Pressão dos servidores impõe derrota histórica ao governo Yeda
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Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
"matamos a pau"...dizem os servidores do RS...
Fim da greve e outra vitória dos movimentos sociais...
Sem força Política, governo cede e projetos dos servidores ficam para 2010
Com a retirada do plano de carreira, professores encerram greve
Brigadianos lotaram galerias |
Os deputados da base aliada não conseguiram garantir quórum para votar
os quatro projetos da Brigada Militar, esta tarde, na Assembleia
gaúcha. Quando os governistas perceberam que não tinham 28 votos,
mínimo necessário para passar as propostas, uma reunião com todos os
líderes de bancadas definiu a votação apenas de um dos quatro projetos
da BM, mas com um consenso: a rejeição. O projeto sobre a contribuição
previdenciária de 11% foi derrotado por unanimidade, com 51 votos. Os
outros três projetos, que tratavam de reposição salarial e matriz,
foram retirados de votação. Minutos antes, o líder do governo, deputado
Pedro Westphalen, entregava os pontos. "Precisamos voltar a discutir as
propostas e alterações com os servidores", disse.
Para os brigadianos que lotavam as galerias da Assembléia Legislativa a rejeição ao projeto da previdência soou como música, quando começaram a entoar o hino do Rio Grande do Sul. Encerrada a sessão extrordinária, servidores de diversas categorias tomaram a rua em meio ao foguetório e um carro de som, que bloqueou momentaneamente o entorno da Praça da Matriz.
Para os deputados oposicionistas, faltou força política na base do governo. "Mais que isto, o governo não teve diálogo com os servidores sobre projetos tão delicados", avaliou o deputado Cassiá Carpes (PTB). Além dos projetos da BM, o plano de carreira do magistério teve a urgência retirada e só vai agora ser discutido e votado no ano que vem. Em plena praça, entre os palácios Piratini e Farroupilha, os professores anunciaram o fim da greve, depois de uma semana de paralisação parcial.
Para os brigadianos que lotavam as galerias da Assembléia Legislativa a rejeição ao projeto da previdência soou como música, quando começaram a entoar o hino do Rio Grande do Sul. Encerrada a sessão extrordinária, servidores de diversas categorias tomaram a rua em meio ao foguetório e um carro de som, que bloqueou momentaneamente o entorno da Praça da Matriz.
Para os deputados oposicionistas, faltou força política na base do governo. "Mais que isto, o governo não teve diálogo com os servidores sobre projetos tão delicados", avaliou o deputado Cassiá Carpes (PTB). Além dos projetos da BM, o plano de carreira do magistério teve a urgência retirada e só vai agora ser discutido e votado no ano que vem. Em plena praça, entre os palácios Piratini e Farroupilha, os professores anunciaram o fim da greve, depois de uma semana de paralisação parcial.
Promiscuidade entre empresas e fiscalizadores abre a porteira aos transgênicos
Rodrigo Mendes - www.correiocidadania.com.br | |
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A criação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), em
2005, coincidiu com o início de um período em que foram aprovados todos
os pedidos de liberação de variedades transgênicas feitos pelas
transnacionais de biotecnologia.
Agora, nos próximos dias ou semanas, o Brasil pode vir a contar com dois marcos, segundo reportagem
de Verena Glass para o Repórter Brasil, publicada também na Revista Sem
Terra: o de ser o primeiro país do mundo a aprovar o plantio comercial
do arroz LL/62, da Bayer, que tem como "vantagem" transgênica a
resistência ao herbicida glufosinato de amônio; além disso, teve a
capacidade de juntar até mesmo defensores dos transgênicos em uma
"oposição generalizada", pois, segundo a Embrapa, com a liberação
haverá uma contaminação bastante disseminada nas variedades de arroz
silvestre no Brasil, gerando riscos à segurança alimentar.
Já o segundo marco foi posto em pauta pelo presidente Walter Colli na
última reunião do colegiado da CTNBio e, segundo a AS-PTA (organização
de defesa da agricultura familiar e agroecologia, que mantém um portal
de acompanhamento do órgão), pegou boa parte dos presentes de surpresa.
A nova proposta alivia as obrigações das empresas para terem seus
produtos transgênicos aprovados, além de retirar a exigência do
monitoramento dos efeitos dos produtos sobre o meio ambiente e a saúde
da população após a introdução no mercado.
Pois todo esse conjunto de fatores atesta o perfil favorável à
transgenia da CTNBio e seus conselheiros. De fato, a maioria deles
mantém ou já teve alguma relação direta com as empresas transnacionais
de modificação genética.
Promiscuidade escancarada
O poder e a capacidade de influência das empresas produtoras de
transgênicos vão ficando mais evidentes à medida que se juntam dados. A
introdução dos organismos geneticamente alterados na alimentação e em
outras áreas (como o uso de algodão transgênico) tem profundo impacto.
Mesmo assim, ela acontece de forma quase natural, tal como um "avanço
científico" qualquer, cujos benefícios seriam incontestáveis.
Artigo recente da revista Nature Biotechnology, dos Estados Unidos,
denuncia o fato de as empresas terem controle absoluto sobre a
divulgação e até mesmo a produção de pesquisa sobre os organismos
geneticamente modificados. Porque quem compra as sementes é obrigado a
assinar um contrato que impede a realização ou a cessão das sementes
para fins de pesquisa. O fornecimento do material para pesquisas só
pode ser feito pelas próprias empresas produtoras, mediante um acordo
entre as duas partes. Claro que isso dá o poder, para as empresas, de
impedir o processo de pesquisa ou a divulgação de dados a qualquer
momento.
O fato de que desde 2004 qualquer alimento comercializado que tenha
mais que 1% de ingredientes transgênicos tenha de ser rotulado é
considerado uma vitória do direito do consumidor. Mas essa regra nunca
foi aplicada, e é impossível se fazer um controle do produto final,
pois a rotulagem deve ser determinada pela matéria-prima.
Em um cenário em que até entidades e setores que eram mais brandos para
com os alimentos geneticamente modificados começam a demonstrar
preocupação e explicitar posicionamentos mais reticentes à transgenia
da forma como vem sendo feita, as empresas e seus braços dentro de
órgãos oficiais apertam o cerco e tentam cada vez mais obscurecer a
visão do povo diante do que representam os transgênicos.
Confira abaixo quadro traçado pela jornalista Verena Glass, do
Repórter Brasil, na matéria acima citada, que trata da relação entre
membros da CTNBio e os interesses das empresas que produzem alimentos
geneticamente modificados.
Quanto às instituições, tomamos como exemplo Embrapa e USP, que juntas têm ao menos 14 conselheiros na Comissão:
Embrapa
• A empresa mantém uma parceria com a Monsanto desde 1997 (com vigência
até 2012) para o desenvolvimento de tecnologias para soja transgênica.
No início de novembro de 2009, a Monsanto repassou mais R$ 8,3 milhões
para a Embrapa a título de pagamento de royalties, para desenvolvimento
de oito projetos de biotecnologia.
• A Syngenta, que em 2008 "apresentou interesse em desenvolver com a
Embrapa cultivos melhorados de milho para mercados específicos e
tecnologias inovadoras relativas ao cultivo de cana de açúcar",
co-patrocinou o desenvolvimento da variedade de arroz BRS Talento, da
Embrapa Arroz e Feijão, e co-desenvolveu, com a Embrapa Milho e Sorgo,
a avaliação da eficiência de fungicidas no controle da cercosporiose
(cercospora zeae-maydis) na cultura do milho.
• Em 2007, a Embrapa fechou um acordo de cooperação com a Basf para
desenvolvimento de uma nova variedade de soja transgênica a partir do
gene AHAS (ácido hidroxiacético sintase, que confere tolerância aos
herbicidas do grupo químico das imidazolinonas).
USP
• Em 2008, a Monsanto fechou um acordo com a Fundação de Apoio à USP
para oferecer bolsas de pesquisa científica a alunos do 1º e do 2º anos
do Ensino Médio da rede estadual, no valor de R$ 150 e com duração de
um ano. O acordo foi duramente criticado pela Associação de Docentes da
USP.
• Em 2008, a Syngenta lançou um bioativador que pode contribuir para o
crescimento da produtividade da cana, o Actara, desenvolvido em
parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq/USP), entre outros.
• A Bayer patrocinou a modernização do prédio da Faculdade de Medicina da USP, tombado pelo Condephaat.
• A Agência USP de Inovação é parceira do Programa Bayer Jovens
Embaixadores Ambientais, do Grupo Bayer e do Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (PNUMA).
• A USP, por meio da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, é parceira do Prêmio Bayer Jovem Farmacêutico.
• A Basf e a USP, por intermédio do seu Instituto de Química, são parceiras do Projeto Reação - educando para vida.
• A Basf patrocinou a restauração de fachada de prédios Esalq/USP em março de 2002.
• A USP participou das pesquisas de desenvolvimento do Standak® Top, fungicida da Basf.
Quanto aos conselheiros, resultou que:
Maria Lucia Zaidan Dagli, especialista na área animal (USP)
Recebeu o prêmio PIC - Prêmio Impacto Científico da FMVZ - USP,
2005-2006, patrocinado por Bayer Saúde Animal e Novartis Saúde Animal
Ltda, entre outros.
Giancarlo Pasquali, especialista na área de meio ambiente (UFRGS)
Representa a URGS na Rede Genolyptus, constituída por universidades e
empresas como Aracruz Celulose S.A., Klabin, Veracel Celulose S.A.,
Votorantim Celulose e Papel S.A., entre outros (a CTNBio já liberou 12
experimentos de campo com variedades transgênicas de eucalipto). Foi
consultor técnico do Guia do Eucalipto, do CIB (que tem entre seus
sócios a Monsanto, Du Pont, Cargill, Pionner Sementes Ltda, e Bayer
Seeds Ltda), sobre eucalipto geneticamente modificado.
Luiz Antônio Barreto de Castro, representante do Ministério de Ciência e Tecnologia
Foi um dos coordenadores da equipe que celebrou o Contrato de
Cooperação Técnica para desenvolvimento de cultivares de soja tolerante
ao herbicida Roundup, em 1997, cujas instituições
promotoras/financiadoras foram Embrapa e Monsanto. Em 2002, foi
reeleito membro do conselho científico da Anbio, que tem entre seus
sócios a Monsanto, Du Pont, Cargill, Pionner Sementes Ltda, e Bayer
Seeds Ltda.
Francisco José Lima Aragão, especialista na área vegetal (Embrapa)
Lidera os projetos "Expressão de genes envolvidos com a resposta ao
estresse hídrico em plantas transgênicas de feijoeiro" e
"Desenvolvimento de estratégia baseada em RNAi para geração de mamoeiro
resistente a múltiplas viroses", que estão no âmbito da parceria
Embrapa-Monsanto. Entre 1998 e 2000, integrou a pesquisa "Obtenção de
feijoeiro resistente a glufosinato de amônio", co-financiada pela Bayer
do Brasil. Entre 1996 e 2002, coordenou a pesquisa "Obtenção de soja
resistente a herbicidas da classe das imidazolinonas", co-financiada
pela Basf.
Aluízio Borém, especialista na área vegetal (UFV)
É membro (diretor de comunicação) da ONG Associação Brasileira de
Tecnologia, Meio Ambiente e Agronegócios (Pró-Terra), que recebeu US$
161,790 mil da Fundação Monsanto em 2005.
Recebeu apoio pra escrever o livro "Biotecnologia e Meio Ambiente" da
International Life Sciences Institute (ILSI), que tem em seu quadro de
associados ADM - Archer Daniel Midland Co., BASF S/A, Bayer CropScience
Ltda., Bunge Alimentos S/A, Cargill Agrícola S/A, Dow AgroSciences
Industrial Ltda., Monsanto, Novartis e Syngenta, entre outros.
É co-autor do livro "Savanas, desafios e estratégias para o equilíbrio
entre sociedade, agronegócio e recursos naturais", co-patrocinado pela
Syngenta.
Maria Lucia Carneiro Vieira, especialista na área vegetal (USP)
Membro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB, que tem
entre seus sócios a Monsanto, Du Pont, Cargill, Pionner Sementes Ltda,
e Bayer Seeds Ltda) de 2003 a 2005.
Paulo Augusto Vianna Barroso, especialista na área vegetal (Embrapa)
Pesquisador do projeto da Embrapa Recursos Genéticos de desenvolvimento
de duas variedades de algodão transgênico, que negociou as sementes com
a Syngenta. Também integra pesquisa que propõe "a transferência dos
transgenes da empresa Monsanto para os genótipos de algodoeiro elite da
Embrapa e a adequação do sistema de produção aos novos cultivares RR".
João Lucio de Azevedo, especialista na área vegetal (USP)
O pesquisador é responsável-docente pelo projeto de pesquisa sobre
Microrganismos Endofíticos: Genética e Biologia Molecular, financiado
pela empresa Monsanto. Prestou consultoria técnica à Monsanto em 1999.
Alexandre Lima Nepomuceno, especialista em biotecnologia (UEL)
É co-autor do livro "Savanas, desafios e estratégias para o equilíbrio
entre sociedade, agronegócio e recursos naturais", co-patrocinado pela
Syngenta. É membro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB,
que tem entre seus sócios a Monsanto, Du Pont, Cargill, Pionner
Sementes Ltda, e Bayer Seeds Ltda).
Flavio Finardi Filho, especialista em biotecnologia (USP)
Em 2005, recebeu homenagem à qualidade, excelência científica e
originalidade da Associação Nacional de Biossegurança/ANBio, entidade
que tem entre seus sócios a Monsanto, Bayer e Syngenta. Fez o parecer
técnico sobre segurança alimentar do Evento de Transformação LLRice62
em 2002, com financiamento da Aventis Seeds Brasil.
Rodrigo Mendes é jornalista.
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Reflexões de Fidel
A verdade
do que aconteceu na Cimeira(encontro de cúpula)
(Extraído de Cubadebate)
(Extraído de Cubadebate)
• AOS jovens lhes interessa o futuro
mais do que a ninguém.
Até há bem pouco discutia-se sobre o
tipo de sociedade em que viveríamos. Hoje se discute
se a sociedade humana sobreviverá.
Não se trata de frases dramáticas.
Devemos acostumar-nos aos factos reais. A última
coisa que podem perder os seres humanos é a
esperança. Com a verdade na mão, homens e mulheres
de todas as idades, nomeadamente os jovens, levaram
a cabo na Cimeira uma batalha exemplar, oferecendo
ao mundo uma grande lição.
Agora o principal é fazer com que se
conheça no mais possível em Cuba e no mundo o
acontecido em Copenhage. A verdade possui uma força
que supera a inteligência mediatizada e muitas das
vezes desinformada daqueles que têm nas suas mãos os
destinos do mundo.
Se na capital dinamarquesa se
conseguiu alguma coisa importante, foi que através
da mídia a opinião mundial pôde observar o caos
político criado e o tratamento humilhante a Chefes
de Estado e de Governo, Ministros e milhares de
representantes de movimentos sociais e instituições,
que cheios de ilusões e de esperanças viajaram à
sede da Cimeira em Copenhage. A brutal repressão
contra manifestantes pacíficos pela força pública,
fazia lembrar a conduta das tropas de assalto dos
nazistas que ocuparam a vizinha Dinamarca em Abril
de 1940. O que ninguém podia imaginar é que, em 18
de Dezembro de 2009, último dia da Cimeira, ela
seria suspendida pelo governo dinamarquês ―aliado da
NATO e associado à chacina do Afeganistão― para
entregar a sala principal da Conferência ao
Presidente Obama, onde ele e um grupo selecto de
convidados, 16 no total, teriam o direito exclusivo
de falar. Obama proferiu um discurso enganoso e
demagógico, cheio de ambiguidades, que não implicava
compromisso vinculatório algum e ignorava o Convénio
Marco de Quioto. Saiu da sala pouco depois de
escutar mais alguns oradores. Entre os convidados a
fazer uso da palavra estavam os países mais
industrializados, vários das economias emergentes e
alguns dos mais pobres do planeta. Os líderes e
representantes de mais de 170, só tinham direito a
escutar.
Ao findar o discurso dos 16
escolhidos, Evo Morales, com toda a autoridade da
sua origem índia aimara, recém-eleito por 65% dos
votos e o apoio das duas terceiras partes da Câmara
e do Senado da Bolívia, solicitou a palavra. O
Presidente dinamarquês não teve outra alternativa do
que outorgá-la perante a demanda das outras
delegações. Quando Evo concluiu as suas sábias
e profundas frases, o dinamarquês teve que ceder-lhe
a palavra a Hugo Chávez. Ambos os pronunciamentos
passarão à história como exemplos de discursos
breves e oportunos. Cumprida cabalmente a tarefa, os
dois partiram rumo os seus respectivos países. Mas
quando Obama fez silêncio pelo foro, ainda não tinha
cumprido a sua tarefa no país sede da Cimeira.
Desde a noite de 17 e a madrugada de
18, o Primeiro-ministro da Dinamarca e altos
representantes dos Estados Unidos da América se
reuniam com o Presidente da Comissão Europeia e os
líderes de 27 países para lhes propor em nome de
Obama, um projecto de acordo, em cuja elaboração não
participaria nenhum dos restantes líderes do resto
do mundo. Era uma iniciativa antidemocrática e
virtualmente clandestina, que ignorava milhares de
representantes dos movimentos sociais, instituições
científicas, religiosas e demais convidados à
Cimeira.
Durante toda a noite de 18 até as
três da madrugada de 19, quando já muitos Chefes de
Estado tinham partido, os representantes dos países
estiveram esperando o reinício das sessões e o
encerramento do evento. Todo o dia 18, Obama teve
reuniões e conferências de imprensa. Mesma coisa
fizeram os líderes da Europa. Depois foram embora.
Então aconteceu uma coisa insólita:
às três da madrugada de 19, o Primeiro-ministro da
Dinamarca convocou uma reunião para o encerramento
da Cimeira. Restavam apenas representando os seus
países ministros, funcionários, embaixadores e
pessoal técnico.
Contudo, foi assombrosa a batalha
que levou a cabo nessa madrugada um grupo de
representantes de países do Terceiro Mundo, que
impugnavam a tentativa de Obama e dos mais ricos do
planeta de apresentar como acordo por consenso da
Cimeira o documento imposto pelos Estados Unidos.
A representante da Venezuela,
Claudia Salerno, com energia impressionante mostrou
a sua mão direita, da que saia sangue, pela força
com que bateu na mesa para exercer o seu direito a
fazer uso da palavra. O tom da sua voz e a dignidade
dos seus argumentos não poderão ser esquecidos.
O Ministro de Relações
Exteriores de Cuba, proferiu um enérgico discurso de
aproximadamente mil palavras, do qual escolho vários
parágrafos que desejo incluir nesta Reflexão:
"O documento que você várias vezes
afirmou que não existia, senhor Presidente, aparece
agora. […] temos visto versões que circulam de
maneira sub-reptícia e que são discutidas em
pequenos conciliábulos secretos…"
"…Lamento profundamente a maneira em
que você tem conduzido esta conferência."
"…Cuba considera extremamente
insuficiente e inadmissível o texto deste projecto
apócrifo. A meta de 2 graus centígrados é
inaceitável e teria consequências catastróficas
incalculáveis…"
"O documento que você, infelizmente,
apresenta não tem nehum compromisso de redução de
emissões de gases de efeito estufa."
"Conheço as versões anteriores que
também, através de procedimentos questionáveis e
clandestinos, foram negociadas em corrilhos
fechados…"
"O documento que você apresenta
agora, omite, precisamente, as já magras e
insuficientes frases chave que aquela versão
continha…"
"…para Cuba, resulta incompatível
com o critério científico universalmente reconhecido,
que considera urgente e iniludível garantir níveis
de redução de, pelo menos, 45% das emissões para o
ano 2020, e não inferiores a 80% ou 90% de redução
para 2050."
"Todo delineamento acerca da
continuação das negociações para adoptar, no futuro,
acordos de redução de emissões, deve incluir,
inevitavelmente, o conceito da vigência do Protocolo
de Quioto […] O seu papel, senhor Presidente, é a
acta de defunção do Protocolo de Quioto que a minha
delegação não aceita."
"A delegação cubana deseja fazer
ênfase na preeminência do princípio de
‘responsabilidades comuns, mas diferenciadas’, como
conceito central do futuro processo de negociações.
O seu papel não diz uma palavra disso."
"Este projecto de declaração omite
compromissos concretos de financiamento e
transferência de tecnologias para os países em
desenvolvimento como parte do cumprimento das
obrigações contraídas pelos países desenvolvidos sob
a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança
Climática […] Os países desenvolvidos, que impõem os
seus interesses mediante o seu documento, senhor
Presidente, evadem qualquer compromisso concreto."
"…Aquilo que você chama, senhor
Presidente, de ‘um grupo de líderes representativos’
é, para mim, uma grosseira violação do princípio de
igualdade soberana que consagra a Carta das Nações Unidas…"
"Senhor Presidente, solicito-lhe
formalmente que esta declaração seja recolhida no
relatório final sobre os trabalhos desta lamentável
e vexante 15 Conferência das Partes."
Apenas concederam-lhes uma hora aos
representantes dos Estados para emitir opiniões, o
que conduziu a situações complicadas, vergonhosas e
desagradáveis.
Então aconteceu um longo debate em
que as delegações dos países desenvolvidos exerceram
uma forte pressão para tentar que a Conferência
adoptasse esse documento como resultado final das
suas deliberações.
Um reduzido número de países
insistiu com firmeza nas sérias omissões e
ambiguidades do documento impulsionado pelos Estados
Unidos, particularmente na ausência de compromisso
dos países desenvolvidos no relativo à redução de
emissões de carbono e ao financiamento para adoptar
medidas de mitigação e adaptação dos países do Sul.
Após uma longa e extremamente tensa
discussão, prevaleceu a posição dos países da ALBA e
do Sudão, como Presidente do Grupo dos 77, de que o
documento em questão era inaceitável para ser
adoptado pela Conferência.
Perante a evidente falta de
consenso, a Conferência limitou-se a "tomar nota" da
existência desse documento como a posição de um
grupo de ao redor de 25 países.
Trás essa decisão adoptada às 10h30,
hora da Dinamarca, Bruno ―depois de discutir junto
de outros representantes da ALBA amistosamente com o
Secretário da ONU e expressar-lhe a disposição de
continuar a lutar junto das Nações Unidas para
impedir as terríveis consequências da mudança
climática― partiu na companhia do Vice-presidente
cubano Esteban Lazo rumo ao nosso país para
participar da reunião da Assembléia Nacional, dando
por finalizada a sua tarefa. Em Copenhage ficavam
alguns membros da delegação e o embaixador para
participar nos trâmites finais.
Hoje à tarde informaram o seguinte:
"…tanto aos que participaram na
elaboração do documento, quanto aos que ―como o
Presidente dos EE.UU.― anteciparam-se a anunciar a
sua adopção pela Conferência… como não podiam
rejeitar a decisão de se limitar a ‘tomar nota’ do
suposto ‘Acordo de Copenhage, tentaram propor um
procedimento para que outros países Partes que não
tinham estado neste conluio se somassem a ela,
declarando a sua adesão, com o que tentavam outorgar-lhe
um carácter legal a esse acordo, que de facto podia
prejulgar o resultado das negociações que deverão
continuar."
"Esta tentativa tardia recebeu de
novo uma firme oposição de Cuba, da Venezuela e da
Bolívia, que advertiram que este documento que a
Convenção não tinha feito seu não tinha nenhum
carácter legal, não existia como documento das
Partes e não podia se estabelecer nenhuma
regra para a sua suposta adopção…"
"É neste estado que concluem as
sessões de Copenhage, sem que se tenha adoptado o
documento que tinha sido preparado sub-repticiamente
durante os últimos dias, com uma clara condução
ideológica da administração americana…"
Amanhã a atenção estará centrada na
Assembléia Nacional.
Lazo, Bruno e o resto da delegação
chegarão hoje na meia-noite. O Ministro de Relações
Exteriores de Cuba poderá explicar na segunda-feira,
com os detalhes e a precisão necessária, a verdade
do acontecido na Cimeira.
Fidel Castro Ruz
QUANTO AO OBAMA...
Quando o lixo da Europa foi para a América do Norte formar o que hoje
conhecemos como Estados Unidos, o mundo ficou de sobreaviso. Aquele
povo, formado por bandoleiros, traficantes, piratas e escravagistas,
logo após a sua independência se sentiu livre para saquear e assassinar
os demais povos.
Começaram por dilacerar todas as suas nações indígenas. Depois
invadiram o México e tomaram quase dois terços do seu território. Com
isso, conseguiram vastos campos de petróleo, ouro e outras riquezas.
Empregaram essas riquezas para aumentar as suas Forças Armadas e tentar
dominar os demais povos do sul – América Central e América do Sul.
Deram-se conta de que era mais fácil “prosperar” através do terror e da
pillhagem do que com o trabalho honesto, e gostaram da idéia.
Ao mesmo tempo, usavam a escravidão como forma de enriquecimento.
Com a industrialização, perceberam que era mais barato ter assalariados
do que grandes quantidades de escravos. O assalariado tem que manter-se
por si mesmo com a miséria que recebe, enquanto o escravo demandava
grandes gastos. Fizeram a guerra contra os estados do sul, que não
concordavam com essa idéia e dependiam de seus escravos para a
manutenção de suas grandes plantações de algodão. Com a vitória na
Guerra da Secessão, aumentaram ainda mais a divisão entre pobres e
ricos, formaram uma nova elite – que já se propunha um plano de
dominação mundial – e posaram de heróis para o mundo.
Instigaram as duas grandes guerras européias, e delas participaram
com o único objetivo de auferirem grandes lucros. Expandiram as suas
empresas e dominaram o mercado mundial. Com o fim da União Soviética,
aumentaram ainda mais o seu domínio.
Enquanto isso, construíram uma grande máquina massificadora. Através
do cinema e dos demais meios de comunicação tentavam convencer os povos
de que todas as suas ações eram justificadas, “em nome da democracia e
da liberdade”. Suas agências de notícias vendem informações para todo o
mundo, as informações que eles desejam que sejam veiculadas. Com isso,
conseguiram formar uma massa imbecilizada de bilhões de pessoas.
Recentemente, invadiram o Iraque e o Afeganistão. Não somente para
roubar as riquezas daqueles países, mas para ocupar uma estratégica
posição com os seus exércitos. O próximo alvo é o Irã, depois, virá o
Tibete, a China...
Nunca se preocuparam com a Natureza. Ao contrário, a sua política
sempre foi a de “dominar” a Natureza e não respeitá-la. O resultado
estamos vendo agora.
Na recente Conferência sobre o Clima, em Copenhague, negaram-se, mais uma vez, a auxiliar o planeta. E as pessoas se perguntam: “Mas são burros? São suicidas?” Talvez. Mas o mais provável é que já tenham pronto um plano para salvar as suas elites quando as grandes catástrofes aumentarem. Talvez seja um bom negócio para eles, que só pensam no lucro, gerenciar somente alguns milhões de pessoas, e não seis bilhões.
Na recente Conferência sobre o Clima, em Copenhague, negaram-se, mais uma vez, a auxiliar o planeta. E as pessoas se perguntam: “Mas são burros? São suicidas?” Talvez. Mas o mais provável é que já tenham pronto um plano para salvar as suas elites quando as grandes catástrofes aumentarem. Talvez seja um bom negócio para eles, que só pensam no lucro, gerenciar somente alguns milhões de pessoas, e não seis bilhões.
Sobre drogas e sua legalização....
O texto abaixo foi publicado no jornal Le Monde Diplomatique de
setembro e é de autoria do comandante John Grieve, da Unidade de
Inteligência Criminal da Scotland Yard. Eu (André Lux)concordo plenamente com tudo
que está escrito nele.
10 Razões para Legalizar as Drogas
1 - ENCARAR O VERDADEIRO PROBLEMA
Os burocratas que constroem as políticas sobre drogas têm usado a proibição como uma cortina de fumaça para evitar encarar os fatores sociais e econômicos que levam as pessoas a usar drogas. A maior parte do uso ilegal e do uso legal de drogas é recreacional. A pobreza e o desespero estão na raiz da maioria do uso problemático da droga, e somente dirigindo-se a estas causas fundamentais é que poderemos esperar diminuir significativamente o número de usuários problemáticos.
2 - ELIMINAR O MERCADO DO TRÁFICO
O mercado de drogas é comandado pela demanda e milhões de pessoas demandam drogas atualmente ilegais. Se a produção, suprimento e uso de algumas drogas são criminalizados, cria-se um vazio que é preenchido pelo crime organizado. Os lucros neste mercado são de bilhões de dólares. A legalização força o crime organizado a sair do comércio de drogas, acaba com sua renda e permite-nos regular e controlar o mercado (isto é prescrever, licenciar, controle de venda a menores, regulação de propaganda, etc .. ).
3 - REDUÇÃO DRÁSTICA DO CRIME
O preço de drogas ilegais é determinado por um mercado de alta demanda e não regulado. Usar drogas ilegais é muito caro. Isto significa que alguns usuários dependentes recorrem ao roubo para conseguir dinheiro (corresponde a 50% do crime contra a propriedade na Inglaterra e é estimado em 5 bilhões de dólares por ano). A maioria da violência associada com o negócio ilegal da droga é causada por sua ilegalidade. A legalização permitiria regular o mercado e determinar um preço muito mais baixo acabando com a necessidade dos usuários de roubar para conseguir dinheiro.Nosso sistema judiciário seria aliviado e o número de pessoas em prisões seria reduzido drasticamente, economizando-se bilhões de dólares. Por causa do preço baixo, os fumantes de cigarro não têm que roubar para manter seu hábito. Não há também violência associada com o mercado de tabaco legal.
4 - USUÁRIOS DE DROGA ESTÃO AUMENTANDO
As pesquisas na Inglaterra mostram que quase a metade de todos os adolescentes entre 15 e 16 anos já usou uma droga ilegal. Cerca de 1,5 milhão de pessoas usa ecstasy todo fim de semana. Entre os jovens, o uso ilegal da droga é visto como normal. Intensificar a guerra contra as drogas não está reduzindo a demanda. Na Holanda, onde as leis do uso da maconha são muito menos repressivas, o seu uso entre os jovens é o mais baixo da Europa. A legalização aceita que o uso da droga é normal e que é uma questão social e não uma questão de justiça criminal. Cabe a nós decidirmos como vamos lidar com isto. Em 1970, na Inglaterra, havia 9.000 condenações ou advertências por uso de droga e 15% de novas pessoas tinham usado uma droga ilegal. Em 1995 os números eram de 94.000 e 45%. A proibição não funciona.
5 - POSSIBILITAR O ACESSO A INFORMAÇÃO VERDADEIRA E A RIQUEZA DA EDUCAÇÃO
Um mundo de desinformação sobre drogas e uso de drogas é engendrado pelos ignorantes e preconceituosos burocratas da política e por alguns meios de comunicação que vendem mitos e mentiras para benefício próprio. Isto cria muito dos riscos e dos perigos associados com o uso de drogas. A legalização ajudaria a disseminar informação aberta, honesta e verdadeira aos usuários e aos não-usuários para ajudar-lhes a tomar decisões de usar ou não usar e de como usar. Poderíamos começar a pesquisar novamente as drogas atualmente ilícitas e descobrir todos seus usos e efeitos - positivos e negativos.
6 - TORNAR O USO MAIS SEGURO PARA O USUÁRIO
A proibição conduziu à estigmatização e marginalização dos usuários de drogas. Os países que adotam políticas ultra-proibicionistas têm taxas muito elevadas de infecção por HIV entre usuários de drogas injetáveis. As taxas de hepatite C entre os usuários no Reino Unido estão aumentando substancialmente. No Reino Unido, nos anos 80, agulhas limpas para usuários e instrução sobre sexo seguro para jovens foram disponibilizados em resposta ao medo do HIV. As políticas de redução de danos estão em oposição direta às leis de proibição.
7 - RESTAURAR NOSSOS DIREITOS E RESPONSABILIDADES
A proibição criminaliza desnecessariamente milhões de pessoas que, não fosse isso, seriam pessoas normalmente obedientes às leis. A proibição tira das mãos dos que constroem as políticas públicas a responsabilidade da distribuição de drogas que circulam no mercado paralelo e transfere este poder na maioria das vezes para traficantes violentos. A legalização restauraria o direito de se usar drogas responsavelmente e permitiria o controle e regulação para proteger os mais vulneráveis.
8 - RAÇA E DROGAS
As pessoas da raça negra correm dez vezes mais risco de serem presas por uso de drogas que as pessoas brancas. As prisões por uso de droga são notoriamente discriminatórias do ponto de vista social, alvejando facilmente um grupo étnico particular. A proibição promoveu este estereótipo das pessoas negras. A legalização remove um conjunto inteiro de leis que são usadas desproporcionalmente no contato de pessoas negras com o sistema criminal da justiça. Ajudaria a reverter o número desproporcional de pessoas negras condenadas por uso de droga nas prisões.
9 - IMPLICAÇÕES GLOBAIS
O mercado de drogas ilegais representa cerca de 8% de todo o comércio mundial (em torno de 600 bilhões de dólares ano). Países inteiros são comandados sob a influência, que corrompe, dos cartéis das drogas. A proibição permite também que os países desenvolvidos mantenham um amplo poder político sobre as nações que são produtoras com o patrocínio de programas de controle das drogas. A legalização devolveria o dinheiro perdido para a economia formal, gerando impostos, e diminuiria o alto nível de corrupção. Removeria também uma ferramenta de interferência política das nações estrangeiras sobre as nações produtoras.
10 - A PROIBIÇÃO NÃO FUNCIONA
Não existe nenhuma evidência para mostrar que a proibição esteja resolvendo o problema. A pergunta que devemos nos fazer é: Quais são os benefícios de criminalizar qualquer droga? Se após analisarmos todas as evidências disponíveis concluirmos que os males superam os benefícios, então temos de procurar uma política alternativa. A legalização não é a cura para tudo, mas nos permite encarar os problemas criados com o uso da droga e os problemas criados pela proibição. É chegada a hora de uma política pragmática e eficaz sobre drogas.
*Channel 4, 27 de outubro de 1997; traduzido por Luis Verza.
Os burocratas que constroem as políticas sobre drogas têm usado a proibição como uma cortina de fumaça para evitar encarar os fatores sociais e econômicos que levam as pessoas a usar drogas. A maior parte do uso ilegal e do uso legal de drogas é recreacional. A pobreza e o desespero estão na raiz da maioria do uso problemático da droga, e somente dirigindo-se a estas causas fundamentais é que poderemos esperar diminuir significativamente o número de usuários problemáticos.
2 - ELIMINAR O MERCADO DO TRÁFICO
O mercado de drogas é comandado pela demanda e milhões de pessoas demandam drogas atualmente ilegais. Se a produção, suprimento e uso de algumas drogas são criminalizados, cria-se um vazio que é preenchido pelo crime organizado. Os lucros neste mercado são de bilhões de dólares. A legalização força o crime organizado a sair do comércio de drogas, acaba com sua renda e permite-nos regular e controlar o mercado (isto é prescrever, licenciar, controle de venda a menores, regulação de propaganda, etc .. ).
3 - REDUÇÃO DRÁSTICA DO CRIME
O preço de drogas ilegais é determinado por um mercado de alta demanda e não regulado. Usar drogas ilegais é muito caro. Isto significa que alguns usuários dependentes recorrem ao roubo para conseguir dinheiro (corresponde a 50% do crime contra a propriedade na Inglaterra e é estimado em 5 bilhões de dólares por ano). A maioria da violência associada com o negócio ilegal da droga é causada por sua ilegalidade. A legalização permitiria regular o mercado e determinar um preço muito mais baixo acabando com a necessidade dos usuários de roubar para conseguir dinheiro.Nosso sistema judiciário seria aliviado e o número de pessoas em prisões seria reduzido drasticamente, economizando-se bilhões de dólares. Por causa do preço baixo, os fumantes de cigarro não têm que roubar para manter seu hábito. Não há também violência associada com o mercado de tabaco legal.
4 - USUÁRIOS DE DROGA ESTÃO AUMENTANDO
As pesquisas na Inglaterra mostram que quase a metade de todos os adolescentes entre 15 e 16 anos já usou uma droga ilegal. Cerca de 1,5 milhão de pessoas usa ecstasy todo fim de semana. Entre os jovens, o uso ilegal da droga é visto como normal. Intensificar a guerra contra as drogas não está reduzindo a demanda. Na Holanda, onde as leis do uso da maconha são muito menos repressivas, o seu uso entre os jovens é o mais baixo da Europa. A legalização aceita que o uso da droga é normal e que é uma questão social e não uma questão de justiça criminal. Cabe a nós decidirmos como vamos lidar com isto. Em 1970, na Inglaterra, havia 9.000 condenações ou advertências por uso de droga e 15% de novas pessoas tinham usado uma droga ilegal. Em 1995 os números eram de 94.000 e 45%. A proibição não funciona.
5 - POSSIBILITAR O ACESSO A INFORMAÇÃO VERDADEIRA E A RIQUEZA DA EDUCAÇÃO
Um mundo de desinformação sobre drogas e uso de drogas é engendrado pelos ignorantes e preconceituosos burocratas da política e por alguns meios de comunicação que vendem mitos e mentiras para benefício próprio. Isto cria muito dos riscos e dos perigos associados com o uso de drogas. A legalização ajudaria a disseminar informação aberta, honesta e verdadeira aos usuários e aos não-usuários para ajudar-lhes a tomar decisões de usar ou não usar e de como usar. Poderíamos começar a pesquisar novamente as drogas atualmente ilícitas e descobrir todos seus usos e efeitos - positivos e negativos.
6 - TORNAR O USO MAIS SEGURO PARA O USUÁRIO
A proibição conduziu à estigmatização e marginalização dos usuários de drogas. Os países que adotam políticas ultra-proibicionistas têm taxas muito elevadas de infecção por HIV entre usuários de drogas injetáveis. As taxas de hepatite C entre os usuários no Reino Unido estão aumentando substancialmente. No Reino Unido, nos anos 80, agulhas limpas para usuários e instrução sobre sexo seguro para jovens foram disponibilizados em resposta ao medo do HIV. As políticas de redução de danos estão em oposição direta às leis de proibição.
7 - RESTAURAR NOSSOS DIREITOS E RESPONSABILIDADES
A proibição criminaliza desnecessariamente milhões de pessoas que, não fosse isso, seriam pessoas normalmente obedientes às leis. A proibição tira das mãos dos que constroem as políticas públicas a responsabilidade da distribuição de drogas que circulam no mercado paralelo e transfere este poder na maioria das vezes para traficantes violentos. A legalização restauraria o direito de se usar drogas responsavelmente e permitiria o controle e regulação para proteger os mais vulneráveis.
8 - RAÇA E DROGAS
As pessoas da raça negra correm dez vezes mais risco de serem presas por uso de drogas que as pessoas brancas. As prisões por uso de droga são notoriamente discriminatórias do ponto de vista social, alvejando facilmente um grupo étnico particular. A proibição promoveu este estereótipo das pessoas negras. A legalização remove um conjunto inteiro de leis que são usadas desproporcionalmente no contato de pessoas negras com o sistema criminal da justiça. Ajudaria a reverter o número desproporcional de pessoas negras condenadas por uso de droga nas prisões.
9 - IMPLICAÇÕES GLOBAIS
O mercado de drogas ilegais representa cerca de 8% de todo o comércio mundial (em torno de 600 bilhões de dólares ano). Países inteiros são comandados sob a influência, que corrompe, dos cartéis das drogas. A proibição permite também que os países desenvolvidos mantenham um amplo poder político sobre as nações que são produtoras com o patrocínio de programas de controle das drogas. A legalização devolveria o dinheiro perdido para a economia formal, gerando impostos, e diminuiria o alto nível de corrupção. Removeria também uma ferramenta de interferência política das nações estrangeiras sobre as nações produtoras.
10 - A PROIBIÇÃO NÃO FUNCIONA
Não existe nenhuma evidência para mostrar que a proibição esteja resolvendo o problema. A pergunta que devemos nos fazer é: Quais são os benefícios de criminalizar qualquer droga? Se após analisarmos todas as evidências disponíveis concluirmos que os males superam os benefícios, então temos de procurar uma política alternativa. A legalização não é a cura para tudo, mas nos permite encarar os problemas criados com o uso da droga e os problemas criados pela proibição. É chegada a hora de uma política pragmática e eficaz sobre drogas.
*Channel 4, 27 de outubro de 1997; traduzido por Luis Verza.
E ainda falam mal de Cuba....
Unicef confirma que Cuba tem 0% de desnutrição infantil
da Agência Adital
A existência no mundo em desenvolvimento de 146 milhões de crianças menores de cinco anos abaixo do peso, contrasta com a realidade das crianças cubanas, reconhecidas mundialmente por estarem alheias a este mal social.
Essas preocupantes cifras apareceram em um recente reporte do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), sob o título de Progresso para a Infância, Um balanço sobre a nutrição, divulgado na sede da ONU.
De acordo com o documento, as porcentagens de crianças abaixo do peso são de 28% na África Subsaariana, 17% no Oriente Médio e África do Norte, 15% na Ásia Oriental e no Pacífico, e 7% na América Latina e no Caribe. A lista fica completa com a Europa Central e do Leste, com 5%, e outros países em desenvolvimento, com 27%.
Cuba não tem esses problemas. É o único país da América Latina e do Caribe que eliminou a desnutrição infantil severa, graças aos esforços do Governo para melhorar a alimentação da população, especialmente daqueles grupos mais vulneráveis.
As cruas realidades do mundo mostram que 852 milhões de pessoas padecem de fome e que 53 milhões delas vivem na América Latina. Apenas no México existem 5 milhões e 200 mil pessoas desnutridas e no Haiti três milhões e 800 mil, enquanto que em todo o planeta morrem de fome a cada ano mais de cinco milhões de crianças.
De acordo com estimativas das Nações Unidas, não seria muito custoso oferecer saúde e nutrição básica para todos os habitantes do Terceiro Mundo. Bastaria, para alcançar essa meta, 13 bilhões de dólares anuais adicionais ao que agora se destina, uma cifra que nunca se conseguiu e que é exígua se se compara com o bilhão que a cada ano se destina à publicidade comercial, aos 400 bilhões em drogas entorpecentes ou inclusive aos 8 bilhões que se gasta com cosméticos nos Estados Unidos.
Para satisfação de Cuba, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) também reconheceu que esta é a nação com mais avanços na América Latina na luta contra a desnutrição.
O Estado cubano garante uma cesta básica alimentícia que permite a nutrição de sua população ao menos nos níveis básicos- mediante a rede de distribuição de produtos básicos.
De igual forma, são feitos reajustes econômicos em outros mercados e serviços locais para melhorar a alimentação do povo cubano e atenuar o déficit alimentar. Especialmente mantém-se uma constante vigilância sobre o sustento dos meninos, meninas e adolescentes. Assim, a atenção à nutrição começa com a promoção de uma melhor e natural forma de alimentação da espécie humana.
O tema desnutrição cobra grande importância na campanha da ONU para conseguir em 2015 as Metas de Desenvolvimento do Milênio, adotadas na Cúpula de chefes de Estado e de Governo celebrada em 2000, e que têm entre seus objetivos eliminar a pobreza extrema e a fome para essa data.
Não isenta de deficiências, dificuldades e sérias limitações por um bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos há mais de quatro décadas, Cuba não mostra desesperadores nem alarmantes índices de desnutrição infantil. Nenhuma das 146 milhões de crianças menores de cinco anos abaixo do peso que vivem hoje no mundo são cubanas.
A notícia é de Imprensa Latina
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Liberdade na imprensa???
Vídeo produzido pelo Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social com o apoio da Fundação Friedrich Ebert Stiftung remonta o curta Ilha das Flores de Jorge Furtado com a temática do direito à comunicação. A obra faz um retrato da concentração dos meios de comunicação existente no Brasil.
Roteiro, direção e edição: Pedro Ekman
Créditos: vivababel
Duas visões de mundo se confrontam em Copenhague
Tanto
o aquecimento global quanto as perturbações da natureza e a injustiça
social mundial são tidas como externalidades, vale dizer, realidades
não intencionadas e que por isso não entram na contabilidade geral dos
estados e das empresas. Finalmente o que conta mesmo é o lucro e um PIB
positivo. Mas estas externalidades se tornaram tão ameaçadoras que
estão desestabilizando o sistema-Terra, mostrando a falência do modelo
econômico neoliberal e expondo em grave risco o futuro da espécie
humana. O artigo é de Leonardo Boff.
Leonardo Boff
Em
Copenhague nas discussões sobre as taxas de redução dos gases
produtores de mudanças climáticas, duas visões de mundo se confrontam:
a da maioria dos que estão fora da Assembléia, vindo de todas as partes
do mundo e a dos poucos que estão dentro dela, representando os 192
estados. Estas visões diferentes são prenhes de conseqüências,
significando, no seu termo, a garantia ou a destruição de um futuro
comum.
Os que estão dentro, fundamentalmente, reafirmam o sistema atual de produção e de consumo mesmo sabendo que implica sacrificação da natureza e criação de desigualdades sociais. Crêem que com algumas regulações e controles a máquina pode continuar produzindo crescimento material e ganhos como ocorria antes da crise.
Mas importa denunciar que exatamente este sistema se constitui no principal causador do aquecimento global emitindo 40 bilhões de toneladas anuais de gases poluentes. Tanto o aquecimento global quanto as perturbações da natureza e a injustiça social mundial são tidas como externalidades, vale dizer, realidades não intencionadas e que por isso não entram na contabilidade geral dos estados e das empresas. Finalmente o que conta mesmo é o lucro e um PIB positivo.
Ocorre que estas externalidades se tornaram tão ameaçadoras que estão desestabilizando o sistema-Terra, mostrando a falência do modelo econômico neoliberal e expondo em grave risco o futuro da espécie humana.
Não passa pela cabeça dos representantes dos povos que a alternativa é a troca de modo de produção que implica uma relação de sinergia com a natureza. Reduzir apenas as emissões de carbono mas mantendo a mesma vontade de pilhagem dos recursos é como se colocássemos um pé no pescoço de alguém e lhe dissésemos: quero sua liberdade mas à condição de continuar com o meu pé em seu pescoço.
Precisamos impugnar a filosofia subjacente a esta cosmovisão. Ela desconhece os limites da Terra, afirma que o ser humano é essencialmente egoista e que por isso não pode ser mudado e que pode dispor da natureza como quiser, que a competição é natural e que pela seleção natural os fracos são engolidos pelos mais fortes e que o mercado é o regulador de toda a vida econômica e social.
Em contraposição reafirmamos que o ser humano é essencialmente cooperativo porque é um ser social. Mas faz-se egoísta quando rompe com sua própria essência. Dando centralidade ao egoísmo, como o faz o sistema do capital, torna impossível uma sociedade de rosto humano. Um fato recente o mostra: em 50 anos os pobres receberam de ajuda dois trilhões de dólares enquanto os bancos em um ano receberam 18 trilhões. Não é a competição que constitui a dinâmica central do universo e da vida mas a cooperação de todos com todos. Depois que se descobriram os genes, as bactérias e os vírus, como principais fatores da evolução, não se pode mais sustentar a seleção natural como se fazia antes. Esta serviu de base para o darwinismo social. O mercado entregue à sua lógica interna, opõe todos contra todos e assim dilacera o tecido social. Postulamos uma sociedade com mercado mas não de mercado.
A outra visão dos representantes da sociedade civil mundial sustenta: a situação da Terra e da humanidade é tão grave que somente o princípio de cooperação e uma nova relação de sinergia e de respeito para com a natureza nos poderão salvar. Sem isso vamos para o abismo que cavamos.
Essa cooperação não é uma virtude qualquer. É aquela que outrora nos permitiu deixar para trás o mundo animal e inaugurar o mundo humano. Somos essencialmente seres cooperativos e solidários sem o que nos entredevoramos. Por isso a economia deve dar lugar à ecologia. Ou fazemos esta virada ou Gaia poderá continuar sem nós.
A forma mais imediata de nos salvar é voltar à ética do cuidado, buscando o trabalho sem exploração, a produção sem contaminação, a competência sem arrogância e a solidariedade a partir dos mais fracos. Este é o grande salto que se impõe neste momento. A partir dele Terra e Humanidade podem entrar num acordo que salvará a ambos
Leonardo Boff é teólogo e escritor.
Os que estão dentro, fundamentalmente, reafirmam o sistema atual de produção e de consumo mesmo sabendo que implica sacrificação da natureza e criação de desigualdades sociais. Crêem que com algumas regulações e controles a máquina pode continuar produzindo crescimento material e ganhos como ocorria antes da crise.
Mas importa denunciar que exatamente este sistema se constitui no principal causador do aquecimento global emitindo 40 bilhões de toneladas anuais de gases poluentes. Tanto o aquecimento global quanto as perturbações da natureza e a injustiça social mundial são tidas como externalidades, vale dizer, realidades não intencionadas e que por isso não entram na contabilidade geral dos estados e das empresas. Finalmente o que conta mesmo é o lucro e um PIB positivo.
Ocorre que estas externalidades se tornaram tão ameaçadoras que estão desestabilizando o sistema-Terra, mostrando a falência do modelo econômico neoliberal e expondo em grave risco o futuro da espécie humana.
Não passa pela cabeça dos representantes dos povos que a alternativa é a troca de modo de produção que implica uma relação de sinergia com a natureza. Reduzir apenas as emissões de carbono mas mantendo a mesma vontade de pilhagem dos recursos é como se colocássemos um pé no pescoço de alguém e lhe dissésemos: quero sua liberdade mas à condição de continuar com o meu pé em seu pescoço.
Precisamos impugnar a filosofia subjacente a esta cosmovisão. Ela desconhece os limites da Terra, afirma que o ser humano é essencialmente egoista e que por isso não pode ser mudado e que pode dispor da natureza como quiser, que a competição é natural e que pela seleção natural os fracos são engolidos pelos mais fortes e que o mercado é o regulador de toda a vida econômica e social.
Em contraposição reafirmamos que o ser humano é essencialmente cooperativo porque é um ser social. Mas faz-se egoísta quando rompe com sua própria essência. Dando centralidade ao egoísmo, como o faz o sistema do capital, torna impossível uma sociedade de rosto humano. Um fato recente o mostra: em 50 anos os pobres receberam de ajuda dois trilhões de dólares enquanto os bancos em um ano receberam 18 trilhões. Não é a competição que constitui a dinâmica central do universo e da vida mas a cooperação de todos com todos. Depois que se descobriram os genes, as bactérias e os vírus, como principais fatores da evolução, não se pode mais sustentar a seleção natural como se fazia antes. Esta serviu de base para o darwinismo social. O mercado entregue à sua lógica interna, opõe todos contra todos e assim dilacera o tecido social. Postulamos uma sociedade com mercado mas não de mercado.
A outra visão dos representantes da sociedade civil mundial sustenta: a situação da Terra e da humanidade é tão grave que somente o princípio de cooperação e uma nova relação de sinergia e de respeito para com a natureza nos poderão salvar. Sem isso vamos para o abismo que cavamos.
Essa cooperação não é uma virtude qualquer. É aquela que outrora nos permitiu deixar para trás o mundo animal e inaugurar o mundo humano. Somos essencialmente seres cooperativos e solidários sem o que nos entredevoramos. Por isso a economia deve dar lugar à ecologia. Ou fazemos esta virada ou Gaia poderá continuar sem nós.
A forma mais imediata de nos salvar é voltar à ética do cuidado, buscando o trabalho sem exploração, a produção sem contaminação, a competência sem arrogância e a solidariedade a partir dos mais fracos. Este é o grande salto que se impõe neste momento. A partir dele Terra e Humanidade podem entrar num acordo que salvará a ambos
Leonardo Boff é teólogo e escritor.
sábado, 19 de dezembro de 2009
Análise bastante interessante sobre a américa latina...
Editorial Inverta 440
.
A assinatura do acordo
entre os Estados Unidos e a Colômbia, de instalação de mais sete bases
militares estadunidenses em território colombiano, que segundo os
esclarecimentos exigidos pelo presidente brasileiro Luís Inácio Lula da
Silva aos presidentes Obama e Uribe foram considerados satisfatórios,
embora permaneça a demanda de tornar conhecido o conteúdo do mesmo
pelos países da Unasul, constitui-se em mais um visível movimento de
características geo-estratégicas, que somado às demais bases já
existentes no continente, a reativação da IV Frota e o golpe em
Honduras, nos levam à confirmação que o Círculo de Fogo em torno da
América Latina passa a se fechar, suscitando desdobramentos dramáticos
e violentos para os nossos Povos, a propósito do que continua
acontecendo no Oriente Médio.
O INVERTA, em seu Editorial de Julho de 2008, intitulado "O Círculo de Fogo sobre a América Latina", esboçou a idéia de que as bases norte-americanas neste continente teriam uma pretensão maior do que aparentemente lhe são atribuídas, que não se tratam de dispositivos que resguardam o poder hegemônico estadunidense sobre o continente, em função da herança da guerra fria ou de controle dos movimentos revolucionários na região.
Segundo este Editorial a idéia tem por objetivo manter o histórico isolamento do Brasil em relação aos demais países do hemisfério, impedindo a unidade latino-americana e bloqueando o desenvolvimento do potencial econômico-social do hemisfério como um todo, dentro das novas circunstâncias da divisão internacional do trabalho e da política internacional. Que a histórica intervenção dos Estados Unidos na região desde as lutas por Independência estão marcadas por este signo, como bem comprova o boicote da delegação brasileira ao Congresso do Panamá, convocado por Bolívar (1824), durante o Movimento de Libertação da América Latina, e que ainda todo esse aparato de divisão, controle e submissão dos Povos de Nossa América nas novas circunstâncias históricas de Crise do Capitalismo, desde o último quartel do século XX ao século XXI, servem à nova estratégia de submissão econômica e política, de globalização neoliberal, dos países latino-americanos, em especial, o Brasil, que isolado dos demais desenvolveu as características subimperialistas, servindo como instrumento de dissuasão repressiva aos processos de unidade política e mudanças revolucionárias.
Quando este Editorial foi publicado as ideias contidas no mesmo pareciam absurdas para alguns, pois o contexto regional, como nos anos 60 e 70 que destacava Cuba na liderança do combate ao imperialismo na defesa da unidade continental sob o paradigma da Revolução Socialista; na atualidade, destaca a Venezuela na defesa desta unidade continental sob os paradigmas da Revolução Bolivariana. Nestes termos é difícil perceber e aceitar que o acordo das bases, a reativação da IV Frota, representasse qualquer perigo ao Brasil, dado seu papel histórico na região e as novas características do desenvolvimento capitalista no país de submissão pelo entrelaçamento subordinado das oligarquias burguesas locais à oligarquia financeira internacional, em especial, sua parcela hegemônica nos EUA; contudo, o desenrolar deste processo e a própria posição do governo brasileiro demonstra que as idéias avançadas deste Editorial já não parecem tão absurdas porque se assim fosse qual o motivo de pedir esclarecimentos a respeito do acordo entre os Estados Unidos e a Colômbia?
Certa vez um sábio visionário afirmou que se a aparência das coisas se confundisse com a sua essência, toda ciência seria supérflua, e, sem dúvida, este sábio aforismo cai como uma luva para os teóricos do Governo Lula, inclusive os ideólogos burgueses que se dizem democráticos, patriotas e nacionalistas. Pois o que justifica a maior potência militar de todos os tempos na história mundial dispor de 7 bases militares para combater o narcotráfico; a luta revolucionária do Povo Colombiano, das FARC-EP e da ELN, a qual denominam de terrorismo; e combater a influência da Revolução Bolivariana na Venezuela? O que poderia justificar um movimento desta ordem?
A História mostra que quando Hitler iniciou a guerra, cujo objetivo geral era o domínio sobre o continente europeu, elegeu como alvo de suas operações iniciais a Áustria, que o movimento de anexação daquele país se deu sem nenhuma resistência, que as tropas de Hitler através de núcleos já estavam presentes naquele país há bastante tempo, portanto, quando da entrada de suas tropas, ao contrário de uma recepção hostil, o que obteve foi a saudação clamorosa do povo. Mas a Áustria era apenas a cabeça de ponte para a passagem das hostes nazistas, em sua estratégia de domínio continental. Hitler enunciou como alvo segundo a jovem Revolução Russa, levando a Europa, em especial a Inglaterra e França, temerosos da Revolução Comunista, a uma aceitação silenciosa da anexação austríaca. E este comportamento político do velho continente europeu levou à histórica destruição e barbárie de vidas a partir de 1939 até 1945. Hitler fez um deslocamento estratégico de seus exércitos, anexando país por país em torno da URSS, mas o seu foco principal era o coração do continente europeu, econômico e político de então: a Inglaterra e a França. A questão que se coloca no momento é que dado o desenvolvimento tecnológico, torna-se impossível o deslocamento de forças que não denunciem o objetivo estratégico. Então, é necessário perguntar: Quem é o coração da América Latina, que numa nova visão estratégica e de um novo regime social, de unidade, integração, solidariedade e soberania dos Povos em Nossa América, poderia ser decisivo para o sonho Bolivariano e Martiano, pelo qual se batem Cuba e agora, Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua? Não há como negar que este país é o Brasil.
E quanto mais cresce o seu desenvolvimento econômico e tecnológico, mais sua capacidade de conhecer as riquezas naturais (pré sal, água potável, biodiversidade) e possibilidades sociais, mais sua importância se mostra decisiva no contexto histórico atual; por outro lado, quanto mais aprofunda a crise do imperialismo no plano internacional, em especial, no centro principal desta crise, os EUA, revelando suas debilidades, ameaçando a hegemonia econômica e monetária, política, resta a herança que ele logrou conquistar no curso das duas guerras mundiais e da guerra fria até os dias atuais: seu complexo industrial militar, arsenal nuclear e demais tecnologias de guerra, espionagem e manipulação que corporificam-se em fatores objetivos e subjetivos, em suas forças armadas e indústria de guerra, e esta situação ainda é mais perigosa quando se vê ameaçado de desintegração interna, convulsão social, ameaça de desabastecimento de cereais para a população e de matérias-primas para sua indústria e vê crescer como na época da grande depressão, os milhões de desempregados, famintos, sem-tetos em suas ruas e principais cidades, vendo crescer a violência a cada dia. O reflexo de toda ideologia de superioridade racial e imperial sobre o mundo posta-se como ferida interna e câncer, que corrói toda a sociedade, atingindo os ícones de sua exuberância irracional: Wall Street, a GM, a Chrysler, a Lehman Brothers, Freddie Mac e Fannie Mae, entre outras; a ponto de após 390 anos de opressão sobre a população negra e 144 anos da libertação da escravatura(*) e das lutas contra o apartheid social, como forma de dupla exploração em cima das populações de etnias distintas, indígenas, latinas, negros, asiáticos, eleger um presidente que expressasse essas "minorias", oprimidas secularmente pela idéia da eugenia racial. Tudo isto se processa nas correntes sanguíneas da sociedade estadunidense. Quando a Alemanha passou a viver a situação de humilhação, após a derrota na I Guerra Mundial, que a crise econômica levou ao desespero o seu povo, vivendo em situação similar ao que vive os EUA hoje, o povo construiu como solução a República de Weimar contra o bolchevismo da Revolução Russa e o canto da vontade nacional da eugenia ariana e assim concentrou a vontade da maioria da população e a esperança de sair da humilhação e do desespero econômico e da submissão em que vivia. Mas a crise de 1929 levou de roldão a República de Weimar, afogada pelo discurso estridente de Hitler, evocando as potências do país. Eis o desfecho que levou ao cataclisma da II Guerra Mundial. O que isto tem a ver com as possibilidades da conjuntura que se forma em Nossa América, impulsionada pela Crise do Capital e a singularidade com os EUA a protagonizem? O desfecho deprimente de sua guerra de ocupação e rapina contra o Afeganistão e o Iraque; a submissão das superestruturas políticas condensadas no Governo Obama, alterando todo o metabolismo social dominado pelo ódio racial e humilhação das vacas sagradas da Ku Klux Khan, na explosão de ódio, torna-se uma variável bastante previsível que poderia unir-se ao complexo industrial-militar em nova estratégia desesperada de afogar as contradições internas pelas contradições externas numa guerra pela recolonização da América Latina. Fidel Castro recentemente afirmou que o acordo entre os Estados Unidos e a Colômbia representa a anexação desta pelos EUA, com o objetivo de destruir a Revolução Bolivariana e a esperança de unidade no continente.
Então, nós do INVERTA, entendemos que o Círculo de Fogo fecha o seu cerco sobre Nossa América, exigindo de todo patriota, democrata, nacionalista, e das forças revolucionárias no continente, a Unidade e a Defesa da Soberania de seus Povos e países. Além disso, que as situações de Honduras, a exemplo do Haiti, são apenas escaramuças, mensurações da capacidade de resposta da AL a um cenário de guerra de ocupação do imperialismo ianque na região: o conflito na Colômbia, o golpe em Honduras, a ocupação do Haiti, o bloqueio à Cuba, a anexação da Colômbia e a ameaça de invasão da Venezuela e sufocamento da Revolução Bolivariana são eixos concretos para a unidade tática e estratégica das forças revolucionárias do continente. O III Congresso da Coordenadora Continental Bolivariana tem a responsabilidade de posicionar-se sobre este eixo e de ter a sensibilidade e sabedoria de confluir as forças revolucionárias no continente para esta luta sem quartéis contra o imperialismo estadunidense. Neste particular, não poderá esquecer a importância do Brasil nem o significado da divisão entre as reais forças revolucionárias no país e os farsantes de ontem e de hoje, que impediram a delegação brasileira de estar presente no Congresso convocado por Bolívar e os que impediram a unidade revolucionária na Tricontinental, expulsando Marighela e isolando as forças revolucionárias dentro do próprio país: a História é pródiga em ironias.
Contra a anexação da Colômbia pelos EUA!
Fora com todas as bases militares norte-americanas do Continente!
Em defesa da Revolução Bolivariana!
Contra o Golpe em Honduras!
Contra a intervenção militar do Brasil no Haiti!
Pela Defesa da Unidade e Soberania Continental!
Pela Revolução Brasileira!
Aluisio Bevilaqua
Editor de INVERTA, membro da Presidência Coletiva da Coordenadora Continental Bolivariana, presidente do Capítulo Brasil da CCB – Luiz Carlos Prestes
O INVERTA, em seu Editorial de Julho de 2008, intitulado "O Círculo de Fogo sobre a América Latina", esboçou a idéia de que as bases norte-americanas neste continente teriam uma pretensão maior do que aparentemente lhe são atribuídas, que não se tratam de dispositivos que resguardam o poder hegemônico estadunidense sobre o continente, em função da herança da guerra fria ou de controle dos movimentos revolucionários na região.
Segundo este Editorial a idéia tem por objetivo manter o histórico isolamento do Brasil em relação aos demais países do hemisfério, impedindo a unidade latino-americana e bloqueando o desenvolvimento do potencial econômico-social do hemisfério como um todo, dentro das novas circunstâncias da divisão internacional do trabalho e da política internacional. Que a histórica intervenção dos Estados Unidos na região desde as lutas por Independência estão marcadas por este signo, como bem comprova o boicote da delegação brasileira ao Congresso do Panamá, convocado por Bolívar (1824), durante o Movimento de Libertação da América Latina, e que ainda todo esse aparato de divisão, controle e submissão dos Povos de Nossa América nas novas circunstâncias históricas de Crise do Capitalismo, desde o último quartel do século XX ao século XXI, servem à nova estratégia de submissão econômica e política, de globalização neoliberal, dos países latino-americanos, em especial, o Brasil, que isolado dos demais desenvolveu as características subimperialistas, servindo como instrumento de dissuasão repressiva aos processos de unidade política e mudanças revolucionárias.
Quando este Editorial foi publicado as ideias contidas no mesmo pareciam absurdas para alguns, pois o contexto regional, como nos anos 60 e 70 que destacava Cuba na liderança do combate ao imperialismo na defesa da unidade continental sob o paradigma da Revolução Socialista; na atualidade, destaca a Venezuela na defesa desta unidade continental sob os paradigmas da Revolução Bolivariana. Nestes termos é difícil perceber e aceitar que o acordo das bases, a reativação da IV Frota, representasse qualquer perigo ao Brasil, dado seu papel histórico na região e as novas características do desenvolvimento capitalista no país de submissão pelo entrelaçamento subordinado das oligarquias burguesas locais à oligarquia financeira internacional, em especial, sua parcela hegemônica nos EUA; contudo, o desenrolar deste processo e a própria posição do governo brasileiro demonstra que as idéias avançadas deste Editorial já não parecem tão absurdas porque se assim fosse qual o motivo de pedir esclarecimentos a respeito do acordo entre os Estados Unidos e a Colômbia?
Certa vez um sábio visionário afirmou que se a aparência das coisas se confundisse com a sua essência, toda ciência seria supérflua, e, sem dúvida, este sábio aforismo cai como uma luva para os teóricos do Governo Lula, inclusive os ideólogos burgueses que se dizem democráticos, patriotas e nacionalistas. Pois o que justifica a maior potência militar de todos os tempos na história mundial dispor de 7 bases militares para combater o narcotráfico; a luta revolucionária do Povo Colombiano, das FARC-EP e da ELN, a qual denominam de terrorismo; e combater a influência da Revolução Bolivariana na Venezuela? O que poderia justificar um movimento desta ordem?
A História mostra que quando Hitler iniciou a guerra, cujo objetivo geral era o domínio sobre o continente europeu, elegeu como alvo de suas operações iniciais a Áustria, que o movimento de anexação daquele país se deu sem nenhuma resistência, que as tropas de Hitler através de núcleos já estavam presentes naquele país há bastante tempo, portanto, quando da entrada de suas tropas, ao contrário de uma recepção hostil, o que obteve foi a saudação clamorosa do povo. Mas a Áustria era apenas a cabeça de ponte para a passagem das hostes nazistas, em sua estratégia de domínio continental. Hitler enunciou como alvo segundo a jovem Revolução Russa, levando a Europa, em especial a Inglaterra e França, temerosos da Revolução Comunista, a uma aceitação silenciosa da anexação austríaca. E este comportamento político do velho continente europeu levou à histórica destruição e barbárie de vidas a partir de 1939 até 1945. Hitler fez um deslocamento estratégico de seus exércitos, anexando país por país em torno da URSS, mas o seu foco principal era o coração do continente europeu, econômico e político de então: a Inglaterra e a França. A questão que se coloca no momento é que dado o desenvolvimento tecnológico, torna-se impossível o deslocamento de forças que não denunciem o objetivo estratégico. Então, é necessário perguntar: Quem é o coração da América Latina, que numa nova visão estratégica e de um novo regime social, de unidade, integração, solidariedade e soberania dos Povos em Nossa América, poderia ser decisivo para o sonho Bolivariano e Martiano, pelo qual se batem Cuba e agora, Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua? Não há como negar que este país é o Brasil.
E quanto mais cresce o seu desenvolvimento econômico e tecnológico, mais sua capacidade de conhecer as riquezas naturais (pré sal, água potável, biodiversidade) e possibilidades sociais, mais sua importância se mostra decisiva no contexto histórico atual; por outro lado, quanto mais aprofunda a crise do imperialismo no plano internacional, em especial, no centro principal desta crise, os EUA, revelando suas debilidades, ameaçando a hegemonia econômica e monetária, política, resta a herança que ele logrou conquistar no curso das duas guerras mundiais e da guerra fria até os dias atuais: seu complexo industrial militar, arsenal nuclear e demais tecnologias de guerra, espionagem e manipulação que corporificam-se em fatores objetivos e subjetivos, em suas forças armadas e indústria de guerra, e esta situação ainda é mais perigosa quando se vê ameaçado de desintegração interna, convulsão social, ameaça de desabastecimento de cereais para a população e de matérias-primas para sua indústria e vê crescer como na época da grande depressão, os milhões de desempregados, famintos, sem-tetos em suas ruas e principais cidades, vendo crescer a violência a cada dia. O reflexo de toda ideologia de superioridade racial e imperial sobre o mundo posta-se como ferida interna e câncer, que corrói toda a sociedade, atingindo os ícones de sua exuberância irracional: Wall Street, a GM, a Chrysler, a Lehman Brothers, Freddie Mac e Fannie Mae, entre outras; a ponto de após 390 anos de opressão sobre a população negra e 144 anos da libertação da escravatura(*) e das lutas contra o apartheid social, como forma de dupla exploração em cima das populações de etnias distintas, indígenas, latinas, negros, asiáticos, eleger um presidente que expressasse essas "minorias", oprimidas secularmente pela idéia da eugenia racial. Tudo isto se processa nas correntes sanguíneas da sociedade estadunidense. Quando a Alemanha passou a viver a situação de humilhação, após a derrota na I Guerra Mundial, que a crise econômica levou ao desespero o seu povo, vivendo em situação similar ao que vive os EUA hoje, o povo construiu como solução a República de Weimar contra o bolchevismo da Revolução Russa e o canto da vontade nacional da eugenia ariana e assim concentrou a vontade da maioria da população e a esperança de sair da humilhação e do desespero econômico e da submissão em que vivia. Mas a crise de 1929 levou de roldão a República de Weimar, afogada pelo discurso estridente de Hitler, evocando as potências do país. Eis o desfecho que levou ao cataclisma da II Guerra Mundial. O que isto tem a ver com as possibilidades da conjuntura que se forma em Nossa América, impulsionada pela Crise do Capital e a singularidade com os EUA a protagonizem? O desfecho deprimente de sua guerra de ocupação e rapina contra o Afeganistão e o Iraque; a submissão das superestruturas políticas condensadas no Governo Obama, alterando todo o metabolismo social dominado pelo ódio racial e humilhação das vacas sagradas da Ku Klux Khan, na explosão de ódio, torna-se uma variável bastante previsível que poderia unir-se ao complexo industrial-militar em nova estratégia desesperada de afogar as contradições internas pelas contradições externas numa guerra pela recolonização da América Latina. Fidel Castro recentemente afirmou que o acordo entre os Estados Unidos e a Colômbia representa a anexação desta pelos EUA, com o objetivo de destruir a Revolução Bolivariana e a esperança de unidade no continente.
Então, nós do INVERTA, entendemos que o Círculo de Fogo fecha o seu cerco sobre Nossa América, exigindo de todo patriota, democrata, nacionalista, e das forças revolucionárias no continente, a Unidade e a Defesa da Soberania de seus Povos e países. Além disso, que as situações de Honduras, a exemplo do Haiti, são apenas escaramuças, mensurações da capacidade de resposta da AL a um cenário de guerra de ocupação do imperialismo ianque na região: o conflito na Colômbia, o golpe em Honduras, a ocupação do Haiti, o bloqueio à Cuba, a anexação da Colômbia e a ameaça de invasão da Venezuela e sufocamento da Revolução Bolivariana são eixos concretos para a unidade tática e estratégica das forças revolucionárias do continente. O III Congresso da Coordenadora Continental Bolivariana tem a responsabilidade de posicionar-se sobre este eixo e de ter a sensibilidade e sabedoria de confluir as forças revolucionárias no continente para esta luta sem quartéis contra o imperialismo estadunidense. Neste particular, não poderá esquecer a importância do Brasil nem o significado da divisão entre as reais forças revolucionárias no país e os farsantes de ontem e de hoje, que impediram a delegação brasileira de estar presente no Congresso convocado por Bolívar e os que impediram a unidade revolucionária na Tricontinental, expulsando Marighela e isolando as forças revolucionárias dentro do próprio país: a História é pródiga em ironias.
Contra a anexação da Colômbia pelos EUA!
Fora com todas as bases militares norte-americanas do Continente!
Em defesa da Revolução Bolivariana!
Contra o Golpe em Honduras!
Contra a intervenção militar do Brasil no Haiti!
Pela Defesa da Unidade e Soberania Continental!
Pela Revolução Brasileira!
Aluisio Bevilaqua
Editor de INVERTA, membro da Presidência Coletiva da Coordenadora Continental Bolivariana, presidente do Capítulo Brasil da CCB – Luiz Carlos Prestes
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