Créditos:SomBarato
1.Ter Você É Ter Razão
2.Essa Tal Felicidade
3.Ela É Carioca
4.Lindeza
5.Amigo Do Rei
6.Não Quero Dinheiro, Só Quero Amar
7.Telefone
8.Samba Do Avião
9.Azul Da Cor Do Mar
10.Valsa De Uma Cidade
*contribuição de Paulo Eduardo
Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
Créditos:SomBarato
1.Ter Você É Ter Razão
2.Essa Tal Felicidade
3.Ela É Carioca
4.Lindeza
5.Amigo Do Rei
6.Não Quero Dinheiro, Só Quero Amar
7.Telefone
8.Samba Do Avião
9.Azul Da Cor Do Mar
10.Valsa De Uma Cidade
*contribuição de Paulo Eduardo
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Os USA estão pouco se lixando para o narcotráfico e para as Farc. O objetivo deles é matar o Chávez para botar as mãos no petróleo venezuelano. As reservas de petróleo dos USA só duram por mais 8 anos. Os jornais O Globo, Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, revista Veja, TV Band, TV Globo, SBT rádio CBN, apóiam a invasão colombiana.
Cláudio Tognolli
"Tsotsi" significa "rufia" ou "desordeiro" na linguagem das ruas de Soweto, um gueto negro nos subúrbios de Joanesburgo. Tsotsi (Presley Chweneyagae) tem 19 anos e é chefe de um grupo de gangsters: Boston (Mothusi Magano), Butcher (Zenzo Ngqobe) e Aap (Kenneth Nkosi). Tsotsi é o sociopata do grupo, transformando um assalto num assassínio, e espancando Boston quando este clama pelo valor da decência. Num bairro da classe média, Tsotsi atira sobre uma mulher (Nambitha Mpumlwana) para lhe roubar o carro. Uns metros mais à frente, Tsotsi repara que há um bebé no banco de trás. Um misto de emoções trespassa a sua expressão (numa convincente interpretação do estreante Chweneyagae), e dá-se início a uma viagem de transformação. O mundo de Tsotsi define-se no mais básico: necessidades, desejos, oportunidades, obstáculos, perigos. A esperança não abunda e a tragédia espreita a cada esquina. A solidão, a raiva e a alienação são combatidos com agressividade e crueldade. Além do bebé, outros dois encontros servem de catalizador para a mudança e a curva de aprendizagem de Tsotsi vai-se fazendo por tentativa e erro. Mas o sorriso que nos surge quando vemos Tsotsi tentar cuidar da criança, com claro desconhecimento, mistura-se com o desconforto das reais dificuldades daquelas vidas. A infância de Tsotsi, e os seus motivos, surgem em flashbacks que, mais do que desculpar qualquer uma das suas atitudes violentas, justificam as suas atitudes de crescente carinho para com aquela criança. Através dela, Tsotsi resgata o seu passado, as suas dores, e até a sua identidade. E a “decência” apregoada por Boston acaba por ser aquilo que Tsotsi encontra. O tema do “homem mau” humanizado através do contato com um inocente não é novo, e o registo do filme lembra inevitavelmente “Cidade de Deus” (Fernando Meirelles e Kátia Lund, 2002). “Tsotsi” é, no global, um filme muito bem feito, para o que contribui também a fotografia de Lance Gewer, que capta a pobreza e desolação do gueto, com uma escuridão envolvente, cores quentes e suave iluminação. A ação do romance do dramaturgo Athol Fugard (publicado nos anos 80), no qual “Tsotsi” se baseia, desenrolava-se durante os anos 50, no início do apartheid. A atualização foi feita para os nossos dias com a inclusão opressiva de outro flagelo, a AIDS, por todo o lado surgindo cartazes com a mensagem: “We are all AFFECTED by HIV and AIDS”. Os riscos mudam, mas não desaparecem, a vida para estes órfãos sem casa continua a ser assustadora. E a marca deste filme, quase apagada no meio da narrativa, são essas crianças, vivendo dentro de tubos de cimento. O elenco é constituído por atores desconhecidos, o que ainda fortalece mais o enredo e nos faz pensar que, definitivamente, e especialmente em Hollywood, há atores que recebem muito dinheiro para a qualidade que têm. Finalmente, um último destaque para a banda-sonora do filme- recheada de música "Kwaito" (a resposta sul-africana ao Hip Hop americano). Estamos perante um trabalho verdadeiramente emocionante. | ||
Coopere, deixe semeando ao menos duas vezes o tamanho do arquivo que baixar. |
Ao vetar a lei do Congresso americano que proibia uma forma de tortura – por afogamento – o presidente George W. Bush acrescentou um novo ponto deprimente a seu curriculo de homem público. Não se deve minimizar a decisão. A experiência ensina que o futuro da tortura depende do que acontece com o torturador. Além da impunidade, os torturadores receberam, agora, o apoio pelo alto.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, vetou neste sábado (8) legislação aprovada pelo Congresso que proibiria a CIA de simular afogamento e outras técnicas controversas de interrogatório. Os legisladores incluíram a medida antitortura numa lei mais ampla sobre o que seria permitido nas atividades da inteligência americana.
'Como o perigo continua, nós temos que assegurar aos nossos funcionários da inteligência todas as ferramentas que eles precisem para conter os terroristas', disse Bush em sua fala semanal no rádio. Ele acrescentou que a legislação 'iria reduzir essas ferramentas vitais.'
A Câmara dos Deputados aprovou a legislação antitortura em dezembro e o Senado a confirmou em fevereiro apesar dos avisos da Casa Branca de que ela seria vetada.
O diretor da CIA Michael Hayden disse mês passado ao Congresso que interrogadores do governo simularam afogamento em três suspeitos capturados depois dos ataques de 11 de setembro.
A técnica de simulação de afogamento tem sido condenada por muitos integrantes do Congresso, grupos de direitos humanos e outros países como uma forma de tortura ilegal.
O manual do Exército norte-americano proíbe o afogamento e sete outros métodos de interrogatório, e sua proibição alinharia as prática da CIA às dos militares.
Em mensagem aos funcionários da CIA no sábado, após o veto de Bush, Hayden disse que a CIA continuaria a trabalhar estritamente dentro da lei, mas ressaltou que suas necessidades eram diferentes das do Exército e que a agência precisa seguir seus próprios procedimentos.
Em seus comentários, Bush não mencionou especificamente o afogamento, mas disse: 'A lei que o Congresso me enviou não baniria simplesmente um método particular de interrogatório, como alguns deduziram. Ao invés disso, ela eliminaria todas as alternativas que desenvolvemos para inquirir os mais perigosos e violentos terroristas do mundo.'
Com o veto de Bush, o mais recente debate americano sobre tortura encerra-se de modo melancólico. Parlamentares dos dois partidos haviam feito a lei que proibia o afogamento de prisioneiros como uma resposta as diversas denúncias de tortura surgidas na guerra do Iraque a partir das revelações sobre a masmorra de Abu Ghraib. O saldo deste episódio, no terreno jurídico, é absurdamente ruim. Até agora, treze militares americanos foram levados ao banco dos réus. Só o baixo escalão foi punido. Onze soldados foram condenados a penas variáveis. Dois oficiais de escalão médio sofreram penas disciplinares. Mas o coronel responsável pelos interrogatórios foi absolvido de todas acusações.
Barbárie antiga
O jornalista Paulo Moreira Leite recorda, em seu blog , que o afogamento é uma barbaridade antiga, registrada em documentos anteriores ao século XIX. Nos dias atuais, é considerada uma forma de tortura e como tal condenada pela maioria dos tratados internacionais e rejeitada como técnica legítima de interrogatório pelo próprio Exército dos Estados Unidos. O veto presidencial significa que a tortura por afogamento torna-se uma prática autorizada, já que deixa de existir uma lei que a definia como crime.
O afogamento foi empregado pelos soldados franceses durante a Guerra da Argelia. Em 1958, o jornalista Henri Alleg, membro do Partido Comunista Frances, escreveu um livro para denunciar que, aprisionado pelo Exército colonial, foi submetido a tortura por afogamento. Proibida de circular na França, a obra foi levada clandestinamente para outros países, e transformou-se numa denúncia de valor, provocando um escândalo comparável ao das imagens do presídio iraquiano de Abu Ghraib e seus prisioneiros de capuz, ameaçados por cachorros e soldados do Exército americano. Mais tarde, o afogamento seria exibido no filme A Batalha de Argel, obra-prima do cinema político.
Nos anos 60, essa forma de tortura seria usada pelos soldados americanos na guerra do Vietnã, também. A técnica consiste em provocar afogamentos sucessivos no prisioneiro, diminuindo a presença de oxigenio nos pulmões e no cérebro. A respiração torna-se cada vez mais difícil, o sofrimento psicológico aumenta e no estágio seguinte vem o horror e a perda de controle. Caso o afogamento não seja interrompido, ocorre a morte.
"Era a esse sofrimento a que George W. Bush se referiu ao explicar o veto. Ele disse que os Estados Unidos não podiam abrir mão de todos os recursos de combate ao terrorismo e a seus inimigos. Comparado com outras técnicas, o afogamento tem a característica de que não deixa marcas no corpo – sempre um inconveniente para quem pretende esconder provas de um crime", diz Leite.
Fonte: Reuters e blog do Paulo Moreira Leite