sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Raul Seixas

Duas palavras bastam para definí-lo: Incomparável e genial.

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1968 - Rauzito E Os Panteras: Download
1971 - Sessão das Dez: Download
1973 - Krig-Há, Bandolo!: Download
1973 - Os 24 Maiores Sucessos Da Era Do Rock: Download
1974 – Gitá: Download
1975 - Novo Aeon: Download
1976 - Há 10 Mil Anos Atrás: Download
1977 - Raul Rock Seixas: Download
1978 - Mata Virgem: Download
1978 - O Dia Em Que A Terra Parou: Download
1979 - Por Quem Os Sinos Dobram: Download
1980 - Abre-te Sésamo: Download
1983 - Raul Seixas: Download
1983 - Segredo Do Universo: Download
1984 - Metrô Linha 743: Download
1985 - Let Me Sing My Rock N' Roll: Download
1986 - Raul Rock Seixas 2: Download
1987 - Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Beín-Bum: Download
1988 - A Pedra Do Gênesis: Download
1989 - A Panela Do Diabo: Download
1992 - O Baú Do Raul: Download
1995 - Se O Rádio Não Toca: Download
1998 – Documento: Download

UDR derrotada no Congresso....

Ruralistas são derrotados e CPI do MST vai para o arquivo

A bancada ruralista no Congresso bem que tentou, mas acabou sendo derrotada na intenção de criar uma CPI mista para investigar o repasse de recursos do governo federal ao MST. A retirada das 42 assinaturas de deputados do pedido de instalação da comissão foi o golpe fatal. Eles precisavam do apoio de 171 parlamentares na Câmara, mas no final acabaram obtendo 168. No Senado, onde necessitavam de no mínimo 27, mantiveram as 36 assinaturas.

Os ruralistas ainda conseguiram na quarta (30) que o requerimento criando a CPI fosse lido na sessão do Congresso, principal exigência para que as lideranças partidárias indicasse os nomes. No entanto, parlamentares da base governista usaram o tempo regimental para retirarem as assinaturas que faltavam para derrubar a proposta.

Eles queriam investigar as denúncias publicadas pela revista Veja e o jornal O Estado de S.Paulo nas quais o MST é acusado de usar os repasses feitos pelo governo à ONGS para financiar invasões de prédios.

Com a derrota, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), um dos entusiasta da CPI, acusou o governo de usar a liberação de emendas parlamentares para forçar a retiradas das assinaturas.

“Isso não aconteceu. Fui eu que coordenei e articulei a retirada das assinaturas. Não houve nenhuma exigência”, disse ao Vermelho o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), presidente da Frente Parlamentar da Terra.

Matérias requentadas

Dr. Rosinha explicou aos colegas de parlamento que todo o material usado para o pedido de CPI era requentado. Foi o mesmo conteúdo, segundo ele, de quatro anos atrás quando a bancada ruralista aprovou um relatório na CPI da Terra dizendo que o movimento praticava atos terroristas.

“Eles foram enviados (casos) novamente à revista Veja e ao Estadão que publicaram como se fossem novo. Foram requentados. Eu fiz uma demonstração disso e mostrei que não havia novidade”, disse o parlamentar. O deputado lembrou também que não havia objeto a ser investigado. “Eles não especificaram nenhum caso no requerimento, apenas citam as reportagens.”

Sobre a intenção da oposição de reapresentar o pedido de CPI, Dr. Rosinha foi taxativo: “Isso é de quem não quer trabalhar (...) É uma demonstração nítida de quem se move pelo ódio e não pelo trabalho. Ódio porque eles odeiam o MST e os movimentos sociais e fazem tudo para incriminá-los.”

Na opinião dele, os ruralistas foram derrotados porque os dados do IBGE demonstram que a agricultura familiar e os assentamentos no Brasil dão certo. “Eles estão ressentidos com os dados do IBGE que mostram que eles geram renda, mas não dividem e não colocam comida na mesa do brasileiro”, diz.

Chamou os ruralistas de mentirosos. “Se eles realmente produzem o que falam que produzem porque não pode haver um novo índice de produtividade. São ressentidos políticos que deveriam respeitar a decisão. Eu não tenho que a cada 15 dias insistir numa posição na qual fui derrotado. Eu acho uma barbaridade”, argumentou.

Brasília,
Iram Alfaia - blog do vermelho

O homem que plantava árvores - 1987



SINOPSE

O filme, baseado num belíssimo conto do francês Jean Giono, de 1953, foi realizado por Frédéric Back, considerado por muitos um gênio da arte e da animação. Conta a estória de Elzeard Bouffier, um pastor de ovelhas que durante anos cultivou uma floresta esplendorosa numa área desértica da França. O conto é narrado por um jovem viajante (o esplêndido Philippe Noiret, no áudio francês), que um dia encontra este homem nas suas viagens e acompanha a mudança na paisagem no decorrer dos anos. A beleza calma da paisagem contrasta com a fúria das duas Grandes Guerras que o narrador assiste e o feito notável do pastor oferece um olhar do poder inspirador da natureza e da esperança, que podem emergir no mais improvável dos lugares.

DADOS DO ARQUIVO
Formato: RMVB
Áudio: Francês / Inglês
Legendas: Português/BR
Duração: 30 min
Tamanho: 405 MB
Partes: 3
Servidor: Rapidshare

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Parte 1
Parte 2
Parte 3

Créditos: Jack Frost - Laranja Psicodelica

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Desconstruir o falso para construir o novo






Milton Temer

Milton Temer
Milton Temer
A despeito da incontestável hegemonia de uma espécie de restauração neoliberal da vida pública - marcada essencialmente pela imposição da falsa dicotomia entre a velha e a nova direita nas eleições presidenciais de 2010 -, há um clima crescente de intensa reflexão na esquerda revolucionária brasileira. Está em pauta a busca das mais eficazes alternativas ao imbróglio em que se viu mergulhada a partir da extinção do chamado "socialismo real" no leste Europeu. Aquilo que lá existia atendias às exigências, como modelo, de muito poucos. Mas constituía, para os minimamente informados sobre a realidade da distribuição de forças entre as potências mundiais, um contraponto importante à permanente ameça belicosa do imperialismo ocidental. E, bem ou mal, estabelecia pontos de referência marcantes em nosso debate interno.

Não são fáceis os obstáculos a superar, no Brasil de hoje, para que se retome um clima de contestação transformadora presente, por exemplo, na quase totalidade da década de 80, com mergulhos na de 90.

A nova direita, ora ocupando o Planalto, e compondo as mais esdrúxulas alianças parlamentares, demonstra sua competência de servir às classes dominantes; de colocar o aparelho do Estado a seu inteiro dispor, através de uma desavergonhada política macroeconômica. Mas produz movimentos contraditórios, supostamente voltados ao atendimento de demandas dos que, naturalmente, se opõem à ordem vigente. Movimentos que não abalam em nada os interesses essenciais dos de cima, mas que exercem especial poder de imobilização sobre os que mais necessitam se opor a tal ordem. Aos que deveriam compor, por militância ativa, ou mesmo por simples apoio simpatizante, o campo da insurgência. Movimentos, enfim, que introduzem o falso conceito de estar nessa nova direita - na prática, agente mais eficaz na gestão executiva dos propósitos das classes dominantes do que a velha direita truculenta - o limite de ação de uma "esquerda possível" , considerando os marcos da fase atual da globalização capitalista.

Para além das políticas assistenciais imediatistas, estabelecidas desde o primeiro mandato, o comportamento recente da sua diplomacia em relação ao golpe em Honduras é um exemplo incontestável.

Inscreveu-se no protesto internacional unânime - inclusive do Império, que mudou métodos para preservar a estratégia de sempre -, manifestando apoio incondicional ao retorno de Zelaya à presidência da República. Foi mais longe, na simbologia: deu-lhe abrigo na própria embaixada em Tegucigalpa. Algum problema para os grandes banqueiros ou para o agronegócio, setores hegemônicos do grande capital, que dão total sustentação à nova direita? Nenhum. Mas imenso problema para os porta-vozes da velha direita truculenta que mal disfarçam sua simpatia pelo golpe inaceitável para todos; da ONU à desacreditada OEA; de Obama a Chavez. A despeito de tal unanimidade há sempre uma página ou coluna do Globo para tentar dar nó em pingo d'água, ao buscar fundamentos jurídicos para provar que golpe não houve.

A esquerda combativa, por causa disso, deixa de apoiar a iniciativa do governo da nova direita? Nem pensar. Deve aliar-se incondicionalmente aos segmentos hondurenhos, e a seus aliados internacionais, no apoio à luta pela imediata recondução de Zelaya à presidência do país. Deve aplaudir quando o chefe da nova direita, do púlpito da Assembléia Geral da ONU, dá prioridade a esse tema, mesmo que o discurso irrite os verdes e sua candidata no pleito de 2010, que assim como seu principal porta-voz no Congresso, não vê outro tema essencial para o combate à barbarie do que os exclusivamente vinculados à busca de soluções técnicas para a preservação ambiental.

Evidentemente existem razões ideológicas consolidadas para essa aversão a Zelaya. Porque foi das forças progressistas da América Latina que partiu o apoio material inicial a Zelaya. Tais forças - Chavez à frente - jogaram na contradição gerada a partir da introdução dos novos métodos de intervenção externa na Casa Branca para entrar decisivamente no embate. Afinal, não é invocando "valores democráticos" burgueses que o Império veta o retorno de Cuba à OEA?

A velha e truculenta direita; a que contesta a nova direita não por razões programáticas, mas para lhe disputar o controle sobre o Tesouro e os cargos diretivos no aparelho do Estado e nas poderosíssimas empresas sobre controle estatal; essa entre em desespero. Insiste em justificar o afastamento do presidente Zelaya, por ter cometido o "crime" de propor uma consulta popular sobre alterações na Constituição. A mesma velha direita que não viu nada demais na manobra bastarda, cheia de indícios sobre compra de votos no Congresso, do governo Fernando Henrique Cardoso, quando propôs a emenda permitindo sua reeleição. Mudança constitucional inimaginável, quando se considera que a própria ditadura resultante do golpe de 64 nunca descuidou de trocar de generais a cada quatro anos.

Nesse contexto cheio de jaça, até os menos dotados são capazes de gerar um repente: É tudo na mesma medida/ Aqui mais verde, ali mais poluído./ Mas, no fundo, tudo no mesmo sentido:/ defender o capital apodrecido.

Fica, então, a equação que a esquerda brasileira precisa elucidar muito rapidamente. Qual é a prioridade? Concentrar esforços na elaboração de um desenho definitivo da utopia; do que entendemos como modelo socialista, independentemente do determinismo aí embutido? Ou concentrar esforços na elaboração de ações táticas que desconstruam a ordem vigente e sua falsa dicotomia?

A resposta pode estar na afirmativa simultânea. Temos que ser capazes de encaminhar as duas vertentes ao mesmo tempo, dentro do que Marx preconiza na abertura do seu 'O XVIII Brumario de Luis Bonaparte': "Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado".

Traduzir essa importante formulação para a realidade brasileira significa o quê? Significa examinar a conjuntura e eleger os espaços onde, de forma mais eficiente, os partidos da esquerda socialista, os movimentos sociais combativos e a cidadania indignada, mas fragmentada, se vejam atraídos a uma convergência de ações contra a ordem vigente. Ou seja; dentro do que a ordem vigente pauta, encontrar os espaços e instrumentos para desconstruí-la, através do aprofundamento de suas contradições internas.

É o que se apresenta com o processo eleitoral de 2010. Salvo por um excepcional raio em céu azul, não há perspectivas perceptíveis de um ascenso das lutas sociais no futuro imediato. As greves que não cessam de ocorrer nas mais diversas categorias e Estados da União não são suficientemente amplas para apontarem algum clima de insurgência real no horizonte do curto prazo. Não se expandem para além do cenário dos interessados diretos. Mas o processo eleitoral abre espaços para que os partidos onde tais movimentos depositam mais, ou menos, representatividade possam servir de pólos aglutinadores em torno de temas concretos, do interesse desses movimentos e do conjunto do povo trabalhador.

A campanha presidencial, em particular, é um terreno de amplíssimas possibilidades, e isto foi bem demonstrado pelo que realizou a senadora Heloisa Helena, em 2006, na condução da Frente de Esquerda - PsoL, PSTU e PCB.

Foi a partir de sua intervenção no primeiro turno que o então já quase falecido tema da privatização da Vale do Rio Doce se transformou em tema decisivo do embate entre Lula e Alkmin, no segundo.

Uma campanha de esquerda, combativa, mas com pé no chão; sem se perder no doutrinarismo puramente propagandístico, compatibilizando os movimentos táticos ao objetivo estratégico da desconstrução dessa ordem predatória e anti-humana, pode resultar em algumas conquistas.

Pode nos garantir, por exemplo, a ocupação dos espaços parlamentares essenciais para que a direita não navegue em céu de brigadeiro na legalização de sua perversa e criminosa forma de relação com o mundo do trabalho, no campo e na cidade.

Pode, através de campanhas que se pautem, de pronto, numa batalha por uma reforma tributária que inverta a lógica atual. Impondo a taxação da renda e propriedade, por conta da redução de cobrança na produção e no consumo, a esquerda estará defendendo interesses de uma imensa parte dos que vivem do trabalho autônomo, dos pequenos e médios produtores e comerciantes. E estará atacando, na essência, os interesses do agronegócio exportador de matéria prima e eliminador de condições e postos de trabalho nas áreas rurais. Estará atacando, na essência, os interesses dos grandes rentistas - os grandes bancos, em particular -, hoje privilegiados por inaceitáveis isenções e anistia para suas manobras de sonegação. Mas estará defendendo, por exemplo, os interesses até dos que recebem bolsa-família, cuja tributação através de impostos indiretos chega a 50% do que recebem.

Na campanha essencial para explicar a reforma tributária que realmente interessa ao mundo do trabalho, a esquerda pode vincular a mudança do eixo na obtenção de receita com a mudança do eixo na distribuição dos recursos públicos. Pode sufocar o ensino e a saúde privados, não pela forma aterrorizante e pouco eficaz da pura estatização do setor privado. Pode fazê-lo pela efetiva melhoria qualitativa da área pública, por salários e melhores condições de trabalho aos profissionais do setor, se sobrepondo à lógica perversa e predatória da área privada, concentrada na maior e mais rápida obtenção de lucros, através da transformação de saúde e educação em mercadorias.

A campanha presidencial pode também despertar consciência quanto à política de juros e serviços da dívida pública, hoje alcançando a gigantesca cifra de R$ 1,3 trilhões, dobro da herdada do mandarinato FHC. Despertar de consciência, por exemplo, para a separação do joio do trigo. O que desta dívida pública está em mãos do cidadão que coloca a sobra do salário - quando isso é possível - num fundo de investimentos, e o que está em mãos dos grandes especuladores do famigerado "mercado"? Para isso, uma forte bancada parlamentar é instrumento essencial no estabelecimento de uma auditoria, cujo primeiro passo pode estar na campanha pela CPI já instalada na Câmara, por iniciativa exatamente da bancada federal do PsoL.

E tal bancada não se constrói apenas por uma campanha propagandística focada na educação dos iniciados para a idéia de que tudo só se resolve a partir da implantação do socialismo. Tese, aliás, que faria com que Marx, Engels, Lenin e Gramsci saltassem de seus repousos eternos para protestar.

A partir de tal auditoria, um governo comprometido com as transformações qualitativas que a realidade nos exige, pode estabelecer políticas discriminatórias sobre o cumprimento de compromissos.

A campanha pode ser também o atalho para algo fundamental, ainda nesse terreno do sistema financeiro. Pode abrir a discussão sobre a eficácia do combate pela extinção do sistema privado, não pela visão puramente estatista, e que se revelou ineficaz em exemplos históricos anteriores - no Portugal da Revolução dos Cravos, e na França da "Union de la Gauche", do primeiro governo Mitterrand, apenas para citar dois casos -. Mas, pela utilização dos bancos públicos como instrumento de emulação econômica voltada para um modelo distributivo e não de competição em eficiência lucrativa, como até agora têm sido utilizados. Jogando-os na batalha, com recursos do Tesouro que lhes dêem condição de quebrar o sistema privado na própria lógica do mercado.

A campanha de 2010 é, enfim, um instrumento essencial para que, como dissemos lá na abertura, na ausência de uma representação da esquerda combativa, a que não se rendeu nem se vendeu, não se permita que a falsa dicotomia demo-tucanos x lulismo termine por transformar, no inconsciente de muitos que simpatizam com a insurgência, a nova direita em "esquerda possível".

Milton Temer é jornalista e presidente da Fundação Lauro Campos

Seráphine - 2008




SINOPSE


Narra a extraordinária vida da francesa Séraphine de Senlis, uma mulher nascida em 1864 que foi pastora e dona de casa antes de se transformar em pintora e submergir-se na loucura. Em 1914, Wilhelm Uhde, um famoso crítico, colecionador de arte e marchand alemão, aluga um apartamento na cidade de Senlis, quarenta quilômetros fora de Paris, com a intenção de escrever e descansar da vida agitada que levava na capital. A faxineira é uma mulher rústica na faixa dos quarenta anos e que é objeto de risada das demais. Um dia, Wilhelm, que tinha sido convidado por sua senhoria a ir em sua residência, nota uma pequena pintura em um canto da sala. Ele fica surpreso em saber que a artista não é outra senão Séraphine, a faxineira de seu apartamento.

DADOS DO ARQUIVO
Gênero: Drama
Origem/Ano: FRA/BEL - 2008
Formato: rmvb
Áudio: Inglês/Francês
Legendas: Português/BR (embutidas)
Duração: 120 min
Tamanho: 192 MB/200 MB
Servidor: Rapidshare (4 partes)

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Créditos: Bukowski - Laranja Psicodelica

Ato show do Fora Yeda reunirá grandes nomes da música gaúcha





Grandes nomes da música gaúcha estarão reunidos no domingo, dia 4 de outubro, durante ato show em Porto Alegre. Denominado Fora Yeda – Impeachment Já, o ato será realizado no Parque Marinha do Brasil, em frente ao Praia de Belas Shopping, a partir das 15 horas.

Entre os nomes que subirão ao palco estão Nei Lisboa, Leonardo, Sombrero Luminoso, Família Sarará, Nelson Coelho
de Castro, Pedro Munhoz, Nancy Araújo e Eduardo Solaris, Lolly Pop e Banda Mariposa.

João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Pacto Germano-Soviético num debate polémico entre Historiadores


Annie Lacroix-Riz






No mais completo respeito pela tradição civilizacional judaico-cristã, de reescrever a história, as classes no poder têm recorrido à falsificação, rasura, emenda e truncagem de factos e documentos, na sua tentativa de reescrever à História.
Publicamos hoje um texto sobre o pacto germano-soviético da historiadora francesa Annie Lacroix-Riz, em resposta a um apelo de Bernard Fischer. (Odiario.info)


Annie Lacroix-Riz

RESPOSTA A BERNARD FISCHER SOBRE O PACTO GERMANO-SOVIÉTICO E QUESTÕES RELACIONADAS


Caro camarada,

O tambor do pacto germano-soviético começou a soar, depois do de Katyn, há alguns meses e em todas as ocasiões possíveis (não há falta de aniversários e de comemorações). Mme Marie Jégo, cujos dias e noites são assombrados pelos bolcheviques, quer estejam em actividade ou não, ainda ontem ironizava no Le Monde, a propósito de “Moscovo tentado a reabilitar o pacto”, rezando assim : “Assinado em 23 de Agosto de 1939 por Viatcheslav Molotov e Joachim von Ribbentrop, os ministros dos negócios estrangeiros da URSS e da Alemanha nazi, o pacto ”de não-agressão” depressa se tornou numa aliança entre Estaline e Hitler, prontos a desmembrar a Europa de leste e do norte, desde a Finlândia aos países bálticos, passando pela Polónia”. Este discurso tão categórico quanto errado está de acordo com a prosa que o Le Monde há muito oferece aos seus leitores; o seu dossier organizado para o quinquagésimo aniversário da morte de Estaline em Março de 2003 constituiu um dos topos dessa actividade notável do “diário de referência”. Mas não basta que uma funcionária do “diário dos assuntos Vedomosti, a jornalista Andreï Kolesnikov” se entregue ao género psico-trágico (“O cocktail Molotov-Ribbentrop é de detonação lenta. Explode na cabeça das pessoas. Mutila a consciência da nação russa”) para transformar uma jornalista anti-soviética numa historiadora a sério.

Em ‘Le Choix de la défaite : les élites françaises dans les années 1930’, Paris, Armand Colin, 2006, 671 p., reeditado em 2007, e em ‘De Munich à Vichy, l'assassinat de la 3e République’, 1938-1940, Paris, Armand Colin, 2008, 408 p., estudei pormenorizadamente as questões internacionais suscitadas pelo teu e-mail de hoje aquilo a que chamas “a questão das consequências reais [das] relações [germano-soviéticas] do ponto de vista de um determinado número de países europeus geograficamente intermédios como, por exemplo, a Finlândia, a Polónia e a Checoslováquia; é a famosa questão da assinatura dos acordos de Munique e da anexação da região dos sudetas pela Alemanha de Hitler. Na Polónia, há uma questão de verdade histórica importante no que se refere à questão dos massacres de Katyn. Na União Soviética, há a questão das relações entre Estaline e o estado-maior do exército vermelho, por exemplo, um tal Toukhatchevsky”, o qual foi incontestavelmente culpado de traição (ver o índice, e quanto à questão de Toukhatchevski stricto sensu, ‘Le choix de la défaite’, p. 393-399).

Quanto a Katyn, será de ler com proveito a interpretação do meu colega britânico Geoffrey Roberts, em ‘Stalin's Wars: From World War to Cold War’, 1939-1953, New Haven & London : Yale University Press, 2006. Infelizmente, esta obra excelente, tal como todas as que redigiu antes (‘The unholy alliance: Stalin's pact with Hitler’, Londres, Tauris, 1989, e ‘The Soviet Union and the origins of the Second World War. Russo-German relations and the road to war’, 1933-1941, New York, Saint Martin's Press, 1995), não está traduzida em francês, enquanto que todos os livros que arrasam Estaline (desde o seu nascimento até à sua morte) e a sua comitiva foram traduzidos logo no ano seguinte à sua publicação, nomeadamente os disparates horríveis do publicista Simon Sebag Montefiore sobre ‘La cour du tsar rouge ou Le jeune Staline’). Podemos encontrar uma certa repetição na longa re-análise, “Geoffrey Roberts, ‘Stalin's Wars: From World War to Cold War, 1939-1953: un événement éditorial’”, que coloquei no meu site (www.historiographie.info) em 2007, aqui anexa, “Geoffrey Roberts, ‘Stalin's Wars, From World War to Cold War, 1939-1953: un événement éditorial’”.

Também encontrarás no meu artigo “Le PCF entre assaut et mea culpa: juin 1940 et la résistance communiste” (www.historiographie.info) igualmente anexo ao meu e-mail, elementos de resposta à polémica tão infindável como infundada sobre o pacto germano-soviético e as suas consequências sobre o movimento operário internacional, neste caso francês. Este artigo pretendia demonstrar a desonestidade duma operação mediática inimiga destinada a uma enorme confusão, o livro, lamentável pela ausência de informação e de documentação original, de Jean-Pierre Besse et Claude Pennetier: ‘Juin 40, La négociation secrète. Les communistes français et les autorités allemandes’. Venerado pelo Le Monde e pelo Libération (entre outros), alcançou logicamente grande crédito junto do PCF, habituado desde que conquistou a respeitabilidade de membro da “esquerda europeia” (e renunciou ao mesmo tempo à sua identidade comunista) a atirar a culpa para cima do seu muito honroso passado. De Munique a Vichy, fortemente consagrado às questões internas (e em especial à repressão anticomunista), trata do aspecto “francês” do pacto germano-soviético durante o período que precede o do artigo.

Como ainda ontem recordei a um amigo belga que mo pediu a propósito do pacto germano-soviético, não sem antes evocar as “perversões” presumidas do estalinismo (termo intelectual minimal, na gama dos crimes e horrores estalinistas com que a população francesa, “europeia”, etc. é inundada quase quotidianamente), não pude publicar a crítica do importantíssimo livro de Roberts “nos presumíveis Cahiers d'histoire critique, herdeiros (devotados) dos Cahiers d'histoire de l'institut de recherches marxistes, que outrora acompanhei, com a desculpa de que a dita revista crítica não podia correr o risco de “cobrir” a minha indulgência para com os soviéticos: o que eu escrevi sobre a Polónia dos coronéis e o seu papel abominável no período entre-duas-guerras (‘Le choix de la défaite’ e ‘De Munich à Vichy’), o que Roberts, Carley e eu própria demonstramos quanto ao isolamento diplomático e militar da URSS na época da “guerra de inverno” dá toda uma luz diferente à alegada “matança” que a URSS deveria reconhecer e explicar, se é que a executou (conservo uma certa dúvida, dado, por um lado, a natureza da decisão e o seu carácter estritamente excepcional e, por outro lado, a ausência de qualquer informação de arquivo internacional sobre estes acontecimentos no início de 1940 – mas talvez tenha “falhado” os bons correios) ; tal como deveria reconhecer e explicar, pelo menos depois da guerra, o incontestável acordo secreto sobre a “partilha” germano-soviética de 1939 das zonas de influência, incluindo a Polónia)” (extracto de um correio de 29 de Agosto).

Também me referia acima à excelente obra do historiador americano-canadiano Michael Jabara Carley, ‘1939, the alliance that never was and the coming of World War 2’, Chicago, Ivan R. Dee, 1999, felizmente traduzida, ‘1939 : l'alliance de la dernière chance: une réinterprétation des origines de la Seconde Guerre mondiale’, Presses de l'Université de Montréal, 2001, ainda por cima disponível on-line. Carley detesta o comissário do Povo dos negócios estrangeiros Molotov, ao qual, segundo a moda da época, atribui todas as características do horrível estalinista acanhado; lamenta profundamente o seu predecessor Litvinov, que recebeu a paga a 3 de Maio de 1939 por causa do comportamento dos anglo-franceses assim como as suas próprias ilusões quanto a estes últimos; mas reconhece, tal como Roberts (e eu própria), a ausência de responsabilidade dos soviéticos no acontecimento de 23 de Agosto de 1939, e a estrita manutenção da linha externa soviética na era Molotov.

Soube ontem, depois de ter redigido a mensagem acima referida, que as autoridades russas acabavam de publicar uma série de documentos sobre a política externa polaca a partir de 1934. Julguei perceber que esses textos continham os acordos secretos entre Berlim e Varsóvia, na sequência da assinatura do “acordo amigável” germano-polaco de 26 de Janeiro de 1934 (firmado por dez anos). Irei lê-los com um prazer tanto maior quanto os arquivos franceses e alemães (em especial) dos anos 1933-1939 já me forneceram muitos pormenores. Recordemos que, ao lado de Pilsudski, o funcionário polaco das decisões, o coronel Beck era um conhecido assalariado de Berlim segundo os arquivos originais diplomáticos e militares franceses (o que também é claro nos alemães publicados), e que assim se manteve mesmo depois da derrota ignominiosa da Polónia (tão ignominiosa como o desastre francês). Pilsudski nomeara-o chefe da política externa polaca a partir do Outono de 1932, e Beck conquistou em Maio de 1935 a sucessão do seu benfeitor (já morto) na chefia da ditadura. Estes dois oficiais dum exército em ruínas desde a sua origem (ver o texto de arquivos anexos, “L'Armée polonaise au début des années vingt”) eram apenas os mandatários dos privilegiados polacos, como “o príncipe Janusch Radziwill, um dos latifundiários mais importantes não apenas da Polónia, mas de toda a Europa”: unido não só aos Junkers alemães como aos grandes siderúrgicos alemães, este nobre de nascimento alemão foi um dos principais inspiradores de uma política pro-alemã que significava a morte da Polónia enquanto Estado, e de uma ditadura perfeitamente adaptada, sobretudo depois do golpe de estado de Pilsudski de 1926, no “interesse dos grandes proprietários” (EMADB, renseignement militaire Depas 866, 17 de Junho 1935, 7 N 3024; “Principales personnalités que pourra rencontrer” le MAE (Laval, aquando da sua viagem a Varsóvia), nota anexa à carta 247 de Laroche à Laval, Varsóvia, 10 Abril 1935, URSS 1918-1940, 982, arquivos do MAE).

A Polónia do trio infernal Beck-Pilsudski-Radziwill passava por ser um pivot do “cordão sanitário” franco-inglês, o que lhe valera em 1920-1921 a atribuição, graças à ajuda militar francesa, via Weygand (e o seu adjunto de Gaulle), da Galícia oriental, apesar de prometida à Rússia pela “Linha [étnica] Curzon”. Passou a ser o caniche do Reich hitleriano a partir do acordo de 26 de Janeiro de 1934, sem abdicar das suas funções de cão de guarda do “cordão sanitário” útil para todos, incluindo os “Aliados” ocidentais ; mas não de garantia da submissão do povo polaco a uma das ditaduras (regime particularmente conveniente para a missão de “cordão sanitário”) das mais sangrentas no período entre-duas-guerras: na rica panóplia do leste da Europa francês, Varsóvia, quanto a esse respeito, disputava o primeiro lugar com Belgrado e Bucareste; sabe-se, de resto, a importância que, nessa altura tal como hoje, Paris, paladino dos “direitos do Homem” deu à “democracia burguesa” que reinava em Praga. No entanto, o rolo compressor da propaganda repetiu, a partir dos anos 90, que a Europa oriental, com a queda da URSS e a libertação consecutiva das nações escravas satélites, “reencontrara” a “democracia” que perdera “a partir de 1945” (1918-1939, um paraíso democrático; 1939-1945, o nirvana democrático).

Podemos encontrar nas duas obras acima referidas, a confirmação das minhas afirmações que podem parecer brutais e, em especial, informações documentadas sobre a participação directa dos coronéis polacos, com Beck em primeiro lugar, “abutres” ou “hienas”, segundo os amáveis qualificativos dos seus cúmplices alemães, franceses, ingleses, etc., na liquidação da Checoslováquia, na da Petite Entente (teoricamente) anti-alemã que agrupava a Checoslováquia, a Jugoslávia e a Roménia, e na perseguição dos judeus da Polónia. Juntarei factos precisos suplementares e apresentarei novas fontes na minha contribuição destinada ao colóquio internacional de Varsóvia previsto para meados de Outubro sobre a campanha da Polónia de 1939 (“La Pologne dans la stratégie politique et militaire de la France (octobre 1938-août 1939)”, colóquio em que também participará Geoffrey Roberts.

Que a política polaca foi conduzida numa cumplicidade total com o Reich hitleriano não atenua em nada, como demonstram as obras referidas, a esmagadora responsabilidade dos dirigentes económicos e políticos da França, ébrios de anti-sovietismo, tão lestos a baixarem-se diante da Alemanha como os seus homólogos polacos, e actores de primeiro plano desde 1938 quanto à perseguição dos judeus da Polónia refugiados em França (entre outros judeus estrangeiros), questão tratada em ‘De Munich à Vichy’. De notar que os dirigentes “republicanos” deram toda a liberdade aos fascistas italianos e aos nazis alemães para perseguirem os seus inimigos em território francês, respectivamente desde 1922-1923 e 1933 (ver ‘Le choix de la défaite’). Isto também se aplica, evidentemente, aos Apaziguadores de Londres e de Washington. A Polónia era uma pequena potência submetida às grandes potências imperialistas, incluindo a França na altura, e as responsabilidades que os seus dirigentes assumiram 1º nos crimes praticados contra os povos eslavos (incluindo os polacos) e contra os judeus e 2º no seu desaparecimento enquanto Estado, de 1939 a 1945, foram amplamente partilhadas pelos seus tutores estrangeiros. Para citar apenas um exemplo, não era só a Polónia que tinha o poder de impedir a entrada do exército vermelho em território polaco em 1938 (para salvar a Checoslováquia) ou em 1939 (para salvar a própria Polónia) mas também os seus mestres franceses e ingleses, que além disso ainda tinham “garantido” no papel as suas fronteiras em Março-Abril de 1939, e que a encorajaram a tratar Moscovo como “lacaio” segundo a expressão de Jdanov (Junho de 1939). Exactamente do mesmo modo que as elites checoslovacas, com receio de classe e com medo de ver as suas fronteiras salvas pelo exército vermelho, cederam às pressões exercidas por Paris e por Londres para obter delas a destruição do seu próprio Estado.

Os dirigentes russos parecem dispostos, por razões que só eles sabem, a abordar a sua história nacional do período entre-duas-guerras e da Segunda Guerra mundial dum modo mais sério do que até aqui, não só o fim da URSS, mas da era de Khrouchtchev. O qual modo tratava com um alto grau de fantasia a história dos anos 1920-1950, como observou em ‘La Russie en guerre’ o excelente jornalista e escritor britânico Alexander Werth, um russófilo de longa data, pai de Nicolas, o papa francês duma “sovietologia” armada em história dos “crimes de Estaline”. A historiadora que eu sou congratula-se com esta viragem perceptível desde há algum tempo, e aprecia o que se anuncia pelo menos como o fim da fase de intoxicação pura e simples que caracterizou as três últimas décadas no que se refere à URSS e à sua história. A cidadã também. As duas esperam com impaciência saber como é que a ideologia dominante nos vai dar contas em Maio-Junho de 2010 do 70º aniversário do Desastre francês de Maio-Junho de 1940, sobre o qual há tanto a dizer.

Cordialmente.

Annie Lacroix-Riz

30 de Agosto de 2009


Carta de Bernard Fischer a intelectuais comunistas franceses

Camaradas

Podem ver abaixo uma mensagem para o fórum de discussão do site www.comite-valmy.org na sequência da publicação nesse site de uma mensagem de um jornalista russo relativa ao septuagésimo aniversário do pacto germano-soviético.

No dia 3 de Setembro de 1939, faz agora setenta anos, uma semana depois da assinatura do famoso facto germano-soviético, dá-se a invasão da Polónia pela Alemanha de Hitler, é o início da segunda guerra mundial.

Toda a história da segunda guerra mundial é polémica. Passados setenta anos, há um grande número de versões relacionadas com os principais acontecimentos desta guerra, e a assinatura do pacto germano-soviético é efectivamente um acontecimento importante desta guerra. Este ano não aparecerá nenhuma nova versão, nem da Ria Novosti, nem deste site, nem de qualquer outro sítio e nenhum juízo moral seja em que sentido for alterará o que quer que seja à história.

Do meu ponto de vista, as questões mais importantes são as questões das causas da segunda guerra mundial, a questão da situação política na Alemanha entre 1933 e 1939, a questão da luta contra o fascismo, a questão da política do partido comunista alemão entre 1933 e 1939, a questão das relações entre a Alemanha e a União Soviética entre 1933 e 1939 e a questão das consequências reais dessas relações do ponto de vista dos governos de um determinado número de países europeus geograficamente intermédios como, por exemplo, a Finlândia, a Polónia e a Checoslováquia; é a famosa questão da assinatura dos acordos de Munique e da anexação da região dos sudetas pela Alemanha de Hitler. Na Polónia, há uma questão de verdade histórica importante no que se refere à questão dos massacres de Katyn. Na União Soviética, há a questão das relações entre Estaline e o estado-maior do exército vermelho, por exemplo, um tal Toukhatchevsky.

Vocês conhecem certamente essas questões e certamente têm a vossa opinião particular. A minha única pergunta é a seguinte : Quantos historiadores trabalham actualmente nestas questões, na Rússia, na França ou noutros países ? Por exemplo, façamos essa pergunta a Annie Lacroix Riz ou então a Bruno Drweski

Saudações militantes.
Bernard Fischer

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Gorilas da mídia grunhem como gorilas hondurenhos

agolpistas

Se havia algum véu sobre a índole golpista e fascista da mídia brasileira, ele acaba de ser rasgado com o golpe dos gorilas em Honduras.

O caso é grave.

Parece haver nas ações da direita brasileira de hoje cada vez mais coisas entre o céu, onde está a imaginação, e a terra, onde se vive a realidade, do que sonha a nossa vã filosofia.

Pelas melhores regras do que se considera ser a ciência política, pela sabedoria acumulada nas academias e até pelas experiências do passado, tais e tais causas deveriam gerar tais e tais efeitos; desta ou daquela situação teria de resultar esta ou aquela conseqüência.

Mas não tem sido assim.

Isso se deve à mais interessante inovação que a direita trouxe para o debate político: o Departamento de Gerência de Falsidades e Mentiras.

Ou seja: a mídia.

O caso, examinado de perto, mostra que, como na parábola do camelo da Bíblia, não leva nenhum dos defensores da “democracia” direitista a entrar no reino dos céus — ou, até, em lugares onde o ingresso exige méritos muito mais modestos.

O bicho teria menos trabalho para passar pelo buraco de uma agulha do que um desses “democratas” para ser abrigado na morada dos justos.

A calamitosa seqüência de truques para justificar o golpe é uma prática que faz primeiro o sujeito perder a pose, depois o respeito e por fim qualquer condição de continuar falando em democracia.

Mas nada disso parece incomodar esses trastes.

É aí que reside a natureza didática do caso: eles se repetem tanto que acabam se tornando uns chatos, uns tolos, uns idiotas.

Nos países onde se vive sob a proteção das leis, o Poder Judiciário funciona como uma garantia para os cidadãos.

Sua ação gera um ambiente de tranqüilidade, a expectativa de ordem e o conforto de saber que as decisões serão tomadas sempre de acordo com as mesmas praxes e critérios.

No Brasil, a “grande imprensa” quer transformar essa vertente democrática em um fator de tumulto.

Seus mandantes a todo momento interferem nos atos do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e do Poder Executivo.

Eles invalidam leis que o Congresso aprovou, inventam regras novas no meio do jogo e decidem o que a Constituição quis ou não quis dizer a cada artigo.

O “comentarista” da Rede Globo, Arnaldo Jabor, por exemplo, já avisou que a solução para o impasse na embaixada brasileira em Honduras tem de ser ”razoável”.

O que será que ele e seus iguais consideram ”razoável”?

Vai ser preciso adivinhar, ou perguntar a eles, ou, quem sabe, pedir que escrevam eles próprios novas leis para o país.

Se perguntados o que pretendem fazer, suas respostas certamente serão parecidas com aquela célebre explicação dada por um oficial norte-americano, durante a Guerra do Vietnã, após pulverizar uma aldeia acusada de abrigar guerrilheiros comunistas: ”Para salvar a aldeia, tivemos de destruí-la.”

Pobre Rio Grande do Sul...

A monocultura que vai terminar na pobreza



Por Paulo Mendes Filho (*)

Uma cidade, Encruzilhada do Sul. Uma monocultura, eucaliptos. Uma situação insustentável. Miséria, favelas, pobreza e desilusão que tende a piorar. Basta conhecer, observar e conversar com as pessoas, com os agricultores e as agricultoras familiares do município para perceber o que está em curso. A monocultura dos eucaliptos modificou a paisagem, a economia e principalmente a estrutura social do município. Indo lá, vendo e conversando, observamos que a invasão dos capitalistas está desequilibrando rapidamente a paisagem da região e a estrutura social e econômica da cidade.

Quem ainda não vendeu suas terrinhas e insiste em ficar, convive com as visitas dos desesperados animaizinhos que fogem da invasão. São mulitas, mão-pelada, gato-do-mato, ratões e capivaras famintos que devoram tudo que veem pela frente. As plantações, os maciços estão cada vez mais absorvendo a paisagem e desalojando tudo que ali existe. As matas ciliares estão cercadas e desprotegidas pela baixíssima possibilidade de alguém conferir se está dentro ou não da lei ambiental.

Falando em lei, a conversa é de que existem dois pesos e duas medidas. A dureza da lei ambiental para os agricultores e a moleza para os empresários da monocultura. Tudo remando a favor dos novos senhores da terra, da energia e da água. Tudo a favor para que os resistentes e teimosos agricultores tradicionais e os ecochatos abandonem suas terras e suas ideologias a favor do império.

O poder público propagandeando empregos de papel e sinalizando impostos que serão sonegados, apóia o projeto de olho nas contribuições de campanha. A adesão individual de alguns técnicos do poder público também é observada.

Uma invasão de poucos e grandes empresários que está sendo facilitada e apoiada estrategicamente pelo governo Yeda e por vários governantes municipais. Incentivando politicamente o plantio. Recebendo recursos das empresas. Facilitando créditos. Modificando o zoneamento ambiental da silvicultura. Desestruturando a Fepam e a Emater (Extensão Rural) e permitindo a prática do fato. Encontra-se em curso a maior ocupação de terra do Rio Grande do Sul por parte de um único grupo. Um verdadeiro império!

Uma verdadeira Encruzilhada ou quem sabe uma grande Cruzada rumo ao poder concentrado da energia, da água e da terra. É disso que estamos falando. A expansão de um único dono em mais de um milhão de hectares com a destruição de comunidades rurais, deslocamento de famílias inteiras para a favelação nas cidades e a concentração de poder. Esta nova situação vai influenciar por anos a vida da sociedade gaúcha. A mesma sociedade que é desrespeitosa com a luta de milhares pela Reforma Agrária abre as pernas para a invasão de uma única empresa que vai aumentar a violência das cidades.

A busca pela energia (pasta de celulose), a terra (poder estratégico) e água (Aquifero Guarani) faz com que a invasão tome conta de tudo rapidamente. Não há tempo a perder. Planta logo que o poder garante. Em nossas barbas, está se estruturando o maior império do século XXI. Uma dominação que vai influenciar gerações futuras. Que vai excluir milhões de pessoas e vai concentrar poder e capital para poucos. Uma dominação sem precedentes que trará a insustentabilidade do nosso Estado.

(*) Diretor do Semapi - Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Fundações Estaduais do RS.

OEA e Honduras.....



OEA repudia expulsão de chanceleres de Honduras






Adital


O Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) se reuniu hoje (28), em Washington, para debater as últimas medidas adotadas pelo governo provisório de Honduras, encabeçado por Roberto Micheletti e instaurado após a deposição de Manuel Zelaya, em 28 de junho. Ontem, Micheletti impediu a entrada de chanceleres da OEA e da Espanha no país.

O presidente provisório expulsou três chanceleres da OEA e dois da embaixada espanhola do aeroporto internacional de Tegucigalpa, capital de Honduras. O objetivo do grupo era preparar a visita de uma missão composta por Insulza e ministros de relações exteriores de vários países da região.

O representante permanente do México na OEA, o embaixador Gustavo Albin Santos, expressou surpresa e rechaço à ação de Micheletti. Para Santos, essa "não é uma saída política deste país".

Para o embaixador da Argentina, Rodolfo Gil, "a delegação da OEA tem que ir negociar apenas uma coisa: a restituição de Zelaya", informou a TeleSul. O argentino pediu que o organismo enviasse "mensagem bem clara" aos candidatos presidenciais.

Segundo o secretário geral da OEA, o chileno José Miguel Insulza, a delegação tinha o consentimento de Micheletti para entrar no país, mas o presidente provisório mudou de opinião.

"Esse não era o momento oportuno", justificou Micheletti, que acrescentou que a delegação "já estava advertida". Os chanceleres foram detidos, por horas, no aeroporto internacional da capital Tegucigalpa e enviados para Miami. "Houve muita rudeza no tratamento, mas tudo verbal", esclareceu Insulza.

Apenas um alto funcionário da OEA, o chileno John Biehl, foi aceito no país e já estabeleceu contatos com candidatos presidenciais das eleições gerais do país, previstas para 29 de novembro.

Ontem, Insulza também criticou o estado de sítio em Honduras, que suspendeu garantias constitucionais como liberdade de expressão, de circulação e de reunião. A medida foi aprovada por Micheletti no último sábado (26) e já permitiu que os golpistas fechassem, na madrugada de hoje (29), a Rádio Globo e o Canal 36.

"As possibilidade de uma normalização em Honduras, com vistas a um restabelecimento constitucional e, portanto, a ter eleições democráticas, é o caminho contrário ao eleito ontem", disse Insulza, como mostrou a TeleSul, em referência ao estado de sítio.

As eleições gerais de 29 de novembro não são reconhecidas por governos e organismos internacionais como a OEA, já que foram convocadas por um governo tido como ilegítimo.