terça-feira, 4 de agosto de 2009

Alimentos orgânicos: respeito à qualidade de vida e ao meio ambiente

Do Correio da Cidadania


Escrito por Ana Célia Alves de Azevedo Reveilleau




Hoje mais do que nunca, notamos que há muita preocupação com o homem para que tenha uma vida digna e com qualidade. Para entendermos o que vem a ser o termo "sadia qualidade de vida" nosso enfoque não poderia deixar de ser iniciado pela Constituição Federal de 1988, onde encontramos vários capítulos que nos indicam o que precisamos para atingir a vida digna e com qualidade, como direito à saúde, à educação, ao trabalho, lazer, segurança, previdência social etc.



É especialmente no Capítulo VI, da Ordem Social, artigo 225, sobre o meio ambiente, que vamos identificar que somos organismos vivos harmonizados com a natureza. E que por isso nossa qualidade de vida quotidiana depende do estado no qual a ecoesfera se encontra, ou seja, precisamos de ar, água, alimentos, elementos essenciais para a sobrevivência material, daí ser vital um meio ambiente ecologicamente equilibrado.



Nesse sentido, a sustentabilidade ecológica passou a ser uma condição para a sobrevivência da humanidade. O princípio do desenvolvimento sustentável tornou-se o norte para que a vida tenha qualidade, com suas bases de difusão na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, celebrado no Rio de Janeiro1992, conhecida como ECO/92.



O primeiro princípio da declaração do Rio, assim dispõe: "O seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento sustentável, têm direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com a natureza".



A Organização Mundial da Saúde também elaborou uma estratégia Mundial de Saúde e Meio Ambiente, na qual destaca os vínculos existentes entre a saúde e o meio ambiente no contexto do desenvolvimento sustentável.



Desta forma, a qualidade de vida depende da qualidade do ambiente, além disso, ela não quer dizer quantidade de vida, devendo, pois, haver uma dimensão ética na valorização e sentido da existência, que deve assumir feição abrangente das necessidades de que todos os seres humanos precisam para viver dignamente.

A saúde é um direito fundamental de todo ser humano, cujos termos são claros na Declaração Universal dos Direito Humanos votada pela ONU em 1948, dispondo que "todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar, a si e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis (...)".



Enquanto houver pessoas que não possam gozar efetivamente do direito à saúde, estará havendo discriminação e ofensa à dignidade das pessoas excluídas.



Também não se pode falar de saúde desvinculada do meio ambiente, pois sempre que se amparar o ambiente estará se beneficiando a saúde do homem.



Daí, a razão da nossa Constituição ao tutelar meio ambiente, dizer que ele é essencial a nossa sadia qualidade de vida e que é direito de todos, tantos das presentes como das futuras gerações. Logo, a concepção sobre saúde e qualidade de vida implica também em estar o meio ambiente ecologicamente equilibrado e é o homem o principal responsável por este equilíbrio, a fim de que possa preservar sua própria existência.



O Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078/90, constituiu um importante instrumento em defesa da saúde, pois reforça a legislação de vigilância sanitária, ao reafirmar a responsabilidade do produtor pela qualidade dos produtos e serviços ofertados no mercado de consumo.



Com isso, a busca em preservar o meio ambiente e ter uma vida saudável é uma das principais razões que se incentiva a produção de produtos orgânicos, isto é, produzidos sem destruir os recursos naturais e com respeito à saúde.



Para garantir que um produto seja orgânico é necessário verificar todo o seu sistema de produção. Nele o produtor deve valorizar as espécies de animais e plantas, proteger o solo de degradações para que continue fértil, com inexistência de cultivo de transgênicos, para não colocar em risco a diversidade de variedades existentes na natureza. Deve também não utilizar fertilizantes sintéticos, solúveis, agrotóxicos e outras substâncias venenosas para o ser humano. Além do mais, as pessoas que participam de sua produção recebem todos os cuidados que um trabalhador necessita e seus direitos são respeitados.



O governo criou o sistema oficial para controlar a produção de orgânicos, por meio de um selo que passará a identificar os verdadeiros produtos orgânicos, denominado SISORG, Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica. A partir de 2010 todo produto orgânico, salvo os vendidos diretamente pelos agricultores familiares, levarão o mencionado selo.



Atualmente, existem instituições, denominadas certificadoras, que não tem vínculo com os produtores orgânicos e fazem o trabalho de avaliar se o produto pode levar o selo ou não. As instituições devem ser credenciadas pelo Ministério da Agricultura e trabalhar com métodos internacionais.



Os sistemas orgânicos estão baseados em princípios agroecológicos, o que significa dizer que visam preservar o uso sustentável do solo, da água, do ar, reduzindo as contaminações e protegendo a biodiversidade.



Com isso, podemos dizer que alimento orgânico não é um modismo, mas uma necessidade, para alcançarmos o equilíbrio ambiental, proporcionar a sadia qualidade de vida e assumir o dever imposto na Constituição Federal, art. 225, de preservar e defender o meio ambiente.



Ana Célia Alves de Azevedo Reveilleau é servidora pública federal, mestre em Direito Ambiental pela PUC/SP e autora do livro ‘Gestão Compartilhada de Resíduos Sólidos e a Proteção Ambiental’, Ed. Habilis, 2008.

Base Gringa na Colombia...

Bases dos EUA na Colômbia ameaçam segurança do Brasil


"O fato de eu ser paranoico não significa que não esteja sendo perseguido", lembrou o chanceler brasileiro, Celso Amorim, em entrevista nesta domingo (2) na Folha de S.Paulo, em bem humorada citação de Millôr Fernandes. Ele se referia às bases militares que os Estados Unidos pretendem construir na Colômbia, país que tem 1.644 km de fronteira com o Brasil, em áreas remotas da selva amazônica. Não é só Amorim; o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou em público sua "preocupação" com o que é, evidentemente, um problema, grave, de segurança nacional.


Por Bernardo Joffily no Vermelho



.

Na entrevista à Folha, Amorim expressa seu sentimento com uma interjeição brasileira de difícil tradução: "Gente!". E explica: "Se, de repente, você tem uma força de fora muito grande na região... Bem, se as bases vão ter outra aplicação, e não está claro se vão ter, é natural que todos os países, inclusive de fora, se preocupem."


Reunião com assessor da Casa Branca


O chanceler observa que "é um fato novo" e "a impressão é que as bases servem para operação de aviões com raio de ação muito grande". Ressalta que "a Colômbia é um país soberano e tem o direito de fazer o que quiser no território dela", mas assinala que o plano das bases não foi comunicado previamente ao Brasil, como já ocorrera com a decisão de reativar a Quarta Frota da marinha de guerra dos EUA, para operar em águas latino-americanas.


Foi noticiado que nesta semana o titular do Itamaraty, mais o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o assessor especial da presidência, Marco Aurélio Garcia, reúnem-se no Brasil com Jim Jones, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca. O tema das bases com certeza entrará na pauta.


Base de Apiay ficará a 400 km do Amazonas


O acordo em negociação entre os EUA e a Colômbia prevê a instalação de três bases, em Malambo, Palanquero e Apiay (veja o mapa). Elas devem substituir a base de Manta, no Equador, cujo prazo caducou e não será renovado pelo governo patriótico de Rafael Correa.


As bases na Colômbia deverão abrigar 800 militares americanos e mais 600 'contratistas', mercenários empregados dentro do esquema de terceirização cada vez mais usado pelo Pentágono. Os aviões ali instalados poderão atingir praticamente qualquer ponto da América Latina. A base mais próxima do Brasil, em Apiay, ficará a 400 km de nossa fronteira.


O anúncio foi mal recebido em todo o continente e motivou queixas até da Espanha. "Preocupação" foi a palavra mais branda para expressar o sentimento geral.
Afinal, a América do Sul festejou no último dia 18 a desativação de Manta, que tornou-a o único continente do mundo inteiramente livre de bases estrangeiras. Em vez disso, está sob ameaça de ter três bases, e os 400 homens de Manta se multiplicarão por quatro.


Ceticismo com os pretextos de Uribe


Ninguém gosta de bases militares estrangeiras em seu território, nem mesmo nas proximidades. Menos ainda quando elas são dos EUA, potência recordista em guerras e agressões no século passado e também no atual.


Ninguém? Não. O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, localizado na extrema direita do leque político sul-americano, defende com ardor as relações cada vez mais estreitas com o Pentágono, em nome do combate ao narcotráfico e ao "terrorismo" representado pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).


Há, porém, um grande ceticismo quanto à veracidade desse pretexto. A opinião unânime é que a presença militar dos gringos tem tudo a ver com interesses geoestratégicos muito mais amplos, ligados à rebeldia antiimperialista que se espalha pelos latino-americanos e vem vencendo sucessivas eleições presidenciais.


A Venezuela bolivariana, que também possui uma vasta fronteira e uma relação atritada com a Colômbia, foi quem reagiu de modo mais incisivo. O governo do presidente Hugo Chávez manifestou em nota oficial "sua indignação ante a irresponsabilidade do governo da Colômbia", alertando que este "põe em perigo a paz e a estabilidade na região".


O governo brasileiro também reagiu prontamente, embora em tom mais diplomático. O Itamaraty já pediu informações oficiais a Washington e Bogotá, assim como transparência quanto à implantação das bases.


Nossos militares também se incomodam


Porém os diplomatas não são os únicos brasileiros incomodados. O site www.inforel.org , que tem muitos militares no seu público, acompanha o episódio em tom de denúncia dos "gringos". No pé de uma das suas matérias o InfoRel publica uma Análise da Notícia que pode expressar o pensamento de boa parte das Forças Armadas brasileiras. Veja a íntegra:


"Mais uma vez, Colômbia e Venezuela tencionam o ambiente político sul-americano.
A Colômbia, de Álvaro Uribe, discute neste momento, como fortalecer ainda mais sua aliança com os Estados Unidos, agora no campo militar.


Vai ceder três bases aéreas para os “gringos” atuarem com desenvoltura em seu território à caça de narcoterroristas das Farc.


Os Estados Unidos despejam milhões de dólares na Colômbia e essa ajuda foi fundamental para a reeleição de Uribe.


O Plano Colômbia, financiado pelos norte-americanos, essencial para que o país começasse a derrotar as Farc.


A derrota da guerrilha, o principal ganho político de Uribe.


No entanto, a presença militar dos Estados Unidos na região não incomoda apenas a Venezuela.


E deveria ser repelida por todos os países. Daí um desafio para o recém criado Conselho Sul-Americano de Defesa.


A presença militar dos Estados Unidos na América do Sul, seja através deste acordo, seja por meio da Quarta Frota da sua Marinha, supõe uma ingerência que acreditávamos, a administração Obama, poria fim.


A Colômbia fica no coração da região, o que permitirá aos Estados Unidos, operarem em qualquer país sul-americano em questão de minutos.


O ministro Celso Amorim, afirmou nesta quarta-feira, que a construção da confiança entre Chávez e Uribe, é fundamental.


Mais fundamental ainda seria os países sul-americanos aprofundarem a cooperação, inclusive militar, pois nossos problemas são comuns.


Não deveríamos buscar parceiros fora, principalmente aqueles que possuem um histórico de intervenções nada democráticas."


Evolução do pensamento estratégico brasileiro


Vale aqui esboçar como tem sido a evolução histórica do pensamento estratégico dos militares brasileiros. Ela tem tudo a ver com o tom de denúncia usado pelo InfoRel.
Desde os primeiros passos do Estado brasileiro, essa visão estratégica concentrou suas preocupações e atenções na região do Prata, com uma história de atritos herdada da fase colonial. Ali se travaram as grandes guerras externas do Império. Mesmo quando estas cessaram o 3º Exército, no Rio Grande do Sul, sempre mereceu atenções especiais.


Uma mudança de vulto nessa estratégia começou a partir da 2ª Guerra Mundial, quando os militares brasileiros passaram a sofrer forte influência americana, e transformou-se em doutrina oficial durante a ditadura de 1964. Seu alvo já não eram os hermanos platinos, mas o "inimigo interno", a "ameaça comunista". Em nome dessa "doutrina de segurança nacional" a ditadura torturou e assassinou compatriotas, lutadores da liberdade, desde as masmorras da Operação Bandeirantes em São Paulo até as selvado do Araguaia no sul do Pará.


Porém depois da derrota da ditadura e principalmente do fim da Guerra Fria uma mudança ainda mais significativa foi se afirmando na concepção estratégica dos militares. Este terceiro ponto de vista parte da constatação de que temos um vizinho, ao norte, que é uma superpotência militar agressiva. E passa a olhar com outra prioridade em especial nossas fronteiras amazônicas, extensas, distantes, pouco povoadas, riquíssimas e cobiçadas.


As Forças Armadas se realocam


Os militares, desde a democratização, relutam em tornar públicas essa visão, até porque o Brasil busca manter a cordialidade nas relações com os EUA. Mas ela foi expressa no ano passado por um paisano bem relacionado com as Forças Armadas, o então ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger.
“Historicamente as Forças Armadas estão concentradas no Sul e no Leste. Hoje nossas maiores preocupações com segurança estão no Oeste e no Norte”, disse o ministro.


Os atos das Forças Armadas concordam com essas preocupações. A nova prioridade para a localização da tropa, vista como exigência de segurança nacional, vem sendo implementada desde a década de 1990.


O Comando Militar da Amazônia, do Exército, já conta com 25 mil homens e a curto prazo passará a 30 mil. Entre 2003 e 2008, a 2ª Brigada Infantaria Selva [19], o 3º Batalhão Infantaria, o 19º Batalhão Logístico e a 22ª Pelotão de Polícia do Exército foram transferidos do Rio para região.


Entre estas forças estão algumas reconhecidas como as melhores unidades de combate na selva do mundo, que incorporam índios da amazônia e especialistas formados pelo Centro de Instrução de Guerra na Selva. É o caso da 1ª, 2ª, 16ª, 17ª e a 23ª Brigadas de Infantaria de Selva.


Outras frentes de pressão


A notícia das bases de Malambo, Palanquero e Apiay com certeza reforça essa visão estratégica. O que não significa que a tensão criada por elas deva ficar circunscita à esfera militar. O exemplo de Manta é eloquente. Foi a vitória do movimento popular, com a eleição de Correa, que livrou o Equador daquele enclave do Pentágono.
Isto ressalta o papel do povo colombiano, maior interessado em evitar que o acordo das bases se consume. Reforça também o papel da denúncia, da solidariedade e da pressão internacionais, especialmente nos países que, como o Brasil, terão que se haver com a incômoda vizinhança. Exige ainda pressões diplomáticas, como as que devem se manifestar na reunião de cúpula da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), no dia 10, em Quito.


Bogotá já mandou avisar que nem Uribe e nem o seu ministro das Relações Exteriores, Jaime Bermúdez, irão à cúpula da Unasul. Frustra-se assim a intenção de Lula, de tratar pessoalmente a questão com o colombiano, em Quito. O governo Uribe permanece costas para os sul-americanos e só ter olhos para Washington, enquanto não vem a furo o abcesso ultrarreacionário que ali se instalou, para a desdita principalmente do povo colombiano.

Golpe em Honduras...
















Honduras e a Sociedade Interamericana de Imprensa

*Por Atilio Boron - no blog do Julio Garcia

O prolongamento da crise em Honduras não tem um efeito neutro, pois joga a favor dos golpistas. O repúdio e o isolamento universais não comovem os usurpadores. Todo o contrário: confirmam sua visão paranóica de um mundo dominado por comunistas, subversivos e revolucionários que conspiram sem trégua para frustrar sua empreitada patriótica. Tanto os militares como os civis hondurenhos compartilham esse delírio que continua sendo alimentado, dia a dia, pelo Pentágono, CIA e boa parte do establishment político do império, para os quais a guerra não terminou nem vai terminar jamais.

Guerra, sobretudo, contra esse imenso e inesperado movimento social que se pôs em marcha a partir do golpe e que transborda ampla – e talvez irreversivelmente – os estreitos marcos da mal chamada "democracia representativa" em Honduras. Bastou que aquele pretendesse honrar tal fórmula para que a santa aliança abandonasse em tropel as cavernas e saísse para a batalha: ali se juntaram, para unir forças, os representantes militares e políticos do império com a corrupta oligarquia local, a perversa hierarquia da Igreja Católica, as diversas frações do patronato e o poder midiático que este conglomerado da riqueza e do privilégio controla sob seu capricho, fazendo da liberdade de imprensa uma brincadeira sangrenta.

Não é casualidade que o website da benemérita Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), sempre tão atenta a tudo que ocorre com os meios em Cuba, Venezuela, Bolívia e Equador, tenha ocultado arteiramente o que está ocorrendo em Honduras. A resolução mais importante sobre o assunto dos meios de comunicação, adotada em 24 de julho, é uma condenação... ao presidente Rafael Correa (!), por incentivar o ‘incessante clima de confrontação e injúrias contra jornalistas, proprietários de meios de comunicação e suas empresas’. Nenhuma palavra sobre Gabriel Fino Noriega, jornalista hondurenho da Radio Estelar, assassinado por forças paramilitares, o que informa a Missão da ONU enviada para investigar a situação dos direitos humanos em Honduras.

A mesma delegação comprovou que em Tegucigalpa, o Canal 36, a Radio TV Maya e a Radio Globo foram militarizadas, constatando-se ainda o assalto a diversas sedes de meios de comunicação e ameaças de morte a jornalistas, bloqueio de suas transmissões ou a interceptação telefônica e bloqueio do acesso à internet. A missão também corroborou o fogo aberto por metralhadoras contra a cabine de transmissão da Rádio Juticalpa, em Olancho, e as ameaças de morte feitas contra jornalistas como o diretor do diário El Libertador, Johnny J. Lagos Enríquez, assim como contra o jornalista Luis Galdanes.

Na cidade de Progresso, os militares silenciaram as transmissões da Rádio Progresso, sendo hostilizado seu diretor, o sacerdote jesuíta Ismael Moreno, e detido temporariamente um de seus jornalistas enquanto outros recebiam ameaças de morte. Outro caso é o do Canal 26, TV Atlântica, cujo diretor declarou à missão da ONU que os militares indicaram aos veículos de comunicação da cidade que deveriam abster-se de transmitir outras versões ou informações que não emanassem do governo de fato.

Diante da agressão sofrida pelos jornalistas da Telesur e a rede Venezuelana de Televisão (VTV) – sem cujo valente trabalho o mundo jamais teria se inteirado do que ocorria em Honduras – a SIP se limitou a emitir um tímido comunicado lamentando os fatos; a resolução dura, em troca, foi tomada contra Correa.

Seria muito demorado enumerar todas as violações à liberdade de imprensa e aos direitos humanos, à parte o assassinato de Noriega, que passaram despercebidas ante os atentos censores da SIP e seus ventriloqüentes, Mario Vargas Llosa e a turma dos "mais que perfeitos idiotas latino-americanos". Seu silêncio cúmplice revela a descompostura moral do império, suas permanentes mentiras e a impunidade com a qual se movem esses falsos defensores da ‘liberdade de imprensa’. E frente a esse cenário, a secretária de Estado Hillary Clinton se atreve a qualificar como imprudente o gesto de Zelaya de viajar até a fronteira de seu país (!), ao passo que seu porta-voz, Philip Crowley, advertia contra "qualquer ação que possa conduzir à violência" em Honduras.

Já falta muito pouco para que Washington comece a declarar que o verdadeiro golpista é Zelaya e foi ele e não outro que lançou seu país em um caos de violência e morte. A promessa de novas mediações a cargo da Casa Branca só servirá para desfigurar ainda mais a verdade e inclinar o fiel da balança a favor dos golpistas e seus mandantes.

*Atílio Boron é doutor em Ciência Política pela Universidade de Harvard, professor titular de Teoria Política na UBA (Universidade de Buenos Aires) e recebeu o Prêmio Jose Marti 2009, por sua "incansável contribuição para a unidade e a integração da América Latina e do Caribe", de acordo com o júri internacional da UNESCO, idealizadora da premiação.

**Traduzido por Gabriel Brito, jornalista. (Via Correio da Cidadania)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A Sociedade de Amigas (os) da TV Brasil

Do blog do Altamiro Borges, por ele mesmo:




Há algum tempo, o jornalista Beto Almeida, membro do conselho diretivo da Telesur, presidente da TV Cidade Livre de Brasília e ativo militante pela democratização da comunicação, insiste na original idéia da criação da “Sociedade dos Amigos da TV Brasil”. Para ele, o fortalecimento da rede pública é uma condição indispensável para se contrapor ao poder ditatorial da mídia privada concentrada e manipuladora. Mesmo com críticas à forma de gestão e ao conteúdo da TV Brasil, Beto Almeida não vacila em afirmar que os movimentos sociais e as forças progressistas devem se unir na defesa desta conquista da sociedade brasileira.

A sua proposta ganha caráter de urgência-urgentíssima com os recentes ataques desferidos pelos barões da mídia à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que administra a TV Brasil. Entre as “premissas” apresentadas pela poderosa Abert (Associação Brasileira das Empresas de Rádio e Televisão) para participar da Conferência Nacional de Comunicação está a arrogante proposta da “mínima interferência estatal” – num nítido recado contra os investimentos na rede pública. Os latifundiários da mídia, que se fantasiam de defensores da “liberdade de expressão”, não aceitam qualquer tipo de concorrência não-comercial. Exigem o monopólio da palavra e das imagens.

Censura da “ditabranda” da Folha

Esta ofensiva contra a rede pública ficou ainda mais explícita com o recente editorial da Folha de S.Paulo. O jornal da “ditabranda” e da falsa “ficha policial” da ministra Dilma Rousseff deu mais um tiro no pé e confirmou a total falsidade da sua recente peça publicitária, que fala em “pluralidade e diversidade”. O editorial, raivosamente intitulado “Tela Fria”, defende descaradamente o fim da TV Brasil. “Os vícios de origem e o retumbante fracasso de audiência recomendam que a TV seja fechada - antes que desperdice mais dinheiro do contribuinte”, esbraveja a famíglia Frias.

“Desperdício do dinheiro do contribuinte” ocorre quando o governo federal repassa milhões de reais em anúncios publicitários para veículos privados que desrespeitam a Constituição, pregam golpes, abusam da “presunção de culpa” para destruir reputações, manipulam as informações e deformam comportamentos. Quanto ao “retumbante fracasso de audiência”, a famíglia Frias deveria estar mais preocupada com a credibilidade do seu jornal, que despenca em tiragem – caiu de quase 1 milhão de exemplares nos anos 1980 para menos de 300 mil na atualidade.

Oportunidade para crescer

Como argumenta Renata Mielli, num elucidativo artigo no seu blog Janela sobre a Palavra, o editorial da Folha revela os temores dos barões da mídia. “Desde que setores do governo e da sociedade começaram a se movimentar pela criação de uma rede pública de televisão, os empresários do setor da radiodifusão e de toda a mídia hegemônica torceram o nariz. Afinal, criar um veículo de comunicação que não esteja ancorado nos valores e interesses do mercado e que poderia se constituir num contraponto ao que é veiculado nas emissoras comerciais seria abrir uma brecha no monopólio midiático que impera no país”.

A raivosa campanha contra a TV Brasil confirma a justeza política da proposta de Beto Almeida. É urgente que os movimentos sociais e as forças progressistas se unam para defender o reforço e o aperfeiçoamento da rede pública, que dá seus primeiros passos e ainda tem várias limitações. Além de exigir maiores recursos para a EBC, inclusive com a taxação dos anúncios publicitários, é hora de garantir que a emissora seja transmitida em canal aberto para todo o país, o que poderá alavancar a sua audiência. Esta também é a oportunidade para se reivindicar maior participação dos movimentos sociais na programação e conteúdo da TV Brasil, garantindo a aplicação do seu projeto original – que fixava autonomia de gestão e financiamento e protagonismo da sociedade.

O futuro da TV Brasil, ameaçado pela ofensiva ditatorial dos barões da mídia, depende agora, mais do que antes, do engajamento das forças progressistas da sociedade. É preciso “cair a ficha” tanto destas forças como do próprio governo Lula e da administração da EBC.

Minha Casa, Minha Vida:análise muito interessante...

O Correio da Cidadania de hoje publica em suas páginas uma análise sobre o pacote habitacional do governo Lula, feita por Mariana Fix e Pedro Fioro Arantes.Acompanhe na íntegra a leitura do texto:


Image

Como o governo Lula pretende resolver o problema da habitação. Alguns comentários sobre o pacote habitacional Minha Casa, Minha Vida'

O pacote habitacional lançado em abril de 2009, com a meta de construção de um milhão de moradias, tem sido apresentado como uma das principais ações do governo Lula em reação à crise econômica internacional e também como uma política social em grande escala.

Pedro Fiori Arantes e Mariana Fix analisam detalhadamente o plano, desconstruindo o objetivo declarado pelo governo de atender à demanda habitacional de baixa renda. Muito pelo contrário, o perfil de investimento adotado indica o modelo dominante no pacote, com uma clara aposta na iniciativa privada. O perfil de atendimento previsto revela, por sua vez, o enorme poder do setor imobiliário, favorecendo uma faixa estreita da demanda que mais lhe interessa.

Confira abaixo a análise passo a passo:

Mariana Fix é arquiteta e urbanista formada pela FAU-USP, mestre em sociologia pela FFLCH-USP e doutoranda no Instituto de Economia da UNICAMP. É autora de Parceiros da Exclusão: duas histórias da construção de uma nova cidade em São Paulo e São Paulo Cidade Global: fundamentos financeiros de uma miragem, ambos pela editora Boitempo. E-mail: mfix@uol.com.br

Pedro Fiori Arantes é arquiteto e urbanista, mestre e doutorando pela FAU-USP. É coordenador da Usina, assessoria técnica de movimentos populares em políticas urbanas e habitacionais, e assessor do curso "Realidade Brasileira", da via Campesina. É autor de Arquitetura Nova (Editora 34, 2002), e organizador da coletânea de textos de Sérgio Ferro, Arquitetura e trabalho livre (CosacNaify, 2006). E-mail: pedroarantes @uol.com.br


ANDREI RUBLEV (1966)-filme biográfico...

CINEASTA: ANDREI TARKOVSKI
GÊNERO: GUERRA/BIOGRÁFICO
DIÁLOGO: RUSSO
LEGENDA: PORTUGUÊS
TAMANHO: 692MB
FORMATO: RMVB

SINOPSE: Andrey Rublev é um filme histórico da União Soviética. filme sobre os diversos episódios da vida do pintor de ícones: Andrei Rublev (1360-1430), um dos maiores artistas russos na idade média, mas também, e principalmente, um retrato da difícil vida do povo russo neste século. Entre os conflitos apresentados estão a rigidez da igreja ortodoxa e o seu lugar na cultura soviética, bem como a pobreza e as invasões bárbaras.
Este período de muita guerra e violência é exprimido com uma autenticidade opressiva, mas cabe em primeiro lugar a Tarkovsky, exprimir os problemas éticos e morais que Roebljev tem que enfrentar.

Pt.I (308MB): PARTE1 - PARTE2 - PARTE3 - PARTE4

Pt.II (384MB): PARTE1 - PARTE2 - PARTE3 - PARTE4

CRÉDITOS: CinemaCultura


RBS TV E ZERO HORA SOB CENSURA

Do blog Cloaca News


.
.

.
O sagrado direito à informação - dogma do Estado Democrático de Direito - está sendo vilipendiado nas bandas do Brasil Meridional.
Dois dos mais importantes veículos de comunicação do Rio Grande do Sul - beneficiários de 80% das verbas de publicidade do governo tucano - estão calados diante da bandalheira generalizada e do acanalhamento das instituições estaduais.
Na xexelenta gazetinha impressa da famiglia Sirotsky, a corrupção e a incompetência administrativa do desgoverno Yeda Crusius desapareceram das manchetes e das páginas internas. Na TV, nem se fala. Você poderá ver o porta-voz das oligarquias guascas tecendo loas a uma mesa de salames ou jubilar-se diante de uma vitrine de ametistas, mas não o ouvirá dizer palavra sobre as sem-vergonhices reinantes no Palácio Piratini.
Vasculhe os arquivos recentes do tablóide gaúcho e tente encontrar algum editorial questionando o "desaparecimento" de Yeda Crusius por quase 10 dias. O máximo que conseguirá é uma notinha dizendo que ela foi vista em Canela, na Serra Gaúcha, correndo atrás de ovelhinhas - ai, que amor!
Procure reportagens recentes sobre o escândalo do Detran, em que tucanos e apaniguados meteram a mão em mais de R$ 40 milhões. Procure, também, saber em que pé estão as investigações sobre a morte misteriosa de Marcelo Cavalcante, ex-colaborador de Yeda, que apareceu boiando num lago de Brasília. Procure notícias frescas sobre a Operação Solidária. Procure o desdobramento das denúncias de Lair Ferst, o lobista arrecadador da campanha eleitoral de Yeda, que acusa sua mentora de receber mesada de criminosos. Procure notícias com o nome do ex-Ouvidor Adão Paiani, que denunciou um cabeludo esquema de arapongagem institucional dentro do Palácio do governo. Procure alguma mísera matéria sobre Ricardo Lied, o chefe de gabinete de Yeda apanhado com a boquinha na garrafa. Procure, procure, procure!
O povo que vê TV e lê o que chamam de jornal está impedido de saber o que se passa em seu estado. Está instalado o Reino das Trevas.
Isso não pode continuar. Aguardamos as manifestações da ANJ, da OAB, da ABI, da PQP...
Estão solapando a Imprensa livre.
Basta de tesoura!

Discurso de Raul Castro...

"Não fui eleito para restaurar o capitalismo em Cuba"


Eu não fui eleito presidente para restaurar o capitalismo em Cuba, nem para entregar a Revolução, fui eleito para defender, manter e continuar a aperfeiçoar o Socialismo, não para destruí-lo, afirmou nestesábado (1) o presidente de Cuba, Raúl Castro, em seu discurso perante os deputados cubanos.



Ao falar na sessão ordinária da Assembléia Nacional do Poder Popular, o presidente cubano respondeu a recentes declarações da secretária de Estado Hilary Clinton. Nelas Clinton disse que os EUA esperavam mudanças fundamentais na ilha caribenha.


Reiterou a disposição de Cuba para ter com os EUA um diálogo respeitoso, entre iguais, “em sombra para nossa independência, soberania e autodeterminação".


"Estamos prontos para falar de tudo, repito, de tudo, mas de aqui, de Cuba, e de lá, dos EUA, não a negociar nosso sistema político e social. Não pedimos aos EUA que o faça. Devemos respeitar mutuamente nossas diferenças", acrescentou.


Bloqueio econômico


O líder explicou que se nos atemos aos fatos, o essencial é que o bloqueio econômico, comercial e financeiro permanece intacto, como demonstra a perseguição das transações com terceiros países e a crescente imposição de multas a companhias norte-americanas e subsidiárias estrangeiras.


Ainda, agregou, persiste a injustificada inclusão de Cuba na lista dos estados promotores do terrorismo internacional que anualmente emite o Departamento de Estado.


Sublinhou que as medidas anunciadas em 13 de abril na véspera da Cúpula das Américas, referidas às viagens dos cubanos, as remessas e algumas operações em telecomunicações, até este momento não foram implementadas, e é importante que isso seja conhecido porque existe bastante confusão e manipulação ao respeito pela mídia internacional.


Verdadeiro é que têm diminuído a agressividade e a retórica anticubana, disse Raúl, além de se retomarem as conversas sobre o tema migratório, que se realizaram de forma séria e construtiva.

Crise internacional


Em suas palavras, o presidente cubano advertiu que como conseqüência do impacto da crise internacional se estima que a economia nacional fechará no ano com apenas um 1,7% de crescimento de seu produto interno bruto, o que obriga a atuar com maior eficiência e economia.

Assinalou que a complexa situação mundial obrigou a reajustar em mais de uma ocasião os planos e orçamentos para 2009, em cujo primeiro semestre o crescimento foi tão só de 0,8%.


Informou que têm decrescido significativamente as principais exportações pela queda do preço de ramos como o níquel, enquanto no turismo, apesar de ter aumentado em um 2,9% o número de visitantes os rendimentos diminuíram, por conta das novas taxas de câmbio do dólar.


Raúl sublinhou que o acesso aos créditos internacionais ficou mais difícil e foi preciso renegociar as dívidas, pagamentos e outros compromissos com entidades estrangeiras, algo comum no mundo.


Depois de afirmar que o estado foi conseqüente com a necessidade de ajustar as despesas em correspondência com os rendimentos, reiterou a idéia de que nenhum indivíduo ou país podem gastar mais do que ingressam, e contou que se elaboram os planos para o próximo ano, cujas diretivas foram aprovadas pelo Conselho dos Ministros.


O presidente cubano salientou que em tal sentido se orientou planejar a balança de pagamentos sem déficit e até com reservas para poder enfrentar qualquer adversidade, e dar prioridade ao crescimento das produções e serviços que contribuem rendimentos em moedas livremente conversíveis.


Esta é a linha que acordamos no 7º Pleno do Comitê Central do Partido, e que devem executar todas as instituições, sob a assessoria do Ministério da Economia e Planejamento, que “devemos apoiar, ajudar e, sobretudo, acatar”.


Luta contra a corrupção


Raúl qualificou de importantes para o país a aprovação pelo Parlamento cubano de duas leis, a do Sistema Nacional de Museus e a da Auditoria Geral da República, esta última essencial para a elevação da ordem, a disciplina econômica, o controle interno e o confronto aberto a qualquer manifestação de corrupção.


Disse que no presente ano serão adotadas medidas para afiançar a institucionalidade do estado e governo cubanos, em tanto se trabalhou na redução do aparelho estatal com a fusão de diferentes organismos, com a conseguinte redução de despesas, transporte e pessoal.


Ao tratar outros temas de interesse nacional assinalou que salvo exceções se incrementam as produções agropecuárias, industriais e o transporte, visto em seu conjunto e se garantem os serviços sociais à população, em particular a saúde, a educação e as atividades culturais e artísticas.


Sistema de saúde e a gripe suína


Em matéria de saúde, não sem deficiências que todos conhecem, disse Raúl, temos dado uma demonstração inquestionável de capacidade para enfrentar epidemias de todo tipo.


Somos dos poucos países do mundo que podem afirmar que tem controlada a pandemia do vírus AH1N1, afirmou.

Informou que até a sexta-feira pela noite quando em 171 nações crescia sem freio a doença, e segundo relatório dos próprios estados à Organização Mundial da Saúde há mais de 177 mil contagiados e os mortos ultrapassam a cifra de 1,100, em Cuba se confirmaram 242 casos.

De todos eles, 232 já se encontram de alta médica e os 10 restantes, até ontem à noite apresentam uma evolução favorável e não foi preciso lamentar complicações nem o falecimento de nenhum.


Consumo de energia


Podem mencionar-se outros exemplos como o fato que até a data se evitassem os molestos apagões, sem afetar a população por causa do déficit de geração excluindo os motivados por manutenção às redes de distribuição de eletricidade ou outras causas, expressou mais adiante.


Disse que seria impossível conseguir isso sem a estratégia traçada por Fidel e os conseguintes passos dados na geração e a poupança de energia elétrica.


As decisões adotadas conseguiram reverter as situações em junho, ainda que em julho os resultados não foram tão favoráveis.


Parece que já está passando o impulso inicial, como usualmente acontece, e que é um defeito que caracteriza bastante muitos de nossos quadros e funcionários públicos, precisou.


É preciso elevar no que resta de ano e para o futuro o rigor nesta questão crucial, disse, e advertiu que não existe outra alternativa que se ajustar estritamente ao plano.


Aplicaram-se medidas excepcionais como retirar o serviço a determinadas entidades por exceder-se no consumo planejado e foram multadas algumas pessoas por cometerem fraudes nos contadores de seus domicílios.


Alertou que se atuará de forma mais severa, incluído o corte da eletricidade aos reincidentes por prazos prolongados, e até de maneira definitiva se chegasse o caso.


Fazemos um chamado ao povo para poupar todo o possível, ponderou e sublinhou que às organizações de massas nas localidades corresponde jogar um maior papel neste sentido, sob a direção do Partido.


Educação


Em outro momento de seu discurso anunciou que no setor da educação são mais de 7,800 os aposentados que têm se reintegrado às aulas e outros 7,000 que têm posposto seu passo ao retiro. Graças a isso e aos professores que desistiram de solicitar sua baixa do sistema educativo no próximo curso o país contará com quase 19 mais mil docentes.


Como é sabido, acrescentou, fora aprovado, recentemente, um modesto incremento salarial no setor educacional. “Queríamos que fosse superior, e assim o tentamos, e se retribuísse de modo mais justo o esforço dos maestros e professores. Mas ainda assim eles têm-no apreciado”, disse.


Raúl assinalou que as despesas na esfera social devem estar em consonância com as possibilidades reais e isso impõe suprimir aqueles de que é possível prescindir.


Em tal sentido, disse, estudam-se vias para reduzir a cifra de alunos internos e semi-internos nos centros de ensino a todos os níveis e se irão transladando à cidade na medida em que se assegurem as condições materiais e organizativas.


Acrescentou que é uma decisão que visa uma maior poupança nas grandes despesas na educação, sem afetar a qualidade que, aliás, evitará a uns cinco mil maestros longas horas de diária transportação desde e para seus lares. Também essa medida elevará o papel das famílias na formação de seus filhos, assegurou.


Ainda assim sempre serão necessárias algumas escolas com alunos internos em zonas rurais.


Por similar sentido de racionalidade serão adotadas outras decisões na educação, a saúde pública e o resto do setor orçado, dirigidas a eliminar despesas, agregou o presidente cubano, que salientou que simplesmente resultam insustentáveis essas despesas, que têm ido crescendo de ano para outro.


O socialismo e as condições objetivas e subjetivas


Reiterou que a produção de alimentos constitui um assunto de segurança nacional, frente que deve seguir somando o maior número possível de pessoas, mediante todas as formas de propriedade existente e com a ordem requerida.


Podemos contar com muitos graduados universitários em algumas especialidades muito acima das necessidades, assegurou Raúl.


Reclamou mudar as mentalidades e criar as condições objetivas e subjetivas, que assegurem dispor com oportunidade das forças de trabalho qualificada, pois perguntou quem atenderá a terra, trabalhará nas fábricas e oficinas e em definitiva criará as riquezas materiais requeridas pelo povo.


Às vezes dá a sensação que estamos “comendo” o socialismo antes do construí-lo e aspiramos a gastar como se estivéssemos no comunismo, afirmou.


Indicou que o socialismo será o modelo econômico que regerá a vida da nação em benefício dos compatriotas e a irreversibilidade do regime sociopolítico do país, única garantia para sua verdadeira independência.

Adiamento do Congresso do Partido


O presidente cubano disse que como foi aprovado no 7º Pleno do Comitê Central, primeiro se impõe concluir a preparação de todo o Partido, depois analisar com a população em seu conjunto e só realizar o Congresso quando esse grande processo tenha terminado. “Esse é o verdadeiro Congresso, em que se discuta com os comunistas e o povo todo, todos os problemas”, afirmou.


Com isto, o Partido Comunista Cubano adia o congresso partidário que havia sido marcado anteriormente para acontecer no segundo semestre de 2009. Desde 1997 que o PC cubano não se reúne em Congresso, o que dá a dimensão da importância do evento. Raúl argumentou que é preciso preparar a legenda porque provavelmente, “pelas leis da vida’’, será o último encontro comandado pelos líderes históricos da Revolução de 1959, a maioria com mais de 70 anos. O dirigente máximo disse que “coisas muito sérias’’ estão sendo analisadas sobre a economia Defendeu debate “com divergências saudáveis’’ e disse que será preciso decidir as diretrizes do futuro pós-irmãos Castro com a população.


Fonte: Agência Cubana de Notícias
www.cubanoticias.ain.cu

Intertítulos e último parágrafo do Vermelho


domingo, 2 de agosto de 2009

Por que não toda a quadrilha?

POR QUE SÓ SARNEY? E MARCONI PERILLO? TASSO JEREISSATI? ARTUR VIRGÍLIO?

POR QUE NÃO TODA A QUADRILHA?

Laerte Braga

É evidente que José Sarney é bem mais que um simples pilantra. Sarney é um desses lixos humanos que volta e meia sempre aparecem na política aqui no Brasil e em quase todos os lugares do mundo. E que nesse momento, vive apenas o inferno de uma briga de quadrilhas, disputa de ponto. Só que numa dimensão bem mais alta do que se possa imaginar.

Quem assume a presidência do Senado? Marconi Perillo, bandido sem pudor algum e com vários processos por corrupção nas formas mais diversas? Por que o conselho de ética não abre um processo contra cada um dos senadores envolvidos em falcatruas – uns cinco no máximo não estão – que vão desde uso de passagens e verbas de gabinetes, passando por atos secretos e posições até então desconhecidas?

Como é que fica Tasso Jereissati, um sujeito sem respeito por coisa alguma, venal, ligado a grupos econômicos paulistas e internacionais? Arthur Virgílio, o tal líder do PSDB, que quer Agaciel na cadeia, mas pegou dez mil dólares numa “emergência” com o mesmo Agaciel?

E Marconi Perillo, vice-presidente do Senado, com processos em múltiplas situações de bandidagem explícita, muitas delas documentadas por gravações autorizadas pela Justiça? Compra de votos, recibo e notas fiscais frias? Dinheiro por baixo dos panos?

Como é que fica essa turma?

Perillo vai para o lugar de Sarney, uma figura repulsiva não tenho dúvidas, mas não menos que esses que citei e fica tudo resolvido? A moralidade restaurada?

A renunciar, que renuncie a Mesa Diretora do Senado. São cúmplices que neste momento procuram salvar suas peles e seus interesses (e dos que lhes pagam).

Vamos admitir por um breve instante que a Polícia Federal resolvesse investigar o senador Tasso Jereissati, suas ligações com Daniel Dantas, com as privatizações corruptas de seu chefe FHC e toda a sorte de trapaças que ornam a sua carreira política eivada de modernizador e administrador eficiente (?). Uns cem processos, uns trezentos anos de cadeia, coisa de deixar qualquer Beira-mar em segundo plano.

Sarney é diferente? Claro que não, o problema é que são iguais. Iguais, mas em quadrilhas com interesses diversos, diferenciados. Em muitos momentos estiveram juntos, naquela de beijinho no rosto e tapinha nos ombros. Clube de amigos e inimigos cordiais.

O senador José Sarney quando percebeu que era o bode expiatório de uma situação em que os adversários estão atirando com espingarda de cano curvo (miram num alvo, mas querem é atingir outro) lamentou a ausência de “meu amigo” Roberto Marinho, que “não deixaria que fizessem isso comigo lá na GLOBO”. É a segunda aliás. Houve aquela contra o marido de Roseana. Sarney não percebeu que mesmo sendo sócio dos “homens”, é dono da retransmissora da GLOBO no Maranhão, já perdeu a data de validade. Não sentiu ainda que politicamente está morto e teima em viver montado num bigode pornográfico – que me perdoem os bigodes – e num império típico de elites podres e atrasadas. Nem sentiu que GLOBO, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE MINAS, essa tal de grande mídia, é parte dessas quadrilhas. E parte muito importante, pois faz a cabeça do cidadão cá embaixo.

E Jereissati? Difere em que? Talvez só no estilo no mundo da corrupção, dos “negócios”. Sarney é dono dos negócios dele, toca tudo a moda antiga, Jereissati obedece ao esquema FIESP/DASLU e atua no braço tucano/DEMOcrata da quadrilha, com ligações com poderosas outras quadrilhas internacionais sediadas em Wall Street, Washington e alguns pontos de países europeus.

Jereissati, tal como Arthur Virgílio e/ou Marconi Perillo, é pulha lato sensu.

Como pulhas os que estão por trás deles. Serra. Aécio, FHC, a mais sinistra quadrilha da história política do Brasil, o PSDB.

Disputam o controle de um “negócio” chamado Brasil, eles, os tucanos. Sarney disputa o direito de manter seu império particular no Maranhão, no Amapá e passear seu bigode com pretensões literárias – ridículas – de imortalidade. Mafioso dos tempos de D. João Charuto.

O que há por trás de toda essa pantomima vergonhosa são os “negócios”. As elites paulistas, as mesmas que acham que 1932 foi um movimento “revolucionário”, e não uma reação de antigos barões, não querem esse negócio de Nordeste dando palpites, decidindo alguma coisa. Querem o império e pronto. Até hoje o ESTADO DE SÃO PAULO acredita que um D. Pedro qualquer governe o Brasil e que libertar os escravos foi uma atitude insensata de uma princesa mimada.

Para que exista corrupção é necessário que exista mais que o corrupto. É necessário que exista o corruptor.

Quem corrompe senadores, deputados e por exemplo Gilmar Mendes presidente da STF DANTAS INCORPORATION LTD?

Eu, você, o distinto eleitor? Ou os grandes empresários, banqueiros, latifundiários, hoje globalizados na perversa exploração da classe trabalhadora e na faina de transformar cada ser humano em zumbi consumidor de celular que fala sozinho?

O distinto público será que tem percepção do faturamento da MONSANTO, ou da ARACRUZ com a droga tóxica que chamam de progresso e envenenam o dia a dia de todos nós? Sabe o quanto esses bandidos contribuem para as campanhas dos Jereissatis da vida?

Será que sabe o tamanho da canalhice que é a história política de um biltre como Gérson Camata? Ou como a do senador (Putz! É o fim da picada) Álvaro Dias?

Pô!. A jornalista Sônia Montenegro escreveu um desabafo onde pede que seja poupada de toda essa lambança planejada, bem orquestrada de tucanos e democratas contra o senador Sarney (pústula sim, mas e os outros?).

Que tal olhar, por exemplo, quanto a GLOBO faturou no governo Sarney em verbas que rolavam disfarçadas de contratos legais, etc, etc?

O xis da questão é que a data de validade do senador Sarney esgotou. Sarney opera no mercado no estilo década de 10 do século XV e os caras hoje dispõem de tecnologia de banditismo de última geração. Sarney é do tempo da terra quadrada e tucanos e demos não.

E tem mais, tem eleições em 2010 e querem a todo custo retomar o controle do País. José Serra, corrupto de plantão no governo de São Paulo, ou Aécio, viajante "pirlimpimpim" em mundos delirantes no governo de Minas, um ou outro quer o governo do País e dessa forma o comando dos “negócios”.

Já pensaram o que esses bandidos farão com o pré-sal? Vão dar de bandeja para as empresas estrangeiras. Só que, na bandeja, chega a propina.

É aí que está o fulcro como dizem juristas da campanha contra Sarney. Não tem importância que ele seja corrupto, todos são e sabem disso, importa que é preciso vender um produto para 2010. O bandido Serra. O tresloucado Aécio.

Não estou defendendo o governo Lula. Nem de longe. Mas tenho a certeza absoluta que com todos os erros, por pior que possa ser (nem acho que seja assim), Lula é bem diferente no todo de qualquer tucano em qualquer lugar, principalmente de FHC.

Que tal comparar o Brasil do tucano bandido e o de Lula?

O que está em disputa é isso. Lula paga o preço dos vacilos nas alianças espúrias no sentido político, mas em nada diferentes das feitas pelos tucanos.

Sarney é o bocó que se imagina acima do bem e do mal, com a sua história de um político pusilânime, sobrevivente, que está sendo levado a um mausoléu sem glória alguma.

Os outros, os que carregam o caixão não são nem um pouco diferentes. Querem apenas o lugar dele. Só isso.

É complicado ouvir Tasso Jereissati e Arthur Virgílio falarem em sepultar gerações comprometidas com o coronelismo na política. E eles? Tasso e Virgílio são a décima ou enésima sei lá, figuras impessoais, de aparência asséptica, sem bigodes pintados, mas que chegaram ao Brasil com Cabral. E enquanto o almirante português pensava numa forma de contato com os nativos, os jereissatis e virgílios já estavam trocando miçangas coloridas por ouro e os virgílio enfiando nos porões dos navios da esquadra índias, de preferência com menos de quinze anos, para regalo da corte.

No passar dos tempos, é só buscar, tem jereissatis e virgílios carregando a mala de Carlota Joaquina quando da vinda da corte para o Brasil. E assim até chegarmos a Tasso e Arthur. E nesse Arthur não tem távola redonda e nem o mágico Merlin. Tem uma das mais organizadas quadrilhas da política brasileira. A dupla PSDB/DEMO, sob a batuta da quadrilha FIESP/DASLU. São que nem os Andradas. Chegaram e “navio chapa branca” em 22 de abril de 1500.

Brasil e brasileiros que se arrebentem. É o lema deles, “são só negócios, não é nada pessoal”.

O modelo está falido. O econômico é podre.

Golpe em Honduras....

Negociar o que? A refundação de Honduras
Reutres


A notícia que Roberto Michelletti (foto), presidente golpista de Honduras, teria dito ao presidente da Costa Rica, Oscar Árias, que não é ele o intransigente quanto a cumprir a decisão da OEA (Organização dos Estados Americanos) de restituir o governo do país ao presidente constitucional Manuel Zelaya, mas das elites e dos militares, é só um jogo de empurrar o problema com a barriga, não chegar a acordo algum (não há o que negociar) e criar uma situação de fato, o fim do mandato atual de Zelaya. E eleições farsa.
É como um condenado à morte que vai recorrendo a todas as instâncias e perdendo em todas elas, mas luta no sentido de ganhar tempo, ganhar vida. Na prisão de San Quentin, nos EUA, vários foram os casos assim. A prisão não existe mais. A pena de morte sim.
Não há o que negociar em Honduras. A afirmação sobre a “intransigência das elites e dos militares” mostra que Michelletti é apenas um pau mandado e não vai resolver coisa alguma, até porque não tem legitimidade. É produto de um golpe de estado. Que militares e elites são mandatários do golpe e o golpe visou apenas manter os “negócios” e os privilégios dos donos, ninguém tem dúvidas disso. É histórico, funciona assim faz tempo.
Michelleti teria dito também que a condição imposta pelos militares e pelas elites (banqueiros, empresários, latifundiários, EUA, tráfico de drogas e nas mais diversas modalidades, esquadrões da morte, o cardeal, etc, etc) é que Zelaya não “enfraqueça a democracia”.
Putz! Quadrilhas se associam, derrubam o presidente constitucional de um país, eleito pelo voto direto do povo, que num dado momento manifesta o desejo de ouvir o povo na forma de um referendo sobre reformas políticas e econômicas. Quadrilhas que se mantêm no poder usando a barbárie e a boçalidade típica de militares golpistas e elites, ou seja, prendem, torturam, seqüestram, estupram mulheres, matam inocentes, toda a sorte de estupidez característica desse tipo de gente e Zelaya é que “enfraquece a democracia"?
A leitura das declarações de Michelletti é simples, não há o que pensar ou analisar, nada. Quer ganhar tempo, empurrar o problema com a barriga, não resolver coisa alguma e manter o atual estado de barbárie no país.
O grande problema dessas quadrilhas é que não contavam com a reação popular ao golpe. Aí a história de outros quinhentos.
Nem de longe podiam imaginar que o povo hondurenho estava pronto a se manifestar sobre as reformas propostas pelo presidente Zelaya e dar ao país os rumos que desejava. E lógico, rumos diferentes dos rumos desejados por banqueiros, empresários, latifundiários, traficantes, esquadrões da morte, militares, o cardeal, etc, etc, sempre, o usual na história da América Latina, da América Central e de Honduras então...
A reação, as manifestações dos mais diversos setores da população hondurenha, o nível de organização espontânea e o destemor de trabalhadores da cidade e do campo, todo esse conjunto de determinação e resistência mais que assustou os golpistas.
Trouxe a tona o caráter perverso, criminoso, a insânia da violência organizada e travestida de “democracia”. A repressão na sua crueza despótica e absoluta. O desprezo das classes dominantes por trabalhadores. Desprezo e desrespeito.
Os próprios aliados norte-americanos, que cozinham o golpe em banho maria para fingir que se opõem à quebra da ordem constitucional em Honduras, começam a perceber que vai ser preciso sacrificar os anéis para que não percam os dedos.
A não ser que queiram cometer crime de genocídio contra o povo hondurenho.
Permitir que militares hondurenhos repitam as tragédias cruéis e sanguinárias das ditaduras que implantaram nas décadas de 60, 70 e até 80 do século passado em toda a América Latina. E, para variar, disfarçadas de “defesa da democracia e das liberdades”.
É a cantilena de sempre.
A repercussão negativa do golpe e os movimentos de apoio à resistência em toda a América Latina, a despeito da mídia venal e corrupta (atua a serviço das elites), assustou, além dos golpistas e bem mais, ao governo show do presidente Barak Obama e sua primeira dançarina, a secretária Hilary Clinton, como começa a causar problemas ao governo de fato, real dos EUA, os chamados porões.
Não há o que negociar. O povo hondurenho quer refundar o seu país e construí-lo segundo a sua vontade. E a vontade do povo hondurenho não está representada pelos golpistas e nem pelos seus aliados norte-americanos.
É a vocação bolivariana que se manifesta no ideal revolucionário de nação livre, soberana, justa socialmente, sem privilégios, portanto, democrática em sua essência. Em seu sentido e em sua direção.
O próprio Zelaya é apenas o símbolo dessa luta que se mantém desde o primeiro momento do golpe. Percebeu isso e abraçou a causa do seu povo. Não pode traí-lo e isso implica em não negociar a soberania maior de todas, a do povo hondurenho.
São as centenas de mortos, os milhares de presos e desaparecidos, de mulheres estupradas por militares e policiais que se manifestam em cada ato de resistência e tudo isso transcende a Zelaya, tem uma dimensão bem maior.
E os milhões de trabalhadores resistentes. Que não aceitam a borduna e o tacão nazista das elites, impostos pelos militares, na verdade, esbirros dos senhores do país.
Bem mais que isso. O alcance latino-americano da resistência do povo de Honduras.
A luta pelo retorno do presidente legítimo do país tem o caráter de refundação de Honduras.
E a partir da vontade popular. Não há que se falar em anistia a golpistas assassinos, corruptos. Nem ceder em acordos feitos em gabinetes fechados à revelia do povo. Há que ser tudo à luz do dia. Com a transparência cristalina da democracia em seu sentido pleno, popular.
O que se vê é tão somente o processo histórico em curso. O reencontro de hondurenhos, de todos os latino-americanos, com a sua própria história. Com sua identidade. Não é forjada em Miami, tampouco nos salões ou quartéis de “patriotas” lambe botas dos senhores do mundo.
Se a primeira dançarina quer que a orquestra toque num ritmo mais lento para não permitir tombos ou encontrões entre eles, os donos, o povo hondurenho quer que a primeira dançarina saia do palco.
É um palco popular e é dos trabalhadores do campo e da cidade. Do povo hondurenho. Um circo mambembe. Com lonas furadas, mas passos precisos e determinados para reencontrar a Honduras perdida desde a colonização espanhola e os massacres da população indígena – Maias, 1523/1539 –.
Os furos da lona são as páginas da história escrita na luta que não se esgota na volta de Zelaya. Pelo contrário, renasce ali o que os hondurenhos iam dizer nas urnas no dia do golpe. E numa proporção bem mais ampla. Numa vontade e numa determinação que não serão abaladas com a covardia e a crueldade dos tais “defensores da pátria”.
Confundem pátria com negócios.
O povo hondurenho não. Sabe o caminho. E está lutando por ele. E os povos latino-americanos também. Começam a acordar. É só olhar cada governo bolivariano da América Latina. Cada organização camponesa. Operária.
Refundar Honduras. É a determinação.