Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
domingo, 7 de junho de 2009
Filmes sobre Che Guevara....
Sinopse :
Informações Técnicas :
Título no Brasil: Che - A Guerrilha
Título Original: Che - Guerrilla / Che : Part Two
País de Origem: USA / França / Espanha
Gênero: Drama , Biografia
Tempo de Duração: 131 minutos
Ano de Lançamento: 2008
Direção: Steven Soderbergh
Elenco :
Demián Bichir ... Fidel Castro
Rodrigo Santoro ... Raul Castro
Benicio Del Toro ... Ernesto Che Guevara
Catalina Sandino Moreno ... Aleida March
María D. Sosa ... Aledita
Raúl Beltrán ... Bolivian Customs Agent #1
Raúl 'Pitín' Gómez ... Bolivian Customs Agent #2
Paty M. Bellott ... Woman at Airport
Othello Rensoli ... Pombo
Franka Potente ... Tania
Norman Santiago ... Tuma
Joaquim de Almeida ... President René Barrientos
Pablo Durán ... Pacho
Ezequiel Diaz ... Loro
Juan Salinas ... Polo
Por que os jornais investem contra o blog da Petrobras?
- por Luiz Carlos Azenha
2) Porque os leitores agora podem saber quais são TODAS AS PERGUNTAS feitas pelos jornais à Petrobras;
3) Porque comparando todas as perguntas feitas pelos jornais e todas as respostas dadas pela Petrobras com o que é efetivamente publicado os leitores podem descobrir as manipulações feitas com as respostas no processo de edição;
4) Porque essa comparação permite ao público descobrir quais as respostas da Petrobras serão simplesmente omitidas do jornal impresso para não "atrapalhar" a pauta;
5) Porque comparando as perguntas feitas pelos diferentes jornais, o público pode entender que há gente alimentando simultaneamente os jornais com informações em busca de levantar a bola para a CPI;
6) Porque as perguntas fornecem pistas sobre quem está alimentando os jornais com o objetivo de criar o "escândalo" necessário ao sucesso do palanque eleitoral da CPI;
7) Porque essas pistas poderão levar o público a descobrir que os jornais são usados em campanhas eleitorais ou com objetivos inconfessáveis, como o de entregar o pré-sal a empresas estrangeiras;
8) Porque o blog da Petrobras desloca público do jornal impresso para a internet, onde o público poderá receber informações, por exemplo, sobre como a grande imprensa brasileira atacou Getúlio Vargas quando ele criou a Petrobras;
9) Porque todo esse processo pode deixar claro que a grande imprensa não é isenta, nem imparcial, nem honesta; que diz não ter lado, mas tem; que está a serviço de "uma causa", assim como esteve quando fez campanha contra a criação da Petrobras ou em favor do golpe militar de 1964;
10) Porque eles ainda não sairam do século 20.
Vá ao blog da Petrobras e contribua com a investigação dos jornais
É por isso que o Viomundo apóia o controle social dos gastos de publicidade de governos, órgãos e empresas públicas.
Sonegação: Venezuela multa Globovisión em US$ 2,2 milhões
A receita federal da Venezuela (Seniat) aplicou uma multa de US$ 2,2 milhões ao canal de televisão privado Globovisión, alegando sonegação de impostos. A instituição afirma que o canal não apresentou em sua declaração de renda supostos ganhos com espaços concedidos para difusão de propagandas políticas durante os anos de 2002 e 2003, período em que a Venezuela passava por uma grave crise política.
A Globovisión é o principal canal opositor ao governo da Venezuela. O fato de a emissora frequentemente expressar opiniões contrárias ao presidente Hugo Chávez faz com que muitos opositores acreditem que o governo pretenda "silenciá-la".
Para o diretor do canal, Alberto Federico Ravell, a multa tem caráter político. "Isso é um terrorismo judicial, fiscal e governamental", afirmou Ravell, ao ser notificado.
"Um canal de televisão pode ser fechado pela via administrativa ou enforcando-o economicamente, para que não possa funcionar", acrescentou.
Junto a outros canais, a Globovisión é acusada pelo governo de ter participado do golpe de Estado que, em abril de 2002, chegou a afastar Chávez da Presidência por 48 horas.
Fisco
A direção do canal alega não ter cobrado pela concessão do espaço de transmissão das propagandas políticas.
O Seniat, porém, considera que mesmo os espaços doados estão sujeitos ao pagamento de impostos.
Segundo Fanny Márquez, representante do Seniat, ao não declarar os espaços doados, o canal "ocultou isso e não pagou impostos ao Estado".
De acordo com Márquez, o mesmo ocorreu com outros dois canais privados, que segundo a funcionária, aceitaram pagar a multa.
"Campanhas perversas"
Também nesta sexta-feira, o diretor da Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela (Conatel), Diosdado Cabello, solicitou ao Ministério Público que realize uma investigação contra a Globovisión, acusando-a de transmitir "campanhas perversas" contra o Estado e a população venezuelana.
Desde 2008, foram apresentadas três denúncias oficiais contra o canal. Caso seja condenada, a emissora pode ser retirada do ar por 72 horas e, se reincidir em supostas irregularidades, pode vir a ser fechada definitivamente.
O último incidente da disputa entre governo e a Globovisión ocorreu em maio, quando o canal noticiou, antes das autoridades venezuelanas, um tremor de terra de baixa intensidade em Caracas.
Na ocasião, Ravell afirmou que o governo não havia sido capaz de informar a tempo a população.
Chávez respondeu acusando o diretor da Globovisión de ser "um louco com um canhão", ao pretender gerar "terror" entre a população, e ameaçou cassar a concessão do canal.
"Usura"
A aplicação da multa contra a Globovisión ocorre horas depois de a polícia ter inspecionado, pela segunda vez, a casa do presidente do canal, Guillermo Zuloaga, que, dessa vez, foi acusado de cometer delito ambiental.
Na casa de Zuloaga foram encontradas várias cabeças de animais silvestres empalhadas.
No mês passado, em outra batida, a polícia apreendeu 24 automóveis novos na casa do empresário. Nesta semana, Zuloaga foi acusado formalmente pelo crime de "usura".
O Ministério Público acusou o empresário, que é sócio de duas concessionárias de veículos, de "estocar" os carros em sua residência para, em seguida, revendê-los com preços mais altos.
Na Venezuela, os consumidores precisam entrar em uma fila de espera de meses para comprar automóveis novos, pois a capacidade de produção das montadoras é inferior à demanda.
Para a oposição, no entanto, as medidas são uma estratégia do governo para "encurralar" a Globovisión.
Fonte: BBC Brasil
sábado, 6 de junho de 2009
uma leitura amena....
Teorias do seu próprio
Sofia YaminSão tantas teorias que tento criar, apenas algumas delas possuem fundamento.
Tento não racionalizar...
Mas me descubro examinando-as com tanto cuidado que acabo por imaginar um fundo de realidade em cada uma.
Claro, prefiro acreditar na aplicabilidade de algumas, mas tantas são tão tolas ou mesmo inimagináveis de serem construídas num plano real... Que acabo por me esvairir na minha plena harmonia de ser eu. E quem sou eu? Ah sim, eu tento definir... Mas tal definição é para poucos, não tente descobrir.
Aquelas teorias então... São aplicáveis ainda ao meu ser. Apenas eu. Podes usar alguma se quiseres, mas deves entendê-la no seu todo.
Tudo bem, cada uma é mutável a sua própria essência... No entanto, qual é a graça em desenvolver uma teoria própria, original, aplicável apenas a uma pessoa racional ou mesmo irracional nos sentidos de sentir, ser, existir?
Só posso dizer que nesse momento sou completa.
Planejo meu destino, nem sempre sou bem sucedida.
Sinto o que eu faço, vejo as vozes, leio as pessoas, examino a mim mesma com uma lupa.
E com essa mesma lupa olho a essência da pessoa mais perto de mim.
Assim verbalizo meu gosto de sentir o sabor das palavras, da inocência, da irracionalidade, da ação.
Afinal, para eu me sentir completa, eu preciso de identificação ou contrariedade?
Apenas prefiro sentir, tento sentir sem racionalizar.
Mundo repleto de teorias inimagináveis e imperceptíveis à alma comum.
Farc-EP da Colombia
Nesta semana em que os media internacionais ao serviço da ditadura mediática imperialista procuram apresentar as FARC-EP como uma força beligerante exangue e em extinção, e censuram, por omissão, as pesadas baixas das forças repressivas colombianas nos seus combates com as FARC-EP («mais de 1.000 mortos e 1.100 feridos desde Janeiro de 2008 até 29 de Abril de 2009»), esta saudação do Comandante-Chefe daquelas forças revolucionárias reafirma, uma vez mais, as razões da justa confiança numa «democracia com justiça social e soberania na marcha para o socialismo» para a Colômbia.
Alfonso Cano*
Camaradas: ao celebrar 45 anos de resistência à agressão oligárquica e ao mesmo tempo de luta das FARC-EP pelo poder político que construa democracia com justiça social e soberania na marcha para o socialismo, venho trazer-lhes a minha saudação bolivariana pleno de optimismo e confiança no triunfo.
A heróica resistência que desenvolvemos desde o primeiro dia em Marquetalia permitiu-nos forjar uma organização sólida, definida na sua concepção revolucionária, séria, capaz de enfrentar as inumeráveis ofensivas da reacção militarista e sair delas fortalecidos e ainda mais comprometidos, convictos que perante a violência, a corrupção, a indignidade e a ausência de escrúpulos da classe dominante colombiana o levantamento armado popular é a opção legítima.
Os nossos persistentes esforços para encontrar saídas políticas benéficas para o conjunto da sociedade e, em primeiro lugar, para o povo colombiano, foram sistematicamente sabotados por esta oligarquia sanguinária e rapace que só tem pretendido vergar a nossa vontade e decisão de luta, sem jamais ter considerado a possibilidade real de acordar saídas de fundo para os grandes problemas do país.
Apesar disso, continuaremos a lutar no espírito e na concepção de Manual e Jacobo, para forjar espaços de encontro com todos os que, como nós, estejam profundamente convencidos do transcendente que será construir cenários civilizados assentes no respeito mútuo, na perspectiva da convivência democrática da nossa sociedade.
Na ordem do dia encontra-se a troca de prisioneiros de guerra, ao que se opõe o presidente Uribe com diversos sofismas, como expressão da sua cega estratégia fascista e totalitária de PAZ ROMANA, o que derrotaremos entre todos os que consideramos viáveis as soluções políticas para os problemas estruturais do país.
A sua intransigência e falta de grandeza, tão aplaudida pelos militares de todos os matizes, leva-o a intrometer-se, em caprichosa e encolerizada atitude, à libertação unilateral do cabo do exército Pablo Emílio Moncayo, enquanto nas centenas de combates que diariamente se dão por todos o país aumentam os riscos para os prisioneiros e, caiem prisioneiros mais militares, que quiseram esquecer para não reconhecer a existência do grave conflito social e armado que sofre o nosso país.
Reafirmando os princípios revolucionários que sustentam a concepção e a prática das FARC-EP desde há 45 anos, bem como a nossa decisão de chegar até às últimas consequências pela pátria democrática, justa e soberana pelos quais lutamos saúdo calidamente neste aniversário os meus camaradas do Secretariado, do Estado-Maior Central, dos Estados-Maiores dos Blocos e Frentes, os membros dos Comandos Conjuntos, comandantes de colunas, redes urbanas e companhias, todos os comandos e o conjunto dos guerrilheiros, os milicianos e os militantes do PC, todo o Movimento Bolivariano, os nossos amigos e apoiantes, e incentivo-os a perseverar e incrementar esforços e criatividade na luta diária, nas trincheiras, em atalhos e veredas, nas prisões, nas universidades e colégios, nos sindicatos e nas fábricas, nos bairros populares e nas freguesias indígenas, nas diferentes reuniões, dentro e fora do país, com governos amigos ou com organizações e movimentos políticos, nas assembleias, nas mobilizações populares reivindicativas, nos tumultos, no cimo das cordilheiras, nas zonas costeiras ou nas inclementes planícies da nossa geografia pátria, no posto da guarda ou na sala de aula, na convalescença de malária ou na recuperação de alguma ferida, na parada de formação ou na tensa espera de uma emboscada, nas explorações e descobertas ou na transposição dos nossos caudalosos rios, no rigor e na transparência de uma reunião de célula ou na intensidade do combate, em todo o momento e perante qualquer situação, ali onde quer que seja que a luta nos tenha colocado, incentivo-os a actuar com a inteireza, o carácter e a responsabilidade com que o fizeram Manual, Jacobo, Raul, Nariño, Iván e todos os que deram o melhor de si por uma Colômbia socialista. Evocar Simón, Ivan Vargas, Sónia e todos os guerrilheiros presos no território nacional, como exemplo temperança revolucionária, particularmente nas mais adversas circunstâncias.
Tanta propaganda oficial contra nós, tão intensa luta ideológica para desvirtuar a nossa conduta é apenas o resultado do ódio e o medo que professa a oligarquia aos interesses populares que representamos, e a sua plena consciência que as FARC-EP são a verdadeira alternativa revolucionária. Porque hoje mais que nunca: «Manuel vive!»
Pela Nova Colômbia, a Pátria Grande e o Socialismo!
Jurámos vencer e venceremos
Revolucionariamente
Alfonso
* Chefe do Estado-Maior Central das FARC-EP
Tradução de José Paulo Gascão
Programas Úteis Para Seu Computador ( Atualizado até 04/06/2009 )
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3- SubSync Full ( 2.32 Mb ) - edite e sincronize legendas com apenas alguns cliques
4- VobSub 2.23 ( 717 Kb ) - adcione legenda nos vídeos ( srt, ...)
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7- ConvertXtoDVD v3.6.4.158 ( 16.22 Mb )- converta qualquer formato de video em DVD
8- Nero 9.2.6.0 ( 382 Mb ) - última versão do Nero com serial( gravador de cds e dvds )
9- HJsplit 2.3 ( 297 Kb )- divida ou junte arquivos de vídeo em varias partes
10- Windows Live Messenger 2009 ( 1.1 Mb )
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28- Internet Explorer 7.0.5730 ( 14.05 Mb )- navegador de internet
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sexta-feira, 5 de junho de 2009
Greenpeace denuncia....
Investigação do Greenpeace implica grandes marcas na destruição na Amazônia
Investigações de três anos do Greenpeace sobre a indústria da pecuária brasileira revelam que marcas de fama mundial como Nike, Adidas, BMW, Gucci, Timberland, Honda, Wal Mart e Carrefour impulsionam o desmatamento da Amazônia
Redação do Greenpeace
O incentivo de sucessivos governos brasileiros ao desmatamento da Amazônia ganhou impulso durante a ditadura militar, nas décadas de 60 e 70. Mas até recentemente, a substituição de floresta por pasto era financiada por dinheiro público na forma de subsídios. No governo Lula, o Estado, através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), transformou-se em sócio e investidor direto de frigoríficos que, segundo a investigação do Greenpeace, compram sua matéria prima de fazendas que desmatam ilegalmente, põem seus bois para pastar em áreas protegidas e terras públicas e utilizam mão de obra escrava.
O relatório “A Farra do Boi na Amazônia” rastreou, pela primeira vez, a ligação da carne, do couro e de outros produtos bovinos de fazendas envolvidas com desmatamento ilegal, invasão de áreas protegidas e trabalho escravo com marcas famosas como Adidas/Reebok, Timberland, Carrefour, Honda, Gucci, IKEA, Kraft, Clarks, Nike, Tesco e Wal-Mart.
“Marcas famosas de tênis, supermercados, automóveis e bolsas de grife devem garantir que seus produtos não estão envolvidos com os crimes praticados pela indústria pecuária brasileira”, disse André Muggiati, coordenador da campanha de pecuária do Greenpeace.
“Práticas como essa põem em risco o futuro de uma indústria importante para a economia brasileira. Combatê-las é fundamental não apenas para o meio ambiente, mas também para aumentar a competitividade da pecuária nacional aqui e no exterior”.
Incentivo público
A investigação do Greenpeace mostra que o governo Lula quer dominar o mercado global de produtos pecuários em geral e dobrar a participação brasileira no mercado internacional de carne até 2018. Para auxiliar a expansão do setor, o governo federal está investindo em todos os elos da cadeia de abastecimento – desde a produção nas fazendas até o mercado internacional. Em troca do financiamento público, o governo se tornou acionista de três gigantes da indústria brasileira de pecuária – Bertin, JBS e Marfrig, responsáveis por alimentar a destruição de grandes áreas da Amazônia.
“O governo Lula está cumprindo a profecia do General Garrastazu Médici, que dizia que a Amazônia seria ocupada pela pata do boi”, disse Paulo Adário, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace. “Ao financiar a destruição, o governo dá um sinal claro de que já fez sua opção pelo velho modelo desenvolvimentista de ocupação da região praticado pelos militares durante a ditadura, ao mesmo tempo em que tenta posar de bom-moço nos fóruns internacionais”.
Entre 2007 e 2009, as cinco maiores empresas da indústria pecuária brasileira, responsáveis por mais de 50% das exportações de carne do país, receberam US$ 2,65 bilhões do BNDES. Os três frigoríficos que receberam a maior parte do investimento público foram a Bertin, uma das maiores comercializadoras de couro do mundo; a JBS, a maior comercializadora de carne, com controle de pelo menos 10% da produção global; e a Marfrig, a quarta maior comercializadora de carne do planeta.
A expansão da pecuária no Brasil está concentrada na Amazônia. O maior incentivo econômico para esta expansão é a falta de governança. A frágil presença do Estado na região significa, na prática, terra e mão-de-obra baratas. O resultado é que a pecuária ocupa, atualmente, cerca de 80% de todas as áreas desmatadas na Amazônia. O país é o quarto maior emissor mundial de gases do efeito estufa, principalmente por causa da destruição da floresta.
“A expansão do gado na Amazônia está transformando a região num verdadeiro abatedouro de árvores, dificultando a habilidade do país em cumprir sua meta de reduzir em 72% o desmatamento até 2018 (4)”, disse Muggiati.
A publicação do relatório do Greenpeace se dá no momento em que a bancada ruralista está encabeçando uma ofensiva no Congresso Nacional para enfraquecer a legislação florestal brasileira e legalizar o aumento do desmatamento. “Não adianta bancar o líder nas negociações internacionais se, dentro de casa, o governo apóia o pacote de maldades do setor do agronegócio, que ainda opõe desenvolvimento econômico à proteção ambiental. É preciso olhar para frente e usar a atual crise climática como a melhor oportunidade de construir uma economia de baixo carbono para o Brasil”, completou Adario. (O sumário executivo do relatório “Farra do Boi na Amazônia” está disponível em: http://www.greenpeace.org.br/gado/farradoboinaamazonia.pdf)
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Para salvar o planeta
Daniel Tanuro - Enlace
O degelo progressivo dos pólos pode dar lugar a um desastre sem precedentes que irá gerar um aumento muito maior e mais acelerado do nível das águas. E um tratado “pós-Kyoto”, necessário para evitar a catástrofe, deve demorar a surgir.
Mas a pior notícia talvez ainda esteja por vir: de acordo com diversos climatologistas, o degelo progressivo pode ceder lugar a um desastre de grandes proporções, gerando um aumento muito maior e mais acelerado do nível das águas. Este cenário inquietante aprofundou o abismo existente entre a necessidade urgente de “salvar” o clima e as negociações em busca de um novo tratado “pós-Kyoto” – que será inicialmente discutido na Conferência das Nações Unidas, em dezembro, e continuará em pauta até o final de 2009, quando ocorre um novo encontro na Dinamarca. A vida de dezenas de milhões de seres humanos está em jogo, principalmente nos países do Sul.
Durante o verão, é possível observar nas regiões polares a formação de vastos reservatórios de água livre, que cavam “falhas” no gelo da superfície das calotas [2]. Na Groenlândia, um “lago” desse tipo, com cerca de 3 quilômetros de extensão, esvaziou-se em 90 minutos, como se fosse uma pia com o ralo destampado. Penetrando dessa forma até a base rochosa das geleiras, a água pode contribuir para a separação de gigantescas massas de gelo que, deslizando para o mar, provocariam uma elevação brusca das águas. É o pesadelo dos glaciólogos.
A desintegração das calotas não é linear. Além do mais, a escala de tempo muda completamente
Esses “processos dinâmicos” são observados há vários anos nas regiões árticas, onde a calota groenlandesa contém água suficiente para fazer com que os oceanos se elevem em até 6 metros. Mas a Antártida também tornou-se motivo de preocupação. Seu complexo glacial é formado por quatro elementos: a calota oriental, a calota ocidental, as geleiras da península e os planaltos de gelo que flutuam no oceano. Se a calota oriental desaparecesse, o nível dos oceanos seria elevado em 50 metros [3]! Felizmente, por enquanto ela continua estável. Mas, em contrapartida, o degelo é rápido na costa oeste da península, onde a elevação da temperatura não tem equivalente em qualquer outro ponto do planeta: foram 3°C a mais em 50 anos. A Nordeste, onde o termômetro indica 2.2°C em média para o verão, calcula-se que o aquecimento pode chegar a 0.5°C por década daqui para frente. Nessas circunstâncias, o provável derretimento dos gelos da península e da calota ocidental equivaleria, cada qual, a 5 metros de elevação no nível dos mares. Dois aspectos específicos tornam o perigo ainda maior. O primeiro é que os vales montanhosos da península antártica são menos estreitos e sinuosos que os da Groenlândia, de modo que as geleiras poderiam deslizar mais rapidamente em direção ao mar [4] – realmente, a velocidade do degelo triplicou nos últimos anos. O segundo é o fato de o maciço rochoso que sustenta a calota ocidental estar bem abaixo do nível do mar e, em muitos lugares, descer inclinado em direção à água [5]. Nesse caso, os especialistas estão preocupados com a circulação oceânica circumpolar, cada vez mais quente, que tende a se aproximar das costas e deve provocar o descongelamento da base submarina da calota.
A glaciação da Antártida se deu há cerca de 35 milhões de anos. Trata-se de um fenômeno que ocorre quando determinado patamar climático é ultrapassado
Para James Hansen, diretor do Goddard Institute for Space Studies da National Aeronautics and Space Administration (NASA), e outros oito especialistas que assinam com ele um artigo na revista Science, o perigo está mais perto do que se imagina [6]. Eles chegaram a essa conclusão analisando os paleoclimas: há 65 milhões de anos, a Terra quase não tinha gelo. A glaciação da Antártica ocorreu cerca de 35 milhões de anos atrás. De acordo com esses pesquisadores, trata-se de um fenômeno que acontece quando um patamar é ultrapassado: assim, os parâmetros relativos à radiação solar, ao albedo [7] e à concentração atmosférica do gás de efeito estufa favorecem o resfriamento. A conseqüência é uma diminuição do nível dos oceanos e as precipitações nos pólos se acumulam sob forma de neve.
Esse alerta deve ser levado muito a sério. De fato, as estimativas de elevação do nível dos oceanos são as projeções menosexatas do GIEC: de 1990 a 2006, o aumento foi de 3,3 mm/ano, enquanto se esperava 2 mm/ano [8]. A diferença – 60% – poderia resultar da difícil previsibilidade do comportamento das geleiras.
Caso o aumento da temperatura se estabilize em 2°C em relação a 1780, fim da época pré-industrial, os modelos projetam um elevação das águas entre 0,4 m e 1,4 metro ao longo de vários séculos. Entretanto, se considerarmos o diferencial de 60%, ele seria suficiente para fazer o nível variar entre 0,6 e 2,2 metros – estimativas provavelmente modestas, pois a desintegração das calotas não é linear. Além do mais, a escala de tempo muda completamente: se Hansen e seus colegas estiverem certos, não há sequer um minuto a perder para evitar uma possível catástrofe irreversível daqui a algumas décadas.
A preocupação dos cientistas aumenta, mas os governantes multiplicam a retórica, fundamentando os objetivos nas projeções mais conservadoras. Já o G8 busca “mecanismos flexíveis” para que o esforço dos países do Norte seja espontâneo e sem grandes impactos
Um aumento de um metro no nível dos oceanos colocaria em perigo centenas de milhares de pessoas, principalmente nos países do Sul. Cerca de 10 milhões de egípcios, 30 milhões de bengalis e um quarto dos habitantes do Vietnã perderam suas casas [9].
Londres e Nova York estarão igualmente ameaçadas. Evocando uma “situação assustadora”, o presidente do GIEC, Rajendra Pachauri, declarou recentemente estar esperançoso “de que o próximo relatório do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima possa fornecer mais informações sobre o provável degelo dessas duas grandes regiões – a Groenlândia e a Antártida Ocidental” [10]. Infelizmente, esse novo relatório só será publicado em 2013 e será muito tarde para influenciar as conferências internacionais de dezembro de 2008 e 2009, onde se discutirão os dispositivos pós-Kyoto.
Por enquanto, prevalece a subestimação do aumento das águas uma vez que as projeções atuais do GIEC, endossadas pelos principais governos, serviram de base para as decisões tomadas na Conferência sobre o Clima, realizada em Bali em dezembro de 2007, e que atualmente estão em vigor. Ainda segundo o GIEC, limitar o aumento da temperatura entre 2° e 2,4°C em relação à era pré-industrial implicaria em começar a diminuir as emissões de gás de efeito estufa no mais tardar em 2015, para reduzi-las até 2050 em 50 a 85% se comparadas ao nível de 2000. Nesse caso, o respeito ao princípio poluidor-pagador requereria um esforço específico importante por parte dos países desenvolvidos: as emissões deveriam diminuir entre 80 e 95% até 2050, passando por uma redução intermediária de 25 a 40% em 2020. Nesse período, ainda de acordo com o GIEC, os países em desenvolvimento também deverão se afastar substancialmente de seus cenários atuais e diminuir a poluição.
Menos restritivas que as recomendações de Hansen e sua equipe, esses apontamentos são, da mesma forma, desprezados pelas instâncias políticas. Jean-Pascal van Ypersele, professor de climatologia na Universidade Católica de Louvain e membro do gabinete do GIEC, observa que os membros do G8 regularmente pronunciam-se a favor de uma redução de 50% das emissões, mas evitam a todo custo mencionar os 85% que deveriam corresponder à sua parte da fatia global [11]. O G8 também não discute a responsabilidade que têm na mudança climática.
Infelizmente, é uma tendência seguida por todos os países. O pacote “energia-clima”, proposto pela Comissão Européia para o período 2013-2020, por exemplo, revela-se incompatível com a decisão, tomada em 1996, de limitar o aumento da temperatura a no máximo 2°C com relação a 1780. Já Barack Obama, o novo governante de uma das nações que mais polui o mundo, prevê, em seu plano energético, uma redução de 80% das emissões americanas em 2050, mas seu objetivo para 2020 consiste somente em voltar ao nível de 1990 [12], muito aquém do necessário.
Em resumo, enquanto a preocupação dos cientistas aumenta, os governantes multiplicam efeitos de retórica, mas fundamentam seus objetivos nas projeções mais conservadoras. Ao mesmo tempo, o G8 busca “mecanismos flexíveis” para que o esforço dos países do Norte seja feito quase de maneira “espontânea”, sem grandes impactos. A lógica dessa escolha foi explicitada pelo antigo economista-chefe do Banco Mundial, Nicholas Stern. Em seu relatório ao governo britânico, em outubro de 2006, ele recomendava “evitar fazer mudanças demais e de maneira muito rápida”, pois “há uma grande incerteza quanto aos custos de redução de 60% ou 80% na indústria, principalmente na aviação e num certo número de setores” [13]. O perigo presente aí é que a negociação climática pode acabar resultando numa meta determinada por preocupações baseadas no lucro, e não na proteção das populações e na salvaguarda do clima.
Desequilíbrio perigoso
Chegou a hora de fazer revisões dramáticas. Até agora, considerava-se que a concentração atmosférica limite em gás de efeito estufa oscilava entre 450 e 500 partes por milhão (ppm) de equivalente CO2 (CO2 eq), dos quais 360 a 400 ppm de CO2 [14] – um valor quase duas vezes superior ao período que antecedeu a Revolução Industrial. Mas o estudo da formação das calotas levou James Hansen, diretor do Goddard Institute for Space Studies da National Aeronautics and Space Administration (NASA), e seus colegas a afirmar que uma estabilização nesse nível nos levaria inevitavelmente a um mundo sem gelo [15] em longo prazo.
Quando a calota antártica se formou, a concentração atmosférica em gás carbônico situava-se entre 350 e 500 ppm. Atualmente, estamos em 385 ppm de CO2. Em situação de equilíbrio, isso corresponde a um aumento do nível dos oceanos “de pelo menos vários metros” e a história da Terra comprova que esse aumento pode ocorrer em menos de um século.
Entretanto, ainda temos tempo, explica Hansen: o aquecimento dos mares e o degelo são retroações lentas, diferidas. Por enquanto, os oceanos e as calotas absorvem a diferença crescente entre a temperatura média observada e a temperatura teórica de equilíbrio. Assim, a inércia térmica da água e do gelo desempenha o papel do fio que segurava a espada sobre a cabeça de Dâmocles... Ninguém pode dizer quando o fio vai se romper, mas sem dúvida alguma ele cederá, caso continuemos a acrescentar anualmente 2 ppm de gás carbônico no ar.
O cientista da NASA e seus colegas acreditam ser possível voltar rapidamente a um nível abaixo de 350 – e até mesmo 325 ppm de CO2 – fechando todas as centrais de carvão até 2030. Será possível?
[1] “The Physical Science Basis”, contribuição do Grupo de Trabalho1 (GT1) ao quarto relatório de avaliação do GIEC (2007), resumido pelos organizadores.
[2] Escavação onde um curso de água desaparece para se tornar subterrâneo.
[3] Relatório do GT1, GIEC, 2007, capítulo I, página 18.
[4] “Escalating Ice Loss Found in Antarctica”, Washington Post, Washington, 14 janeiro de 2008.
[5] “New Concerns on the Stability of the West Atlantic Ice Sheet”, Environment Times, United Nations Environment Programme (UNEP), 2004.Mais informações.
[6] Ler “Target Atmospheric CO2: Where Should Humanity Aim?”.
[7] O albedo do sistema Terra-Atmosfera é a fração da energia solar refletida para o espaço. Seu valor está entre 0 e 1. Quanto mais refletora for uma superfície, mais elevado é seu albedo.
[8] Artigo da Science, citado no Le Monde de 2 de fevereiro de 2007.
[9] Norman Myers, “Environmental Refugees in a Globally Warmed World”, BioScience, v. 43 (11), Washington DC, dezembro de 1993.
[10] “UN Climate Chief to Visit Antarctica”, ABC News, 8 de janeiro de 2008.
[11] Ver www.climate.be/vanyp
[12] “Barack Obama’s Plan to Make America a Global Energy Leader”
[13] Nicholas Stern, “Stern Review on The Economics of Climate Change” – relatório redigido por solicitação de Gordon Brown, à época, Ministro das Finanças –, 2006.
[14] O dióxido de carbono (CO2) é o principal gás de efeito estufa de origem antrópica. Sua concentração é expressa em partes por milhão (ppm CO2). Com o objetivo de facilitação, exprimem-se as concentrações dos outros gases de efeito estufa em partes por milhão de equivalentes CO2 (ppm CO2 eq). Não se deve confundir as duas noções.
[15] “Target Atmospheric CO2: Where Should Humanity Aim?”.
Quadrilha de Morte
Créditos: kikodmachado