se poder aprender e refletir sobre os acontecimentos históricos de maneira independente e crítica, indo muito além da “decoreba” de nomes e datas importantes – como querem os defensores desse obsoleto modelo tradicional.

Após o “O Globo” trazer a polêmica acerca do livro à tona, os outros grandes jornais, como “Folha de São Paulo” e “O Estado de São Paulo”, endossaram as críticas de Ali Kamel. Supostamente em nome da verdade e da liberdade, esses veículos repetiram os trechos apresentados por Kamel e, de maneira irresponsável, desqualificaram um valoroso trabalho. O modo superficial e manipulador com que a questão foi tratada é assustador. Os meios de comunicação já citados apontaram erros de português no livro, que podem até existir, um aqui e outro acolá; erros que vez por outra também freqüentam as páginas desses mesmos jornais. Entretanto, erros de português podem ser corrigidos em uma próxima edição. O que mais chama a atenção é a coragem de, sem uma leitura integral prévia, os jornais acusarem o livro de conter erros conceituais, o que é uma mentira daquelas que só se consegue contar quando se tem uma enorme cara-de-pau ou um sangue demasiado frio.

Ah, a liberdade. Fundamento tão citado como a principal qualidade da sociedade capitalista. Mas que liberdade é essa, senão a plena liberdade de se calar e obedecer às predeterminações da fraterna e intuitiva elite política e econômica? Pois é. A elite determina, o povo cumpre e a roda da história continua a girar. É assim que prega a hipócrita e pretensamente democrática cartilha liberal-burguesa. Atender ao predeterminado, ser conivente com a sociedade injusta que aí está é ser imparcial; desafiá-la, julgá-la ou mesmo colocá-la sob uma simples análise crítica é ir contra a democracia, é ser tendencioso. E foi exatamente assim que aconteceu no caso do livro do professor Mario. (Que previsíveis se tornaram os burgueses... Onde estará a criatividade capitalista, geralmente atribuída à premissa – um tanto desumana – da competição?).

A obra em questão é extremamente didática – ao contrário do que disse a “Folha de São Paulo” em editorial chamado “A lata de lixo da História” (20/9/2007). Contém charges, gráficos, ilustrações e outros recursos que facilitam a compreensão do período estudado e que dificilmente são vistos em outros livros. E, o que é mais importante, não há nele a pretensão de ser o dono da verdade. É com humildade que Mario Schmidt escreve, logo nas primeiras páginas, que o livro poderia ter sido escrito de outra maneira, tão válida quanto a dele. E deixa o alerta: “Por isso, nunca se esqueça de que duvidar e questionar são atividades muito saudáveis”. Se os jornalistas envolvidos nas matérias e editoriais sobre a obra “Nova História Crítica” tivessem se dado o trabalho de ler – ao menos – as dez primeiras páginas do livro, certamente teriam aprendido muito. E, quem sabe, escrito muito menos bobagens.

Max Luiz Gimenes é militante do PSOL. Teve o privilégio de estudar com os livros do professor Mario e conhece cada detalhe da obra. Sabe, melhor do que muitos jornalistas, a importância do respeito à sua obra. E-mail: max.gimenes@gmail.com

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Friendship - Junipher Greene (1971)

COPIADO DE:TARKUSBLOG

Para quem ainda não conhece o Progressivo Norueguês, este disco do Junipher Greene, um vinil duplo(logo na estréia!), pode dar uma boa idéia do cenário Escandinavo do início dos 70, com aquele estilo de transição entre o Psicodelismo e o Progressivo, ou Proto-Prog. Dá para notar algumas influências Britânicas como Jethro Tull , Traffic e até Deep Purple.

Logo na primeira audição já dá para perceber a vibração e o entusiasmo dos caras em cada nota tocada, e notar claramente o soberbo e destacado trabalho dos dois guitarristas, com uma variação de timbres incrível, bem apoiados pelo excelente orgão Hammond, bons vocais, uma instrumental linda comandada pela flauta, e para fechar uma faixa de 26 minutos quase toda instrumental que tem tudo o que o bom progressivo deve ter, com uma vitalidade e variedade de climas impressionante. São 62 minutos de tirar o folego.

Para mim, o melhor disco produzido na Noruega, e um dos meus preferidos em geral. Imperdível!


Track List
1. Try To Understand (4:47)
2. Witchesi' Daughter (3:28)
3. Music For Our Children (7:03)
4. A Spectre Is Haunting The Peninsula (2:53)
5. Sunrise/Sunset (4:09)
6. Magical Garden (7:06)
7. Autumn Diary (1:54)
8. Maurice (4:23)
9. Attila's Belly-Dance (0:41)1
10. Friendship (26:01)
a) Prelude: Take The Road Across The Bridge (6:09)
b) Friendship (2:20)
c) Interlude (2:37)
d) Mountain Voices (3:08)
e) Land Of The Foxes (3:00)
f) Friendship That's Earned (2:55)
g) Into The Cloudburst (2:05)
h) Manitou's Skylands & Down To Earth (1:25)
i) Friendship (2:03)


Line-up
Bent Aaserud guitar, vocals
Geir Boehren drums, vocals
Freddie Dahl guitar, vocals
Heige Broslie Organ, vocals
Oyvind Vilbo bass


Link para baixar: http://lix.in/24ae7c

BARÃO VERMELHO

Ao lado de Blitz, Paralamas do Sucesso e Kid Abelha, o Barão Vermelho é um dos principais nomes da geração do rock brasileiro que se projetou no começo dos anos 80, abrindo portas para o gênero na indústria fonográfica e no coração do público nacional. O Barão Vermelho lançou disco antes, mas, em termos de popularidade, chegou praticamente junto deles aos palcos da primeira edição do Rock in Rio, passo definitivo para a eclosão de toda uma cena que incluiu a "turma de Brasília" (Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe rude) e as "bandas do Sul" (Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós, Replicantes). O grupo se tornou conhecido por tocar rock & roll inspirado no blues, a exemplo dos Rolling Stones, mas em vários momentos da carreira optou por caminhos mais brasileiros. O vocalista Cazuza teve várias de suas músicas gravadas por artistas da MPB, gênero do qual se aproximou em sua trajetória-solo.

O Barão Vermelho nasceu em 1981, no Rio de Janeiro, a partir da vontade de Roberto Frejat, Guto Goffi, Dé Palmeira e Maurício Barros de tocar rock’n roll em estado puro. Mas só no ano seguinte, os quatro integrantes encontrariam o vocalista Cazuza e gravariam o primeiro LP, "Barão Vermelho", pela Som Livre, fazendo alguns shows apenas no Rio e em São Paulo. Depois do lançamento do disco "2", que inclui a faixa "Pro Dia Nascer Feliz", vem o sucesso nacional em 1984 com "Beth Balanço", da trilha sonora do filme de mesmo nome e presente no terceiro disco do grupo, "Maior Abandonado". Em janeiro de 1985 participam do festival Rock In Rio e em junho é anunciada a saída do vocalista Cazuza, que parte para carreira solo, e a entrada de Fernando Magalhães e Peninha. Frejat passa a ser vocalista e o Barão Vermelho

Ao todo são 23 anos de carreira e 15 CDs, que mantém o Barão Vermelho como uma das principais grifes do Rock Brasil. "Declare Guerra", "Por Que A Gente É Assim", "Quem Me Olha Só", "Pense e Dance", "Torre de Babel", “Billy Negão”, “Por você”, "O Poeta Está Vivo", "Supermercados da Vida", "Malandragem Dá um Tempo" e "Puro Êxtase" são alguns dos hits inesquecíveis que agregam diferentes gerações nos shows da banda pelo Brasil.

Atualmente a formação do Barão Vermelho é composta por Roberto Frejat (guitarra e voz), Fernando Magalhães (guitarra), Rodrigo Santos (baixo), Guto Goffi (bateria) e Peninha (percussão). Nos shows contam com a participação especial de Maurício Barros (teclados).


COPIADO DE: SUCODEPREGOS

BARÃO VERMELHO - 1982


01 Posando de star
02 Down em mim
03 Contos de fadas
04 Billy Negão
05 Certo dia na cidade
06 Rock'n geral
07 Ponto fraco
08 Por aí
09 Todo amor que houver nessa vida
10 Bilhetinho azul
Link do CD - http://lix.in/d2fc5a


BARÃO VERMELHO 2 - 1983
01 Intro
02 Menina Mimada
03 O Que A Gente Quiser
04 Vem Comigo
05 Bicho Humano
06 Carente Profissional
07 Largado No Mundo
08 Carne De Pescoço
09 Pro Dia Nascer Feliz
10 Manhã Sem Sonho
11 Blues Do Iniciante

Link do CD - http://lix.in/de2956


MAIOR ABANDONADO - 1984



01 Maior Abandonado 02 Baby Suporte
03 Sem Vergonha
04 Você Se Parece Com Todo Mundo
05 Milagres
06 Não Amo Ninguém
07 Por Que A Gente é Assim?
08 Narciso
09 Nós
10 Dolorosa
11 Bete Balanço

Link do CD - http://lix.in/bc2b37





DECLARE GUERRA - 1986

01 Um Dia Na Vida
02 Desabrigado
03 Torre de Babel
04 Bagatelas
05 Não Quero Seu Perdão
06 Bumerangue Blues
07 Declare Guerra
08 Linda e Burra
09 Maioridade
10 Que O Deus Venha 11 Eu Tô Feliz
Link do CD - http://lix.in/a9e1d7




ROCK'N GERAL - 1987



01 Amor de Irmão
02 Sonhos Que Dinheiro Nenhum Compra
03 Tá Difícil de Aturar
04 Completamente Nova
05 Blues do Abandono
06 Me Acalmo, Me Desespero
07 Copacabana
08 Dignidade
09 Agora Tudo Acabou
10 Quem Me Olha Só
11 Contravenção
Link do CD - http://lix.in/27f8db




CARNAVAL - 1988

01 Lente
02 Pense e Dance
03 Não Me Acabo
04 O Que Você Faz A Noite?
05 Nunca Existiu Pecado
06 Como Um Furacão
07 Quem Me Escuta
08 Selvagem
09 Carnaval
10 Rock da Descerebração
Link do CD - http://lix.in/50df57




BARÃO AO VIVO - 1989



01 Ponto Fraco
02 Carne de Pescoço
03 Pense e Dance
04 Bete Balançoe
05 Não Amo Ninguém
06 Por Que a Gente é Assim?
07 Rock do Cachorro Morto
08 Quem Você Pensa Que é
09 Pro Dia Nascer Feliz
10 Satisfaction
11 Lente
12 Bagatelas
Link do CD - http://lix.in/41fb1f





NA CALADA DA NOITE – 1990

01 Politica Voz 02 O Invisível
03 Na Calada da Noite
04 Beijos de Arame Farpado
05 Sonhos Pra Voar
06 Seco
07 Tão Longe de Tudo
08 A Voz da Chuva
09 Tua Canção
10 Invejo os Bichos
11 O Poeta Está Vivo

Link do CD - http://lix.in/325503




SUPERMERCADOS DA VIDA- 1992


01 Fúria e Folia
02 Odeio-Te Meu Amor
03 Pedra, Flor e Espinho
04 Flores do Mal
05 Azul, Azulão
06 Fogo de Palha
07 Fios Elétricos
08 Supermercados da Vida
09 Sombras No Escuro
10 Cidade Fria
11 A Noite Não Acabou
12 Comendo Vidro
13 Portos Livres
14 Marcas No Pescoço
Link do CD - http://lix.in/2ceef9



CARNE CRUA – 1994


01 Carne Crua 02 Meus Bons Amigos
03 Daqui Por Diante
04 Sem Dó
05 Pergunte Ao Tio José
06 Guarda Essa Canção
07 Seremos Macacos Outra Vez
08 Não Me Fuja Pelas Mãos
09 Vida Frágil
10 Rock do Vapor
11 O Inferno é Aqui

Link do CD - http://lix.in/297f93





ÁLBUM – 1996
01 Só Pra Variar 02 Malandragem dá Um Tempo
03 Vem Quente Que Estou Fervendo
04 Só As Mães São Felizes
05 Vale Quanto Pesa
06 Perdidos Na Selva
07 Amor Meu Grande Amor
08 Não Há Dinheiro Que Pague
09 Jardins da Babilônia
10 Um Índio

Link do CD - http://lix.in/f0e266



PURO ÊXTASE- 1998


01 Iceberg
02 Puro Êxtase
03 Por Você
04 Presente Ordinário
05 Cena de Cinema
06 Quando Você Não Está Por Perto
07 Vou Correndo Até Você
08 O Sono Vem
09 No Topo do Mundo
10 Estranho Exemplo
Link do CD - http://lix.in/c88020




BALADA MTV – 1999


01 Bilhetinho Azul 02 Tente Outra Vez
03 Por Que A Gente é Assim
04 Enquanto Ela Não Chegar
05 Por Você
06 Meus Bons Amigos
07 Pedra, Flor e Espinho
08 O Poeta Está Vivo
09 Eu Queria Ter Uma Bomba
10 O Tempo Não Pára
11 Todo O Amor Que Houver Nessa Vida
12 Puro Êxtase
13 Pense e Dance
14 Quando O Sol Bater Na Janela do Seu Quarto

Link do CD - http://lix.in/f57feb




BARÃO VERMELHO – 2004


01 Cara a Cara 02 Cuidado
03 Mais Perto do Sol
04 A Chave da Porta da Frente
05 Pra toda a vida
06 Embriague-se
07 O dia em que você me salvou
08 Cigarro aceso no braço
09 Tão Inconveniente
10 A Máquina de Escrever
11 Só o tempo

Link do CD - http://lix.in/fc2612


MTV AO VIVO – 2005
Disco 01
01 Maior Abandonado
02 Bete Balanço
03 Cuidado
04 Cara A Cara
05 Pedra, Flor e Espinho
06 A Chave da Porta da Frente
07 Por Que A Gente é Assim
08 Ponto Fraco
09 Tão Longe de Tudo
10 Politica Voz
11 Down Em Mim
12 O Poeta Está Vivo
Disco 02
01 Codinome Beija-Flor
02 O Tempo Não Pára
03 Nosso Mundo
04 Meus Bons Amigos
05 Declare Guerra
06 Malandragem Dá um Tempo
07 Quando O Sol Bater Na Janela do Seu Quarto
08 Pense e Dance
09 Puro Êxtase
10 Amor Meu Grande Amor
11 Por Você
12 Tente Outra Vez
13 Pro Dia Nascer Feliz

John Lee Hooker - Mr Lucky





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John Lee Hooker - One Bourbon, One Scotch, One Beer




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John Lee Hooker - This Is Hip Vol.7




Globo vive crise histórica de público, poder e credibilidade


Por André Cintra


A TV Globo amarga um desgaste histórico. Nenhum executivo da emissora chega a temer pela não-renovação das cinco concessões que expiram nesta sexta-feira (5). Mas nem essa convicção atenua a crise de uma Globo que: 1) perde audiência sem parar; 2) é cada vez mais contestada por movimentos da sociedade civil; e 3) já não ostenta tanto poder e credibilidade diante da opinião pública.


Não dá para dizer que, em curto prazo, a hegemonia da família Marinho na televisão brasileira esteja sob risco. Até a Record - que desbancou o SBT do posto de principal concorrente da Globo - assume que precisa de pelo menos cinco anos para alcançar a liderança de audiência. Ainda assim, dia após dia, estatística a estatística, a Globo decai.

Essa constatação fica explícita na Grande São Paulo - área mais disputada pelas emissoras, onde cada ponto abrange 55 mil domicílios. A TV Globo encerrou o mês de setembro com vantagem de 11 pontos sobre a Record (18 x sete). Em relação a setembro de 2006, esses números revelam que audiência global despencou 11,8%, enquanto a Record ganhou 50,2%.

A guerra entre os dois canais se acirrou com a inauguração da Record News, na última semana, em cerimônia realizada em São Paulo. Visivelmente preocupada, a Globo apelou para o governo federal na tentativa de impedir a estréia da emissora de notícias. Evandro Guimarães, vice-presidente de Relações Institucionais das Organizações Globo, teve audiência com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, e com outras autoridades ligadas ao Palácio do Planalto. Sua missão era impedir que a Record News entrasse no ar devido a "ilegalidades". Fracassou.

O vexame maior se deu no dia da cerimônia da inauguração. Segundo informou Paulo Henrique Amorim no site Conversa Afiada, "a Globo fez uma pressão violentíssima, de última hora, sobre o Palácio do Planalto, para impedir que o Presidente Lula fosse à festa de lançamento da Record". As armas da Globo: "detalhes técnicos minuciosos, que continha o argumento de que a lei impede uma rede de ter dois canais na mesma área".

Como se viu horas depois, o ataque final foi infrutífero, e o presidente da República inaugurou a emissora. As "pressões de bastidores" perderam o peso que tinham nos tempos em que a Globo era capaz de arquitetar resultados eleitorais e guiar ações do Congresso.

Programas em baixa

São visíveis os sinais de que o público depende menos da Globo para se informar e se distrair. A debandada atinge novelas (carro-chefe da audiência global), futebol (sobretudo seleção brasileira), seriados, atrações semanais (como Linha Direta, Fantástico e Esporte Espetacular) e a programação da manhã.

Do primeiro ao último capítulo, Paraíso Tropical - que foi ao ar até sábado (29/9) - teve média geral de 42,8 pontos. Entre as "novelas da 8" que a emissora exibiu nesta década, trata-se do segundo pior desempenho - o típico "fiasco de público". Não atingiu a meta mínima de 45 pontos, estipulada pela Globo. Mais inferior ainda foi a sucessora, Duas Caras, que teve a pior estréia da década, com 40,3 pontos no primeiro capítulo - e caiu mais quatro pontos no capítulo seguinte.

"A comparação das audiências regionais da Globo evidencia que a novela da oito, líder na média nacional e nas principais capitais, não é uma unanimidade", explicou Daniel Castro na Folha de S.Paulo. Segundo o jornalista, Paraíso Tropical teve "rejeição nas cidades do interior" - situação com que poucas vezes a Globo teve de lidar.

Malhação é outro exemplo de programa global em queda livre. Na média, foram 32 pontos em 2004, 31 em 2005, 29 em 2006 e apenas 25 em 2007 (janeiro a setembro). O despencar da atração levou a Globo a antecipar o final da temporada de janeiro para novembro.

Também o Fantástico, líder de audiência aos domingos, decresce programa a programa - já caiu cinco pontos de agosto a setembro. O cenário mudou. Reportagens "especiais" foram feitas na reta final da novela das 8. Nada resolveu. "Deve haver uma soma de fatores influenciando esse relativo desinteresse do público", escreveu a crítica de TV Bia Abramo. "Mas será que para isso também não concorre simplesmente um envelhecimento fatal da fórmula?"

E aí está o segredo da TV Record. A emissora do bispo Edir Macedo chupa o "padrão Globo de qualidade", seja no jornalismo, seja na teledramaturgia. Mas tempera isso com ousadia e ritmo próprios, aproximando-se do interesse dos jovens espectadores.

A reação

Uma verdade: a Globo, no cômputo geral, ainda tem mais público que a soma de Record e SBT. A diferença, no entanto, vai diminuindo. Em 2000, metade dos espectadores sintonizava a Globo. Atualmente, sua audiência não passa de 43% - e a emissora já começa a correr para reverter o declínio.

No começo de setembro, mandou a anunciantes um documento de 14 páginas exclamando uma "destacada liderança em todo o Brasil". Segundo Daniel Castro, a iniciativa foi interpretada no mercado "como uma demonstração da Globo de preocupação com o marketing e com o crescimento de audiência e comercial da Record".

Uma semana depois, o 7º Encontro Globo de Criação não se restringiu a seu tema habitual - o estudo de programas novos para especiais de fim de ano. O principal ponto em debate foi justamente a audiência perdida para outras emissoras, outras mídias e até para a apatia do espectador.

A disputa pelo público matutino é a prova maior do desprestígio da Globo, ameaçada pelos desenhos do SBT e pelo interessante programa Hoje em Dia, da Record. A emissora carioca já patinou várias vezes num terceiro lugar no período da manhã, expondo a decadência de estrelas como Ana Maria Braga e Xuxa.

Quem dera fosse só de manhã. Na noite de 12 de junho deste ano, a Globo estreou a esperada microssérie A Pedra do Reino - uma das apostas da emissora, e um sucesso de crítica. Ficou novamente atrás da Record (22 pontos com O Aprendiz) e do SBT (16 com o filme Lara Croft - A Origem da Vida). A microssérie registrou 14 pontos.

Sob ataques

O desgaste da maior emissora do país se reflete no Congresso Nacional e nos movimentos sociais. Lá como cá, as manifestações e os discursos anti-Globo se multiplicam. Em defesa do canal, pode-se dizer que houve protestos contra outros veículos, como o ato do Movimento Sem-Mídia à frente da Folha de S.Paulo e da UJS (União da Juventude Socialista) diante da Editora Abril. A Globo, ainda, assim, "lidera" o ranking da indignação.

Em 19 de setembro, o deputado federal Fernando Ferro (PT-PE) foi à tribuna da Câmara e, de forma irônica, propôs a criação do Partido da Imprensa - com Arnaldo Jabor de presidente, Miriam Leitão como secretária-geral e Diogo Mainardi na tesouraria. O mesmo parlamentar voltou ao plenário neste mês de outubro e acusou o diretor-executivo da Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel, de "falsificador" de informações.

As queixas generalizadas contra a emissora da família Marinho culminam, nesta sexta-feira, em manifestações lideradas pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) - A Jornada Nacional de Lutas pela Democratização dos Meios de Comunicação. Com eventos marcados em 15 capitais, entidades como CUT, UNE e MST exigirão mais rigor e controle público na renovação de concessões de rádio e TV.

São as grandes redes - Globo à frente - que estão no centro da contestação. Uma manifestação cultural chamada Globo Mente tomará o Rio de Janeiro. No Recôncavo Baiano e no Recife, comunidades quilombolas sairão às ruas para denunciar as difamações promovidas pela emissora. Os quilombolas da Bahia incentivarão o povo a não ver a programação da Globo durante o dia.

É difícil que as cinco afiliadas globais percam sua licença. Um decreto de 1963 permite a renovação automática das concessões enquanto o Congresso não aprecia a questão. Mesmo que o caso chegue lá, dois quintos do Congresso Nacional precisam aprovar a não-renovação em votação nominal. Mas, legislação à parte, a confiabilidade da TV Globo nunca esteve tão à prova.





Libido


Freud notou que na maioria dos pacientes que teve desde o início de sua prática clínica, os distúrbios e queixas de natureza hipocondríaca ou histérica, estavam relacionados a sentimentos reprimidos com origem em experiências sexuais perturbadoras.

Assim ele formulou a hipótese de que a ansiedade que se manifestava nos sintomas era conseqüência da energia (libido) ligada à sexualidade; a energia reprimida tinha expressão nos vários sintomas que serviam como um mecanismo de defesa psicológica. Essa força, o instinto sexual, não se apresentava consciente devido à "repressão" tornada também inconsciente; Revelação da "repressão" inconsciente era obtida pelo método da livre associação (inspirado nos atos falhados ou sintomáticos, em substituição à hipnose) e interpretação dos sonhos (conteúdo manifesto e conteúdo latente).
O processo sintomático e terapêutico compreendia: experiência emocional - recalque e esquecimento - neurose - análise pela livre associação - recordação - transferência - descarga emocional - cura.
Picture by David Cunningham
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