O movimento de protesto no Egipto:
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29/Jan/11
Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
O movimento de protesto no Egipto:
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O Diário
- Primeiro foram os protestos em Argel contra a subida dos preços.
Depois ocorreram as grandes manifestações da Tunísia, reprimidas com
ferocidade pela ditadura de Zin Ben Ali.
O protesto evoluiu para
rebelião nacional. Em Washington acreditou-se que a fuga de Ben Ali e a
formação imediata de um governo transitório presidido pelo
primeiro-ministro Ghanuchi «normalizaria» a situação. Mas isso não
aconteceu. O povo manteve-se nas ruas exigindo o afastamento de todos os
ex-ministros do ditador incluindo o primeiro-ministro e a punição dos
elementos da engrenagem corrupta do Poder.
Na Casa Branca e no
Pentágono a inquietação cedeu lugar a uma atmosfera de alarme quando os
acontecimentos da Tunísia começaram a abalar o mundo árabe, do Atlântico
ao Tigre e ao Golfo Pérsico.No Cairo e depois em Suez e noutras cidades os egípcios decidiram também desafiar o poder despótico de um regime corrupto e vassalo. Hosni Mubarak respondeu com a repressão. Mas o povo não se intimidou e, em manifestações gigantescas, exigiu a renúncia do presidente e da sua camarilha. Isso no momento em que Mubarak, na presidência há três décadas, se preparava para designar como seu sucessor o filho Gamal. Quase simultaneamente, em efeito de contágio dominó, os iemenitas tomaram as ruas em Sana, a capital, num movimento de protesto torrencial. Em Marrocos, o rei, dócil instrumento dos EUA e da França, assustado, decide impedir a subida do preço dos alimentos e de bens essenciais, temendo pelo futuro da monarquia feudal. Na Arábia Saudita o clima é de tensão. O mesmo ocorre no Sultanato de Oman e na Jordânia, um estado artificial criado pelos ingleses após a I Guerra Mundial. Registe-se que todos esses países eram (ou são) oprimidos por regimes ditatoriais, tutelados por Washington, cujos governantes actuam como instrumentos da sua estratégia para o Médio Oriente e a África muçulmana. OS EUA temem sobretudo o rumo imprevisível da situação criada no Egipto, um gigante com quase 80 milhões de habitantes, o país tampão entre a África e a Ásia que controla o Canal de Suez e tem uma fronteira explosiva com a Palestina (Gaza) e Israel. Mubarak tem sido ao longo dos 30 anos do seu consulado o mais submisso dos aliados de Washington. Com excepção de Israel, é o maior recebedor da «ajuda» financeira norte-americana, 1.300 milhões de dólares por ano, grande parte investida na compra de armamento. O Egipto foi o primeiro país árabe a estabelecer relações diplomáticas com o Estado sionista de Israel e sem a sua cumplicidade a estratégia de dominação imperialista na Região seria inviável. É compreensível portanto o temor de Washington (e de Tel Aviv) nascido da rebelião em marcha dos povos árabes contra os regimes ditatoriais que suportam há décadas. Como era de esperar, os analistas de serviço nos media portugueses acumulam disparates nos comentários aos acontecimentos da Tunísia e do Egipto. Fazer previsões sobre o desfecho das rebeliões populares árabes que alarmam a Casa Branca e as burguesias europeias, suas aliadas seria uma imprudência. Mas pode-se afirmar que a saída torrencial das massas às ruas em países aliás muito diferentes, exigindo o fim de regimes autocráticos e corruptos, configura uma derrota do imperialismo. É significativo que El Baradei (um politico que goza da confiança do Departamento de Estado) tenha voado imediatamente para o Cairo, apresentando-se como alternativa a Mubarak. Cumprir ali a missão de bombeiro no incêndio social egípcio é o seu objectivo. Também na Tunísia, os EUA tudo farão para evitar a radicalização do processo. Seja qual for o desenvolvimento das lutas populares em curso, a atitude de intelectuais que se apressaram a antever na rebelião tunisina o prólogo de um 25 de Abril árabe é romântica. Não devemos esquecer o ensinamento de Lenine segundo o qual não há revolução social profunda vitoriosa, que dure, sem que a sua direcção seja assumida por um partido ou organização revolucionária. E tal partido não é identificável na rebelião árabe, marcada pelo espontaneismo. O tsunami político que agita o mundo árabe deve porém ser saudado com firmeza e entusiasmo pelas forças progressistas em todo o mundo. As massas, assumindo-se como sujeito histórico, tomam as ruas. A rebelião pode desembocar em revoluções democráticas nacionais. Os editores de Odiário.info |
Poster
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Sinopse
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Ialta,
verão de 1899. Dmítri Gurov, banqueiro moscovita, apaixona-se pela
jovem Ana Sierguéievna, que passeia sempre com seu cachorrinho. Ele vive
um infeliz casamento arranjado; ela afunda-se numa união sem amor.
Ambos de férias sem seus cônjuges, Dmítri e Ana começam uma relação
amorosa. Após breve período, ela regressa a Saratov e ele a Moscou,
acreditando que ser este um adeus definitivo. Por todo o inverno, Dmítri
sente-se infeliz, melancólico e irritadiço. Em desespero, ele decide ir
a Saratov, surpreendendo Ana num concerto. Temendo ser descoberta em
sua cidade natal, ela promete ir a Moscou revê-lo. Abdicarão eles de
suas reputações para viverem juntos ou será uma relação inconstante,
marcada por encontros furtivos em quartos de hotel?
Baseado no conto de Anton Tchekhov, A Dama do Cachorrinho é um belíssimo filme sobre o amor, nomeado à Palma de Ouro em Cannes. Legendas Exclusivas !!
CRÉDITOS: cinebaixar, POSTADO NO MAKINGOFF.ORG
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Elenco
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Informações sobre o filme
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Informações sobre o release
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Iya Savvina...Ana Sierguéievna Aleksey Batalov...Dmítri Gurov Nina Alisova...Madame Gurov Pantelejmon Krymov...von Didenitz | Gênero: Drama Diretor: Iosif Kheifits Duração: 83 minutos Ano de Lançamento: 1960 País de Origem: Rússia Idioma do Áudio: Russo IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0053746/ | Qualidade de Vídeo: DVD Rip Vídeo Codec: XviD Vídeo Bitrate: 1.051.662 Kbps Áudio Codec: MPEG1/2 L3 Áudio Bitrate: 96 kbps 48 KHz Resolução: 576 x 432 Aspect Ratio: 1.333 Formato de Tela: Tela Cheia (4x3) Frame Rate: 25.000 FPS Tamanho: 700.3 MiB Legendas: Em anexo |
Premiações
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- Nomeado à Palma de Ouro em Cannes, em 1960. - Prêmio Especial pelo Nobre Humanismo e Excelência Artística em Cannes, em 1960. - Nomeado ao Prêmio BAFTA de Melhor Filme, em 1963. | ||
Curiosidades
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Sobre o conto de Tchekhov: Anton Tchekhov escreveu o conto A dama do cachorrinho, uma de suas obras-primas, no final de 1899, quando se encontrava em Ialta, época em que sua saúde estava seriamente abalada. Maximo Gorki, amigo de Tchekhov, escreveu-lhe, após ter lido esse conto: “Li sua Dama. Sabe você o que está fazendo? Está matando o realismo. E acabará de matá-lo. Em breve há de liquidá-lo por muito tempo. Essa forma já viveu o que tinha de viver – é um fato! Ninguém pode ir mais longe que você por esta senda, ninguém pode escrever com tamanha simplicidade sobre coisas tão simples, como você sabe. Depois do mais insignificante de seus contos, tudo o mais parece grosseiro e escrito não com a pena, mas com um pedaço de pau. E, principalmente, tudo parece não simples, isto é, inverídico. É verdade (...) E quanto ao realismo, você vai exterminá-lo mesmo. Estou contente ao extremo. Chega! Diabo que o carregue!” Gorki prossegue com sua carta para o amigo Tchekhov: “Com efeito, chegou o tempo de se necessitar de algo heróico: todos desejam algo excitante, colorido, que não seja parecido com a vida, mas sim mais elevado que ela, melhor, mais belo. É absolutamente indispensável que a literatura atual comece a enfeitar um pouco a vida e, logo que ela o comece, a vida se embelezará, isto é, os homens viverão de modo mais veloz e vibrante. E, agora, veja que olhos ordinários eles têm: enfastiados, turvos, congelados”. [...] Ainda, sobre a repercussão do conto de Tchekhov, A dama do cachorrinho, agora com a manifestação de Tolstoi, como foi anotado no seu diário, em 16 de janeiro de 1900: “Li A dama do cachorrinho, de Tchekhov. Sempre Nietzsche. Pessoas que não elaboraram em si uma clara visão do mundo, que separe o bem e o mal. Antes se intimidavam, ficavam à procura, mas agora, acreditando encontrar-se além do bem e do mal, permanecem aquém, isto é, quase uns animais”. Em A dama do cachorrinho, Tchekhov criou o personagem Guru, homem casado, que, na estação de veraneio de Exalta, conheceu a dama do cachorrinho, Ana Sierguieivna, mulher também casada, que, uma semana após o primeiro encontro, levou-o ao seu quarto. O que se passa na mente de Ana e Gurov, nesse primeiro encontro, é contado com sutileza e maestria por Tchekhov. Passado algum tempo, Ana regressa para sua casa, numa província perto de Moscou, e Gurov regressa a Moscou e reassume o seu trabalho no banco. Gurov não conseguindo esquecer Ana, procurou-a mais tarde em sua casa; com medo de ser descoberta pelo marido, prometeu encontra-se com ele em Moscou. A partir daí passaram a encontrar-se a cada dois ou três meses; os amantes convencem-se de que foram feitos um para o outro; mas não há uma solução definitiva para o caso; Tchekhov deixa o desfecho por conta do leitor. Essa falta de conclusão no conto A dama do cachorrinho espantou os críticos de Tchekhov, como V. Burênin, que escreveu no Nórvíe Vrênia, em 25 de janeiro de 1900: “O final nas obras deste literato de talento surge no ponto em que, segundo parece, deveríamos esperar o verdadeiro trabalho do criador”. Além do caráter fragmentário do conto, outros críticos fizeram restrições ao conto sob o aspecto moral. Hoje, evidentemente, tais críticas não seriam feitas por críticos sérios, quer quanto à forma, quer quanto ao seu conteúdo. Texto de Pedro Luso de Carvalho em: http://panorama-dire...achorrinho.html | ||
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Escrito por Grupo São Paulo no Correio da Cidadania | |
O legado da Revolução Mexicana nos traz dilemas e feridas ainda abertas
até os dias de hoje. Nesse momento histórico e político da realidade
contemporânea, em que o princípio das grandes revoluções parece ter se
esgotado, será que compreendemos de fato quais foram as forças políticas
atuantes naquele período? Para pensadores, como Adolfo Gilly, tratou-se
de uma "revolução inacabada", nome dado inclusive para o seu célebre e
ainda fundamental livro.
Os chamados neo-zapatistas estariam completando, em pleno século XXI, o
que não tem sido feito há cem anos? Para refletir sobre isso é
necessário, antes de tudo, compreender como estava, historicamente
falando, o México pré-revolução. O quadro político do período que
antecedeu à data oficial da revolução - 20 de novembro de 1910 – começou
a ser delineado após declaração de independência do país, em 16 de
setembro de 1810.
Daquele período em diante, conservadores, moderados e liberais iniciaram
uma luta, muitas vezes sangrenta, para colocar em prática os seus
interesses. Enquanto os conservadores ansiavam por um retorno ao
passado, em que a hegemonia do poder estava nas mãos da Igreja Católica,
os moderados perfilaram-se com os liberais mais radicais sem, no
entanto, propor o fim dos privilégios da Igreja.
A aprovação da constituição mexicana de 1857 foi uma vitória dos
moderados. Ela retirou da Igreja Católica o título de religião oficial,
mas não aboliu os seus privilégios, desagradando tanto conservadores,
como liberais. Essa turbulência política só veio a se dissipar após a
chamada Guerra da Reforma (dezembro de 1857 a janeiro de 1861), quando o
liberal Benito Juárez assumiu o poder.
Em seu longo governo (1858-1872), Benito Juárez delineou os primeiros
contornos do que é o México hoje. Venerado como herói carismático, de um
lado, ele jamais abandonou a sua origem indígena nem deixou a defesa de
teses como respeito e liberdade; por outro lado, foi contraditório ao
retirar as terras dos indígenas sob a justificativa de que o campo não
deveria ficar para trás em relação ao frenético ritmo exigido pelo
capitalismo.
Com a morte de Benito Juárez, o novo presidente, Sebastian Lerdo de
Tejada, radicalizou as idéias liberais do Estado mínimo e da liberdade
de mercado, o que desagradou os seguidores de Porfírio Díaz, alinhados à
teoria positivista do Estado. Para os porfiristas, que ficaram no poder
de 1876 a 1911, o capitalismo só progrediria se coibisse os excessos do
individualismo liberal e reprimisse "desvios" de quaisquer espécies, o
que significou a eliminação dos Ejidos (terras comunais indígenas) e o
massacre de povos indígenas, considerados "primitivos" e contrários ao
capitalismo monopolista. Resultado: entre 1876 e 1900, o México cresceu
algo em torno de 8% ao ano, mas à custa do aumento da miserabilidade da
grande maioria da população.
Estavam criadas todas as condições para a Revolução Mexicana de 1910. A
frente revolucionária ficou dividia entre, de um lado, o grupo liberal
democrata burguês, representado, entre outros, por Camilo Arriaga e
Francisco Madero e, de outro lado, Emiliano Zapata e Pancho Villa, que
dariam o tom mais progressista e realmente interessado em defender os
interesses dos camponeses e indígenas.
Influenciados por um liberalismo mais radical e depois ligados à teoria
anarquista, temos ainda os irmãos Ricardo e Enrique Flores Magón, que
foram defensores de uma coligação com operários e camponeses na luta
contra a desigualdade social, condenando um país em que a elite branca
acumulava cada vez mais renda.
No período da revolução, o então ditador e presidente Porfírio Díaz
temia que o avanço de Madero pudesse insuflar ainda mais os
revolucionários Zapata e Villa. Já Madero desejava uma mudança pacífica,
que abriria as portas do México para o capitalismo moderno. Na prática,
o seu interesse era o de combater as massas e impedir que os movimentos
camponeses e indígenas radicalizassem a revolução.
No outro lado dessa complexa realidade, apesar de muitos camponeses e
indígenas terem sido cooptados pelos grandes fazendeiros, foram eles que
revelaram o chamado "México profundo", um modo de vida que a
subjetividade capitalista não conseguiu liquidar. O grito de "Ya Basta",
proferido pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), em
1994, revelou que o México dos indígenas e camponeses de 1910 permaneceu
vivo e pulsante.
Essa "memória coletiva", que não foi substituída pela crença no
progresso e na homogeneização das relações humanas e culturais, manteve
acesos os principais pilares deixados por Emiliano Zapata e Pancho
Villa: Terra para quem nela trabalha. Foi esse o principal legado
deixado pela revolução de 1910. Em nenhum momento, Zapata e Villa
assumiram o poder. No entanto, eles não deixaram que a revolução
seguisse apenas o pressuposto da homogeneidade. "Queremos um mundo onde
caibam todos os mundos". Essas palavras, proferidas pelos zapatistas no
final do século XX, vão ao encontro do que Zapata e Villa plantaram no
início do século.
Guga Dorea, Marietta Sampaio, Andrea Paes Alberico, Elisa Helena
Rocha de Carvalho, José Juliano de Carvalho Filho, João Xerri e Thomaz
Ferreira Jensen, do Grupo de São Paulo - um grupo de pessoas que se
revezam na redação e revisão coletiva dos artigos de análise de Contexto
Internacional do Boletim Rede, editado pelo Centro Alceu Amoroso Lima
para a Liberdade, de Petrópolis, RJ.
Colaborou Alejandro Buenrostro.
Contato:
gruposp@correiocidadania.com.br
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