“Odigitis” (Jornal da Juventude Comunista da Grécia - KNE)
No
passado dia 22 de Fevereiro os trabalhadores gregos, convocados pelo
PAME, realizaram uma significativa Greve Geral - a 24º - e realizaram
manifestações e concentrações de massas em 70 cidades da Grécia. O KKE,
que deu início à fase final da preparação do seu 19º Congresso,
desempenha um papel determinante na combativa, prolongada e difícil
resistência dos trabalhadores e do povo grego. É oportuna, portanto, a
publicação desta entrevista de Aleka Papariga sobre as Teses agora
postas à discussão.
Entrevista
com Aleka Papariga, sobre as Teses do 19º Congresso do Partido
Comunista da Grécia em “Odigitis” (Jornal da Juventude Comunista da
Grécia - KNE) 12/01/2013.
A publicação das Teses do Comité Central sobre o 19º Congresso do
KKE estabeleceu um prazo para os membros do partido e da KNE de trabalho
criativo e discussão com o povo e os jovens que vai durar até a
celebração do Congresso nos dias 11 a 14 de Abril de 2013.
O Congresso do KKE é um evento crucial para nosso partido e no que se refere à classe operária em seu conjunto e seus aliados também. Todos os membros da KNE e os jovens que defendem nosso partido devem estudar o texto publicado com nossas teses e, portanto, contribuir com o procedimento pré-Congresso de uma maneira criativa.
“Odigitis”: Os Congressos do KKE constituem o processo mais importante de nosso partido. Na introdução do texto das Teses menciona-se que “O dever fundamental do Congresso é a elaboração actualizada do programa de nosso Partido, tendo em consideração as evoluções atuais e as obrigações de hoje, e os estatutos do Partido também”. De onde vem essa necessidade e por que é tão necessário?
Aleka Papariga: Não há dúvida de que o Congresso é um evento
importante que requer um processo intenso de modo que todos os membros
do KKE e da KNE cumpram com suas obrigações e com seus direitos ao
expressar sua opinião no que se refere à acção de 4 anos de nosso
partido desde nosso último Congresso em 2009, o rendimento do Comité
Central, e ao eleger o Comité Central e a Comissão de Auditoria. Ao
mesmo tempo, o Congresso é programático e fará mudanças nos Estatutos
também.
A necessidade de elaborar o programa do partido se deve a razões específicas, porém normais já que o programa actual foi feito há 16 anos. Durante esse longo período acontecimentos nacionais e internacionais se sucederam, tendo sido os mais importantes:
1. A crise económica capitalista e sua influência sobre a vida do povo trabalhador,
2. A tentativa de reforma do cenário político, a fim de preencher as lacunas abertas pela insatisfação do povo trabalhador,
3. Uma nova rodada de conflitos militares imperialistas em nosso região e
4. O crescimento da arbitrariedade do Estado e do anticomunismo.
Ao mesmo tempo, nos anos que se passaram o KKE colectivamente, e em colaboração com outros Partidos Comunistas, examinou as razões para a restauração capitalista que tiveram lugar nos países socialistas, e formou nosso ponto de vista pelo socialismo e sua construção. O estudo de nossa experiência sobre a história de nosso Partido e do movimento operário entre 1949-1968 se completou também, de maneira colectiva. Ao mesmo tempo, a KNE e nosso partido adquiriram experiência através de nossa contribuição em lutas e mobilizações sob condições de crise capitalista. Portanto, hoje em dia, somos mais maduros para trabalhar num novo Programa actualizado. Além do mais, a experiência obtida através de nossa actividade revela a necessidade de mudanças nos Estatutos.
Quer dizer que não só este Congresso tem carácter de avaliação de nosso trabalho e de determinação de nossas obrigações futuras até o 20º Congresso, mas também tem a ver com a elaboração do documento mais fundamental de nosso partido, o nosso Programa; Sem este Programa, nossa acção andaria às cegas, de uma maneira empírica, sem finalidade e objectivo: o Socialismo, que é urgente e necessário. É um fato que o Congresso requer intensa acção e trabalho dentro da organização, mas as decisões tomadas tem a ver com o povo trabalhador como um todo, damos ênfase em seus interesses imediatos e na perspectiva de um futuro melhor. Além disso, é necessário que ouçamos as opiniões e sugestões de nossos amigos, as pessoas que lutam ao nosso lado, eles nos conhecem e querem contribuir para este processo com as suas opiniões e observações.
A necessidade de elaborar o programa do partido se deve a razões específicas, porém normais já que o programa actual foi feito há 16 anos. Durante esse longo período acontecimentos nacionais e internacionais se sucederam, tendo sido os mais importantes:
1. A crise económica capitalista e sua influência sobre a vida do povo trabalhador,
2. A tentativa de reforma do cenário político, a fim de preencher as lacunas abertas pela insatisfação do povo trabalhador,
3. Uma nova rodada de conflitos militares imperialistas em nosso região e
4. O crescimento da arbitrariedade do Estado e do anticomunismo.
Ao mesmo tempo, nos anos que se passaram o KKE colectivamente, e em colaboração com outros Partidos Comunistas, examinou as razões para a restauração capitalista que tiveram lugar nos países socialistas, e formou nosso ponto de vista pelo socialismo e sua construção. O estudo de nossa experiência sobre a história de nosso Partido e do movimento operário entre 1949-1968 se completou também, de maneira colectiva. Ao mesmo tempo, a KNE e nosso partido adquiriram experiência através de nossa contribuição em lutas e mobilizações sob condições de crise capitalista. Portanto, hoje em dia, somos mais maduros para trabalhar num novo Programa actualizado. Além do mais, a experiência obtida através de nossa actividade revela a necessidade de mudanças nos Estatutos.
Quer dizer que não só este Congresso tem carácter de avaliação de nosso trabalho e de determinação de nossas obrigações futuras até o 20º Congresso, mas também tem a ver com a elaboração do documento mais fundamental de nosso partido, o nosso Programa; Sem este Programa, nossa acção andaria às cegas, de uma maneira empírica, sem finalidade e objectivo: o Socialismo, que é urgente e necessário. É um fato que o Congresso requer intensa acção e trabalho dentro da organização, mas as decisões tomadas tem a ver com o povo trabalhador como um todo, damos ênfase em seus interesses imediatos e na perspectiva de um futuro melhor. Além disso, é necessário que ouçamos as opiniões e sugestões de nossos amigos, as pessoas que lutam ao nosso lado, eles nos conhecem e querem contribuir para este processo com as suas opiniões e observações.
“O”: No Congresso, o KKE avalia as acções que ocorreram nos
últimos anos e, ao mesmo tempo, dá ênfase ao próximo plano de acção.
Quais são os critérios em que se baseia esse processo?
AP: Os critérios em que o julgamento da nossa acção se baseia é o
período dos últimos quatro anos, o que pode levar a conclusões
confiáveis. Não podemos julgar as situações dentro de breves períodos de
tempo, como um mês ou um ano. Elas são as decisões tomadas no último
Congresso e nossa acção geral sobre fatos novos. Isso significa que
devemos examinar e avaliar tudo, mas não se pode negar que há deveres e
critérios que são absolutamente fundamentais. Estes critérios são:
1. Nossa acção sobre a revitalização e fortalecimento do movimento operário e do progresso da aliança da classe operária com as camadas sociais dos pobres autónomos e agricultores, em correlação com a atracção de jovens e mulheres no eixo de seus problemas crescentes e da necessidade de reforçar a organização e consciência de classe. A consciência de classe, claro, tem seus próprios níveis, mas a sua essência é a compreensão da necessidade de derrubada do poder político capitalista em favor do poder da classe trabalhadora que expressa também os interesses dos aliados da classe trabalhadora.
2. A construção de organizações partidárias em fábricas, empresas, locais de trabalho em geral, nos sectores, onde a contradição fundamental do capitalismo e da luta de classes ocorre. O aumento do recrutamento de trabalhadores, homens e mulheres, para o Partido, o seu desenvolvimento e eleição dos órgãos do Partido.
3. O nosso apoio para a KNE, bem como o desenvolvimento de laços fortes entre o partido e os jovens.
4. Nossa luta ideológica e política contra os partidos burgueses e oportunistas.
5. Nossa acção internacionalista e de solidariedade, nossa luta comum com outros partidos comunistas e de trabalhadores.
1. Nossa acção sobre a revitalização e fortalecimento do movimento operário e do progresso da aliança da classe operária com as camadas sociais dos pobres autónomos e agricultores, em correlação com a atracção de jovens e mulheres no eixo de seus problemas crescentes e da necessidade de reforçar a organização e consciência de classe. A consciência de classe, claro, tem seus próprios níveis, mas a sua essência é a compreensão da necessidade de derrubada do poder político capitalista em favor do poder da classe trabalhadora que expressa também os interesses dos aliados da classe trabalhadora.
2. A construção de organizações partidárias em fábricas, empresas, locais de trabalho em geral, nos sectores, onde a contradição fundamental do capitalismo e da luta de classes ocorre. O aumento do recrutamento de trabalhadores, homens e mulheres, para o Partido, o seu desenvolvimento e eleição dos órgãos do Partido.
3. O nosso apoio para a KNE, bem como o desenvolvimento de laços fortes entre o partido e os jovens.
4. Nossa luta ideológica e política contra os partidos burgueses e oportunistas.
5. Nossa acção internacionalista e de solidariedade, nossa luta comum com outros partidos comunistas e de trabalhadores.
“O”: Com a publicação das Teses do Comité Central, o debate
interno de organização e o diálogo público começou. Que razões há para
que se dediquem a elas os jovens que não são membros do KKE e da KNE?
AP: O jovem tem o direito e também a obrigação, de certa forma, de
saber o que está proposto, o que o KKE proclama e como, a fim de
compará-los com as teses de outros organismos governamentais e partidos
de oposição. Sublinhamos a necessidade de a juventude estar ciente do
que o KKE apoia e, melhor ainda, se desejam expressar suas próprias
opiniões. Estamos especialmente referindo-nos aos jovens, homens e
mulheres, com quem nos encontramos no campo de luta, nas manifestações,
no campo de trabalho, nas filas do desemprego, nos bairros populares, no
campo. Há também um outro motivo mais especial: o KKE é o partido que
tem uma percepção radicalmente diferente dos outros, dado que está
combatendo nas condições atuais, mas ao mesmo tempo estabelece aberta e
claramente a necessidade de derrubar o sistema capitalista por um
levante social popular, na preparação de uma nova geração, que vai
desempenhar um papel importante. Os outros partidos prometem uma mudança
de governo, mas o resto continua o mesmo: a economia, as instituições e
a maioria de todos os problemas do povo. O KKE, apesar da perseguição e
das proibições conseguiu ter uma presença contínua na vida social, na
luta política, na semeadura das ideias mais radicais e subversivas. Não é
por acaso que os partidos burgueses e os partidos que vacilam e
conciliam em momentos cruciais, reconhecem e admitem a estabilidade, a
persistência e a resistência do KKE. Por razões óbvias, é claro, acusam
as posições principais do KKE e sua coragem diante do adversário, como
uma política ultrapassada e anacrónica. Cada membro da KNE deve ser
preparado para esclarecer e responder a perguntas, e prestar atenção às
observações e sugestões. Ainda que um jovem ou uma jovem não sejam
convencidos da nossa política, a leitura das Teses contribuirá para que
eles dêem um passo na formação de uma opinião sobre o KKE, sem ter de
ouvir a nossa opinião e propostas que estão sendo distorcidos por
outros.
“O”: Nas Teses do Comité Central há uma referência mais ampla à Aliança Popular. Por que o KKE dedica tanta atenção a isso?
AP: O KKE acredita e sabe bem através de sua própria experiência,
como um partido revolucionário, que os resultados da luta cotidiana, a
luta pelo socialismo, a luta em condições de uma guerra imperialista,
pertencem não só aos comunistas, mas à grande maioria do povo, à classe
de vanguarda, a classe trabalhadora, e suas alianças também. Nenhuma
mudança será realizada de cima para baixo, sem um movimento de
contra-ataque e derrocada, sem as massas populares que determinam o
resultado da luta, com a sua maturidade, experiência, organização
combatividade e abnegação. A vanguarda comunista não é suficiente. Somos
os pioneiros, e não podemos tolerar não o ser, mas só dentro deste
movimento ascendente do povo e não sem ele ou separadamente.
O povo não pode expressar-se através de uma formação de alianças embaçada ou de forma unilateral. Com a palavra “povo” descrevemos a classe trabalhadora e os sectores pobres das camadas médias da sociedade. O interesse da classe operária é objectivamente a favor da abolição da propriedade capitalista, quer dizer, dos monopólios, e também da média e pequena propriedade privada. A socialização dos monopólios e das grandes corporações capitalistas não é suficiente, porque eles mesmo nasceram, e nascem constantemente das empresas menores.
Por outro lado, trabalhadores autónomos não podem ser facilmente convencidos, devido à sua posição entre a classe trabalhadora e a classe capitalista, de que a abolição da propriedade capitalista serve os seus interesses de médio e longo prazo. É mais do seu interesse lutar contra os monopólios. Portanto, a Aliança Popular expressa a aliança entre a classe operária e as camadas populares, sem abolir as diferenças que existem e, portanto, o KKE é responsável por manter essa aliança coerente através da luta e por combater as diferenças, especialmente em tempos em que um aumento súbito da luta de classes está amadurecendo. A Aliança Popular pode e deve organizar e mobilizar o povo, enquanto progride e se reconfigura, dependendo da evolução dos acontecimentos. Ela vai ser o modelo que irá evoluir para a frente revolucionária dos trabalhadores durante as condições revolucionárias, quando a questão de “quem detém o poder político” será resolvida, a derrubada do poder dos monopólios, do capitalismo.
Em tais condições, os gérmenes do poder da classe trabalhadora são formados, para a construção do socialismo e sua defesa de todas as tentativas de retrocesso e enfraquecimento. Os sovietes, por exemplo, não apareceram de supetão após a vitoriosa revolução de Outubro, seus gérmenes primeiro haviam se formado em 1905, quando a revolução foi derrotada na Rússia.
O povo não pode expressar-se através de uma formação de alianças embaçada ou de forma unilateral. Com a palavra “povo” descrevemos a classe trabalhadora e os sectores pobres das camadas médias da sociedade. O interesse da classe operária é objectivamente a favor da abolição da propriedade capitalista, quer dizer, dos monopólios, e também da média e pequena propriedade privada. A socialização dos monopólios e das grandes corporações capitalistas não é suficiente, porque eles mesmo nasceram, e nascem constantemente das empresas menores.
Por outro lado, trabalhadores autónomos não podem ser facilmente convencidos, devido à sua posição entre a classe trabalhadora e a classe capitalista, de que a abolição da propriedade capitalista serve os seus interesses de médio e longo prazo. É mais do seu interesse lutar contra os monopólios. Portanto, a Aliança Popular expressa a aliança entre a classe operária e as camadas populares, sem abolir as diferenças que existem e, portanto, o KKE é responsável por manter essa aliança coerente através da luta e por combater as diferenças, especialmente em tempos em que um aumento súbito da luta de classes está amadurecendo. A Aliança Popular pode e deve organizar e mobilizar o povo, enquanto progride e se reconfigura, dependendo da evolução dos acontecimentos. Ela vai ser o modelo que irá evoluir para a frente revolucionária dos trabalhadores durante as condições revolucionárias, quando a questão de “quem detém o poder político” será resolvida, a derrubada do poder dos monopólios, do capitalismo.
Em tais condições, os gérmenes do poder da classe trabalhadora são formados, para a construção do socialismo e sua defesa de todas as tentativas de retrocesso e enfraquecimento. Os sovietes, por exemplo, não apareceram de supetão após a vitoriosa revolução de Outubro, seus gérmenes primeiro haviam se formado em 1905, quando a revolução foi derrotada na Rússia.
“O”: Porque “a negação do KKE em participar de um governo
com outros partidos (como SYRIZA, ANTARSYA) é um legado para o movimento
da classe operária”. Poderia um “governo das esquerdas” abrir o caminho
para o socialismo?
AP: Primeiro de tudo, as diferenças que existem entre nós, SYRIZA e
ANTARSYA (que não são idênticos entre eles em tudo, mas acabam tendo o
mesmo objectivo) são enormes e de modo nenhum em um nível secundário,
consequentemente um acordo programático não pode ser conseguido. A
diferença básica que é afirmada na pergunta mencionada é se um governo
de “esquerda” (sublinho que este termo é muito flexível e afirma tantos
pontos de vista diferentes que não se pode definir apenas um único
conteúdo), que é eleito pelo Parlamento, pode realmente resolver os
problemas do povo, enquanto os monopólios possuem a riqueza pública e,
ao mesmo tempo, a Grécia é um membro da UE e da OTAN.
Este governo em particular será não só inconsistente para com o povo, mas conscientemente vai seguir o mesmo caminho de desenvolvimento, ou seja, o caminho capitalista, o qual todos os governos anteriores dos partidos burgueses têm seguido, o mesmo círculo vicioso que leva à crise económica. Este governo, desde o início, terá suas próprias mãos amarradas, uma vez que terá dito ao povo que irá ajudá-lo sem um levante social e uma ruptura, mas por meio de decisões do Parlamento, o que de fato não pode abolir as leis implacáveis capitalistas.
Além disso, há outra razão fundamental para não participar nesta colaboração. Estas não são só as forças que expressam as vacilações habituais das camadas pequeno-burguesas da sociedade, mas são forças que se separaram do KKE, levando com eles grande parte dos quadros do KKE, criando formações que enfrentaram o KKE como um inimigo, causando danos e criando obstáculos para a radicalização das massas. A experiência tem mostrado que a colaboração com o oportunismo provoca danos à classe trabalhadora e ao movimento popular, e conduz o Partido para retrocessos e erros que não podem ser facilmente corrigidos, com consequências a longo prazo.
Este governo em particular será não só inconsistente para com o povo, mas conscientemente vai seguir o mesmo caminho de desenvolvimento, ou seja, o caminho capitalista, o qual todos os governos anteriores dos partidos burgueses têm seguido, o mesmo círculo vicioso que leva à crise económica. Este governo, desde o início, terá suas próprias mãos amarradas, uma vez que terá dito ao povo que irá ajudá-lo sem um levante social e uma ruptura, mas por meio de decisões do Parlamento, o que de fato não pode abolir as leis implacáveis capitalistas.
Além disso, há outra razão fundamental para não participar nesta colaboração. Estas não são só as forças que expressam as vacilações habituais das camadas pequeno-burguesas da sociedade, mas são forças que se separaram do KKE, levando com eles grande parte dos quadros do KKE, criando formações que enfrentaram o KKE como um inimigo, causando danos e criando obstáculos para a radicalização das massas. A experiência tem mostrado que a colaboração com o oportunismo provoca danos à classe trabalhadora e ao movimento popular, e conduz o Partido para retrocessos e erros que não podem ser facilmente corrigidos, com consequências a longo prazo.
“O”: No projecto de programa, é mencionado que “Em nossa região, desde
os Balcãs até o Oriente Médio, os perigos de uma guerra imperialista
generalizada e o envolvimento da Grécia nesta estão crescendo”. Em que
fatos tem base esta estimativa do CC do KKE?
AP: O fato de que vivemos no imperialismo, fase superior do capitalismo,
traz consigo ferozes conflitos interimperialistas pela redivisão dos
mercados. Não se esqueça que, mesmo que se proceda uma
internacionalização capitalista, mesmo que o imperialismo constitua um
sistema internacional unificado, a organização dos capitalistas em
Estados nacionais e os interesses da burguesia em nível nacional não são
abolidos. Teoria que é confirmada por uma grande quantidade de
evidências que não se deve ignorar.
A crise económica leva à reclassificação na hierarquia da pirâmide imperialista e exacerba a desigualdade inerente e a desigualdade nas relações entre os países imperialistas. As duas guerras mundiais do século XX foram devidas aos conflitos sobre a redivisão do bolo da riqueza internacional, como resultado dos problemas criados pela crise em suas relações de poder. Guerras regionais e locais, no entanto, também expressam competição entre as forças mais poderosas, que estão colocados nos níveis mais altos da pirâmide imperialista, mesmo quando elas ocorrem entre as forças locais.
No Oriente Médio, independentemente de quais são os lados em guerra, a competição é expressa entre EUA, União Europeia, China, Rússia e mesmo o Brasil, o mesmo ocorrendo no norte da África. É por isso que, em cada país, a luta contra a guerra imperialista, independentemente de a guerra ser defensiva ou ofensiva, está fortemente ligado à luta pelo socialismo.
A crise económica leva à reclassificação na hierarquia da pirâmide imperialista e exacerba a desigualdade inerente e a desigualdade nas relações entre os países imperialistas. As duas guerras mundiais do século XX foram devidas aos conflitos sobre a redivisão do bolo da riqueza internacional, como resultado dos problemas criados pela crise em suas relações de poder. Guerras regionais e locais, no entanto, também expressam competição entre as forças mais poderosas, que estão colocados nos níveis mais altos da pirâmide imperialista, mesmo quando elas ocorrem entre as forças locais.
No Oriente Médio, independentemente de quais são os lados em guerra, a competição é expressa entre EUA, União Europeia, China, Rússia e mesmo o Brasil, o mesmo ocorrendo no norte da África. É por isso que, em cada país, a luta contra a guerra imperialista, independentemente de a guerra ser defensiva ou ofensiva, está fortemente ligado à luta pelo socialismo.
“O”: O KKE não é o único partido que fala sobre socialismo.
No entanto ele é o único que insiste que o socialismo é necessário e
oportuno, uma posição que constitui grande parte do esboço de programa
do KKE. Qual é a razão para isso?
AP: O socialismo foi e segue sendo mencionado pela social-democracia
e pelo oportunismo, de esquerda e de direita. Se se observa a
social-democracia e o oportunismo, incluindo sua participação nos
governos na Europa e na América Latina e seus programas, só uma
conclusão é possível: o socialismo que professam defende a propriedade
capitalista junto com umas pequenas e vagas formas de autogestão e
solidariedade, não podendo ser eficazes nem nos períodos de
desenvolvimento capitalista favoráveis.
Alem do mais, não há exemplos históricos durante os séculos XX e XXI que confirmem que o socialismo com a propriedade capitalista na realidade possa existir, garantindo que os povos vivam com base no potencial de desenvolvimento de seus países, com conquistas científicas e atendimento das necessidades materiais, espirituais e culturais dos povos.
Como dissemos na resposta de uma pergunta anterior, a classe trabalhadora é a única classe que tem interesse na abolição do sistema capitalista, na sua derrubada, porque este sistema não vai abolir a si mesmo sem uma revolução social.
Alem do mais, não há exemplos históricos durante os séculos XX e XXI que confirmem que o socialismo com a propriedade capitalista na realidade possa existir, garantindo que os povos vivam com base no potencial de desenvolvimento de seus países, com conquistas científicas e atendimento das necessidades materiais, espirituais e culturais dos povos.
Como dissemos na resposta de uma pergunta anterior, a classe trabalhadora é a única classe que tem interesse na abolição do sistema capitalista, na sua derrubada, porque este sistema não vai abolir a si mesmo sem uma revolução social.
Tradução: JCA (Juventude Comunista Avançando)