Gabriel Brito, da Redação do Correio da Cidadania | |
Nos últimos dias, as fraturas internas da Empresa de Correios e
Telégrafos, uma das maiores do mundo em serviços postais, voltaram a ser
expostas ao público com a saída de seu diretor de Recursos Humanos.
Paulo Bifano deixou o cargo fazendo duras acusações contra a atuação de
Helio Costa, ministro das Comunicações, acusando-o de causar uma
proposital paralisia na empresa com o intuito de desmoralizá-la e
privatizá-la.
Em vista disso, o Correio da Cidadania conversou com Moyses Leme, do
Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos. Na
conversa, ele endossa e aprofunda as acusações de Bifano, incluindo-o
entre os principais culpados pelas crises que assolaram os Correios nos
últimos anos. "Lamentavelmente, é graças ao PMDB que vemos esse caos,
Helio Costa, Paulo Bifano, Carlos Henrique, toda a corja que ocupou a
empresa".
Leme não poupa em nada as gestões recentes, listando uma série de
debilidades atuais propositalmente negligenciadas. Cita casos para
ilustrar a enorme promiscuidade política em torno da empresa e afirma
que seriam necessários ao menos 30 mil novos funcionários para atender à
demanda postal atual. O sindicalista ainda critica o tratamento dado
aos servidores, pede o fim das terceirizações e ressalta a necessidade
de a estatal efetuar, e não o mercado, a universalização definitiva dos
serviços postais brasileiros. "40 milhões de brasileiros ainda não
recebem correspondência em casa".
A entrevista completa com Moyses Leme pode ser conferida a seguir.
Correio da Cidadania: Para quem tem acompanhado, é notório que as
brigas políticas internas têm afetado a atuação dos Correios, gerando
inclusive deficiência nos serviços. Um estado de coisas similar já havia
sido abordado pelo Correio da Cidadania no ano passado. O que tem
acontecido na gestão da estatal?
Moyses Leme: Na verdade, esse tipo de problema é antigo na
empresa. Quando se chega aos Correios, numa estrutura como a nossa, onde
gira mais de 12 bilhões de reais por ano, têm-se dois caminhos a
seguir. O primeiro é fazer um projeto de universalização dos serviços
postais, com planejamento, inclusive das compras (que são milionárias),
todo um caminho para ter êxito na gestão da empresa.
Infelizmente, na direção da empresa muitas pessoas vêm cumprir tarefas
partidárias, envolvendo-se na administração para se beneficiar, em prol
do partido ou às vezes do próprio bolso. Isso avançou e tem se
alavancado, com brigas políticas enormes nos Correios, parando a
empresa.
Agora, vai sair a duras penas um concurso público. De fato, houve
problema na elaboração do concurso, que será nacional, quando sempre se
fazia de forma regional. Teve um levante com todos os diretores
nacionais, numa reunião interna em que cobraram soluções. E o diretor
que se aliava à proposta de manter os Correios públicos, sem
terceirizações, com frota própria, parando de privatizar as entregas,
foi convidado a se retirar, o Marco Antonio Oliveira, um diretor que
sempre defendeu esses princípios.
Depois, os diretores que permaneceram desenvolveram uma guerra pessoal.
Recentemente, o Paulo Bifano, diretor de RH, o Carlos Henrique,
presidente da ECT, e o próprio ministro Helio Costa, fizeram parte dessa
discussão. E o Bifano, em entrevista recente à Folha, realmente colocou
uma situação mais grave, acusando os outros dois de atrapalharem e
sabotarem a empresa, impedindo a compra de veículos, os concursos, as
licitações... E sabemos que hoje há uma terceirização de veículos na
empresa, na qual vemos, incrivelmente, que quase todas as empresas
contratadas são de Minas Gerais, estado do ministro das Comunicações.
Essa terceirização também atinge a atividade-fim da empresa, situação
agora agravada com os destemperos do diretor de RH, de acusá-los de
sabotagem na empresa.
Correio da Cidadania: E você concorda com essa colocação do Bifano?
Ele afirmou que os Correios têm mais de 4 bilhões de reais em caixa e
mesmo assim não se fazem investimentos, além de a contratação de novos
funcionários ser em ritmo mais vagaroso do que a demanda sugere. Tal
fala converge com a sua ao Correio da Cidadania, no ano passado, de que a
empresa de fato tem dinheiro pra investir tranquilamente em sua
melhoria.
Moyses Leme: O que pensamos hoje em relação aos Correios é que a
empresa tem sido sucateada. Temos 103 mil funcionários, precisamos
urgentemente de concursos. O correio francês tem 300 mil trabalhadores,
já o brasileiro tem 103 mil. A questão social da empresa tem ficado pra
trás, assim como a do maquinário, da qualidade. Hoje, gastam-se bilhões
de reais com aluguéis. E quando se procura quem são os donos dos
imóveis, vemos Paulo Otavio, Nenê Constantino (empresários de
Brasília do ramo imobiliário envolvidos em diversos escândalos dos
governos locais Arruda e Roriz, com fortunas suspeitas de se originarem
em diversos favorecimentos; ambos estão sob mira constante do Ministério
Público), só pessoas envolvidas em processos complicados.
Os Correios gastam mais de 1 bilhão de reais em aluguéis, sendo que
poderia ter seus próprios, e adequados, imóveis. Temos o know-how, o
conhecimento de como fazer, mas de fato há pessoas sabotando a empresa,
sabotando com S maiúsculo mesmo. E agora o próprio Bifano e o ministro
sabotavam a empresa, buscando desqualificá-la e terceirizar os serviços.
Inclusive, a questão da universalização dos serviços postais deveria ser
contemplada, de acordo com a portaria 1112 do Ministério das
Comunicações, com todo um regramento sobre quantas agências devem ser
abertas e quantos servidores contratados. Mas não vemos por parte do
governo e do Ministério das Comunicações atuação nesse sentido, muito
menos por parte da empresa.
Dentro dos Correios, vemos atividades terceirizadas, inclusive
atividades-fim, o que não deveria ocorrer, mas sim concursos públicos.
Um rombo de bilhões de reais gastos em aluguéis, em que
mega-empresários, como Nenê Constantino e Paulo Octavio aqui em
Brasília, são donos de imóveis, com agências convencionais fechando para
abrir franquias de deputados, senadores, como Gim Argelo... Vamos dar
nome aos bois. Fecham agências convencionais pra abrir as deles.
Correio da Cidadania: A empresa está completamente aparelhada no momento.
Moyses Leme: O que precisamos, de fato, é de um resgate dos
Correios. Acabar com essa questão dos aluguéis absurdos, melhorar a
tecnologia na empresa, dos sistemas. Do orçamento de 651 milhões, só se
gastaram 150 milhões de reais, e faz tempo que não se compram
equipamentos, mesmo com a centralização das compras.
Na área de equipamentos, eles não chegavam por causa da burocracia de
tecnocratas da empresa, que não conseguiam fazê-los chegar aos setores
dos Correios que os demandavam.
Portanto, precisamos de um planejamento e resgate da empresa acima de
partidos políticos e indicações. Precisamos de um planejamento, a fim de
universalizar os serviços postais e trazer a qualidade dos serviços dos
Correios de volta, que é um dos melhores do mundo.
Correio da Cidadania: Até a ultramercadista revista Forbes a elegeu a
melhor do mundo em serviços postais. Incrível, assim, que a empresa
passe por tamanhas turbulências. A parasitagem política do PMDB tem algo
a ver com esse cenário?
Moyses Leme: Ainda somos a melhor empresa mesmo. No correio
americano, gastam cerca de 7 a 14 dias para entregar. Aqui, o período é
de três a quatro dias, com toda a dificuldade. Mas chegamos ao fundo do
poço. Não há planejamento, funcionários. Centraliza-se o planejamento,
mas não há condições reais de executá-lo. Pelo menos tivemos reuniões
com os diretores regionais aqui em Brasília, onde se redigiu um
documento, listando o que havia de errado.
Um exemplo: se você manda uma correspondência de Santa Cecília, na
capital de São Paulo, da rua tal, com um CEP de São José dos Campos, o
que acontece? O funcionário sabe onde é a Santa Cecília, mas por causa
do CEP manda errado pra São José, pra depois carimbar de volta, retornar
ao remetente, que precisa mandar de novo a correspondência.
Não há frota de veículos, as terceirizações estão a todo vapor, um
verdadeiro caos dentro da empresa, o que não permite o trabalho
adequado.
Lamentavelmente, é graças ao PMDB que vemos esse caos nos Correio, ao
senhor Helio Costa, ao Paulo Bifano, ao Carlos Henrique, toda a corja
que ocupou a empresa.
Correio da Cidadania: As terceirizações continuam em alta, mas nas mesmas proporções que anteriormente?
Moyses Leme: Agora estão liberando contratações de terceirizados,
até por determinação do Ministério Público. Isso é irregular e muito
grave. Vamos fiscalizar unidade por unidade. Não pode haver essa entrega
direta do serviço de correspondência, é algo grave.
Porque, sem que se leve a mal, sempre que há uma leva de contratações,
são registrados problemas com assaltos, perda de objetos; são milhões de
reais perdidos, não é brincadeira.
Correio da Cidadania: Dessa forma, você também estenderia as
criticas ao Paulo Bifano, que saiu atirando contra o Helio Costa,
acusando-o de sucatear propositalmente os serviços dos Correios, com a
intenção de posteriormente privatizar mais uma rentável empresa pública?
Moyses Leme: Ele não teve cuidado, não teve respeito, não buscou
em momento algum ouvir os funcionários. Também tem um grupo dentro da
empresa que joga contra, não é só o pessoal de fora. Dentro também,
jogando contra a valorização dos funcionários, só com uma fração deles
possuindo plano de carreira e de salário... É preciso resgatar esses
planos, também o de cargos, trazer de volta o ânimo dos trabalhadores de
níveis médio, técnico e de terceiro grau.
Hoje, o cara entra como engenheiro nos Correios e em um ano sai para
outra empresa. Por quê? Porque não há perspectiva de ascensão, os cargos
comissionados são apenas de indicação política. Às vezes é gente que
não tem conhecimento técnico, ou um conhecimento superior, e sim porque é
sobrinho de senador, de alguém do alto escalão, sendo nomeado para uma
empresa que movimenta bilhões de reais. E as pessoas ficam desmotivadas,
porque, depois de um concurso público, todo o estudo e esforço não
valem nada, pois nunca se irá para outro cargo, a não ser que a pessoa
tenha um parente político ou coisa assim lá dentro. Tal situação precisa
acabar.
É preciso retomar a política de plano de carreira, que dê condições de a
pessoa ascender na empresa, melhorar o salário... Os Correios estão
pagando muito mal, nos níveis médio, técnico e principalmente terceiro
grau. Nós vemos no mundo os governos investindo bilhões de reais em seus
correios. Aqui é o contrário: todos os anos sacam 400 milhões de reais
da empresa. Um dinheiro que deveria ser investido em mais funcionários,
melhores salários, mais agências, mais veículos próprios. Mas não! Hoje,
a logística dos Correios é totalmente terceirizada, portanto, não temos
controle algum sobre a logística da empresa.
Correio da Cidadania: Ou seja, a empresa está totalmente gerenciada
no sentido de servir interesses particulares. Mesmo na condição de
estatal, opera na prática de forma privatizada.
Moyses Leme: Por isso que defendemos o resgate de nossa própria
logística de transporte terrestre, assim como uma outra logística de
transporte aéreo, competindo com empresas do mercado internacional, como
a Fedex. Precisamos discutir essa questão, as empresas internacionais
disputam o filé mignon e nós temos de ficar com tudo, interior e
capitais, enquanto eles só ficam nas capitais. Nós queremos taxá-los
mais por isso também, de modo a reverter mais recursos à estrutura dos
Correios. Até porque precisamos atender à necessidade de universalização
dos serviços postais.
Portanto, é preciso que parem de meter a mão no dinheiro dos Correios,
para que o utilizemos a fim de desenvolver os serviços postais em todos
os municípios. Se não, quem vai fazer isso, a Fedex, a DHL?
Atualmente, 40 milhões de brasileiros não recebem suas correspondências
diretamente em casa. Como fazemos? Por isso estamos mostrando, nós do
sindicato e da federação, tal necessidade, de como é preciso desenvolver
o mercado dos serviços postais.
Correio da Cidadania: A empresa precisaria contratar quantas pessoas
para suprir plenamente suas necessidades de atendimento e caminhar para
essa universalização?
Moyses Leme: Antes de responder a esta pergunta e falar do
concurso que contratará uma quantidade razoável de pessoas, gostaria de
lembrar dos demitidos de 97. Com a aprovação da lei Maria do Rosário,
que está parada no Senado na mão do Inácio Arruda, conseguiríamos
recolocar 4 mil trabalhadores demitidos injustamente no governo FHC,
pelas mãos do Sérgio Motta. Que o diabo o tenha, pois não prestava
mesmo.
Pois esses 4 mil demitidos merecem seus empregos de volta. E a lei está
lá emperrada no Senado. No entanto, mesmo com a volta de todos, ainda
não seria suficiente.
Para prestar um serviço de qualidade à população, o mínimo seriam 30 mil contratações.
A previsão do concurso é 8 mil, mas não dá, é muito pouco, estamos discutindo com a direção da empresa pelo menos 15 mil.
Correio da Cidadania: Além disso, é preciso garantir que as
contratações se efetivem rapidamente após o concurso, o que nem sempre
ocorre.
Moyses Leme: É preciso mesmo deixar isso claro, queremos que o
concurso aconteça, que as pessoas recebam a oportunidade, mas que a
qualidade melhore, pois hoje está difícil trabalhar lá.
Temos que ficar atentos, assim como a imprensa, que precisa esclarecer a
população, que só aumenta, assim como o mercado cresce, como se vê nas
obras pelas cidades, que não param de crescer; e não se vê contratação
de funcionários. Infelizmente, isso acarreta uma péssima qualidade do
serviço.
Além disso, há os problemas da terceirização, precarização do trabalho,
malversação de recursos dentro da empresa, como no caso dos aluguéis de
imóveis, em que se paga para o empresário construir, arcando-se com toda
a obra, e depois os Correios ficam sem nada.
Veja o absurdo: os Correios, por exemplo, querem uma área de 1500m²,
fazem um contrato de cinco anos com uma empresa, que paga tudo relativo à
obra durante esse tempo e depois apresenta uma fatura maior do que
aquilo que foi efetivamente gasto, saindo num lucro enorme. Depois
desses 5 anos, o dono tem um patrimônio imenso! Vai no banco, pega uma
linha de crédito e faz um patrimônio de 5, 10 milhões de reais em 5 ou
10 anos. Isto é, mais uma forma de promover o repasse do dinheiro
público ao setor privado.
Correio da Cidadania: Por mecanismos cada vez mais invisíveis.
Moyses Leme: É um absurdo o que tem acontecido na empresa. Fora a
falta de controle nas franquias, que dão um prejuízo de mais de 1
bilhão por ano. Enfim, é muita coisa a ser resolvida.
Outro exemplo é o banco postal. Tem que sair do Bradesco, precisamos de
parcerias com outros bancos, alguma solução. É uma exploração com os
funcionários da empresa, pois não há horário bancário, caixa adequado,
segurança, e o lucro fica todo com o Bradesco, outra picaretagem. E
ainda postergaram a resolução disso para 2011.
Mas esperamos resolver essa questão já no ano que vem e estender o banco
postal para cada município e distrito do país. Na última pesquisa que
fiz, em 1750 municípios o único banco postal era o nosso. O banco postal
tem de ser uma ferramenta importante, como são os bancos postais
francês, japonês, chinês. No Brasil é que é uma sacanagem, com o perdão
do termo. Você trabalha, corre todos os riscos e o lucro fica com o
Bradesco. E com os outros apadrinhados também esquematizados.
Correio da Cidadania: Após todo esse apanhado das tendências
privatizantes que têm dominado a estatal, como você acredita que a
presidente eleita Dilma Rousseff deve tratar os Correios em seu mandato?
Moyses Leme: Nós temos muita confiança que a presidente Dilma
possa resgatar a empresa. Mas, em primeiro lugar, não tem a menor
condição de o Ministério das Comunicações ficar na mão do PMDB. Esse é o
primeiro ponto, não tem condição (A entrevista foi realizada na
segunda-feira, 29/11; no dia 30, Dilma Rousseff nomeou Paulo Bernardo,
ex-ministro do Planejamento, para a pasta).
Em segundo lugar, o planejamento da empresa deve ser discutido com os
trabalhadores. Eles sabem o que é melhor para a empresa, e não podem ser
ouvidos somente depois de greves. Não pode ser por aí o tratamento com o
trabalhador.
O terceiro ponto é investimento. Em imóveis próprios, em abrir novas
agências, ter uma frota própria de transportes terrestre e aéreo. E
investir na questão humana, com contratações, melhoria salarial em todos
os níveis. Senão, vamos perder nossos profissionais para outras
empresas. Precisamos oferecer plano de carreira, com condições de
ascensão sem que se seja filho, neto, do rei ou coisa assim. Fazer
concursos e dar espaço a muita gente boa que quer contribuir com a
empresa.
Para que se tenha uma idéia, uma das coisas que dá muito lucro na
empresa e que está sendo abandonada são as coleções de selos. Tem todo
um mercado internacional de filatelia e esse setor nos nossos Correios
está acabando! E sempre rendeu milhões de reais. É preciso recuperar
tais aspectos também, relativos à história da empresa.
Acredito que a Dilma vai dar uma resposta positiva, com mobilização dos trabalhadores. Temos muito trabalho pela frente.
Correio da Cidadania: Acredita que a presidente irá combater essas privatizações disfarçadas?
Moyses Leme: Espero que ela acabe com isso. O Serra falou muito
em estatização no período eleitoral, e ela ficou um pouco calada para
não polemizar no momento.
Mas em reuniões que já tivemos com gente do PT, com os deputados Geraldo
Magela, Erika Kokay, falou-se muito na manutenção da empresa pública. O
senador Paulo Paim também é defensor dos Correios públicos e de
qualidade.
Enfim, há um segmento que acredita em outro caminho, de um Correio
eficiente, presente em todos os municípios e distritos do país, com
muita capilaridade. Esse é o único caminho. Uma empresa pública com
forte participação do Estado, que seja mais que uma empresa, e sim uma
entidade que presta o serviço público com cidadania.
Correio da Cidadania: E a Dilma terá essa visão estratégica sobre a empresa?
Moyses Leme: Esperamos tanto que ela tenha essa visão como que
ouça os trabalhadores, as entidades de classe, para que possamos de fato
trilhar tal caminho. Muita gente sabe que esse é o caminho, inclusive
ela. Esperamos que ela não traia a população e os trabalhadores, pelo
contrário, que mantenha a empresa pública e faça os investimentos
necessários, sabendo que o PMDB não tem condição nenhuma de assumir os
Correios. Não se trata de querer impor esse ponto à presidente, mas já
está comprovado, são coisas que já aconteceram. Eles não têm condições
de administrar o Ministério das Comunicações, são muito incompetentes.
Correio da Cidadania: Dessa forma, o que pensa da atuação de Helio
Costa no Ministério das Comunicações? Muitas figuras, a respeito de
outros assuntos, o chamaram criticamente de ‘ministro da Globo’, uma vez
que por diversas vezes se posicionou publicamente no sentido de
tranqüilizar a mídia hegemônica em assuntos de seu interesse – além de
ser ex-funcionário da emissora. Trata-se de um privatista nato,
empenhado em transferir patrimônio público a grupos políticos de sua
proximidade?
Moyses Leme: A gente viu isso. Durante todo seu período, ele deu
seqüência às terceirizações, ao fim das garagens, impediu toda sorte de
investimentos. O próprio Bifano, de outra ala do PMDB, foi quem fez as
denúncias que vimos na imprensa nos últimos dias. Nem a gente sabia que a
coisa era tão profunda assim, com tanto descaso do ministro em relação à
empresa, falta de cidadania. Pior: ele não tinha respeito nem pela
soberania do país, porque um Correio público também é questão de
soberania. E respeito à população.
Portanto, queria dizer que nós trabalhadores esperamos que, de fato, as
coisas mudem, que ocorram contratações, o fim das terceirizações, que
possamos ter nossa logística terrestre e aérea e um maior diálogo. E que
levem a sério o que falarmos, pois tudo que acontece hoje foi acusado
com muita antecedência e não foi levado a sério por ninguém, diretor de
RH, presidente, diretoria, conselho, governo...
Tudo que acontece agora na empresa nós estávamos criticando, relatando e
denunciando há muito tempo. Conhecemos a situação de perto e queremos
solução. O governo precisa dar atenção ao trabalhador, que tem
conhecimento de causa.
Correio da Cidadania: Para isso é preciso abandonar, pelo menos em
parte, a visão completamente mercantilizada das relações sociais que
temos hoje em dia, retomando também, como você disse, o caráter humano
de uma empresa pública.
Moyses Leme: Claro, é preciso considerar a questão social. A
empresa é boa, tem tudo para avançar e crescer, pois também está num
mercado que cresce cada dia mais. É possível fazer um trabalho com
seriedade e profissionalismo. Por isso reforço a questão do plano de
carreira, pois os trabalhadores costumam ter compromisso com a empresa.
Em geral, quem tem compromisso com a empresa são os do segundo escalão,
não os de cima. Esses vivem do status superior, não estão nem aí pra
nada, apenas seguem ordens, já estão com a vida ganha, enfim, não querem
nada.
Queremos renovação, com pessoas capacitadas, com condições de
desempenhar as necessidades dos Correios, contratando funcionários e
universalizando os serviços postais. É o que esperamos.
Correio da Cidadania: Alguns estados têm começado a cobrar, inclusive
judicialmente, por uma resposta dos Correios, pois alguns de seus
cidadãos vêm ficando sem receber suas correspondências. Por sua vez, a
empresa alega que os próprios estados e municípios deixam de colaborar
ao não fazerem o cadastro de todos os endereços de seu território. Algo
tem sido feito para sanar os problemas?
Moyses Leme: Tem de ser feito. Os estados têm que contribuir
também. Na verdade, não há o interesse nem da empresa, por meio do
Ministério das Comunicações, e nem dos estados e municípios na questão
postal.
Em Brasília, por exemplo, temos 500 mil pessoas que não recebem
correspondência diretamente. A capital do país. Devido também à falta
desse trabalho por parte dos municípios e dos legislativos. Tais
questões só se resolvem com contratação de concursados e fim das
terceirizações de atividades-fim, negativas para o cliente e a empresa.
É o que queremos mudar.
Correio da Cidadania: Você vê possibilidades de entrarmos em um ‘caos postal’?
Moyses Leme: Com concursos públicos e a contratação emergencial,
mais a aprovação da lei dos trabalhadores demitidos em 97, penso que
conseguiríamos dar uma melhor qualidade aos nossos serviços postais. Com
mais respeito pela empresa e os trabalhadores e o fim do assédio moral,
podemos evitá-lo.
Gabriel Brito é jornalista.
|
Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
domingo, 5 de dezembro de 2010
“Precisamos de um resgate dos Correios acima de partidos políticos e indicações”
Mais uma imprescindível se foi....
Aos 92 anos, morre a ativista de direitos humanos uruguaia María Esther Gatti
A ativista de direitos humanos uruguaia María Esther
Gatti, fundadora da Associação de Mães e Familiares de Uruguaios Presos
durante a última ditadura militar do país (1973-1985), faleceu neste
domingo (5/11) ao 92 anos, informou o Museu da Memória em comunicado .
"María Esther lutou incansavelmente pela aparição de sua filha, María Emilia Islas, seu genro, Jorge Zaffaroni, e sua neta Mariana Zaffaroni, sequestrados e desaparecidos na Argentina no dia 27 de setembro de 1976, durante a Operação Condor", consta no comunicado da entidade.
A Operação Condor foi uma aliança entre os regimes militares da América do Sul — Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai — criada com o objetivo de coordenar a repressão a oposicionistas dessas ditaduras instaladas no Cone Sul.
Uma das lutas de María Esther foi para saber do paradeiro de sua neta Mariana, sequestrada quando tinha apenas 18 meses. Depois de muito tempo procurando, finalmente localizou a neta em 1992 e consegui a restituição de sua identidade e o processo dos sequestradores.
Além da busca pela neta, a ativista ficou conhecida pela campanha pela anulação da Ley de Caducidad, como é chamada no Uruguai a medida que anistiu os agentes da repressão da ditadura.
"Não se pode perder jamais a esperança e muito menos a vontade de lutar", disse María Esther em março deste ano ao comemorar a inauguração de uma biblioteca e o aniversário de 35 anos de Mariana. Até o fim de sua vida, ela buscou o paradeiro de sua filha María Emília.
Seu corpo será velado entre hoje e amanhã na Universidade da República em Montevidéu, segundo o site de notícias uruguaio Observa.
"María Esther lutou incansavelmente pela aparição de sua filha, María Emilia Islas, seu genro, Jorge Zaffaroni, e sua neta Mariana Zaffaroni, sequestrados e desaparecidos na Argentina no dia 27 de setembro de 1976, durante a Operação Condor", consta no comunicado da entidade.
A Operação Condor foi uma aliança entre os regimes militares da América do Sul — Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai — criada com o objetivo de coordenar a repressão a oposicionistas dessas ditaduras instaladas no Cone Sul.
Uma das lutas de María Esther foi para saber do paradeiro de sua neta Mariana, sequestrada quando tinha apenas 18 meses. Depois de muito tempo procurando, finalmente localizou a neta em 1992 e consegui a restituição de sua identidade e o processo dos sequestradores.
Além da busca pela neta, a ativista ficou conhecida pela campanha pela anulação da Ley de Caducidad, como é chamada no Uruguai a medida que anistiu os agentes da repressão da ditadura.
"Não se pode perder jamais a esperança e muito menos a vontade de lutar", disse María Esther em março deste ano ao comemorar a inauguração de uma biblioteca e o aniversário de 35 anos de Mariana. Até o fim de sua vida, ela buscou o paradeiro de sua filha María Emília.
Seu corpo será velado entre hoje e amanhã na Universidade da República em Montevidéu, segundo o site de notícias uruguaio Observa.
Fonte: OperaMundi
Janis Joplin & Jorma Kaukonen - The Typewriter Tape - 1964
1. Trouble In Mind 3:44
2. Long Black Train 3:59
3. Kansas City Blues (False Start) 0:19
4. Kansas City Blues 3:01
5. Hesitation Blues 4:18
6. (Strumming) 0:14
7. Nobody Knows When You're Down 3:18
8. Daddy, Daddy, Daddy 3:58
Recorded on June 30, 1964
Janis Joplin - Vocals
Jorma Kaukonen - Guitar
Margareta Kaukonen - Typewriter
A primeira gavação de Janis, com Jorma Kaukonen, o futuro guitarrista de Jefferson Airplane, gravado na casa dele e com Margareta Kaukonen fazendo a percussão com uma máquina de escrever.
Créditos: Loolo
O filme que inspirou "Tempos Modernos" de Chaplin
A nós a liberdade - 1931
SINOPSE
Um
rico industrial é chantageado por causa do seu passado, recebendo então
a ajuda de um antigo companheiro de prisão. Encantadora comédia
satírica em estilo opereta, dirigido e escrito por René Clair, um dos
mais admirados cineastas franceses de todos os tempos, o primeiro a ser
eleito para a Academia Francesa. "A Nós a Liberdade" influenciou
decisivamente Charles Chaplin ao fazer Tempos Modernos, tornando-se
também uma poderosa denúncia à sociedade moderna mecanizada.
DADOS DO ARQUIVO
Diretor: René Clair
Áudio: Francês
Legendas: Português
Duração: 104 min.
Qualidade: DVDRip
Tamanho: 634 MB
Servidor: Megaupload (3 partes)
sábado, 4 de dezembro de 2010
Leilão da Banda H aumenta conflito entre governo e empresas de telefonia móvel
Igor Natusch no Sul21
O choque de interesses entre governo federal e as operadoras de
telefonia móvel teve um novo capítulo no decorrer desta semana. A
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não aceitou as alegações
do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel
Celular e Pessoal (SindiTelebrasil) e manteve o edital de licitação para
a chamada Banda H, marcado para o dia 14 de dezembro. A Banda H é a
última faixa de frequência de telefonia disponível para a tecnologia de
terceira geração, conhecida como 3G.
O leilão divide a Banda H em 15 áreas, em um total de 165 lotes.
Pelas regras do edital, as empresas que já exploram tecnologias 3G –
Vivo, Oi, Tim e Claro – não podem participar da primeira etapa do
leilão. O edital privilegia operadores que não trabalham com tecnologia
3G, permitindo que elas possam tentar arrematar os lotes sem a
concorrência de empresas já estabelecidas nessa faixa de mercado. As
teles que já exploram o serviço só poderão participar caso não haja
nenhum novo interessado na frequência.
Frequência estratégica
O Plano Nacional de Banda Larga trabalha com três objetivos básicos.
Além de melhorar a qualidade dos serviços e diminuir o valor final para o
consumidor, há uma grande preocupação em aumentar a abrangência da
banda larga no Brasil. No momento, a cobertura está concentrada no Sul e
Sudeste, regiões onde a renda per capita é maior. Para que essa
realidade se modifique, o governo federal aposta em tecnologias que
ampliem o alcance da banda larga, além de propor um novo marco
regulatório para as telecomunicações. Nesse sentido, a utilização de
novos espectros de frequência, como a banda H e a faixa dos 450
Megahertz, de longo alcance, pode ser decisiva para disseminar a
internet em ambientes rurais.
O uso da Banda H é considerado estratégico para o fortalecimento do
Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), pois pode acelerar a chegada da
internet rápida em áreas ainda não contempladas. Dentro da política de
aumentar a competitividade no setor, a Anatel optou por priorizar no
leilão as operadoras que ainda não têm licença para oferecer o serviço.
As teles atuais, caso desejem concorrer, poderão participar apenas a
partir de uma segunda fase do leilão caso a primeira fase for deserta –
ou seja, se nenhuma empresa ainda sem licença apresentar proposta pelas
concessões. Como a Nextel já deu sinais de que deve apresentar proposta
pela frequência, é remota a possibilidade das teles terem a chance de
oferecer lances pela Banda H.
As empresas de telefonia móvel excluídas desejam participar do
processo desde a primeira fase e deixam bem clara a insatisfação. Ao
todo, seis entidades (Claro, TIM, Oi, CTBC Celular, Vivo e o sindicato
SindiTelebrasil) pediram a impugnação do edital da banda H. Nas
petições, as empresas solicitam à Anatel ampla participação das
prestadoras de serviços de telefonia móvel na licitação além de
questionar o fato de o edital não permitir a devolução em caso de
aquisição de faixas acima do teto estabelecido. Curiosamente, nenhum dos
pedidos solicita a suspensão do leilão da banda H. Os pedidos de
impugnação foram negados pela comissão especial da Anatel encarregada de
coordenar o leilão.
SindiTelebrasil aguarda documentos
O diretor executivo do SindiTelebrasil, Eduardo Levy, declarou na
quinta-feira (2) que vai esperar a entrega de documentos da Anatel para
decidir se vai tomar medidas judiciais contra o leilão da Banda H. Os
documentos solicitados referem-se aos estudos feitos pela Anatel para a
elaboração do edital do leilão.
Segundo ele, mesmo com a Anatel negando a participação das teles na
primeira fase do leilão da Banda H, não é interesse das operadoras de
telefonia inviabilizar o processo. Além da licitação da faixa em
questão, serão incluídas também cotas restantes de outras faixas de
frequência já licitadas, as quais podem receber lances das empresas que
já atuam na faixa 3G.
“Nós entendemos que participando do leilão, a sociedade vai ganhar
porque vai haver maior competição”, disse Levy, em entrevista ao jornal O
Globo. “Não significa necessariamente que vamos ganhar, mas queremos
participar do jogo”. De qualquer modo, o interesse nas sobras de outras
frequências pode levar a SindiTelebrasil a um recuo estratégico. Está
sendo estudada também a possibilidade de requerer judicialmente a
intervenção apenas no leilão da Banda H, permitindo a continuidade da
licitação de outras frequências. A entidade deve decidir no começo da
próxima semana se entrará ou não com ação na Justiça contra a decisão da
Anatel.
Não é de hoje, de qualquer modo, que a situação provoca desconforto
nas empresas de telefonia móvel. Em outubro, durante o evento Futurecom
2010, o presidente da Associação Nacional de Operadoras Celulares
(Acel), Luiz Eduardo Falco, já tinha deixado clara sua contrariedade com
a situação. “Você prestigiar quem está entrando é muito justo, mas
desprestigiar quem está há muito tempo no mercado não faz sentido.
Ninguém (das teles) gostou”, afirmou.
O assessor especial do comitê gestor do projeto de inclusão digital
da Presidência da República, Nelson Fujimoto, considera natural que o
edital privilegie quem ainda não explora os serviços 3G. “O governo
busca ampliar a competição para que os preços caiam sem prejudicar a
qualidade do serviço. Já tomamos ciência das reclamações, obviamente,
mas elas ainda estão na esfera administrativa, nada foi judicializado”,
garante.
Ações na Justiça
Não é o caso, certamente, de outros aspectos relacionados com o Plano
Nacional de Banda Larga. No momento, duas ações na Justiça, ambas
impetradas pela SindiTelebras, tentam barrar tanto a participação da
Telebras no PNBL quanto a aplicação do Plano Geral de Metas de
Universalização (PGMU 3), que trata do aumento progressivo do acesso à
telefonia fixa e móvel. As ações, que correm na Justiça Federal do Rio
de Janeiro, tentam evitar que a Telebras se torne a única operadora da
PNBL, além de alegar que o PGMU 3 vai contra a Lei Geral de
Telecomunicações (LGT) e os contratos de concessão em vigor.
Em entrevista ao Sul21, o presidente do Conselho de
Administração da Telebras, Cezar Alvarez, criticou a postura das
empresas de telefonia. “As operadoras tentam fazer com que o governo não
governe, tentam forçar o governo a deixar de cumprir seu papel”,
criticou. “Esse é um mercado público, relativo a um serviço essencial e
estratégico, não apenas para as comunicações, mas até mesmo para a
democracia”.
“O tema, infelizmente, foi judicializado pelo SindTelebras”, lamenta
Nelson Fujimoto. Garante, porém, que só teve conhecimento das ações por
meio dos jornais. “Não fomos citados ainda”, garante. “Não vemos motivos
para mudar prazos. Claro que estamos sempre abertos para conversar com a
entidade, mas não vamos discutir com a faca no pescoço”, assegura.
Nelson Fujimoto, do comitê de inclusão digital da Presidência, diz
estranhar que as empresas tenham aceitado o PGMU anterior, que tratava a
internet como serviço de telefonia, e agora se oponham a essa mesma
categorização. “Algumas dessas reclamações precisam ser melhor
esclarecidas”, acredita Fujimoto. Lembrando que os serviços de telefonia
são os mais citados em órgãos de defesa do consumidor, ele diz que a
atitude da SindiTelebrasil não é “republicana”. “Trata-se de uma ação
prévia, sem conhecimento. Não penso que isso seja salutar para a
democracia”, diz.
Quando a terra é o limite. Zapata e a Revolução Mexicana
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Da tragédia das chuvas à resistência organizada de um povo
“Dont mix races”: Como o direita racista anda educando suas crianças
Conceição Oliveira em seu blog
Enquanto isso nos EUA:
Enquanto isso nos EUA:
Trata-se
de um programa de tevê estadunidense, triste no formato, na inadequação
(as crianças mal conseguem ler os roteiros) mas, principalmente triste
porque defende o indefensável: o discurso da supremacia branca e cristã.
Walt Disney Company demorou 86 anos para levar para as telas do cinema
uma protagonista negra. O comentário depreciativo sobre o filme “The Princess and The Frog” além de servir como reforço ao discurso contra união interracial, serve também para estigmatizar religiões afro.
Fico
me perguntando qual é a fronteira legal nos Estados Unidos que permite
discursos como estes serem veiculados na tevê. Recorrer à Primeira
Emenda para defender estas sandices me parece um absurdo.
De
todo modo, da próxima vez que você sentir inveja dos EUA com este eterno
complexo de colonizado, lembre-se de Andrew Pendergraft e imagine um
vídeo de crianças negras fazendo algo semelhante.
O vídeo foi legendado pelo @quantotempodura que fez uma breve pesquisa sobre os mentores da intolerância racista, reproduzo-a:
“O nome do garoto é Andrew Pendergraft. A família dele inteira faz parte da KKK. Por sinal, ele é neto de um dos fundadores, Thomas Robb. Assim sendo, o garoto foi criado desde o nascimento pra ser racista.Andrew já faz o “The Andrew Show” há vários meses. Em todo episódio é a mesma coisa: ele começa falando de algum assunto qualquer pra na sequencia encaixar esse assunto com… “Dont mix races”“Dont mix races” – Não misture as raças. Para Andrew, quer dizer, pra quem escreve os discursos de Andrew, brancos devem ficar afastados de negros, asiáticos, etc. Tudo para manter a “Supremacia branca”Andrew está com 10 anos e já divulga o racismo pelo mundo afora, graças à sua família maluca.Assista, sinta nojo e entenda que pro racismo acabar, você tem que criar seus filhos direito.”
O tráfico no Rio e o crime organizado transnacional
Os verdadeiros chefes do narcotráfico no Rio de Janeiro são ligados à
rede do crime organizado transnacional que movimenta no sistema bancário
internacional cerca de 400 bilhões de dólares por ano. Esses são os
grandes responsáveis pela violência e pelo tráfico de drogas e armas em
todo o mundo. A situação que vemos no hoje no Rio reflete um quadro
internacional, onde as polícias só conseguem apreender entre 3 e 5% das
drogas ofertadas no mercado. É preciso ter em mente essa dimensão global
do crime organizado na hora de buscar soluções para enfrentar o
problema em nossas cidades. A avaliação é do jurista Wálter Maeirovitch
(foto), colunista da revista Carta Capital e ex-secretário nacional
antidrogas da Presidência da República.
Compreender essa dimensão global é condição necessária para evitar
discursos e propostas de soluções simplistas para o problema.
Maierovitch dá um exemplo: “Os produtos principais do tráfico de drogas
são a maconha e a cocaína. Tomemos o caso da cocaína. Sua matéria prima,
a filha de coca, é cultivada nos Andes, especialmente no Peru, Bolívia,
Colômbia e Equador. No entanto, a produção da cocaína exige uma série
de insumos químicos e nenhum destes países tem uma indústria química
desenvolvida. O Brasil, por sua vez, possui a maior indústria química da
América Latina”. Ou seja, nenhum dos países citados pode ser apontado,
isoladamente, pela produção da cocaína. Essa “indústria” tem um caráter
essencialmente transnacional.
Novas tendências das máfias transnacionais
Presidente do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone de Ciências
Criminais, Wálter Maierovitch é um estudioso do assunto há muito tempo. O
livro “Novas Tendências da Criminalidade Transnacional Mafiosa”
(Editora Unesp), organizado por ele e por Alessandra Dino, professora da
Universidade Estadual de Palermo, trata dessas ramificações
internacionais do crime organizado. A primeira Convenção Mundial sobre
Crime Organizado Transnacional, organizada pela ONU, em 2000, em
Palermo, destacou o alto preço pago ao crime organizado internacional em
termos de vidas humanas e também seus efeitos sobre as economias
nacionais e sobre o sistema financeiro mundial, onde US$ 400 bilhões são
movimentados anualmente.
Em 2009, diante da crise econômico-financeira mundial, o czar
antidrogas da ONU, o italiano Antonio Costa, chamou a atenção para o
fato de que foi o dinheiro sujo das drogas funcionou como uma
salvaguarda do sistema interbancário internacional. “Os bancos não
conseguem evitar que esse dinheiro circule, se é que querem isso”,
observa Maierovitch. A questão da droga, acrescenta, é muito usada hoje
para esconder interesses geopolíticos. Muitos países são fortemente
dependentes da economia das drogas, como é o caso, por exemplo, de
Myanmar (antiga Birmânia), apontado pela ONU como o segundo maior
produtor de ópio do mundo (460 toneladas), e de Marrocos, maior produtor
mundial de haxixe. (Clique aqui para ler mais)
Foto 1: Divulgação
Foto 2: Marcelo Cassal Jr (Agência Brasil)
Foto 2: Marcelo Cassal Jr (Agência Brasil)
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