Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sábado, 10 de outubro de 2009
UmQueTenha, a volta...
O blog Um Que Tenha voltou. E do jeitinho que morreu, há cerca de 20 dias: com mais de 4.500 álbuns da música popular brasileira para download.
Fulano
Sicrano, o dono do espaço virtual, insistiu na volta porque não queria
dar fim à história de um blog que é considerado, por internautas, um
ponto de referência da história da MPB. Não à toa. No UQT é possível
encontrar o trabalho de cantores famosos, no limbo do esquecimento ou
mortos, cujas obras estão fora dos catálogos das gravadoras. E, por
consequência, longe das prateleiras de CDs.
Com
a volta do UQT, Fulano coloca em ordem dois problemas que vivenciou
intensamente nos últimos dias: um é o enorme número de pedidos de
internautas para o blog continuar. O outro é o fim da sensação de
impotência, que nasceu depois de um comunicado do Google, no dia 15 de
agosto. Na mensagem, a empresa considerou que o conteúdo do Um Que
Tenha infringia normas norte-americanas de direitos autorais, e que por
isso sairia do ar.
Fulano não concorda com o que
aconteceu. Desde que criou o UQT, em 2006, ele recebeu apenas dois
e-mails de músicos furiosos por disponibilizar as músicas para
downloads. A maioria dos artistas, diz Fulano, por e-mail, “apóia a
iniciativa, gosta da divulgação, sabe que o que deixa de ganhar com o
compartilhamento das músicas é recompensado com a frequencia de shows”.
Fonte: Abril
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Um Baita Filme...
Um Outro Jeito (1982)
(Egymásra nézve)
Another_Way.
(Egymásra nézve)
Another_Way.
SINOPSE
Repressão
política e sexual na Hungria, logo após a revolução de 1956. Em 1958, o
corpo de Eva Szalanczky, uma jornalista política, é descoberto perto da
fronteira. A sua amiga Livia está no hospital com um pescoço partido; o
marido de Livia, Donci, está sob prisão. Olhando para o passado, um ano
antes, vemos o que levou a esta tragédia. Eva arranja um trabalho como
escritora. Ela conhece Livia e sente-se atraída por ela. Livia sente o
mesmo, mas como mulher casada, tem dúvidas e hesitações. Nos seus
empregos, elas (e principalmente Eva) esbarram-se com os limites de
contar verdades políticas; em privado, elas confrontam os limites de
viver a verdade emocional e sexual.
ELENCO E INFORMAÇÕES SOBRE O FILME E RELEASE
Jadwiga Jankowska-Cieslak ... Éva Szalánczky Ildikó Bánsági ... Éva Szalánczky (voice) Grazyna Szapolowska ... Livia Horváth Judit Hernádi ... Livia Horváth (voice) Jozef Króner ... Erdõs elvtárs Gyula Szabó ... Erdõs elvtárs (voice) Péter Andorai ... Dönci Horváth - Lívia férje | Gênero: Drama Diretor: Karóly Makk Duração: 102 minutos Ano de Lançamento: 1982 País de Origem: Hungria Idioma do Áudio: Húngaro IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0083872/ |
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Codec: DivX 5
Vídeo Bitrate: 1.003 Kbps
Áudio Codec: MPEG1/2 L3
Áudio Bitrate: 128 kbps 44 KHz
Resolução: 640 x 384
Aspect Ratio: 1.667
Formato de Tela: Widescreen (16x9)
Frame Rate: 25.000 FPS
Tamanho: 841.9 MiB
Legendas: Exclusivas
Vídeo Codec: DivX 5
Vídeo Bitrate: 1.003 Kbps
Áudio Codec: MPEG1/2 L3
Áudio Bitrate: 128 kbps 44 KHz
Resolução: 640 x 384
Aspect Ratio: 1.667
Formato de Tela: Widescreen (16x9)
Frame Rate: 25.000 FPS
Tamanho: 841.9 MiB
Legendas: Exclusivas
PREMIAÇÕES
REVOLUÇÃO HÚNGARA DE 1956
O
levante húngaro começou em 23 de Outubro de 1956, com uma manifestação
pacífica de estudantes em Budapeste. Exigiam o fim da ocupação
soviética e a implantação do "socialismo verdadeiro". Quando os
estudantes tentaram resgatar alguns colegas que haviam sido presos pela
polícia política, esta abriu fogo contra a multidão.
No dia seguinte, oficiais e soldados juntaram-se aos estudantes nas ruas da capital. A estátua de Josef Stálin foi derrubada por manifestantes que entoavam, "russos, voltem para casa", "abaixo Gerő" e "viva Nagy". Em resposta, o comitê central do Partido Comunista Húngaro recomendou o nome de Imre Nagy para a chefia de governo.
Em 25 de outubro, tanques soviéticos dispararam contra manifestantes na Praça do Parlamento. Chocado com tais acontecimentos, o comitê central do partido forçou a renúncia de Gerő e substituiu-o por János Kádár.
Nagy foi à Rádio Kossuth e anunciou a futura instalação das liberdades, como seja o multipartidarismo, a extinção da polícia política, a melhoria radical das condições de vida do trabalhador e a busca do socialismo condizente com as características nacionais da Hungria.
Em 28 de outubro, o primeiro-ministro Nagy vê as suas opções serem aceites por todos os órgãos do Partido Comunista. Os populares desarmam a polícia política.
Em 30 de outubro, Nagy comunicou a libertação do cardeal Mindszenty e de outros prisioneiros políticos. Reconstituíram-se os Partidos dos Pequenos Proprietários, Social-Democrata e Camponês Petőfi. O Politburo Soviético decide, numa primeira fase (30 de Outubro) mandar as tropas sair de Budapeste, e mesmo da Hungria se viesse essa a ser a vontade do novo governo. Mas no dia seguinte volta a trás e decide-se pela intervenção militar e instauração de um novo governo. A 1 de Novembro, o governo húngaro, ao tomar conhecimento das movimentações militares em direcção a Budapeste, comunica a intenção húngara de se retirar do Pacto de Varsóvia e pede a protecção das Nações Unidas.
A 3 de Novembro Budapeste está cercada por mais de mil tanques. Em 4 de novembro, o Exército Vermelho invade Budapeste, com o apoio de ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia a Hungria, derrotando rapidamente as forças húngaras. Calcula-se que 20 000 pessoas foram mortas durante a intervenção soviética. Nagy foi preso (e posteriormente executado) e substituído no poder pelo simpatizante soviético János Kádár. Mais de 2 mil processos políticos foram abertos, resultando em 350 enforcamentos. Dezenas de milhares de húngaros fugiram do país e cerca de 13 mil foram presos. As tropas soviéticas apenas saíram da Hungria em 1991. Fonte
No dia seguinte, oficiais e soldados juntaram-se aos estudantes nas ruas da capital. A estátua de Josef Stálin foi derrubada por manifestantes que entoavam, "russos, voltem para casa", "abaixo Gerő" e "viva Nagy". Em resposta, o comitê central do Partido Comunista Húngaro recomendou o nome de Imre Nagy para a chefia de governo.
Em 25 de outubro, tanques soviéticos dispararam contra manifestantes na Praça do Parlamento. Chocado com tais acontecimentos, o comitê central do partido forçou a renúncia de Gerő e substituiu-o por János Kádár.
Nagy foi à Rádio Kossuth e anunciou a futura instalação das liberdades, como seja o multipartidarismo, a extinção da polícia política, a melhoria radical das condições de vida do trabalhador e a busca do socialismo condizente com as características nacionais da Hungria.
Em 28 de outubro, o primeiro-ministro Nagy vê as suas opções serem aceites por todos os órgãos do Partido Comunista. Os populares desarmam a polícia política.
Em 30 de outubro, Nagy comunicou a libertação do cardeal Mindszenty e de outros prisioneiros políticos. Reconstituíram-se os Partidos dos Pequenos Proprietários, Social-Democrata e Camponês Petőfi. O Politburo Soviético decide, numa primeira fase (30 de Outubro) mandar as tropas sair de Budapeste, e mesmo da Hungria se viesse essa a ser a vontade do novo governo. Mas no dia seguinte volta a trás e decide-se pela intervenção militar e instauração de um novo governo. A 1 de Novembro, o governo húngaro, ao tomar conhecimento das movimentações militares em direcção a Budapeste, comunica a intenção húngara de se retirar do Pacto de Varsóvia e pede a protecção das Nações Unidas.
A 3 de Novembro Budapeste está cercada por mais de mil tanques. Em 4 de novembro, o Exército Vermelho invade Budapeste, com o apoio de ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia a Hungria, derrotando rapidamente as forças húngaras. Calcula-se que 20 000 pessoas foram mortas durante a intervenção soviética. Nagy foi preso (e posteriormente executado) e substituído no poder pelo simpatizante soviético János Kádár. Mais de 2 mil processos políticos foram abertos, resultando em 350 enforcamentos. Dezenas de milhares de húngaros fugiram do país e cerca de 13 mil foram presos. As tropas soviéticas apenas saíram da Hungria em 1991. Fonte
Créditos: MakingOff - FelipeLobo
QUEM ESTIVER INTERESSADO NO TORRENT E NA LEGENDA MANDO POR EMAIL
Surpresa no Nobel de Literatura
Foto de arquivo da escritora alemã Herta Mueller que comparece a um
festival literáro em Praga. (Foto: Reuters/Der Standard/Andy Urban)
Deixando de lado pesos-pesados como o norte-americano Philip
Roth e o israelense Amos Oz, o prêmio Nobel de Literatura deste ano
ficou com a escritora de língua alemã e origem romena Hertha Müller, de
53 anos.
Autora de copiosa obra, sobretudo de contos e romances, Hertha
Müller nasceu na cidade de Nitzkydorf, na região de Banat, na Romênia.
Seus ascendentes eram alemães, e além do alemão falavam também o
húngaro.
A história pessoal de Hertha ilustra o complicado mapa das
perseguições na Europa. Seus ascendentes emigraram para aquela região
atraídos pela concessão de terras a colonos alemães na virada do século
XIX para o XX.
Lá se consituiu uma colônia de alemães, que cultivavam a própria
língua. Tornaram-se uma minoria, mas viram sua influência crescer
quando, durante a Segunda Guerra Mundial, a Romenia apoiou a Alemanha
nazista. Numa entrevista recente, a própria escritora reconheceu que
seu pai fora da SS, a polícia especial dos nazistas. Com o término da
guerra, a Romênia ficou na órbita soviética. Muitos dos alemães que
tinham emigrado, e seus descendentes, começaram a voltar para a
Alemanha.
Hertha permaneceu na Romênia até 1987, quando emigrou, com o marido,
para Berlim, onde mora até hoje. Seus inúmeros livros falam em geral da
vida de uma minoria, sob um regime que vêem como opressivo em três
dimensões: falta de liberdade, intolerância racial e cultural, e, não
menos importante, a opressão dos homens sobre as mulheres.
Esse é o mundo, por exemplo, de seu livro (traduzido para o inglês)
"A terra das ameixas verdes", narrado por uma estudante cuja colega de
quarto se suicida depois de ser violentada por soldados do exército. O
clima do livro é sufocante e cheio de imagens violentas, como a dos
trabalhadores de um matadouro que bebem o sangue dos animais que matam.
Essa imagem vampiresca espelha a do regime político liderado por
Nicolau Ceacescu, que acabou, em 1989, num banho de sangue de extrema
violência. Ao fim do livro a narradora, ao contrário de sua colega
suicida, decide fugir do país.
Em outro livro (esse traduzido no Brasil com o nome de O
compromisso) um oficial da polícia secreta persegue/assedia uma
trabalhadora de uma fábrica de roupas de um modo kafkeano, pois ela é
chamada seguidamente para ser interrogada em datas que para ela são
aleatórias e sobre acusações que lhe parecem despropositadas e sem nexo.
Hertha Müller já ganhou mais de 20 prêmios literários, e é
considerada uma das principais escritoras de língua alemã nascidas fora
de Alemanha. Na decisão, a Academia da Suécia que outorga os prêmios
Nobel destacou que em sua obra ela destaca "a paisagem dos errantes e
perseguidos", embora a maior parte das traduções jornalísticas para
outras línguas tenha usado o termo "despossuídos".
Como em outras ocasiões, não ficou de todo claro quais foram os
critérios do júri (que se sabe ser extenso) na outorga do prêmio, que
vale 1,4 milhão de dólares norte-americanos, mais de 2 milhões e meio
de reais. Hertha foi a 12a. mulher a receber o prêmio, que começou a
ser dado em 1901. Até agora nenhum escritor brasileiro recebeu o
prêmio, apesar de vários terem sido indicados, como os poetas João
Cabral de Melo Neto e Ferreira Gullar, e o único escritor de língua
portuguesa a recebe-lo foi José Saramago.
GUERRA E PAZ - 1956 de Dino de Laurentis
SINOPSE
A ação se inicia em 1805, na época que antecede a Batalha de Austerlitz, uma das muitas
campanhas militares de Napoleão contra os impérios europeus. Nesta batalha, a
aliança formada por Áustria e Rússia foi derrotada pelos franceses, forçando os
russos a assinar um tratado de paz em 1807. Na batalha, o príncipe Andrei é
ferido heróicamente e é feito prisioneiro. Finda a guerra, retorna para Moscou e
fica viúvo. Depois de 2 anos de retiro, ele se interessa por Natasha Rostov,
filha de um nobre arruinado e grande paixão de seu amigo Pierre Bezukhov. Pierre
é um intelectual que não gosta de armas e é filho bastardo de um aristocrata,
que só o reconhece como filho, lhe dando os direitos de herança dele quando
morre. Pierre também não pode fazer à corte a Natasha, pois se casou com sua
prima, a desejável e infiel Helene. Quando se inicia uma nova guerra, a Russia é
invadida por Napoleão. Moscou é incendiada pelos próprios moradores para
fustigar e, por fim, repelir os exércitos invasores. Mas esta é uma tragédia que
mudará as vidas de todas as pessoas do país. Um filme imperdível, fiel ao livro
de León Tolstói, um dos maiores clássicos da literatura mundial!
PRÊMIOS
Globo de Ouro - Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira
Sindicato Nacional Italiano dos Jornalistas Críticos de Cinema - Prêmio de
Melhor Música
Sindicato Nacional Italiano dos Jornalistas Críticos de Cinema - Prêmio de
Melhor Design de Produção
Indicações: Academia de Hollywood - Indicado aos Oscars de Melhor Direção,
Melhor Fotografia e Melhor Figurino
Academia Britânica - Indicado aos Prêmios de Melhor Filme e de Melhor Atriz
Britânica (Audrey Hepburn)
Globo de Ouro - Indicado aos Prêmios de Melhor Filme-Drama, Melhor Direção,
Melhor Atriz-Drama (Audrey Hepburn) e Melhor Ator Coadjuvante (Oskar Homolka)
"Guerra e Paz" foi o filme mais caro produzido até então. Mais ainda, ajustando
seu orçamento à inflação, ele hoje em dia seria de 560.000.000 dólares (sim,
quinhentos e sessenta milhões de dólares), mantendo-se como o filme mais caro da
história
ELENCO
Audrey Hepburn - Natasha Rostova
Henry Fonda - Pierre Bezukhov
Mel Ferrer - Príncipe Andrei Bolkonsky
Vittorio Gassman - Anatol Kuragin
Herbert Lom - Napoleon
Oskar Homolka - Marechal de Campo Kutuzov
Anita Ekberg - Helene Kuragina
Helmut Dantine - Dolokhov
Tullio Carminati - Príncipe Vasili Kuragin
Barry Jones - Príncipe Mikhail Andreevich Rostov
Milly Vitale - Lisa Bolkonskaya
Lea Seidl - Condessa Rostov
Anna-Maria Ferrero - Maria Bolkonskaya
Wilfrid Lawson - Príncipe Bolkonsky
May Britt - Sonia Rostova
Jeremy Brett - Nikolai Rostov
FICHA TÉCNICA
Título Original: War And Peace
Gênero: Drama/Romance/Guerra
Tempo de Duração: 208 minutos
Data de Lançamento: 21 de Agosto de 1956
País: Itália/Estados Unidos
Direção: King Vidor
Roteiro: Bridget Boland, Robert Westerby, King Vidor, Mario Camerini, Ennio De
Concini, Ivo Perilli, Gian Gaspare Napolitano e Mario Soldati, em cima da obra
de León Tolstói, "Guerra e Paz"
Edição: Leo Cattozzo
Produção: Dino De Laurentiis e Carlo Ponti
Direção de Fotografia: Jack Cardiff
Direção de Arte: Mario Chiari
Música: Nino Rota
DVD Rip
Áudio: Inglês
RMVB Legendado
Cor
Créditos: Stirner-F.A.R.R.A.-campanhas militares de Napoleão contra os impérios europeus. Nesta batalha, a
aliança formada por Áustria e Rússia foi derrotada pelos franceses, forçando os
russos a assinar um tratado de paz em 1807. Na batalha, o príncipe Andrei é
ferido heróicamente e é feito prisioneiro. Finda a guerra, retorna para Moscou e
fica viúvo. Depois de 2 anos de retiro, ele se interessa por Natasha Rostov,
filha de um nobre arruinado e grande paixão de seu amigo Pierre Bezukhov. Pierre
é um intelectual que não gosta de armas e é filho bastardo de um aristocrata,
que só o reconhece como filho, lhe dando os direitos de herança dele quando
morre. Pierre também não pode fazer à corte a Natasha, pois se casou com sua
prima, a desejável e infiel Helene. Quando se inicia uma nova guerra, a Russia é
invadida por Napoleão. Moscou é incendiada pelos próprios moradores para
fustigar e, por fim, repelir os exércitos invasores. Mas esta é uma tragédia que
mudará as vidas de todas as pessoas do país. Um filme imperdível, fiel ao livro
de León Tolstói, um dos maiores clássicos da literatura mundial!
PRÊMIOS
Globo de Ouro - Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira
Sindicato Nacional Italiano dos Jornalistas Críticos de Cinema - Prêmio de
Melhor Música
Sindicato Nacional Italiano dos Jornalistas Críticos de Cinema - Prêmio de
Melhor Design de Produção
Indicações: Academia de Hollywood - Indicado aos Oscars de Melhor Direção,
Melhor Fotografia e Melhor Figurino
Academia Britânica - Indicado aos Prêmios de Melhor Filme e de Melhor Atriz
Britânica (Audrey Hepburn)
Globo de Ouro - Indicado aos Prêmios de Melhor Filme-Drama, Melhor Direção,
Melhor Atriz-Drama (Audrey Hepburn) e Melhor Ator Coadjuvante (Oskar Homolka)
"Guerra e Paz" foi o filme mais caro produzido até então. Mais ainda, ajustando
seu orçamento à inflação, ele hoje em dia seria de 560.000.000 dólares (sim,
quinhentos e sessenta milhões de dólares), mantendo-se como o filme mais caro da
história
ELENCO
Audrey Hepburn - Natasha Rostova
Henry Fonda - Pierre Bezukhov
Mel Ferrer - Príncipe Andrei Bolkonsky
Vittorio Gassman - Anatol Kuragin
Herbert Lom - Napoleon
Oskar Homolka - Marechal de Campo Kutuzov
Anita Ekberg - Helene Kuragina
Helmut Dantine - Dolokhov
Tullio Carminati - Príncipe Vasili Kuragin
Barry Jones - Príncipe Mikhail Andreevich Rostov
Milly Vitale - Lisa Bolkonskaya
Lea Seidl - Condessa Rostov
Anna-Maria Ferrero - Maria Bolkonskaya
Wilfrid Lawson - Príncipe Bolkonsky
May Britt - Sonia Rostova
Jeremy Brett - Nikolai Rostov
FICHA TÉCNICA
Título Original: War And Peace
Gênero: Drama/Romance/Guerra
Tempo de Duração: 208 minutos
Data de Lançamento: 21 de Agosto de 1956
País: Itália/Estados Unidos
Direção: King Vidor
Roteiro: Bridget Boland, Robert Westerby, King Vidor, Mario Camerini, Ennio De
Concini, Ivo Perilli, Gian Gaspare Napolitano e Mario Soldati, em cima da obra
de León Tolstói, "Guerra e Paz"
Edição: Leo Cattozzo
Produção: Dino De Laurentiis e Carlo Ponti
Direção de Fotografia: Jack Cardiff
Direção de Arte: Mario Chiari
Música: Nino Rota
DVD Rip
Áudio: Inglês
RMVB Legendado
Cor
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quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Brasil: de devedor a credor...
“Nunca antes neste país”: o empréstimo brasileiro ao FMI
Editorial do sitio www.vermelho.org.br
O
bordão do presidente Lula para descrever inúmeras realizações de seu
governo - “nunca antes neste país” – talvez seja o mais apropriado para
descrever a situação absolutamente nova, e altamente simbólica, das
mudanças ocorridas nos últimos anos, e que tornaram o Brasil credor do
FMI.
Durante décadas o FMI foi a praga que travou o desenvolvimento nacional com suas restrições intransigentes ao investimento. O crescimento do país nunca foi o foco da atuação do Fundo que, ao contrário, sempre foi a principal agência de articulação dos interesses do capital financeiro mundial, dos interesses do imperialismo.
Em todas as crises anteriores, desde as décadas de 1950 e 1960, suas imposições visavam à garantia desses interesses, e nunca ao fortalecimento da economia brasileira. Na crise de 1998, por exemplo, o FMI fez um acordo lesivo aos interesses brasileiros, aceito pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, e “emprestou” 40 bilhões de dólares para nosso país, dinheiro que nunca veio para cá mas ficou depositado no exterior como garantia justamente de pagamento da dívida brasileira com bancos estrangeiros, principalmente estadunidenses.
Esta situação mudou e, como “nunca antes na história”, hoje o Brasil está do outro lado do balcão. O presidente Lula já havia anunciado isso, e ontem (dia 5) o ministro da Fazenda, Guido Mantega confirmou, na reunião do FMI que ocorre na Turquia: o Brasil vai comprar US$ 10 bilhões em bônus do Fundo.
O país deixa a tradicional posição subalterna e dependente naquele organismo, e sua voz é fortalecida, reflexo do prestígio que vem alcançando pelo mundo afora, e que resulta da nova postura soberana e de defesa dos interesses nacionais.
Em vez de pagar juros – como ocorria antes de 2005, quando deixou de renovar aquele acordo lesivo feito por Fernando Henrique Cardoso em 1998 – agora o Brasil passa a receber juros.
Além de seu simbolismo, essa mudança reforça e reafirma a posição autônoma do país e a retomada do controle nacional sobre nossa economia, podendo soberanamente ignorar as recomendações de medidas econômicas feitas pelo FMI.
No passado, não eram recomendações, mas ordens. Nas décadas recentes, desde 1982, as missões do Fundo que vinham ao país humilhavam a soberania nacional e agiam como autoridades coloniais impondo determinações. Quem não se lembra do apagão elétrico de 2001, que resultou da falta de investimentos para a produção de energia elétrica? Naquela ocasião ficou exposta a situação vexatória de nosso país que, para fazer investimentos essenciais para o funcionamento normal da economia, precisava de autorização do Fundo pois os investimentos do governo eram contabilizados como “despesa” que comprometiam o superávit primário exigido como garantia do pagamento dos juros da dívida.
Mesmo tendo dinheiro para investir, o governo não podia fazê-lo pois isso comprometia aquilo que é o essencial para o Fundo: o pagamento dos juros. O FMI simplesmente não autorizava investimentos e o governo neoliberal de FHC se submetia às determinações desse poder estrangeiro.
Isso mudou, sinalizando a reafirmação da soberania nacional. É um acontecimento histórico que precisa ser comemorado, e lembrado pelos brasileiros na hora de comparar os desempenhos do governo atual com o comportamento subalterno dos governos neoliberais.
Durante décadas o FMI foi a praga que travou o desenvolvimento nacional com suas restrições intransigentes ao investimento. O crescimento do país nunca foi o foco da atuação do Fundo que, ao contrário, sempre foi a principal agência de articulação dos interesses do capital financeiro mundial, dos interesses do imperialismo.
Em todas as crises anteriores, desde as décadas de 1950 e 1960, suas imposições visavam à garantia desses interesses, e nunca ao fortalecimento da economia brasileira. Na crise de 1998, por exemplo, o FMI fez um acordo lesivo aos interesses brasileiros, aceito pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, e “emprestou” 40 bilhões de dólares para nosso país, dinheiro que nunca veio para cá mas ficou depositado no exterior como garantia justamente de pagamento da dívida brasileira com bancos estrangeiros, principalmente estadunidenses.
Esta situação mudou e, como “nunca antes na história”, hoje o Brasil está do outro lado do balcão. O presidente Lula já havia anunciado isso, e ontem (dia 5) o ministro da Fazenda, Guido Mantega confirmou, na reunião do FMI que ocorre na Turquia: o Brasil vai comprar US$ 10 bilhões em bônus do Fundo.
O país deixa a tradicional posição subalterna e dependente naquele organismo, e sua voz é fortalecida, reflexo do prestígio que vem alcançando pelo mundo afora, e que resulta da nova postura soberana e de defesa dos interesses nacionais.
Em vez de pagar juros – como ocorria antes de 2005, quando deixou de renovar aquele acordo lesivo feito por Fernando Henrique Cardoso em 1998 – agora o Brasil passa a receber juros.
Além de seu simbolismo, essa mudança reforça e reafirma a posição autônoma do país e a retomada do controle nacional sobre nossa economia, podendo soberanamente ignorar as recomendações de medidas econômicas feitas pelo FMI.
No passado, não eram recomendações, mas ordens. Nas décadas recentes, desde 1982, as missões do Fundo que vinham ao país humilhavam a soberania nacional e agiam como autoridades coloniais impondo determinações. Quem não se lembra do apagão elétrico de 2001, que resultou da falta de investimentos para a produção de energia elétrica? Naquela ocasião ficou exposta a situação vexatória de nosso país que, para fazer investimentos essenciais para o funcionamento normal da economia, precisava de autorização do Fundo pois os investimentos do governo eram contabilizados como “despesa” que comprometiam o superávit primário exigido como garantia do pagamento dos juros da dívida.
Mesmo tendo dinheiro para investir, o governo não podia fazê-lo pois isso comprometia aquilo que é o essencial para o Fundo: o pagamento dos juros. O FMI simplesmente não autorizava investimentos e o governo neoliberal de FHC se submetia às determinações desse poder estrangeiro.
Isso mudou, sinalizando a reafirmação da soberania nacional. É um acontecimento histórico que precisa ser comemorado, e lembrado pelos brasileiros na hora de comparar os desempenhos do governo atual com o comportamento subalterno dos governos neoliberais.
O dolar despenca....
A anunciada queda do dólar
por Mike Whitney
[*]
Robert Fisk disparou o detonador com o seu super-debatido
artigo publicado terça-feira 6 no Independent
britânico, o qual difundiu-se do dia para a noite por todos os cantos
da Internet e disparou o preço do ouro para US$1.026 por
onça. Agora todo sítio web do juízo final no
ciberespaço põe em manchete a "história chocante"
de Fisk e os blogs estão atulhados com comentários
frenéticos daqueles que querem sobreviver abrigando-se em bunkers e de
compradores ansiosos por ouro certos de que o mundo tal como o conhecemos
está prestes a acabar.
Do artigo de Fisk:
Do artigo de Fisk:
"Na mais profunda alteração financeira da história recente do Médio Oriente, árabes do Golfo estão a planear – juntamente com a China, a Rússia, o Japão e a França – acabar com negócios de petróleo em troca de dólar, comutando para um cabaz de divisas incluindo o yen japonês, o yuan chinês, o euro, ouro e uma nova divisa unificada planeada para países do Conselho de Cooperação do Golfo, incluindo a Arábia Saudita, o Abu Dhabi, o Kuwait e o Qatar.
"Já foram efectuadas reuniões secretas de ministros das Finanças e governadores de banco central na Rússia, China, Japão e Brasil para tratarem do esquema, o qual significará que o petróleo não será mais apreçado em dólares.
"Os americanos, que estão conscientes das reuniões efectuadas – embora não tenham descoberto os pormenores – estão decididos a combater esta cabala internacional o que incluirá aliados até agora leais como o Japão e os árabes do Golfo. Contra o pano de fundo destas reuniões, Sun Bigan, o ex-enviado especial da China para o Médio Oriente, advertiu que há um risco de aprofundar divisões entre a China e os EUA acerca de influência e de petróleo no Médio Oriente. "Querelas bilaterais e choques são inevitáveis", disse ele à Asia and Africa Review. "Não podemos reduzir a vigilância contra a hostilidade no Médio Oriente sobre interesses energéticos e de segurança".
"Cabala internacional?" Por favor, Fisk, você se excedeu.
Os relatos sobre a morte do dólar são grandemente exagerados. O dólar pode cair, mas não entrará em crash. E, no curto prazo, está destinado a fortalecer-se quando o mercado de acções reentrar no campo gravitacional da terra após uma cavalgada de seis meses ano espaço exterior. O relacionamento entre acções em queda um dólar mais forte está bem estabelecido e, quando o mercado se corrige, o dólar saltará mais uma vez. Pode apostar nisso. Então porque todas estas asneiras acerca de homens no Médio Oriente reunidos em "reuniões secretas" a cofiarem as suas barbas enquanto conspiram contra o império?
Não é isto a essência do artigo de Fisk?
Sim, o dólar cairá (finalmente), mas não pela razões que a maior parte das pessoas pensa. É verdade que o salto em despesas deficitárias tem preocupado os possuidores estrangeiros de dólares. Mas eles estão mais preocupados acerca do programa de facilidade quantitativa (quantitative easing, QE) do Fed o qual aumenta a oferta monetária com a compra de títulos apoiados por hipotecas e Títulos do Tesouro (Treasuries). Bernanke está simplesmente a imprimir dinheiro e a despejá-lo no sistema financeiro para impedir o início do rigor mortis. Naturalmente, o Fed têve de quantificar exactamente quanto dinheiro pretende "criar a partir do nada" para aplacar os seus credores. E fez isso. (O programa está programado para finalizar no princípio de 2010). Dito isto, a China e o Japão ainda estão a comprar US Treasuries, o que indica que ainda não "saltaram do navio".
A razão real porque o dólar perderá o seu papel como divisa de reserva do mundo é que os mercados dos EUA, os quais até recentemente proporcionavam até 25 por cento da procura global, estão em declínio agudo. Países dependentes de exportações – como o Japão, China, Alemanha, Coreia do Sul – já viram o desastre inevitável. Os consumidores dos EUA estão enterrados sob uma montanha de dívida, o que significa que a sua profusão de gastos não será retomada tão cedo. No topo disto, o desemprego está em ascensão, a riqueza pessoal está em queda, as poupanças estão a subir e o viés anti-trabalho de Washington assegura que os salários continuarão estagnados no futuro previsível. Portanto, a classe média americana não continuará mais a ser a força condutora por trás do consumo/procura global como antes da crise. Uma vez que os consumidores são menos capazes de comprar novos Toyota Prius ou encherem-se no Walmart com as mais recentes tralhas fabricadas na China, haverá menos incentivo para governos e bancos centrais estrangeiros acumularem as notas verdes ou comerciarem exclusivamente em dólares.
Aqui está um recorte do Globe and Mail citado no Washington's Blog:
Os relatos sobre a morte do dólar são grandemente exagerados. O dólar pode cair, mas não entrará em crash. E, no curto prazo, está destinado a fortalecer-se quando o mercado de acções reentrar no campo gravitacional da terra após uma cavalgada de seis meses ano espaço exterior. O relacionamento entre acções em queda um dólar mais forte está bem estabelecido e, quando o mercado se corrige, o dólar saltará mais uma vez. Pode apostar nisso. Então porque todas estas asneiras acerca de homens no Médio Oriente reunidos em "reuniões secretas" a cofiarem as suas barbas enquanto conspiram contra o império?
Não é isto a essência do artigo de Fisk?
Sim, o dólar cairá (finalmente), mas não pela razões que a maior parte das pessoas pensa. É verdade que o salto em despesas deficitárias tem preocupado os possuidores estrangeiros de dólares. Mas eles estão mais preocupados acerca do programa de facilidade quantitativa (quantitative easing, QE) do Fed o qual aumenta a oferta monetária com a compra de títulos apoiados por hipotecas e Títulos do Tesouro (Treasuries). Bernanke está simplesmente a imprimir dinheiro e a despejá-lo no sistema financeiro para impedir o início do rigor mortis. Naturalmente, o Fed têve de quantificar exactamente quanto dinheiro pretende "criar a partir do nada" para aplacar os seus credores. E fez isso. (O programa está programado para finalizar no princípio de 2010). Dito isto, a China e o Japão ainda estão a comprar US Treasuries, o que indica que ainda não "saltaram do navio".
A razão real porque o dólar perderá o seu papel como divisa de reserva do mundo é que os mercados dos EUA, os quais até recentemente proporcionavam até 25 por cento da procura global, estão em declínio agudo. Países dependentes de exportações – como o Japão, China, Alemanha, Coreia do Sul – já viram o desastre inevitável. Os consumidores dos EUA estão enterrados sob uma montanha de dívida, o que significa que a sua profusão de gastos não será retomada tão cedo. No topo disto, o desemprego está em ascensão, a riqueza pessoal está em queda, as poupanças estão a subir e o viés anti-trabalho de Washington assegura que os salários continuarão estagnados no futuro previsível. Portanto, a classe média americana não continuará mais a ser a força condutora por trás do consumo/procura global como antes da crise. Uma vez que os consumidores são menos capazes de comprar novos Toyota Prius ou encherem-se no Walmart com as mais recentes tralhas fabricadas na China, haverá menos incentivo para governos e bancos centrais estrangeiros acumularem as notas verdes ou comerciarem exclusivamente em dólares.
Aqui está um recorte do Globe and Mail citado no Washington's Blog:
"Um relatório do Deptº de Investigação de Investimentos do UBS diz que apesar de ser errado cancelar o dólar como divisa de reserva global, o seu punho de ferro em tal posição durante quase 90 anos está a relaxar. 'A utilização do US dólar como uma divisa de reserva internacional está em declínio", afirmou o economista da UBS Paul Donovan.
"A fatia de mercado do dólar em transacções internacionais é provável que declina ao longo dos próximos meses e anos, mas provavelmente só persistentes erros políticos – ou considerável tensão fiscal – provocará a perda completa do estatuto de divisa de reserva.
"O relatório do UBS sustenta que o deslizamento gradual do US dólar está a ser conduzido não pelos bancos centrais do mundo, mas pelo sector privado, pois companhias individuais abandonam cada vez mais a nota verde como a sua divisa internacional preferida.
"A utilização de reservas do sector privado é mais importante do que as reservas oficiais dos bancos centrais – qualquer coisa como até 20 vezes a importância, dependendo da interpretação", afirmou o sr. Donovan. "Há evidência de que o movimento de afastamento do dólar como divisa de reserva do sector privado tem estado a acelerar-se desde 2000".
Quando a indústria privada se desvia para longe do dólar, os
governos, investidores e bancos centrais seguem-na. A suave tirania da
dominância do dólar desgastar-se-á e a paridade entre
divisas e governos crescerá. Isto criará melhores oportunidades
para consensos sobre questões de interesse mútuo. Um só
país não será mais capaz de ditar a política
internacional.
A chamada "hegemonia do dólar" aumentou grandemente o brutal desequilíbrio de poder no mundo de hoje. Ela colocou a tomada de decisão global nas mãos de um punhado de senhores da guerra em Washington cuja visão estreita nunca se estendeu para além dos interesses materiais deles próprios e dos seus clientes. Quando o dólar enfraquece e a procura do consumidor declina, os Estados Unidos serão forçados a restringir as suas guerras e a ajustar o seu comportamento para conformar-se aos padrões internacionais. Ou isso ou ser banido da paisagem política.
Então, qual é exactamente o aspecto negativo?
O status de super-potência repousa sobre o frágil fundamento do dólar e este começa a estalar. Fisk está certo neste nível, grandes mudanças estão a caminho. Apenas não ainda.
A chamada "hegemonia do dólar" aumentou grandemente o brutal desequilíbrio de poder no mundo de hoje. Ela colocou a tomada de decisão global nas mãos de um punhado de senhores da guerra em Washington cuja visão estreita nunca se estendeu para além dos interesses materiais deles próprios e dos seus clientes. Quando o dólar enfraquece e a procura do consumidor declina, os Estados Unidos serão forçados a restringir as suas guerras e a ajustar o seu comportamento para conformar-se aos padrões internacionais. Ou isso ou ser banido da paisagem política.
Então, qual é exactamente o aspecto negativo?
O status de super-potência repousa sobre o frágil fundamento do dólar e este começa a estalar. Fisk está certo neste nível, grandes mudanças estão a caminho. Apenas não ainda.
O original encontra-se em http://www.counterpunch.org/whitney10062009.html
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
O anticomunismo primitivo da Veja
Altamiro Borges
Na mesma edição em que reafirmou a sua simpatia pelos golpistas
hondurenhos e que criticou o “imperialismo megalonanico” da diplomacia
brasileira por garantir refúgio ao presidente deposto Manuel Zelaya, a
revista Veja
desferiu um ataque primitivo contra vários partidos de esquerda do
Brasil. A exemplo do fascista Roberto Micheletti, que disse em
entrevista recente que o golpe em Honduras foi dado “porque Zelaya
colocou comunistas no seu governo”, a famíglia Civita, dona deste
panfleto rastaqüera, também parece que perde o sono com medo do
“fantasma comunista”.
“O socialismo não morreu (para eles)”. Com este título jocoso, a revista retomou um dos bordões que inaugurou a onda neoliberal no final dos anos 1980. Na época, Francis Fukuyama, consultor do governo dos EUA, decretou o “fim da história”, argumentando que o socialismo estava morto e que não haveria mais alternativas à democracia burguesa e ao livre mercado. Mas esta bravata não durou muito tempo. O neoliberalismo aguçou as contradições do capitalismo, resultando na queda de Wall Street (o muro dos rentistas) e numa das piores crises deste sistema. Apesar disto, a Veja insiste na sua cegueira ideológica, talvez apavorada com o avanço das idéias marxistas.
Um patético tucaninho
O texto reflete este temor, inclusive nas suas ironias trogloditas. “Um fantasma ronda a América Latina: o fantasma do comunismo. Pelo menos é o que acreditam os militantes de um punhado de partidos nanicos de esquerda que ainda sobrevivem na política brasileira. Para esse pessoal, não há nada mais importante do que impedir que as idéias de Karl Marx sejam devoradas pelo fungo e pelo bolor. Os esquerdistas radicais formam um grupo tão curioso quanto inofensivo”, dispara. O próprio uso de duas páginas da revista, que renderiam uns R$ 420 mil em publicidade, evidencia que a famíglia Civita teme a crescente influência do marxismo na América Latina.
Para confundir seus leitores mais tacanhos, a matéria mistura partidos de diferentes concepções, como PCdoB, PSOL, PSTU, PCO e PCB. Para todos, ela abusa nos adjetivos hidrófobos e pinça frases fora do contexto. Afirma que o PSOL é “um balaio de gatos”, que o PCB é comandado por Ivan Pinheiro, “o terrível”; e que o PSTU prevê que “[a revolução] está chegando e nós estamos preparados”. Quanto ao PCdoB, ela tenta ridicularizar um sensato pensamento do seu presidente, Renato Rabelo. “Quando a União Soviética desabou, houve quem achasse que o socialismo tinha morrido. Que nada. Só alguém sem visão histórica pode pensar assim... O capitalismo levou 300 anos para superar o feudalismo. O marxismo tem pouco mais de 100 anos de existência”.
A “reporcagem” da Veja não apresenta qualquer informação jornalística. É pura ideologização direitista. O seu objetivo é desqualificar as esquerdas. “As idéias disparatadas desses partidecos dão certo colorido à democracia brasileira, nada mais. Ao sonharem com o pesadelo da restauração socialista, seus militantes conseguem apenas criar para si próprios uma imagem folclórica... O socialismo não voltará à vida. Está morto e enterrado”, decreta o repórter Fabio Portela, o mesmo que numa edição de agosto bajulou o governador tucano Aécio Neves. Este patético e folclórico “jornalista”, seguidor de Diogo Mainardi, deve realmente temer o avanço das idéias socialistas!
“O socialismo não morreu (para eles)”. Com este título jocoso, a revista retomou um dos bordões que inaugurou a onda neoliberal no final dos anos 1980. Na época, Francis Fukuyama, consultor do governo dos EUA, decretou o “fim da história”, argumentando que o socialismo estava morto e que não haveria mais alternativas à democracia burguesa e ao livre mercado. Mas esta bravata não durou muito tempo. O neoliberalismo aguçou as contradições do capitalismo, resultando na queda de Wall Street (o muro dos rentistas) e numa das piores crises deste sistema. Apesar disto, a Veja insiste na sua cegueira ideológica, talvez apavorada com o avanço das idéias marxistas.
Um patético tucaninho
O texto reflete este temor, inclusive nas suas ironias trogloditas. “Um fantasma ronda a América Latina: o fantasma do comunismo. Pelo menos é o que acreditam os militantes de um punhado de partidos nanicos de esquerda que ainda sobrevivem na política brasileira. Para esse pessoal, não há nada mais importante do que impedir que as idéias de Karl Marx sejam devoradas pelo fungo e pelo bolor. Os esquerdistas radicais formam um grupo tão curioso quanto inofensivo”, dispara. O próprio uso de duas páginas da revista, que renderiam uns R$ 420 mil em publicidade, evidencia que a famíglia Civita teme a crescente influência do marxismo na América Latina.
Para confundir seus leitores mais tacanhos, a matéria mistura partidos de diferentes concepções, como PCdoB, PSOL, PSTU, PCO e PCB. Para todos, ela abusa nos adjetivos hidrófobos e pinça frases fora do contexto. Afirma que o PSOL é “um balaio de gatos”, que o PCB é comandado por Ivan Pinheiro, “o terrível”; e que o PSTU prevê que “[a revolução] está chegando e nós estamos preparados”. Quanto ao PCdoB, ela tenta ridicularizar um sensato pensamento do seu presidente, Renato Rabelo. “Quando a União Soviética desabou, houve quem achasse que o socialismo tinha morrido. Que nada. Só alguém sem visão histórica pode pensar assim... O capitalismo levou 300 anos para superar o feudalismo. O marxismo tem pouco mais de 100 anos de existência”.
A “reporcagem” da Veja não apresenta qualquer informação jornalística. É pura ideologização direitista. O seu objetivo é desqualificar as esquerdas. “As idéias disparatadas desses partidecos dão certo colorido à democracia brasileira, nada mais. Ao sonharem com o pesadelo da restauração socialista, seus militantes conseguem apenas criar para si próprios uma imagem folclórica... O socialismo não voltará à vida. Está morto e enterrado”, decreta o repórter Fabio Portela, o mesmo que numa edição de agosto bajulou o governador tucano Aécio Neves. Este patético e folclórico “jornalista”, seguidor de Diogo Mainardi, deve realmente temer o avanço das idéias socialistas!
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Editoria do Correio da Cidadania....
Revolução é transgressão da (des)ordem estabelecida. É sempre aqui e agora. É palavra e ato. Se o discurso for transgressor, mas não houver ação transgressora, não se trata de revolução.
A (des)ordem a ser transgredida é a vigente. Mas nem sempre a conjuntura permite aos revolucionários transgredi-la de maneira global. Antes disso, muitas transgressões são necessárias – as transgressões das determinações concretas emitidas pelas regras da (des)ordem estabelecida, vigentes em um momento dado.
Na conjuntura atual, essa determinação reza assim: "Todos, nas eleições, são obrigados a aceitar a agenda, as regras e, sobretudo, o ritual da cultura política hegemônica no país". Conseqüentemente, numa conjuntura distante do momento de ruptura com o sistema, o ato verdadeiramente consiste em comportar-se de modo diametralmente oposto ao que prescreve esse ritual.
Qual é a prescrição da (des)ordem estabelecida para os candidatos da esquerda? Prescreve-se que estes devem fazer uma campanha eleitoral "certinha", "comportada", ou seja, um tipo de campanha na qual eles não têm a menor possibilidade de vencer, pois o "establishment" só tolera os partidos de esquerda enquanto funcionam como legitimadores do sistema. Seguir o "script" não se confunde com o emprego de uma linguagem violenta nos comícios e na TV. Isto não faz dano algum ao sistema. Ao contrário, ele usa essa violência para assustar o eleitorado com o espantalho de uma esquerda discricionária e violenta.
Campanha "certinha" é a que se baseia em materiais de propaganda; roteiros de viagens, comícios e carreatas, que só produzem efeito positivo quando adquirem uma escala muito grande – campanhas de dezenas e até centenas de milhões de reais. Como a esquerda não tem a menor condição de levantar quantias tão grandes, ela imita a grande campanha fazendo uma "campanhazinha faz-de-conta", e, como não tem dinheiro nem para isso, recorre muitas vezes à própria direita para financiar seus gastos. Esta tem todo o interesse em fornecer-lhe o suficiente para campanhas-mirins, porque campanhas eleitorais criam excelentes oportunidades de lavagem de dinheiro.
Além disso, o fato de que partidos de esquerda também recebam contribuições de empresários fornece um belo álibi à direita: "Fazemos o que todos fazem". Claro que o dinheirinho fornecido aos candidatos da esquerda jamais lhes permite alcançar a escala em que cartazes, folhetos, churrascos, anúncios em jornais façam algum efeito.
Comportando-se fora do "script" que a direita lhe impõe, o resultado é uma pequena quantidade de votos, porque a mídia convenceu o eleitorado de que toda campanha eleitoral "pra valer" é a que segue o ritual estabelecido.
Seguindo o seu próprio "script", que não separa o presente do futuro, o revolucionário atribui valor distinto à questão da quantidade de votos, pois, independentemente destes, a campanha valerá para todas as pessoas que têm uma consciência crítica e que se identificam com um discurso que desconstrua a manipulação do eleitorado pelo "establishment".
Para a massa dos eleitores, restará um selo, um sinal, uma lembrança. Com o tempo, a realidade se encarregará de mostrar-lhes que a mensagem não entendida é a que pode responder aos seus anseios. E como o verdadeiro ator dos processos revolucionários é a massa, a transgressão definitiva começará a configurar-se concretamente nessa hora do despertar de milhões de consciências hoje adormecidas.
Será que a esquerda brasileira está preparada para essa ousadia revolucionária?
Quem é autoritário?
Os donos da mídia e seus aliados nas Américas já definiram que os atuais governos de nossos vizinhos Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela são regimes “autoritários populistas” onde se tenta implantar “legislações autoritárias e anti-democráticas” (que tramitam regularmente nos respectivos Congressos).
Venício Lima* - agencia carta maior
Na tipologia dos sistemas políticos – diz o clássico “Dicionário de Política” organizado por Bobbio, Matteucci e Pasquino – o adjetivo autoritário refere-se aos “regimes que privilegiam a autoridade governamental e diminuem de forma mais ou menos radical o consenso, concentrando o poder político nas mãos de uma só pessoa ou de um só órgão e colocando em posição secundária as instituições representativas” (EdUnB, 1986, p. 95).
E prossegue: “Os regimes autoritários se caracterizam pela ausência de Parlamento e de eleições populares ou quando tais instituições existem pelo seu caráter meramente cerimonial e ainda pelo indiscutível predomínio do Executivo. (...) A oposição política é suprimida ou obstruída. O pluralismo partidário é proibido ou reduzido a um simulacro” (p. 100).
Pergunto ao leitor(a) se caberiam na definição de sistema político autoritário os atuais regimes da Argentina, da Bolívia, do Equador e da Venezuela onde os Parlamentos funcionam, a Oposição política está ativa, existe pluralismo partidário e realizam-se eleições democráticas periódicas, inclusive, com fiscalização de organismos multilaterais.
Independente de sua reposta, leitor(a), os donos da mídia e seus aliados nas Américas já definiram que os atuais governos de nossos vizinhos Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela são regimes “autoritários populistas” onde se tenta implantar “legislações autoritárias e anti-democráticas” (mesmo que através de projetos de lei que tramitam regularmente nos respectivos Congressos Nacionais).
Autoritário, portanto, já há algum tempo, passou a ser o adjetivo utilizado uniformemente pela grande mídia, em toda a região, quando se refere aos governos democráticos de Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela.
Liberalismo antidemocrático
Na melhor tradição da história política latinoamericana, o “liberalismo” praticado pelos donos de jornal do Continente, está a redefinir o adjetivo autoritário para rotular qualquer regime ou governo ou decisão judicial que contrarie seus interesses econômicos e/ou ideológicos. E ainda mais, busque estabelecer regras de funcionamento que garantam a competição em nome da pluralidade e da diversidade democrática, como acontece para qualquer outra atividade nas economias de mercado.
Esta tem sido a posição histórica da SIP, Sociedade Interamericana de Imprensa (as iniciais são em espanhol), reiterada no “Fórum de Emergência sobre Liberdade de Expressão” realizado no dia 18 pp., em Caracas, precisamente a capital do país considerada (pela SIP) a “fonte de irradiação de perseguição à mídia na região”.
O representante brasileiro no Fórum da SIP foi o diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira que, segundo noticiou a Folha de São Paulo disse que “o país está em melhor situação que os seus vizinhos, mas expressou preocupação com decisões judiciais que exercem "censura prévia".
Omissão parcial
A repercussão das posições do Fórum da SIP na mídia brasileira foi, por óbvio, grande. Editorias e artigos de conhecidos colunistas reforçam as acusações de autoritarismo e, até mesmo, de totalitarismo. Mas, como se fosse ainda necessário exemplificar o tipo de pluralismo e diversidade que praticam nossos jornalões, nem todos deram a devida dimensão ou simplesmente omitiram o discurso relativamente destoante de um dos convidados da SIP, o ex-presidente boliviano, Carlos Mesa.
A curiosidade aqui é que Carlos Mesa, como José Sarney no Brasil, é ex-presidente, concessionário de radiodifusão e, antes de ser presidente da Bolívia, era historiador e membro da Academia Boliviana de História.
José Sarney, afirmou no último dia 15/09, em discurso pronunciado no Senado Federal:
“quem representa o povo? Diz a mídia: somos nós; e dizemos nós, representantes do povo: somos nós. É por essa contradição que existe hoje, um contra o outro, que, de certo modo, a mídia passou a ser uma inimiga das instituições representativas”.
Carlos Mesa, convidado dos donos de jornal, não concordou integralmente com a surrada posição da SIP e disse:
“Quando um meio, diante da falta de partidos políticos, tem de fazer o que os partidos não podem fazer, perde o equilíbrio e a objetividade. (...) O problema dos políticos e dos meios de comunicação que estão em confronto com esses governos autoritários é que seguem pensando com a mentalidade preexistente, partindo do pressuposto de que estão contra ditaduras quando se trata de ditaduras eleitas e, portanto, não são ditaduras. Têm tendências autoritárias? Sim. Mas não serão derrotados como ditaduras militares porque o fenômeno é diferente. É preciso reconquistar o eleitor. Senão, não haverá vitória. (...) A realidade é que os meios defendem interesses que vão além do interesse coletivo. Se não se reconhecer isso, estaremos enganando a nós mesmos”
(cf. Folha de São Paulo, 19/9/2009; “Perseguição à mídia pauta fórum em Caracas” e “ "Lógica não é a mesma de luta antiditaduras".
O velho ainda resiste
Não há dúvida que estamos atravessando um momento de transição dos modelos tradicionais de mídia (unidirecionais e oligopolistas) que deverão dar lugar às novas realidades geradas pela revolução digital e pela interatividade potencial da internet. Os tempos de alinhamento automático entre as velhas oligarquias políticas da América Latina e os donos da mídia – muitas vezes, os mesmos grupos familiares – estão chegando ao fim. E as contradições afloram onde menos se espera.
Alguns parecem constatar que o velho discurso da liberdade de imprensa ameaçada tornou-se insustentável diante de uma cidadania cada vez melhor informada. Outros resistem com as poderosas armas que ainda controlam e ameaçam até mesmo o próprio processo democrático para garantir a sobrevivência de seus velhos interesses.
Nunca será demais lembrar as palavras célebres do Juiz Byron White da Suprema Corte dos Estados Unidos, em sentença proferida há 40 anos:
“É o direito dos espectadores e ouvintes, não o direito dos controladores da radiodifusão, que é soberano”.
Ao que parece a SIP e seus aliados, inclusive no Brasil, ainda não se deram conta de que os novos tempos serão do cidadão, sujeito exclusivo do direito à comunicação.
E prossegue: “Os regimes autoritários se caracterizam pela ausência de Parlamento e de eleições populares ou quando tais instituições existem pelo seu caráter meramente cerimonial e ainda pelo indiscutível predomínio do Executivo. (...) A oposição política é suprimida ou obstruída. O pluralismo partidário é proibido ou reduzido a um simulacro” (p. 100).
Pergunto ao leitor(a) se caberiam na definição de sistema político autoritário os atuais regimes da Argentina, da Bolívia, do Equador e da Venezuela onde os Parlamentos funcionam, a Oposição política está ativa, existe pluralismo partidário e realizam-se eleições democráticas periódicas, inclusive, com fiscalização de organismos multilaterais.
Independente de sua reposta, leitor(a), os donos da mídia e seus aliados nas Américas já definiram que os atuais governos de nossos vizinhos Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela são regimes “autoritários populistas” onde se tenta implantar “legislações autoritárias e anti-democráticas” (mesmo que através de projetos de lei que tramitam regularmente nos respectivos Congressos Nacionais).
Autoritário, portanto, já há algum tempo, passou a ser o adjetivo utilizado uniformemente pela grande mídia, em toda a região, quando se refere aos governos democráticos de Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela.
Liberalismo antidemocrático
Na melhor tradição da história política latinoamericana, o “liberalismo” praticado pelos donos de jornal do Continente, está a redefinir o adjetivo autoritário para rotular qualquer regime ou governo ou decisão judicial que contrarie seus interesses econômicos e/ou ideológicos. E ainda mais, busque estabelecer regras de funcionamento que garantam a competição em nome da pluralidade e da diversidade democrática, como acontece para qualquer outra atividade nas economias de mercado.
Esta tem sido a posição histórica da SIP, Sociedade Interamericana de Imprensa (as iniciais são em espanhol), reiterada no “Fórum de Emergência sobre Liberdade de Expressão” realizado no dia 18 pp., em Caracas, precisamente a capital do país considerada (pela SIP) a “fonte de irradiação de perseguição à mídia na região”.
O representante brasileiro no Fórum da SIP foi o diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira que, segundo noticiou a Folha de São Paulo disse que “o país está em melhor situação que os seus vizinhos, mas expressou preocupação com decisões judiciais que exercem "censura prévia".
Omissão parcial
A repercussão das posições do Fórum da SIP na mídia brasileira foi, por óbvio, grande. Editorias e artigos de conhecidos colunistas reforçam as acusações de autoritarismo e, até mesmo, de totalitarismo. Mas, como se fosse ainda necessário exemplificar o tipo de pluralismo e diversidade que praticam nossos jornalões, nem todos deram a devida dimensão ou simplesmente omitiram o discurso relativamente destoante de um dos convidados da SIP, o ex-presidente boliviano, Carlos Mesa.
A curiosidade aqui é que Carlos Mesa, como José Sarney no Brasil, é ex-presidente, concessionário de radiodifusão e, antes de ser presidente da Bolívia, era historiador e membro da Academia Boliviana de História.
José Sarney, afirmou no último dia 15/09, em discurso pronunciado no Senado Federal:
“quem representa o povo? Diz a mídia: somos nós; e dizemos nós, representantes do povo: somos nós. É por essa contradição que existe hoje, um contra o outro, que, de certo modo, a mídia passou a ser uma inimiga das instituições representativas”.
Carlos Mesa, convidado dos donos de jornal, não concordou integralmente com a surrada posição da SIP e disse:
“Quando um meio, diante da falta de partidos políticos, tem de fazer o que os partidos não podem fazer, perde o equilíbrio e a objetividade. (...) O problema dos políticos e dos meios de comunicação que estão em confronto com esses governos autoritários é que seguem pensando com a mentalidade preexistente, partindo do pressuposto de que estão contra ditaduras quando se trata de ditaduras eleitas e, portanto, não são ditaduras. Têm tendências autoritárias? Sim. Mas não serão derrotados como ditaduras militares porque o fenômeno é diferente. É preciso reconquistar o eleitor. Senão, não haverá vitória. (...) A realidade é que os meios defendem interesses que vão além do interesse coletivo. Se não se reconhecer isso, estaremos enganando a nós mesmos”
(cf. Folha de São Paulo, 19/9/2009; “Perseguição à mídia pauta fórum em Caracas” e “ "Lógica não é a mesma de luta antiditaduras".
O velho ainda resiste
Não há dúvida que estamos atravessando um momento de transição dos modelos tradicionais de mídia (unidirecionais e oligopolistas) que deverão dar lugar às novas realidades geradas pela revolução digital e pela interatividade potencial da internet. Os tempos de alinhamento automático entre as velhas oligarquias políticas da América Latina e os donos da mídia – muitas vezes, os mesmos grupos familiares – estão chegando ao fim. E as contradições afloram onde menos se espera.
Alguns parecem constatar que o velho discurso da liberdade de imprensa ameaçada tornou-se insustentável diante de uma cidadania cada vez melhor informada. Outros resistem com as poderosas armas que ainda controlam e ameaçam até mesmo o próprio processo democrático para garantir a sobrevivência de seus velhos interesses.
Nunca será demais lembrar as palavras célebres do Juiz Byron White da Suprema Corte dos Estados Unidos, em sentença proferida há 40 anos:
“É o direito dos espectadores e ouvintes, não o direito dos controladores da radiodifusão, que é soberano”.
Ao que parece a SIP e seus aliados, inclusive no Brasil, ainda não se deram conta de que os novos tempos serão do cidadão, sujeito exclusivo do direito à comunicação.
*é Pesquisador Sênior do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política da Universidade de Brasília - NEMP - UNB
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