sexta-feira, 25 de abril de 2008

Mantida por aparelhos


Luiz Gonzaga Belluzzo

Ao longo do tumultuado período encravado entre a Primeira Guerra Mundial e a vitória dos Aliados em 1945, a fúria e a desordem dos mercados haviam colocado em risco a ordem social e econômica. Esse intervalo histórico foi marcado por instabilidades monetárias e cambiais devastadoras transmitidas por circuitos financeiros internacionais.

As disputas comerciais e as desvalorizações competitivas promoveram a contração do comércio internacional e os países envolvidos tratavam de despejar o desemprego no território do vizinho. Tudo isso em meio à intensificação dos conflitos sociais. A luta política, cada vez mais radicalizada entre a extrema-esquerda e a ultradireita, foi coroada com os espinhos da experiência nazi-fascista. Neste clima cresceu o convencimento de que o capitalismo, entregue à sua própria lógica, era uma ameaça à vida civilizada.

No pós-guerra, para evitar a repetição do desastre era necessário, antes de tudo, constituir uma ordem econômica internacional capaz de alentar o desenvolvimento. Em primeiro lugar, remover os obstáculos à expansão do comércio entre as nações e conceber regras monetárias aptas a garantir a confiança na moeda-reserva e, ao mesmo tempo, impedir o ajustamento deflacionário do balanço de pagamentos. Tratava-se, portanto, de erigir um ambiente econômico internacional destinado a propiciar um amplo raio de manobra para as políticas nacionais de desenvolvimento, industrialização e progresso social.

As novas instituições e as políticas econômicas do Estado Social estavam comprometidas com a manutenção do pleno emprego, com a atenuação, em nome da igualdade, dos danos causados ao indivíduo pela operação sem peias do “mecanismo econômico”. Eric Alliez escreveu que, durante mais de duas décadas, realizou-se a criação de um mundo fundado sobre o direito ao trabalho, que tinha como objetivo o pleno emprego, o crescimento dos salários reais.

Já nos anos 50, tempo de esplendor e glória do ideário keynesiano, o libertarianismo de Friedrich Hayek e, mais tarde, o monetarismo de Milton Friedman desataram a ofensiva contrária “aos inimigos da liberdade econômica”. Não eram ouvidos nem cheirados.

Os libertários saíram da tumba, ressuscitados pelos miasmas da “estagflação” do fim dos anos 60 e início dos 70. A partir de perspectivas teóricas distintas, os espectros do mercadismo passaram a rondar o chamado “consenso keynesiano”.

Para eles, as proezas da “era dourada” revelaram-se um doloroso engano. Engano que fez prosperar o famigerado populismo econômico, uma forma perversa de politização à outrance da economia. Parafraseando Eric Hobsbawm, a recomendação dos conservadores era dar “adeus a tudo aquilo” e, com urgência, empreender as reformas necessárias para restabelecer o funcionamento dos verdadeiros mecanismos econômicos, os únicos aptos a garantir a liberdade do indivíduo e promover a estabilidade e o crescimento a longo prazo.

Na visão liberal-conservadora, os propósitos de proteger o cidadão contra os azares e as incertezas do mercado terminariam por suscitar efeitos contrários aos pretendidos. A despeito das diferenças analíticas e de método, Hayek e Friedman sustentavam que os “anos gloriosos” estavam fadados inexoravelmente ao fracasso em sua insana tentativa de interferir nos movimentos “naturais” dos mercados. As políticas monetárias acomodatícias, combinadas com pactos “corporativistas” entre as classes sociais e grupos de interesses, levariam inevitavelmente ao baixo dinamismo e à inflação crônica e elevada.

Logo depois, os novo-clássicos, escorados na hipótese das expectativas racionais, reforçaram as tropas do reformismo liberal. Expediram uma sentença condenatória ainda mais dura contra a intervenção do Estado, ao proclamar a ineficácia das políticas fiscal e monetária em sua vã pretensão, assim diziam, de limitar a instabilidade cíclica e promover o crescimento da economia.

Os governos logo haveriam de aprender: os agentes racionais que povoam os mercados sabem exatamente qual é a estrutura da economia e, usando a informação disponível, são capazes de antecipar sua evolução provável. Não se deixam enganar, nem por um momento, pelo velho truque de estimular a atividade econômica com os anabolizantes nominais da política monetária leniente. Caso insistam nessa prática, políticos e burocratas voluntaristas, em vez de mais empregos, conseguirão apenas mais inflação, salvo na hipótese improvável de que possam surpreender e tapear permanentemente os sagazes agentes privados, implacavelmente racionais.

No início dos anos 80, a turma da economia da oferta dizia ainda mais: a sobrecarga de impostos sufocava os mais ricos e desestimulava a poupança, o que comprometia o investimento e, portanto, reduzia a oferta de empregos e a renda dos mais pobres.

As práticas neocorporativistas, diziam eles, criavam sérias deformações “microeconômicas” ao promover, deliberadamente, intervenções no sistema de preços, nas taxas de câmbio, nos juros e nas tarifas. Com o objetivo de induzir a expansão de setores escolhidos ou de proteger segmentos empresariais ameaçados pela concorrência, os governos distorciam o sistema de preços e, assim, bloqueavam os mercados em sua nobre e insubstituível função de produzir informações para os agentes econômicos.

Tais violações das regras de ouro dos mercados competitivos culminavam na disseminação da ineficiência e na multiplicação dos grupos “predadores de renda”, que se encastelavam nos espaços criados pela prodigalidade financeira do Estado.

Para acrescentar ofensa à injúria, os mercados de trabalho, castigados pela rigidez nominal dos salários e por regras políticas hostis ao seu bom funcionamento – como a do salário mínimo –, não podem mais exprimir o preço de equilíbrio desse fator de produção, por meio da interação desembaraçada das forças da oferta e da demanda.

Em matéria financeira, a teoria dos “mercados eficientes” pretendia ensinar que todas as informações relevantes sobre os “fundamentais” da economia estão disponíveis em cada momento para todos os participantes dos mercados que avaliam os títulos de dívida e os direitos de propriedade.

A ação racional dos agentes, diante das informações existentes, seria capaz de orientar a melhor distribuição possível dos recursos entre os diferentes ativos. Essa teoria procurava afirmar que, em condições competitivas, não podem existir estratégias “ganhadoras” capazes de propiciar resultados acima da média.

Na última semana, em meio a mais uma hemoptise dos mercados infectados, o consultor Rod Arnott arengava para uma platéia de 200 acadêmicos, gente da área financeira. Perguntou aos ouvintes se acreditavam na Hipótese dos Mercados Eficientes. Ninguém levantou o braço. Em seguida, indagou qual deles utilizava a desditosa hipótese em seus artigos, assumindo que ela seja verdadeira. Quase todos levantaram as mãos.

Nos idos de 1994, Matt Ridley, conhecido zoólogo e economista diletante, autor de vários ensaios científicos, proclamou, em uma de suas inúmeras catilinárias contra o Estado: “A pouco conhecida Nona Lei da Termodinâmica ensina que quanto mais um grupo se apropria do dinheiro do contribuinte, mais ele demanda e mais ele reclama”. Bravo!

Sucessor do pai como presidente do Northern Rock, Ridley foi dispensado da função em outubro de 2007, quando o banco declarou-se insolvente, afogado em empréstimos podres. O governo inglês injetou 16 bilhões de libras nos cofres do Northern e, logo depois, viu-se obrigado a estatizar o falecido.

A revista The Economist rezou o epitáfio do ex-banqueiro Ridley: “Ele seguiu um modelo agressivo de negócios, cruzou os dedos e apostou que a liquidez estaria sempre ali”.

Quando o negócio foi à garra, seu colega de estudos na universidade, o celebrado George Monbiot, não deixou barato: “O libertário foi obrigado a recorrer ao abominável Estado”. Fontes bem informadas atestam que Ridley passou a concentrar suas energias no estudo de animais mais previsíveis do que os enigmáticos mercados superalavancados das “securities” e dos derivativos.

Tal como a Hipótese dos Mercados Eficientes, a ideologia neoliberal estrebucha, alvejada por sua própria fuzilaria. Os tiros ricocheteiam na realidade da finança desregulada. Conservadores e progressistas clamam pela imposição de regras para conter os desvarios dos mercados. As crises financeiras multiplicam-se desde os anos 80. Se a freqüência dos episódios compromete o prestígio dos curandeiros dos mercados desimpedidos, ainda não abalroou o poder dos patrões da finança e de seus aliados nos bancos centrais. É cedo para programar as exéquias do neoliberalismo.

original em: CartaCapital




Pixinguinha - Donga - J Cascata -Waldemar - Almirante - Alfredinho -Rubem - Lentine - João da Bahiana - Bide - Mirinho

1 - QUE PERIGO - Chôro
(Pixinguinha)
2- PATRÃO PRENDA SEU GADO - Partido Alto
(João da Bahiana - Pixinguinha - Donga)
3 - CORALINA - Chôro
(arranjo de Pixinguinha)
4 - NOSSO RANCHINHO - Samba
(Donga - J. Cascata)
5 - HONÓRIA - Chôro
(Gualdino Barreto - arranjo Pixinguinha)
6 - ESSA NEGA QUE ME DÁ - Samba
(Caninha)
* ME LEVA , ME LEVA SEU RAPHAEL - Samba
(Caninha)
7 - FLOR DO ABACATE - Chôro
(Alvaro Sandi - arranjo de Pixinguinha)

Créditos: CápsulaDaCultura

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DET SJUNDE INSEGLET (O Sétimo Selo) – Ingmar Bergman, 1957

DET SJUNDE INSEGLET (O Sétimo Selo) – Ingmar Bergman, 1957




Formato: rmvb
Áudio: Sueco / Latim
Legendas: Português/BR
Duração: 1:36 h
Tamanho: 365 MB
Servidor: Rapidshare

créditos:F.A.R.R.A - lusinha

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Sinopse:
“Det Sjunde Inseglet (“O Sétimo Selo” em português) é um filme sueco dirigido por Ingmar Bergman.
O filme ambienta-se em um dos mais obscuros e apocalípticos períodos da Idade Média européia. O título é uma remissão ao livro bíblico denominado Apocalipse ou Revelação, especificamente aos capítulos oitavo, nono e décimo do referido livro. No desenrolar do enredo torna-se clara a preocupação do diretor em buscar, no passado, um período que traga à tona questões ainda presentes no mundo contemporâneo.
O filme foi lançado em 1957, período em que os traumas da Segunda Guerra Mundial e da bomba atômica ainda marcavam a vida dos europeus. As décadas de 50 e 60 encerram o período de maior temor pela derrocada de uma guerra nuclear que destruísse o mundo em instantes. Acresce-se a isto que os traumas do holocausto e da mortandade desencadeados na guerra não haviam sido esquecidos, mas, pelo contrário, as pessoas pressentiam que tudo fora um presságio de que o homem seria o grande responsável pelo apocalipse final.”


Detalhes:
Director: Ingmar Bergman
Argumento: Ingmar Bergman
Data: 1957
Género: Drama


Elenco:
Gunnar Björnstrand
Bengt Ekerot
Nils Poppe
Max von Sydow
Bibi Andersson
Inga Gill


Screen Shots:






"O cofre nunca lhe caiu nos pés"


Imaginem a seguinte situação. Final de 1998. Olívio Dutra é eleito governador do Estado. Em dezembro do mesmo ano, decide sair do pequeno apartamento onde mora na Avenida Assis Brasil, zona norte de Porto Alegre e desembolsa R$ 750 mil por uma casa de dois pisos em uma área nobre da capital. Tudo isso logo depois da campanha eleitoral.

Prossigamos nosso exercício imaginativo. Olívio assume em 1999 e, após dez meses de governo, um de seus coordenadores de campanha (que ajudou na arrecadação de fundos) é preso pela Polícia Federal, acusado de liderar um esquema de desvio de dinheiro público no Detran. Acaba indiciado pela PF sob as acusações de formação de quadrilha e prática de crime organizado. Outros importantes aliados do governo são presos e indiciados no mesmo caso.

Na Assembléia Legislativa é criada uma CPI para investigar o caso. Durante uma das sessões, um deputado pergunta a um depoente, citando o depoimento de um delegado de polícia, se ele tinha conhecimento da compra de uma casa no final da campanha eleitoral com sobras de campanha. O que estaria acontecendo com Olívio Dutra agora, se tudo isso tivesse acontecido?

Fim do exercício imaginativo. Voltemos à realidade.

Reza a sabedoria romana que à mulher de César não basta ser honesta, ela também tem que parecer honesta. Por enquanto não há provas que a governadora Yeda Crusius comprou uma casa com sobras de campanha. No entanto, os eventos que cercam o caso - e que serviram de inspiração para o exercício acima – tornam razoável exigir maiores informações sobre o caso. Agora, a governadora resolve partir para o ataque e ameaça processar o presidente da CPI do Detran, deputado Fabiano Pereira (PT), por este levantar suspeitas sobre a compra da casa.

Yeda aposta que o cordão sanitário que vem sendo construído em torno de sua figura evitará qualquer investigação sobre o caso. As declarações do delegado de polícia (aliás, ex-chefe de Polícia que teve uma participação decisiva na CPI da Segurança, em 2001) são minimizadas pela imprensa. A governadora mostra-se indignada. No seu governo, prega austeridade. Não hesita em demitir servidores, fechar escolas e corais infantis em nome dessa austeridade. E chama isso de coragem.

Na vida privada, comporta-se como qualquer novo rico que, ao ascender na vida, troca de casa, de carro, compra uma lancha, coisas do tipo. A coragem e a austeridade que cultua só se aplicam quando é o caso de fechar algum serviço público que atende à população mais pobre do Estado. A generosidade, ela guarda para as grandes empresas e para si mesma.

Em tempo: Olívio Dutra continua morando em seu pequeno apartamento na Avenida Assis Brasil, que comprou com os salários que recebeu como funcionário do Banrisul. Como disse Adão Oliveira, em um artigo publicado no Jornal do Comércio (17/08/2005), “o cofre nunca lhe caiu nos pés”.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Terror e Escuridão - José Mercader




O Papa Está Muito Equivocado
Que lastimável o silêncio da Igreja!

Por Robert Reyes.

Segui com atenção a visita pastoral do Papa Bento XVI aos Estados Unidos, especialmente sua mensagem à Organização das Nações Unidas. Devo começar por dizer que o Papa está muito equivocado em seu conceito do que é o governo norte-americano, parece-me uma grande insolência que tenha celebrado seu aniversário ao lado do maior terrorista, culpado de milhões de mortes e o principal obstáculo para que América Latina seja inundada pelo desenvolvimento social, médico, cultural, e todas aquelas coisas da globalização.

O mais alarmante da Mensagem à ONU foi omitir o genocídio do povo iraquiano. Em todos seus discursos o Papa esqueceu de exigir em nome do Deus da vida que – diz ele representar- que se pare esse massacre. Que inocência calar diante o culpado! Que lastimável o silêncio da Igreja! Parece que hoje se repete a triste cena dos silêncios, assim como no holocausto nazista, quando milhares de inocentes morreram nos campos de concentração.

É alarmante que no terceiro milênio do cristianismo ainda Roma escolha Papas que se vendem ao melhor preço. Porque o silêncio mantido por Bento XVI na ONU e na Casa Branca não foi de graça nem diplomático, foi uma bofetada à fé, ao evangelho e a Cristo Redentor.

Todo Estado tem o dever primário de proteger a própria população de violações graves e contínuas dos direitos humanos, como também das conseqüências das crises humanitárias, já sejam provocadas pela natureza ou pelo homem, disse ontem o Papa alemão. Pergunto-me como cristão: por acaso o estado norte-americano protege? Por acaso este respeita os direitos humanos? Quem provoca crises humanitárias e... até naturais? Então, como a resposta é muito óbvia ( os Estados Unidos), por que não aproveitar aquela tribuna para exigir que se pare o extermínio iraquiano. Porque aquela não é uma guerra preventiva, é o extermínio de um povo inteiro.

Afirma o Pontífice que sua presença nesta Assembléia é uma mostra de estima pelas Nações Unidas e é considerada como expressão da esperança em que a Organização sirva cada vez mais como signo de unidade entre os Estados e como instrumento ao serviço de toda a família humana.” Como se atreve a dizer este senhor que ele é esperança para a ONU, essa instituição deixou de funcionar quando os Estados Unidos dominaram sua voz e submeteram sua legalidade em favor dos interesses nefastos do criminoso George Bush e seus afãs de guerra e violação dos Direitos Humanos.

Por isso minha réplica ao “Santo Padre” que novamente se equivocou em terra americana. Desejo poder mandar ao Papa todos os inumeráveis e intermináveis arquivos das gravíssimas violações de Direitos Humanos que acontecem na América Latina e cujo único responsável tem sido o estado norte-americano. Novamente um Judas Iscariotes tem assomado seu nariz onde não deve, creio que tem sido muito triste e vergonhoso o espetáculo do Papa naquele país. E mais vergonhoso seu insolente silêncio. É que não me cabe na cabeça que este indivíduo não tenha pedido o fim da invasão no Iraque e, que não tenha exortado os norte-americanos a saberem escolher seu caminho porque as atuais circunstâscias nos demonstram que esse país caminha para sua própria autodestruição.

Também disse o elemento romano que As Nações Unidas seguem sendo um lugar privilegiado em que a Igreja está comprometida a levar sua própria experiência “em humanidade”, desenvolvida ao longo dos séculos entre povos de toda raça e cultura, e a pô-la à disposição de todos os membros da comunidade internacional. Isso é mentira, é uma ofensa a nossos povos. Quantas vezes essa instituição falhou em contra de nossos irmãos países latino-americanos e se tornou em mais uma organização inquisidora que num lugar privilegiado. É que é muito descaro dizer que a Igreja tem experiência de humanidade, porque com suas exceções, demonstrou ao longo dos séculos ser uma religião contrária ao Evangelho, aos direitos fundamentais dos povos e dos homens. Sim, é a mais intransigente e imoral de todas.

Quem não acredite em mim dê uma olhada na nefasta hierarquia que perambula em nosso país, camuflada com mitras e cajados, com aparência fúnebre e carregada de ódios, de frustrações e de exclusão.

Olhem esta estupidez, o Papa ao delinqüente do Bush:

Os estadunidenses o sabem por experiência: quase todas as cidades deste País têm monumentos em homenagem aos que têm sacrificado sua vida em defesa da liberdade, tanto em sua própria terra como em outros lugares... Os Estados Unidos têm se mostrado sempre generosos em ir ao encontro das necessidades humanas imediatas, promovendo o desenvolvimento e oferecendo alívio às vitimas das catástrofes naturais. Tenho a confiança de que esta preocupação pela grande família humana seguirá manifestando-se com o apoio aos esforços pacientes da diplomacia internacional orientados a solucionar os conflitos e a promover o progresso.

E agora o delinqüente ao Papa:

Foi um momento especial poder conversar com o Santo Padre no Salão Oval. É um humilde servidor de Deus. É um professor brilhante. É uma alma cálida e generosa...

Juntos, durante quase sete anos e meio nos temos esforçado por respeitar a dignidade da vida humana. Durante os últimos anos, meu governo interrompeu o financiamento de grupos estrangeiros que realizam ou promovem o aborto usando dinheiro dos contribuintes estadunidenses. Temos trabalhado juntos para proteger da violência as vitimas não nascidas e para acabar com a bárbara prática do aborto de nascimento parcial. Temos-nos mantidos firmes em nossa crença de que os avanços médicos prometedores podem coexistir com as práticas médicas éticas. Uma das vantagens de ser Presidente é que posso ver com meus próprios olhos a forma em que as verdades fundamentais expressadas pelo Santo Padre motivam as pessoas. Os tenho visto viver o Evangelho em inumeráveis atos de compaixão e valentia. Tenho-me unido a vocês ao tratar de cumprir o nobre clamor das Escrituras: ver a imagem de Deus em toda a humanidade e respeitar a dignidade de cada ser humano na Terra.

Que ironia, não? A visita do Papa tem sido uma asquerosa injúria, uma blasfêmia, um ato de circo muito barato.

O único que diria ao Papa respeito a esta visita são duas coisas:

1.Equivocou-se de história.

2.Como diz a canção de Ali: “Eu venho de onde o Senhor não tem ido”...ah. E claro uma mais direita: Sr. Papa “basta de mentes hipócritas”...aqui ainda seguem matando cristãos por defender uma cruz. Mas a cruz que nos impôs historicamente o imperialismo ianque começa a ser suave em nossos homens, porque aqui onde o Senhor não tem vindo há REVOLUÇÃO, é o mais belo processo baseado na igualdade, na justiça, na liberdade, no amor.


Versão em português: Allisson Gabrielle de América Latina Palavra Viva.




Stroszek

Bruno Stroszek é o personagem principal deste filme, realizado por Werner Herzog em 1977. Bruno sofre de atrasos psico-intelectuais e é liberto de uma cadeia, onde tinha sido encarcerado devido às zaragatas que frequentemente arranjava, dado o seu estado mental. Nesse momento conhece Eva, uma prostituta, por quem imediatamente se apaixona, e Scheitz um velho delirante e castiço, seu vizinho. Bruno é, de certa forma, uma personagem carente e sensível. É músico nas horas vagas e toca deambolando pelas ruas. Não tem noção das coisas mais elementares, é nayf e deixa-se enganar com uma facilidade tremenda por quem quer que seja. Bruno, Scheitz e Eva viajam para os Estados Unidos em busca do sonho Americano e não tardam a encontrar uma realidade bem diferente da que esperavam. Encontram a América real, fria, desumanizada. Fonte


Gênero: Drama
Diretor: Werner Herzog
Duração: 115 minutos
Ano de Lançamento: 1977
País de Origem: Alemanha
Idioma do Áudio: Alemão / Inglês
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0075276

Qualidade de Vídeo:
DVD Rip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 811 Kbps
Áudio Codec: Divx (wma)
Áudio Bitrate: 128
Resolução: 640x384
Formato de Tela: Widescreen
Frame Rate: 25.000 FPS
Tamanho: 697 Mb
Legendas: Em anexo


Bruno S. (Der Bruno Stroszek)
Eva Mattes (Eva)
Clemens Scheitz (Scheitz)
Wilhelm von Homburg (Cafetão)
Burkhard Driest (Cafetão)
Clayton Szalpinski (Mecânico)
Ely Rodriguez (Mecânico)
Alfred Edel (Dretor da Prisão)
Scott McKain (Scott)
Mais detalhes

- O filme foi escrito em quatro dias e especificamente para o ator Bruno S., sendo filmado em Berlim e em duas cidades no estado norte-americano de Wisconsin.
- Muitos dos personagens, com exceção dos três principais: Bruno Stroszek (Bruno S.), Eva (Eva Mattes) e Scheitz (Clemens Scheitz), foram encenados por não-atores.
- Foi o último filme que Ian Curtis, vocalista do Joy Division, viu antes de se suicidar

Vejo Stroszek como um filme, de certa maneira, neo-realista. Com efeito, Herzog capta a realidade no seu estado mais miserável e crú. Bruno Stroszek está para Herzog como Edmund para Rosselini ou Antonio para De Sica. Este filme é uma crítica ao mundo dos números, ao mundo em que o dinheiro se torna necessário e o bom coração um peso. Uma crítica à América do sonho sonhado, que a realidade destrói e torna pretérito. Estamos habituados a ver os grandes realizadores fazerem enormes exigências aos actores. Veja-se, a título exemplificativo, Polanski e Adrien Brody, ou Von Trier e Bjork. Pega-se num argumento com o cunho pessoal do "auteur" e o actor tem que se enquadrar na personagem previamente delineada. Aliás, é isso que vulgarmente distingue um actor de um amador, a capacidade de ser muitos eu's, de representar, de fingir, de ser o que não se é. Fonte

não esqueça de fazer o registro no makingoff antes de baixar o filme, é gratuito.

Download abaixo:

Arquivo anexado Stroszek.1977.Werner.Herzog.DVDRip.XviD.ENG.freakyflicks.torrent filme
Arquivo anexado Stroszek.1977.Werner.Herzog.DVDRip.XviD.ENG.freakyflicks.sub.rar legendas


Festa de título no Gigante

Torcida enlouquece com classificação histórica do Inter
Agência
Andrezinho e Fernandão comemoram gol do Internacional sobre o Paraná

Ainda faltam seis jogos para o Inter conquistar a Copa do Brasil e garantir o retorno à Libertadores em 2009, ano de seu centenário, mas o clima nesta quarta-feira, entre os torcedores, foi de campeão. Orgulhosa pela vitória heróica de 5 a 1 sobre o Paraná, os colorados fizeram uma festa impressionante.

Assim que o árbitro encerrou a partida, o Beira-Rio explodiu em euforia. O técnico Abel Braga, emocionado, foi ao vestiário com as mãos para cima, aplaudindo a galera.

- Essa vitória tem toda a participação deles - afirma.

Fernandão, no meio do gramado, chamou os jogadores. Juntos, eles foram até a mureta que separa o campo da torcida para fazer um agradecimento coletivo à torcida, que não parou de cantar um único segundo.

- Resgatamos aqueles grandes momentos que havíamos vivido. E vamos viver muitos outros ainda - comenta o capitão.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A vitória de Lugo e seus reflexos no Brasil



Altamiro Borges - adital


Num clima de euforia, dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas centrais de Assunção na noite deste domingo (20) para comemorar o anúncio oficial, divulgado pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE), da vitória do ex-bispo católico Fernando Lugo no pleito presidencial do Paraguai. A festa popular, carregada de esperança, marca uma virada histórica neste sofrido país, encerrando seis décadas de domínio do direitista Partido Colorado, e confirma a inédita guinada à esquerda do tabuleiro político na América Latina - tão temida pelo imperialismo estadunidense e pelas forças oligárquicas da região e incompreendida por alguns setores esquerdistas sectários.

Segundo várias agências de notícias, a multidão em êxtase ocupou a frente do comitê da Aliança Patriótica para a Mudança quando a apuração apontou a ampliação da vantagem de Lugo sobre a colorada Blanca Ovelar. Ninguém parecia acreditar no resultado, já que pairavam dúvidas sobre o risco de fraudes eleitorais. Cauteloso, o novo presidente anunciou: "Quando a Justiça ratificar o resultado, estaremos abertos para construir a integração real do continente". O dia do candidato foi emblemático do seu perfil progressista, de adepto da Teologia da Libertação. Ele foi votar, às 7h12, de braços dados com a argentina Hebe de Bonafini, legendária líder das Mães da Praça de Maio. Depois, ao lado do amigo brasileiro Frei Betto, Lugo rezou na paróquia São João Batista.

Intrigas da mídia venal

A vitória do "bispo dos pobres", como ele é chamado por seu trabalho junto aos sem-terra de San Pedro, uma das regiões mais miseráveis do país, enche de esperanças o povo paraguaio, reforça o processo de integração progressista do continente e desperta preocupação no Brasil. Envenenado pela mídia hegemônica, há quem tema a eclosão de conflitos com a nação vizinha em função da energia hidrelétrica de Itaipu e da presença de milhares de fazendeiros brasileiros na agricultura paraguaia. De fato, estes temas foram centrais na campanha eleitoral, com todos os candidatos - e não apenas Lugo - defendendo mudanças, principalmente nas cláusulas do Tratado de Itaipu.

Mas o que realmente pode mudar nas relações entre Brasil e Paraguai? Quais serão os reflexos da histórica vitória de Fernando Lugo? Para entender melhor o que está em jogo, sem se contaminar com as intrigas da mídia venal, torna-se indispensável a leitura do livro recém-lançado "O direito do Paraguai à soberania", organizado por Gustavo Codas (Editora Expressão Popular). Ele reúne três artigos que ajudam a explicar o surpreendente apoio ao teólogo da libertação, as propostas da sua organização eleitoral, batizada em guarani de Tekojoja (que significa "viver entre iguais") e as reais polêmicas em torno do inflamável Tratado de Itaipu - o foco principal da obra.

Dívidas do capitalismo brasileiro

Já na abertura, o paraguaio Gustavo Codas, que se exilou no Brasil durante a ditadura de Alfredo Strossner e milita na CUT, explícita que a vitória de Lugo deve, de fato, afetar a agenda externa brasileira. "O país sofre uma pesada herança da qual o Brasil é, em grande parte, responsável. O Paraguai foi castigado, primeiro, pelas conseqüências duradouras da guerra de extermínio que Brasil, Argentina e Uruguai lhe fizeram nos anos de 1864-1870, e, na segunda metade do século 20, pelo fortalecimento de um modelo capitalista mafioso vinculado à burguesia brasileira em todo tipo de negócios ilícitos - narcotráfico, lavagem de dinheiro, contrabando, etc.".

Para ele, três temas deverão pautar uma nova relação, mais justa e soberana, entre os dois países. "Primeiro, a renegociação do Tratado de Itaipu. Segundo, os resultados da invasão de boa parte do território oriental paraguaio por latifundiários brasileiros produtores de soja (iniciado nos anos 70). Terceiro, a integração ao Mercosul com uma verdadeira compensação das assimetrias deste pequeno e pobre país em relação aos dois maiores sócios deste projeto - Brasil e Argentina". O livro, como explica Codas, tem como objetivo reforçar na esquerda brasileira "o compromisso com um internacionalismo que, para além dos discursos de solidariedade, deve ser transformar em passos concretos reparando as dívidas deixadas pelo capitalismo brasileiro no Paraguai".

O programa do Movimento Tekojoja

Neste rumo, os três textos dão importante contribuição ao debate. O primeiro, de Richard Gott, membro honorário do Instituto de Estudo das Américas da Universidade de Londres, apresenta detalhada biografia do "bispo vermelho do Paraguai". O segundo traz o resumo do programa do Movimento Popular Tekojoja, que está centrado na luta pela "revolução agrária", na estratégica "soberania energética", na "planificação pró-ativa do desenvolvimento nacional", no "trabalho produtivo e digno para todos", na "universalização da seguridade social", na "integração regional solidária", entre outros itens. É um programa reformista, desenvolvimentista, mas que se inspira nos "princípios libertários que alentaram a luta patriótica do nosso povo e nos ideais socialistas".

O texto mais longo, instigante e de interesse imediato para os brasileiros é do engenheiro Ricardo Canese, um dos principais assessores do novo presidente. Ele trata da "recuperação da soberania hidrelétrica do Paraguai". Com inúmeros dados técnicos, o autor argumenta que a capacidade de produção de energia do seu país é o único fator que pode destravar o desenvolvimento e garantir maior justiça social. Para ele, a vitória de Lugo reascenderá este debate estratégico, abandonado pela oligarquia paraguaia que "trocou de forma perversa a soberania hidrelétrica por concessões e apoios políticos fornecidos pelas elites dominantes dos nossos vizinhos mais poderosos", a exemplo do que ocorreu com o canal da Panamá e com as reservas de gás e petróleo da Bolívia.

Os tratados de Itaipu e Yacyretá

Apesar de posições estranhas, como a que renega as experiências socialistas, a que reforça a tese do subimperialismo - "sofremos mais a conseqüência de depender das submetrópoles (Brasília e Buenos Aires) que do próprio império" - e a que afirma que não há alternativas ao capitalismo, Canese apresenta dados sólidos sobre o "roubo" da energia hidrelétrica do Paraguai. Revela que os preços fixados pelo Tratado de Itaipu estão bem abaixo do mercado, que os juros da obra são escorchantes e eternizam a dívida externa e que as regras de comercialização são draconianas. O Paraguai consome apenas 12% da energia gerada em Itaipu, mas é obrigado a vender o restante para o Brasil. Acordo similar foi feito com a Argentina na exploração da energia de Yacyretá,

Canese estima que o país perca US$ 3,645 bilhões ao ano em decorrência destes tratados lesivos. Para ele, a renegociação dos acordos com o Brasil e a Argentina é o único caminho para a nação poder alavancar o desenvolvimento e investir em programas sociais que superem a brutal miséria do país. "O Paraguai é um país hidrelétrico. É o único país da região com genuínos excedentes... Com um PIB da ordem de US$ 7,5 bilhões, possui uma riqueza hidrelétrica que vale 50% do seu PIB. Consequentemente, não há nada mais importante do que recuperar a soberania sobre essa valiosa riqueza natural". As propostas que formula, que serviram de base ao programa de Lugo, não pregam o rompimento dos acordos - como insinua a mídia. Mas procuram garantir preços justos, redução dos juros e novas regras. Defendem nada mais do que a soberania do Paraguai.


[Autor livro recém-lançado "Sindicalismo, resistência e alternativas" (Editora Anita Garibaldi)].


* Jornalista, editor da revista Debate Sindical

terça-feira, 22 de abril de 2008