Governo e povo
ucranianos reconhecem atendimento cubano a
crianças
de Chernobyl
●Machado Ventura
presidiu ato
central em Tarará
Elson
Concepción
Pérez
UM
reconhecimento a Fidel Castro, máximo
inspirador da obra humana que constitui o
atendimento em Cuba às crianças ucranianas e
seus
familiares, prejudicados pela catástrofe
nuclear de
Chernobyl, foi entregue durante o ato pelo
20º
aniversário da chegada a Cuba dos primeiros
menores
prejudicados.
O primeiro vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, José Ramón Machado Ventura, recebeu a distinção das mãos do diretor do Programa na cidade de Tarará, doutor Julio Medina.
No próprio ato, o ex-presidente da
Ucrânia,
Leonid Kuchma, anunciou a entrega a Fidel da
Ordem
ao Mérito de Primeiro Grau; e ao presidente
Raúl
Castro a Ordem do Príncipe Yaroslav o Sábio,
de
Primeiro Grau.
Kuchma impôs distinções ao ministro
da Saúde
Pública, José Ramón Balaguer, e a outros
médicos,
diplomatas e colaboradores que contribuíram
com a
consecução bem-sucedida deste programa.
Ao encerrar o ato, Balaguer
manifestou que o
programa de atendimento a estas crianças é
um
exemplo do que pode fazer um povo que, sem
ter
grandes riquezas materiais, tem a grande
riqueza
espiritual de ter sido educado na
solidariedade, na
entrega incondicional e no amor a outros
povos.
Lembrou o ministro que os anos do
período
especial, a desintegração da União
Soviética, o
recrudescimento do bloqueio, não afetaram o
espírito
solidário e humano de nosso povo, e
continuamos
desenvolvendo o programa de acordo com as
possibilidades existentes.
Disse que naqueles anos difíceis da
década de
1990 foi quando este programa recebeu mais
crianças.
Foram atendidas mais de 300 crianças com
doenças
hematológicas, fundamentalmente leucemia,
136 com
diferentes tipos de tumores, e se realizaram
14
operações complexas de coração, dois
transplantes de
rim, seis de medula óssea, e outras.
Balaguer avaliou que as vítimas
dessa catástrofe
tratadas em Cuba encontraram também o
consolo e o
amor, e reconheceu o trabalho daqueles que
nestes 20
anos trabalharam em função de oferecer um
serviço
excelente, os trabalhadores da saúde, da
ciência,
dos serviços, da gastronomia, da cultura,
todos em
função dessas 25.457 pessoas, deles 21.378
menores,
que levarão para sempre em seus corações a
marca
inapagável da amizade entre os povos da
Ucrânia e de
Cuba. •
DECLARAÇÃO DAS MÃES UCRANIANAS
NÓS, as mães das crianças afetadas
pela
catástrofe de Chernobil e o Fundo
Internacional de
Chernobil, dirigimo-nos a todas as pessoas
de boa
vontade da terra: sejam receptivas a nossas
palavras
porque nossas palavras provêm do mais fundo
do
coração materno.
Para uma mãe a maior desgraça na
vida é a doença
do filho. Quando no ano 1990 Cuba e o
Comandante
Fidel estenderam a mão de ajuda às crianças
ucranianas doentes, não pudemos deixar de
valorizar
esta façanha do povo cubano e queremos
declarar a
todo o mundo que não existe uma ação mais
humana com
relação a crianças doentes que o Programa
ucraniano–cubano "Crianças de Chernobil".
Agradecemos com todo o nosso
coração ao imenso
povo cubano, a seus sábios dirigentes Fidel
Castro,
que materializou este Programa, e a Raúl
Castro, que
agora assumiu sua direcção, tudo o que eles
fizeram
pelas crianças ucranianas afetadas pela
catástrofe
de Chernobil.
Existem coisas na vida que não se
vendem nem se
compram com nenhum dinheiro: a amizade, a
ajuda
mútua e o apoio nos minutos difíceis, e isso
é o que
une firmemente agora os povos cubano e
ucraniano.
Nós confiamos em que a voz sincera e
justa das
mães ucranianas será escutada pelos povos do
mundo
todo.
E queremos declarar que não há um
país mais livre
do que Cuba, que em todo o mundo é conhecido
como a
Ilha da liberdade e onde nunca e sob nenhuma
circunstância foram violados os direitos
humanos.
Nós, as mães ucranianas, de todo o
coração
agradecemos ao povo e ao Governo da
República de
Cuba pelo tratamento de nossas crianças e
esperamos
que a sombra escura de Chernobil desapareça
para
sempre e que a amizade entre dois grandes
povos
perdure eternamente.
Viva Cuba, viva Ucrânia!
|
Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
domingo, 4 de abril de 2010
Cuba reconhecida por ajuda humanitária....
Antiga imprensa, enfim, assume partidarismo
Finalmente a antiga imprensa brasileira assumiu que virou
um partido político. O anúncio foi feito pela presidente da Associação
Nacional dos Jornais e executiva da Folha de S.Paulo, Maria Judith
Brito: "Obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a
posição oposiciobista deste país, já que a oposição está profundamente
fragilizada".
- Por Jorge Furtado*
A presidente da
associação/partido não questiona a moralidade de seus filiados assumirem
a “posição oposicionista deste país” enquanto, aos seus leitores,
alegam praticar jornalismo.
Quem estava prestando atenção já percebeu faz tempo: a antiga imprensa brasileira virou um partido político, incorporando as sessões paulistas do PSDB (Serra) e do PMDB (Quércia), e o DEM (ex-PFL, ex-Arena).
A boa novidade é que finalmente eles admitiram ser o que são, através das palavras sinceras de Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais e executiva do jornal Folha de S. Paulo, em declaração ao jornal O Globo:
“Obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada.”
A presidente da Associação Nacional dos Jornais constata, como ela mesma assinala, o óbvio: seus associados “estão fazendo de fato a posição oposicionista (sic) deste país”. Por que agem assim? Porque “a oposição está profundamente fragilizada”.
A presidente da associação/partido não esclarece porque a oposição “deste país” estaria “profundamente fragilizada”, apesar de ter, como ela mesma reconhece, o irrestrito apoio dos seus associados (os jornais).
A presidente da associação/partido não questiona a moralidade de seus filiados assumirem a “posição oposicionista deste país” enquanto, aos seus leitores, alegam praticar jornalismo. Também não questiona o fato de serem a oposição ao governo “deste país” mas não aos governos do seu estado (São Paulo).
Propriedades privadas, gozando de muitas isenções de impostos para que possam melhor prestar um serviço público fundamental, o de informar a sociedade com a liberdade e o equilíbrio que o bom jornalismo exige, os jornais proclamam-se um partido, isto é, uma “organização social que se fundamenta numa concepção política ou em interesses políticos e sociais comuns e que se propõe alcançar o poder”.
O partido da imprensa se propõe a alcançar o poder com o seu candidato, José Serra. Trata-se, na verdade, de uma retomada: Serra, FHC e seu partido, a imprensa, estiveram no poder por oito anos. Deixaram o governo com desemprego, juros, dívida pública, inflação e carga tributária em alta, crescimento econômico pífio e índices muito baixos de aprovação popular. No governo do partido da imprensa, a criminosa desigualdade social brasileira permaneceu inalterada e os índices de criminalidade (homicídios) tiveram forte crescimento,
O partido da imprensa assumiu a “posição oposicionista” a um governo que hoje conta com enorme aprovação popular. A comparação de desempenho entre os governos do Partido dos Trabalhadores (Lula, Dilma) e do partido da imprensa (FHC, Serra), é extraordinariamente favorável ao primeiro: não há um único índice social ou econômico em que o governo Lula (Dilma) não seja muito superior ao governo FHC (Serra), a lista desta comparação chega a ser enfadonha.
Serra é, portanto, o candidato do partido da imprensa, que reúne os interesses da direita brasileira e faz oposição ao governo Lula. Dilma é a candidata da situação, da esquerda, representando vários partidos, defendendo a continuidade do governo Lula.
Agora que tudo ficou bem claro, você pode continuar (ou não) lendo seu jornal, sabendo que ele trabalha explicitamente a favor de uma candidatura e de um partido que, como todo partido, almeja o poder.
Annita Dunn, diretora de Comunicações da Casa Branca, à rede de televisão CNN e aos repórteres do The New York Times:
"A rede Fox News opera, praticamente, ou como o setor de pesquisas ou como o setor de comunicações do Partido Republicano" (...) "não precisamos fingir que [a Fox] seria empresa comercial de comunicações do mesmo tipo que a CNN. A rede Fox está em guerra contra Barack Obama e a Casa Branca, [e] não precisamos fingir que o modo como essa organização trabalha seria o modo que dá legitimidade ao trabalho jornalístico. Quando o presidente [Barack Obama] fala à Fox, já sabe que não falará à imprensa, propriamente dita. O presidente já sabe que estará como num debate com o partido da oposição."
*Jorge Furtado é cineasta e escritor. Foi um dos fundadores da Casa de Cinema de Porto Alegre, da qual é integrante até hoje.
Fonte: Agência Carta Maior
(Artigo publicado no blog de Jorge Furtado/Casa de Cinema de Porto Alegre)
Quem estava prestando atenção já percebeu faz tempo: a antiga imprensa brasileira virou um partido político, incorporando as sessões paulistas do PSDB (Serra) e do PMDB (Quércia), e o DEM (ex-PFL, ex-Arena).
A boa novidade é que finalmente eles admitiram ser o que são, através das palavras sinceras de Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais e executiva do jornal Folha de S. Paulo, em declaração ao jornal O Globo:
“Obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada.”
A presidente da Associação Nacional dos Jornais constata, como ela mesma assinala, o óbvio: seus associados “estão fazendo de fato a posição oposicionista (sic) deste país”. Por que agem assim? Porque “a oposição está profundamente fragilizada”.
A presidente da associação/partido não esclarece porque a oposição “deste país” estaria “profundamente fragilizada”, apesar de ter, como ela mesma reconhece, o irrestrito apoio dos seus associados (os jornais).
A presidente da associação/partido não questiona a moralidade de seus filiados assumirem a “posição oposicionista deste país” enquanto, aos seus leitores, alegam praticar jornalismo. Também não questiona o fato de serem a oposição ao governo “deste país” mas não aos governos do seu estado (São Paulo).
Propriedades privadas, gozando de muitas isenções de impostos para que possam melhor prestar um serviço público fundamental, o de informar a sociedade com a liberdade e o equilíbrio que o bom jornalismo exige, os jornais proclamam-se um partido, isto é, uma “organização social que se fundamenta numa concepção política ou em interesses políticos e sociais comuns e que se propõe alcançar o poder”.
O partido da imprensa se propõe a alcançar o poder com o seu candidato, José Serra. Trata-se, na verdade, de uma retomada: Serra, FHC e seu partido, a imprensa, estiveram no poder por oito anos. Deixaram o governo com desemprego, juros, dívida pública, inflação e carga tributária em alta, crescimento econômico pífio e índices muito baixos de aprovação popular. No governo do partido da imprensa, a criminosa desigualdade social brasileira permaneceu inalterada e os índices de criminalidade (homicídios) tiveram forte crescimento,
O partido da imprensa assumiu a “posição oposicionista” a um governo que hoje conta com enorme aprovação popular. A comparação de desempenho entre os governos do Partido dos Trabalhadores (Lula, Dilma) e do partido da imprensa (FHC, Serra), é extraordinariamente favorável ao primeiro: não há um único índice social ou econômico em que o governo Lula (Dilma) não seja muito superior ao governo FHC (Serra), a lista desta comparação chega a ser enfadonha.
Serra é, portanto, o candidato do partido da imprensa, que reúne os interesses da direita brasileira e faz oposição ao governo Lula. Dilma é a candidata da situação, da esquerda, representando vários partidos, defendendo a continuidade do governo Lula.
Agora que tudo ficou bem claro, você pode continuar (ou não) lendo seu jornal, sabendo que ele trabalha explicitamente a favor de uma candidatura e de um partido que, como todo partido, almeja o poder.
Annita Dunn, diretora de Comunicações da Casa Branca, à rede de televisão CNN e aos repórteres do The New York Times:
"A rede Fox News opera, praticamente, ou como o setor de pesquisas ou como o setor de comunicações do Partido Republicano" (...) "não precisamos fingir que [a Fox] seria empresa comercial de comunicações do mesmo tipo que a CNN. A rede Fox está em guerra contra Barack Obama e a Casa Branca, [e] não precisamos fingir que o modo como essa organização trabalha seria o modo que dá legitimidade ao trabalho jornalístico. Quando o presidente [Barack Obama] fala à Fox, já sabe que não falará à imprensa, propriamente dita. O presidente já sabe que estará como num debate com o partido da oposição."
*Jorge Furtado é cineasta e escritor. Foi um dos fundadores da Casa de Cinema de Porto Alegre, da qual é integrante até hoje.
Fonte: Agência Carta Maior
(Artigo publicado no blog de Jorge Furtado/Casa de Cinema de Porto Alegre)
sábado, 3 de abril de 2010
Venezuela e Rússia fecham acordo petrolífero bilionário
Thais Romanelli - Opera Mundi
Em sua primeira visita a Venezuela, o primeiro-ministro
russo, Vladimir Putin selou uma “aliança estratégica”, nesta sexta-feira
(2/04), com o presidente Hugo Chávez. Foram 31 acordos assinados, a
maioria nas áreas de energia e defesa.
“Quero destacar que criamos uma nova equação em mecanismos de cooperação bilaterais que nesta década se desenvolveram como nunca antes”, afirmou Chávez ao término do ato no qual foram assinados parte dos documentos.
O presidente e primeiro-ministro russo discutiram possíveis parcerias petrolíferas e formalizaram a criação de uma empresa binacional de produção e extração de petróleo na faixa do rio Orinoco, no norte da Venezuela.
Harold Escalona/Efe
Estima-se que a reserva de petróleo dessa região tenha capacidade de 513 bilhões de barris, o que a tornaria a maior do mundo. A reserva ainda está em processo de certificação.
O acordo prevê que a estatal venezuelana PDVSA e o consórcio russo – formado pelas empresas Rosneft, Lukoil, TNK-BP, Gazprom e Surgutneftgaz – construam uma empresa conjunta para operar no campo Junín 6, e que posteriormente a exploração possa ser ampliada para outros três campos da faixa do Orinoco.
Na associação, a PDVSA terá 60% das ações e o consórcio russo ficará com os outros 40%. A expectativa é que ao final do projeto a produção chegue a 450 mil de barris diários.
Segundo Putin, o documento exige uma “entrada” de um bilhão de dólares para a exploração de Junin 6. Desse valor, 600 milhões de dólares já foram pagos pelo presidente russo no próprio dia da reunião.
Durante a visita, ambos os Governos ajustaram vários memorandos de entendimento para construção de navios-tanque de transporte de gás e petróleo; estudos para a instalação de uma planta de geração de energia elétrica e cooperação em projetos de planejamento energético.
Defesa
Além disso, Vladimir Putin, que disse que seu país está disposto a continuar a fornecer equipamento militar à Venezuela, entregou na ocasião da visita quatro helicópteros russos Mi-17 que completam o lote de 38 comprados em 2006, e firmaram acordos para a renovação da frota aérea venezuelana.
A decisão alarmou os Estados Unidos que se disseram “preocupados com a compra de armamento por parte da Venezuela” em comunicado oficial da Casa Branca.
O presidente Hugo Chávez, questionado sobre a posição norte-americana afirmou que as intenções com a compra de aviões é pacífica. “Não estamos nos armando contra os EUA. Vocês sabem quantos aviões [Barack] Obama têm?”, disse.
Exploração espacial
Vladimir Putin prometeu também avaliar a possibilidade de ajudar a Venezuela a desenvolver sua própria indústria especial, que incluiria um sistema de lançamento de satélites. A proposta de cooperação ainda será discutida por autoridades dos dois países.
“A Rússia ofereceu apoio para que a Venezuela tenha sua própria indústria para o uso de seu espaço extraterrestre e nós temos interesse nisso”, afirmou o presidente venezuelano.
A declaração foi ironizada na Casa Branca, que por meio de seu porta-voz Philip Crowley lembrou que nesta semana Chávez declarou feriado prolongado para poupar energia.
“Já que ele pretende gastar recursos para atender aos interesses do povo venezuelano, talvez devesse se concentrar em assuntos terrestres mais do que nos extraterrestres”, disse Crowley.
“Quero destacar que criamos uma nova equação em mecanismos de cooperação bilaterais que nesta década se desenvolveram como nunca antes”, afirmou Chávez ao término do ato no qual foram assinados parte dos documentos.
O presidente e primeiro-ministro russo discutiram possíveis parcerias petrolíferas e formalizaram a criação de uma empresa binacional de produção e extração de petróleo na faixa do rio Orinoco, no norte da Venezuela.
Harold Escalona/Efe
Estima-se que a reserva de petróleo dessa região tenha capacidade de 513 bilhões de barris, o que a tornaria a maior do mundo. A reserva ainda está em processo de certificação.
O acordo prevê que a estatal venezuelana PDVSA e o consórcio russo – formado pelas empresas Rosneft, Lukoil, TNK-BP, Gazprom e Surgutneftgaz – construam uma empresa conjunta para operar no campo Junín 6, e que posteriormente a exploração possa ser ampliada para outros três campos da faixa do Orinoco.
Na associação, a PDVSA terá 60% das ações e o consórcio russo ficará com os outros 40%. A expectativa é que ao final do projeto a produção chegue a 450 mil de barris diários.
Segundo Putin, o documento exige uma “entrada” de um bilhão de dólares para a exploração de Junin 6. Desse valor, 600 milhões de dólares já foram pagos pelo presidente russo no próprio dia da reunião.
Durante a visita, ambos os Governos ajustaram vários memorandos de entendimento para construção de navios-tanque de transporte de gás e petróleo; estudos para a instalação de uma planta de geração de energia elétrica e cooperação em projetos de planejamento energético.
Defesa
Além disso, Vladimir Putin, que disse que seu país está disposto a continuar a fornecer equipamento militar à Venezuela, entregou na ocasião da visita quatro helicópteros russos Mi-17 que completam o lote de 38 comprados em 2006, e firmaram acordos para a renovação da frota aérea venezuelana.
A decisão alarmou os Estados Unidos que se disseram “preocupados com a compra de armamento por parte da Venezuela” em comunicado oficial da Casa Branca.
O presidente Hugo Chávez, questionado sobre a posição norte-americana afirmou que as intenções com a compra de aviões é pacífica. “Não estamos nos armando contra os EUA. Vocês sabem quantos aviões [Barack] Obama têm?”, disse.
Exploração espacial
Vladimir Putin prometeu também avaliar a possibilidade de ajudar a Venezuela a desenvolver sua própria indústria especial, que incluiria um sistema de lançamento de satélites. A proposta de cooperação ainda será discutida por autoridades dos dois países.
“A Rússia ofereceu apoio para que a Venezuela tenha sua própria indústria para o uso de seu espaço extraterrestre e nós temos interesse nisso”, afirmou o presidente venezuelano.
A declaração foi ironizada na Casa Branca, que por meio de seu porta-voz Philip Crowley lembrou que nesta semana Chávez declarou feriado prolongado para poupar energia.
“Já que ele pretende gastar recursos para atender aos interesses do povo venezuelano, talvez devesse se concentrar em assuntos terrestres mais do que nos extraterrestres”, disse Crowley.
O BBB e a imbecilidade humana.....
Encéfalos esponjosos
Terminou o "BBB10".
Graças a Deus. Estamos livres. Estava ficando difícil evitar os
comentários sobre o Besteirol Baixaria Brasil. Ou Bundas Brasileiras
Balançando. Bastava ligar a televisão, a qualquer hora do dia ou da
noite, para se ver ao menos uma chamada com uma bunda rebolando ou um
cara afagando os países baixos. Pensei em fugir para o exterior. Havia
sempre alguém no lotação falando no celular sobre as espetaculares
discussões filosóficas travadas entre os protagonistas do jogo. Poucas
vezes uma rede de televisão foi tão bem-sucedida na escolha de um grupo
de QI reduzido. Não deve ter passado de 180 somando-se todos os
integrantes.
A televisão costuma ser um poderoso instrumento de emburrecimento. O "Big Brother", para usar mais uma expressão de Jean Baudrillard, privilegia os encéfalos esponjosos, tanto dos participantes quanto dos telespectadores. É o programa mais idiota da história recente da televisão brasileira. Vi duas noites seguidas e senti meu cérebro tomando a consistência de uma gelatina ou de um mocotó. Ganhou um tal de Marcelo Dourado, gaúcho, filho de uma astróloga, certamente responsável pela sofisticada cultura do filho. Dourado destacou-se pelas suas declarações contra os homossexuais. O Brasil reacionário adorou. Venceu aquele que tem a cara do país: bronco, conservador e homofóbico.
Durante meses, milhões de pessoas submeteram-se a um triste espetáculo com disputas infantilizadoras e uma terminologia babaca escolhida para tocar o coração de antas, pacas e telespectadores: colar do anjo, brothers, sisters, big fone, confessionário, casa mais vigiada do Brasil, castigo do monstro, pular amarelinha vestido de criança, imunização, etc. Dourado levou R$ 1,5 milhão pela sua extraordinária capacidade de representar a estupidez nacional. Certamente desfilará em carro de bombeiro ao chegar em Porto Alegre. É o nosso novo Bento Gonçalves. O Rio Grande do Sul está orgulhoso do seu filho dileto. O "BBB" é uma atividade terapêutica de regressão. Até o apresentador, Pedro Bial, regrediu. Passou de bom repórter a animador de uma baixaria anual. Parece feliz. Deve ter encontrado o seu "eu" profundo.
Por que as pessoas veem o "Big Brother"?
Porque está à altura das suas competências intelectuais. O "BBB" é o equivalente televisivo da literatura de Paulo Coelho. Dizem que a Rede Globo assinou contrato para exibir mais 40 edições do "BBB". Se isso for verdade, quero migrar para a Sibéria com uma coleção de DVDs de Zorra Total e um pôster da dupla Victor e Leo. Topo tudo. Suporto qualquer coisa. O Ronan Prigent, adido cultural da França em Porto Alegre, foi transferido para Ekaterinemburgo. Pedirei que me acolha por lá. Trabalharei fazendo faxina ou recuperando encadernações das obras de Lenin. Suportarei temperaturas de 45 graus negativos. Só quero ficar livre dos fãs do "BBB". Não quero ter o azar de encontrar o Dourado na rua.
A televisão costuma ser um poderoso instrumento de emburrecimento. O "Big Brother", para usar mais uma expressão de Jean Baudrillard, privilegia os encéfalos esponjosos, tanto dos participantes quanto dos telespectadores. É o programa mais idiota da história recente da televisão brasileira. Vi duas noites seguidas e senti meu cérebro tomando a consistência de uma gelatina ou de um mocotó. Ganhou um tal de Marcelo Dourado, gaúcho, filho de uma astróloga, certamente responsável pela sofisticada cultura do filho. Dourado destacou-se pelas suas declarações contra os homossexuais. O Brasil reacionário adorou. Venceu aquele que tem a cara do país: bronco, conservador e homofóbico.
Durante meses, milhões de pessoas submeteram-se a um triste espetáculo com disputas infantilizadoras e uma terminologia babaca escolhida para tocar o coração de antas, pacas e telespectadores: colar do anjo, brothers, sisters, big fone, confessionário, casa mais vigiada do Brasil, castigo do monstro, pular amarelinha vestido de criança, imunização, etc. Dourado levou R$ 1,5 milhão pela sua extraordinária capacidade de representar a estupidez nacional. Certamente desfilará em carro de bombeiro ao chegar em Porto Alegre. É o nosso novo Bento Gonçalves. O Rio Grande do Sul está orgulhoso do seu filho dileto. O "BBB" é uma atividade terapêutica de regressão. Até o apresentador, Pedro Bial, regrediu. Passou de bom repórter a animador de uma baixaria anual. Parece feliz. Deve ter encontrado o seu "eu" profundo.
Por que as pessoas veem o "Big Brother"?
Porque está à altura das suas competências intelectuais. O "BBB" é o equivalente televisivo da literatura de Paulo Coelho. Dizem que a Rede Globo assinou contrato para exibir mais 40 edições do "BBB". Se isso for verdade, quero migrar para a Sibéria com uma coleção de DVDs de Zorra Total e um pôster da dupla Victor e Leo. Topo tudo. Suporto qualquer coisa. O Ronan Prigent, adido cultural da França em Porto Alegre, foi transferido para Ekaterinemburgo. Pedirei que me acolha por lá. Trabalharei fazendo faxina ou recuperando encadernações das obras de Lenin. Suportarei temperaturas de 45 graus negativos. Só quero ficar livre dos fãs do "BBB". Não quero ter o azar de encontrar o Dourado na rua.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Libertos mais de 80 trabalhadores em carvoarias de Goiás
Da Repórter Brasil - no sitio do MST
O funcionamento de 14 carvoarias na zona rural de Jussara (GO), no
local conhecido como Vale do Araguaia, dependia de 81 trabalhadores
submetidos a condições análogas à escravidão. O quadro de
irregularidades foi encontrado pela Superintendência Regional do
Trabalho e Emprego de Goiás (SRTE/GO), em parceria com o Ministério
Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal (PF), entre os dias 22 de
fevereiro e 10 de março deste ano.
A maior parte dos empregados foi aliciada em Minas Gerais. "Algumas
funções, como a de carbonizador, requerem trabalho especializado e Minas
Gerais possui muitas pessoas com conhecimento nessa área", explica
Roberto Mendes, coordenador da fiscalização rural da SRTE/GO. As vítimas
desmatavam a vegetação, retiravam a lenha e produziam carvão.
As 14 carvoarias estavam localizadas nas seguintes propriedades:
Fazenda Água Limpa do Araguaia, de propriedade de Antônio Joaquim
Duarte; Fazenda Pompéia, que pertence a Jairo Benedito Perillo; Fazenda
Nossa Senhora Aparecida, de Labib Adas; Fazenda Chaparral, de Renato
Rodrigues da Costa; e Fazenda Santa Rosa do Araguaia, da empresa
Oesteval Agropastoril Ltda. As carvoarias funcionavam há cerca de quatro
anos. Nesse período, os mesmos trabalhadores mudavam de uma fazenda
para outra.
Os alojamentos eram feitos de restos de madeiras e lonas em chão de
terra batida ou areia, alguns deles localizados próximos a lamaçais. Os
trabalhadores dormiam em camas improvisadas com tocos de madeira e
utilizavam pedaços de espumas velhas e sujas como colchões. Não havia
roupas de cama e nem armários individuais para guardar pertences.
Para tomar banho, os trabalhadores utilizavam copos para jogar água
no corpo. Não havia sequer cozinhas. Os alimentos eram preparados dentro
dos alojamentos, em fogões improvisados, com risco de incêndios. Não
havia instalações sanitárias ou elétricas. Os empregadores não forneciam
água potável. Algumas esposas e filhos de carvoeiros também moravam nas
mesmas condições.
Os trabalhadores não tinham acesso a nenhum tipo de Equipamento de
Proteção Individual (EPI). "A maioria dos carvoeiros trabalhava apenas
de bermudas e chinelos, mesmo estando expostos ao calor intenso, à
fumaça e à fuligem produzidas pela produção e remoção do carvão",
detalha Roberto. Nenhum dos operadores de motosserras e de tratores
possuía capacitação.
As vítimas estavam submetidas a uma jornada exaustiva de trabalho,
sem descanso semanal renumerado. Trabalhavam de segunda a segunda,
inclusive aos domingos. "Além desse quadro de condições desumanas e
falta de segurança, os empregados não tinham direito a 13º salário,
férias, depósito do Fundo de Garantia pelo Tempo de Serviço (FGTS). Com
isso, perdiam a contagem do tempo de serviço para aposentadoria",
explica Roberto. A maior parte dos trabalhadores também não tinha suas
Carteiras de Trabalho e da Previdência Social (CTPS) assinadas.
Além das infrações à legislação trabalhista, também foram detectadas
infrações ambientais. Os fiscais verificaram que duas carvoarias
funcionavam sem autorização e que nenhuma das mais de dez motosserras
tinha licença do órgão ambiental responsável. Houve registro de
queimadas irregulares após a derrubada do Cerrado. Durante a operação, o
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informou a Agência Ambiental de
Goiás sobre as irregularidades e solicitou a presença de representantes
no local, mas até o fim da fiscalização ninguém do órgão estadual
compareceu.
No total, os trabalhadores resgatados receberam mais de R$ 200 mil
referentes às verbas rescisórias. Além disso, receberão três parcelas de
Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado, no valor de um salário
mínimo cada. Todas as carvoarias foram interditadas. Assim como todas as
atividades de desmatamento e de retirada de lenha.
"Os proprietários das fazendas receberam várias autuações e poderão,
ao final dos processos administrativos onde lhes serão garantidos o
contraditório e a ampla defesa, ter seus nomes incluídos na lista de
empregadores que submetem trabalhadores à condição análoga à de escravo,
conhecida como ´lista suja´. Isso sem falar em possíveis implicações
criminais, uma vez que o fato é tipificado como crime pelo Artigo 149,
do Código Penal Brasileiro", adiciona o auditor fiscal do trabalho
Roberto Mendes.
De acordo com ele, a produção artesanal de carvão vegetal constitui
uma atividade de grande risco à saúde e integridade física do
trabalhador. "A atividade requer uma série de medidas preventivas por
parte dos empreendedores, os quais devem sempre procurar assistência
técnica de profissionais da área de segurança e saúde no trabalho".
Em outra ação realizada em janeiro deste ano, a SRTE/GO interditou
várias carvoarias em cinco fazendas no município de Aporé (GO): Fazenda
Ranchinho (de Flávio Pascoa Teles de Menezes); Fazenda N. S. D´ Abadia
(de Benedicta Terezinha Pedrinho Baptista); Fazenda Furnas São Domingos
(de Manoel Domingos de Lima); Fazenda Orissanga (de Antônio Melhado
Sobrinho); e Fazenda Serra Verde (de Rosana Elisa Regatiere Magalhães).
O islã e a justiça social...
O Significado de Justiça no Islamismo
Na
visão islâmica de mundo, a justiça denota colocar algo em seu
devido lugar. Também significa dar aos outros tratamento igualitário.
No
Islã, a justiça também é uma virtude moral e um atributo da
personalidade
humana, como é na tradição ocidental. A justiça está próxima da
igualdade no
sentido de que ela cria um estado de equilíbrio na distribuição de
direitos e
deveres, mas elas não são idênticas. Às vezes, a justiça é alcançada
através
da desigualdade, como uma distribuição desigual de riqueza. O Profeta
do Islã
declarou:
“Existem sete
categorias de
pessoas a quem Deus abrigará sob Sua sombra no Dia quando não haverá
nenhuma
sombra exceto Ele. [Uma é] o líder justo.” (Saheeh Muslim)
Deus falou a Seu
Mensageiro dessa forma:
“Ó Meus servos,
eu proibi a
injustiça para Mim mesmo e a proíbo também para vós. Então evitem serem
injustos uns com os outros.” (Saheeh Muslim)
Portanto, a justiça
representa retidão
moral e eqüidade, uma vez que significa que as coisas devem estar no
lugar a
que elas pertencem.
A Importância da Justiça
O Alcorão, a escritura
sagrada do Islã,
considera a justiça como uma virtude suprema. É um objetivo básico do
Islã a
ponto de ser a próxima na ordem de prioridade após a crença no direito
exclusivo de Deus a adoração (Tawheed) e na verdade da missão
profética
de Muhammad. Deus declara no Alcorão:
“Deus ordena a justiça e o
tratamento
justo...” (Alcorão 16:90)
E em outra passagem:
“Ó vós que credes, sede
constantes em servir
a Deus, e sejam testemunhas com justiça.” (Alcorão 5:8)
Sendo assim, pode-se
concluir que
justiça é uma obrigação do Islã e injustiça é proibido. A centralidade
da
justiça para o sistema corânico de valores é mostrada pelo seguinte
versículo:
“Nós enviamos Nossos
Mensageiros com claros
sinais e fizemos descer com eles o Livro e a Balança de modo a
estabelecer
justiça entre os homens...” (Alcorão 57:25)
A frase ‘Nossos
Mensageiros’ mostra
que a justiça foi um objetivo de todas as revelações e escrituras
enviadas à
humanidade. O versículo também mostra que a justiça deve ser medida e
implementada pelos padrões e orientações estabelecidos pela revelação. A
abordagem do Islã para a justiça é vasta e abrangente. Qualquer
caminho que
leve à justiça é considerado em harmonia com a Lei Islâmica. Deus
exigiu
justiça e, embora Ele não tenha prescrito uma rota específica, forneceu
as
orientações gerais de como alcançá-la. Ele também não prescreveu meios
fixos
através dos quais ela pode ser obtida, nem Ele declarou inválidos
quaisquer
meios ou métodos em particular que possam levar à justiça. Sendo assim,
todos
os meios, procedimentos e métodos que facilitam, refinam e promovem a
causa da
justiça, e não violam a Lei Islâmica, são válidos.[1]
Igualdade na Justiça
Os padrões corânicos
de justiça
transcendem considerações de raça, religião, cor e credo, já que é
ordenado aos
muçulmanos que sejam justos com seus amigos e companheiros igualmente, e
sejam
justos em todos os níveis, como o Alcorão define:
“Ó vós que credes! Sedes
firmes na justiça,
como testemunhas de Deus, ainda que seja contra vós mesmos, ou contra
seus pais
e parentes, ou que seja contra rico ou pobre...” (Alcorão 4:135)
De acordo com outra
passagem corânica:
“E que o ódio para com um
povo não vos induza
a se afastardes da justiça. Sede justos, porque isso está mais próximo
da
virtude...” (Alcorão 5:8)
Com referência às
relações com não-muçulmanos,
o Alcorão também declara:
“Deus não vos proíbe de
fazerdes o bem e
serdes justos com aqueles que nem vos combateram na vossa religião nem
vos
fizeram sair de vossos lares...” (Alcorão 60:8)
Os eruditos do Alcorão
concluíram que
essas normas se aplicam a todas as nações, seguidoras de todas as fés.
Na
verdade, a toda a humanidade. [2] Na visão do Alcorão, justiça
é uma obrigação. É por isso que foi dito ao Profeta:
“...Se julgas, julga entre
eles com
justiça...” (Alcorão 5:42)
“Fizemos descer para ti
(Muhammad) a
escritura com a verdade, a fim de que julgues entre os homens conforme o
que
Deus te ensinou.” (Alcorão 4:105)
Além disso, o Profeta
foi enviado como
um juiz entre os povos, e lhe foi dito:
“...Dize: Creio na Escritura
que Deus enviou
e foi-me ordenado fazer justiça entre vós...” (Alcorão 42:15)
O Alcorão se vê como
uma escritura
devotada principalmente a estabelecer os princípios de fé e justiça. O
Alcorão
exige que a justiça seja feita para todos, e que é um direito inerente
de todos
os seres humanos sob a Lei Islâmica.[3]
O comprometimento eterno do Alcorão com os padrões básicos de
justiça é encontrado nessa declaração:
“A Palavra de teu Senhor
cumpriu-se em
verdade e justiça. Ninguém pode mudar Suas palavras.” (Alcorão 6:115)
Prover justiça é uma
custódia que Deus
conferiu ao ser humano e, como todas as outras custódias, o seu
cumprimento
deve ser guiado pelo senso de responsabilidade, além da mera
conformidade
estabelecida pelas regras. Assim, o Alcorão declara:
“Deus vos ordena que
restituais os depósitos
a seus donos e quando julgardes entre os homens, julgueis com
justiça...”
(Alcorão 4:58)
A referência à justiça
que
imediatamente segue uma referência ao cumprimento de custódias indica
que ela é
a mais importante de todas as custódias.[4]
Justiça e o Eu
O conceito corânico de
justiça também
faz da justiça a uma virtude pessoal, e um dos padrões de excelência
moral que
um crente é encorajado a seguir como parte de sua consciência de Deus.
Deus
diz:
“...Sede justos, porque isso
está mais
próximo da consciência de Deus...” (Alcorão 5:8)
O próprio Profeta
instruiu:
“Sejam
conscientes de Deus e sejam
justos com seus filhos.”[5]
O Alcorão diz aos
crentes:
“...Quando falardes, fazei-o
com justiça,
mesmo que seja contra alguém próximo a ti...” (Alcorão 6:152)
Exemplos Específicos de Justiça Encorajados no Alcorão
O Alcorão também se
refere a situações
em particular e contextos de justiça. Uma dessas situações é a
exigência de
tratamento justo dos órfãos. Deus diz:
“E não vos aproximeis das
riquezas do órfão a
não ser da maneira mais justa até que ele [ou ela] atinja sua força
plena. E
completai a medida e pesai com justiça...” (Alcorão 6:152, ver também
89:17, 93:9, e 107:2)
Negociações justas em
medidas e pesos,
como mencionado no versículo acima, também são mencionadas em outras
passagens
onde a justiça na compra, venda e, por extensão, nas transações de
negócios em
geral, é enfatizada. Existe um capítulo inteiro do Alcorão, Surata
al-Mutaffifeen (‘Surata dos Fraudadores’, 83) onde negociantes
fraudulentos são
ameaçados com a ira divina.
Referências à justiça
também ocorrem no
contexto da poligamia. O Alcorão exige tratamento eqüitativo de todas
as
esposas. O versículo da poligamia começa pela referência a meninas
órfãs que
podem ser expostas à depravação e injustiça. Quando elas alcançam a
idade de
casar, elas podem ser casadas, mesmo em uma relação poligâmica,
especialmente
quando existe uma desigualdade no número de homens e mulheres, como foi o
caso
após a Batalha de Uhud quando esse versículo foi revelado. Mas, como o
Alcorão declara:
“Se temeis ser injusto,
então casai apenas
uma...” (Alcorão 4:3)
Concluindo, ‘promover
justiça’, nas
palavras de Sarkhasi, um destacado jurista muçulmano clássico, ‘se
equipara aos
mais nobres atos de devoção depois da crença em Deus. É o maior de
todos os
deveres confiados aos profetas...e é a justificativa mais forte para a
gerência
da terra pelo homem.’[6]
Footnotes:
[1] Qaradawi,
Yusuf, ‘Madkhal li-Darasah al-Sharia al-Islamiyya,’ p.
177
[2]
Kamali,
Mohammad, ‘Freedom, Equality, And Justice In Islam,’ (‘Liberdade,
Igualdade
e Justiça no Islã’) p. 111
[3]
Qutb, Sayyid, ‘Fi Zilal al-Quran,’
vol. 2, p.
689
[4]
Razi, Fakhr al-Din, ‘al-Tafsir al-Kabir,’
vol. 3, p.
353
[5]
Riyad
us-Saliheen
[6]
Sarkhasi,
Shams al-Din, ‘al-Mabsut,’ vol. 14, p. 59-60
DEIC da Policia Civil do RS sob suspeição...
Polícia Civil deve abrir sindicância para apurar investigação de caso Eliseu
Ex-mulher de acusado do crime é casada com investigador do Deic, segundo o MP
A cúpula da Polícia Civil deve abrir
sindicância interna para apurar investigação do Departamento de
Investigações Criminais (Deic) sobre a morte do ex-secretário municipal
de Saúde Eliseu Santos, assassinado em 26 de fevereiro. O caso -
desvendado pela polícia uma semana depois, indiciando três executores -
está sob suspeita após denúncia do Ministério Público. Diferentemente da
polícia, que tratou o caso como tentativa de latrocínio, os
procuradores da 1ª Vara do Tribunal do Júri apuraram que a morte do
ex-vice-prefeito foi tramada por pelo menos cinco dos oito denunciados
ao Poder Judiciário. Entre eles, Jorge Renato Mello, um dos
proprietários da empresa de vigilância Reação, que teve o contrato
rompido com a prefeitura depois do escândalo de suposto pagamento de
propina para o então secretário Eliseu Santos.
A ex-mulher de Mello é casada com o investigador Pedro Diniz, chefe de
investigação da Delegacia de Homicídios, responsável pelo inquérito,
segundo o MP. No pedido de prisão preventiva à Justiça feito pelos
quatro promotores em 31 de março, o texto se refere ao dono da empresa
Reação: “A referência ao comportamento ardiloso de Jorge Renato Hardoff
Mello se deve, em muito, ao fato de ser policial militar na reserva, que
chegou a ser cedido para a Polícia Federal, que trabalhou com empresa
de vigilância, o qual tinha contato com diversos policiais civis, até
porque sua ex-esposa, com quem tem uma filha, é atualmente casada com o
chefe de Investigação da Delegacia de Homicídios, Pedro Diniz, aliás,
com atuação efetiva na investigação e na conclusão prematura do presente
inquérito”.
“O servidor não deveria ter participado da investigação. Não vamos
prevaricar”, disse o chefe de Polícia, delegado João Paulo Martins. Ele
afirmou que, assim que tiver acesso às investigações do Ministério
Público, a cúpula da Polícia Civil se manifestará, não descartando a
abertura de uma sindicância pela Corregedoria da instituição. De acordo
com as conclusões do Ministério Público, Jorge Renato Mello, ex-PM e
apontado como um dos mandantes da morte de Eliseu Santos, seria um
"informante" do Deic. Um policial civil que prestou depoimento ao MP
disse que Mello trabalhava ainda como informante, inclusive tendo
atuação na noite da morte de Eliseu.
Ex-assessor da Secretaria da Saúde se apresentou à Justiça
O ex-assessor jurídico da Secretaria Municipal da Saúde Marco
Antônio Bernardes se apresentou, na manhã desta sexta-feira, à
Justiça. Ele é um dos oito
denunciados pelo Ministério Público por participação na morte de Eliseu
Santos.
Outros três denunciados já estão no Presídio Central: Eliseu Pompeu
Gomes, Fernando Treib Krol, o "Alemão", presos após inquérito da Polícia
Civil, e Marcelo Dias Souza, detido ontem pela Brigada Militar.
Com isso, apenas Janine Ferri Bitello, de 25 anos, de Sapucaia do Sul, e
Robinson Teixeira dos Santos, de 23 anos, também de Sapucaia do Sul,
seguem foragidos.
De acordo com o MP, Bernardes teria perdido um cargo em comissão junto à
Secretaria comandada pela vítima. Além disso, outros denunciados teriam
sido prejudicados pelo fechamento da empresa de vigilância e segurança
Reação. A empresa perdeu mais de R$ 1 milhão quando o seu contrato foi
rompido devido à descoberta do esquema de propina.
Na quinta-feira, foram presos dois integrantes da quadrilha durante
investigações realizadas pela Delegacia de Homicídios. O Batalhão de
Operações Especiais da Brigada Militar prendeu Marcelo Pio e Marcelo
Souza, que tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça a pedido do
MP.
O original encontra-se no sitio do Correio do Povo
O genocidio dos nativos americanos....
Avatar conta uma história que preferimos
esquecer
Avatar é, ao mesmo tempo, tolo e
profundo. É tolo porque a exigência de um final feliz engendra um enredo
previsível que arranca o coração do filme. E é profundo porque, como
outros filmes sobre alienígenas, é uma metáfora sobre o contato entre
culturas humanas diferentes. Nesse caso a metáfora é consciente e
precisa: esta é a história do engajamento europeu com os povos nativos
das Américas. Essa é uma história que ninguém quer escutar, por causa do
desafio que oferece ao modo como escolhemos ver a nós mesmos. A Europa
enriqueceu maciçamente com os genocídios nas Américas; as nações
americanas foram fundadas neles. O artigo é de George Monbiot, e está no Carta Maior
George Monbiot
O Blockbuster em 3D Avatar, de James
Cameron, é tanto profundamente tolo como profundo. É profundo porque,
como em muitos filmes sobre alienígenas, é uma metáfora para o contato
entre culturas humanas diferentes. Mas nesse caso a metáfora é
consciente e precisa: esta é a história do engajamento europeu com os
povos nativos das Américas. É profundamente tolo porque a exigência de
um final feliz engendra um enredo tão estúpido e previsível que arranca o
coração do filme. O destino dos nativos americanos é tratado com mais
proximidade histórica do que a história contada em outro filme novo, The
Road (John Hillcoat, 2009), no qual pessoas sobreviventes de um
cataclismo fogem aterrorizadas enquanto são caçadas até a extinção.
Mas essa é uma história que ninguém quer escutar, por causa do desafio que oferece ao modo como escolhemos ver a nós mesmos. A Europa enriqueceu maciçamente com os genocídios nas Américas; as nações americanas foram fundadas neles. Essa é uma história que não podemos aceitar.
Em seu livro Holocausto Americano, o acadêmico estadunidense David Stannard documenta os maiores atos de genocídio que o mundo já experienciou. Em 1492, 100 mil povos nativos viviam nas Américas. No fim do Século XIX, quase todos eles tinham sido exterminados. Muitos morreram de doenças. Mas a extinção em massa também foi empreendida.
Quando os espanhóis chegaram nas Américas, eles descreveram um mundo que dificilmente teria sido muito diferente do seu próprio. A Europa foi devastada pela guerra, pela opressão, escravidão, fanatismo, doença e fome. As populações que encontraram eram saudáveis, bem nutridas e em sua maioria (com exceções, como os Astecas e Incas), pacíficas, democráticas e igualitárias. Pelas Américas, os primeiros exploradores, inclusive Colombo, observaram a extraordinária hospitalidade dos nativos. Os conquistadores ficaram maravilhados com as impressionantes estradas, construções e com a arte que encontraram, a qual em alguns casos ia além de tudo o que tinham visto antes. Nada disso os impediu de destruir tudo e todos que encontraram pelo caminho.
O açougue começou com Colombo. Ele abateu o povo nativo da Hispaniola (hoje Haiti e República Dominicana) por meio de uma brutalidade inimaginável. Seus soldados arrancaram bebês de suas mães e espatifaram suas cabeças em pedras. Jogaram seus cachorros sobre crianças vivas. Numa ocasião, eles enforcaram 13 índios em honra a Cristo e aos 12 discípulos, num cadafalso na altura em que seus dedos tocassem o chão, então os estriparam e queimaram vivos. Colombo ordenou que todos os nativos entregassem uma certa quantia de ouro a cada três meses; quem não o fizesse teria suas mãos cortadas. Por volta de 1535, a população nativa da Hispaniola havia caído de 8 mil para zero; parte como consequência de doença, parte como de assassinato, sobrecarga de trabalho e fome.
Os conquistadores espalharam sua missão civilizatória ao longo das Américas Central e do Sul. Quando não conseguiam dizer onde seus tesouros míticos estavam escondidos, os povos indígenas eram açoitados, afogados, desmembrados, devorados por cachorros, enterrados vivos ou queimados. Os soldados cortavam os seios das mulheres, devolviam as pessoas a suas cidades com suas mãos e narizes cortados, ao redor de seus pescoços e índios caçados por seus cães, por esporte. Mas a maior parte foi morta pela escravidão e doença. Os espanhóis descobriram que era mais barato fazer os índios trabalharem até a morte e substituí-los, do que mantê-los vivos: a expectativa de vida nas minas e plantações era de três a quatro meses. Um século após sua chegada, em torno de 95% da população da América Central e do Sul tinha sido destruída.
Na Califórnia, ao longo do Século XVIII a Espanha sistematizou o extermínio. Um missionário franciscano chamado Juniperro Serra deu cabo de uma série de “missões”: na realidade, de campos de concentração usando trabalho escravo. A população nativa foi arrebanhada pela força das armas e posta a trabalhar nos campos, com um quinto das calorias de que os afro-americanos escravos no Século XIX se nutriam. Eles morriam de tanto trabalhar, de fome e doença em índices alarmantes, e eram continuamente substituídos, limpando etnicamente as populações indígenas. Juniperro Serra, o Eichmann da Califórnia, foi beatificado pelo Vaticano em 1988. Neste momento esperam mais um só milagre seu para torná-lo santo.
Enquanto a colonização espanhola foi orientada pelo lustro do ouro, a Norte-Americana foi pela terra. Na Nova Inglaterra eles renderam as vilas dos nativos americanos e os assassinaram enquanto dormiam. Enquanto o padrão oeste de genocídio se espalhava, era endossado em níveis cada vez mais altos. George Washington ordenou a destruição total das casas e da terra dos Iroquois. Thomas Jefferson declarou que as guerras de sua nação com os índios deveriam continuar até que cada tribo “seja eliminada ou jogada para além do Mississipi”. No Massacre de Sand Creek, de 1864, tropas no Colorado abateram povos desarmados com a bandeira branca em mãos, matando crianças e bebês, mutilando seus corpos e guardando as genitálias das vítimas para usar como porta-tabaco ou amarrar seus chapéus. Theodore Roosevelt chamou a esse evento de “o feito mais correto e benéfico jamais ocorrido na fronteira”.
O abatedouro ainda não acabou: no mês passado, o Guardian reportou que fazendeiros brasileiros na Amazônia oeste, depois de abaterem a todos, tentaram mantar o último sobrevivente de uma tribo da floresta. Ainda assim, os maiores atos de genocídio da história raramente perturbam nossa consciência coletiva. Talvez tivesse vindo a ser isso o que teria ocorrido caso os nazistas houvesse vencido a Segunda Guerra Mundial: o Holocausto teria sido denegado, desculpado ou minimizado da mesma maneira, mesmo se continuasse a ocorrer. As pessoas das nações responsáveis – Espanha, Inglaterra, EUA e outros – não tolerarão comparações, mas as soluções finais empreendidas nas Américas foram muitíssimo melhor sucedidas. Aqueles que cometeram ou as endossaram ainda perseveram como heróis nacionais. Aqueles que fustigam nossa memória são ignorados e condenados.
É por isso que a direita odeia Avatar. No neocon Weekly Standard, John Podhoretz reclama que o filme parece “um western revisionista”, no qual “os índios se tornam caras bons e os Americanos, os caras ruins”. Ele diz que o filme questiona “as raízes da derrota dos soldados americanos nas mãos da insurgência”. Insurgência é uma palavra interessante para uma tentativa de resistir à invasão: insurgente, como selvagem, é como é chamado alguém que tem alguma coisa que você quer. L'Observatore Romano, jornal oficial do Vaticano, condenou o filme, chamando-o de “apenas...uma parábola anti-imperialista e anti-militarista”.
Mas ao menos a direita sabe o que está atacando. No New York Times, o crítico liberal Adam Cohen elogia Avatar por defender a necessidade de se ver claramente. O filme revela, diz ele, “um princípio bem conhecido do totalitarismo e do genocídio, que o oponente é melhor oprimido quando não podemos vê-lo”. Mas, numa formidável ironia inconsciente, ele contorna estrondosamente a metáfora óbvia e, em vez de falar dela, ele enfatiza as atrocidades nazistas e soviéticas. Nós nos tornamos todos hábeis na arte de não ver.
Eu concordo com as críticas de direita que dizem que Avatar é rude, enjoativo e clichê. Mas ele fala de uma coisa mais importante – e mais perigosa – do que aquelas contidas em milhares de filmes de arte.
(*) George Monbiot é jornalista e escritor. Texto publicado na página do autor.
Tradução: Katarina Peixoto
Mas essa é uma história que ninguém quer escutar, por causa do desafio que oferece ao modo como escolhemos ver a nós mesmos. A Europa enriqueceu maciçamente com os genocídios nas Américas; as nações americanas foram fundadas neles. Essa é uma história que não podemos aceitar.
Em seu livro Holocausto Americano, o acadêmico estadunidense David Stannard documenta os maiores atos de genocídio que o mundo já experienciou. Em 1492, 100 mil povos nativos viviam nas Américas. No fim do Século XIX, quase todos eles tinham sido exterminados. Muitos morreram de doenças. Mas a extinção em massa também foi empreendida.
Quando os espanhóis chegaram nas Américas, eles descreveram um mundo que dificilmente teria sido muito diferente do seu próprio. A Europa foi devastada pela guerra, pela opressão, escravidão, fanatismo, doença e fome. As populações que encontraram eram saudáveis, bem nutridas e em sua maioria (com exceções, como os Astecas e Incas), pacíficas, democráticas e igualitárias. Pelas Américas, os primeiros exploradores, inclusive Colombo, observaram a extraordinária hospitalidade dos nativos. Os conquistadores ficaram maravilhados com as impressionantes estradas, construções e com a arte que encontraram, a qual em alguns casos ia além de tudo o que tinham visto antes. Nada disso os impediu de destruir tudo e todos que encontraram pelo caminho.
O açougue começou com Colombo. Ele abateu o povo nativo da Hispaniola (hoje Haiti e República Dominicana) por meio de uma brutalidade inimaginável. Seus soldados arrancaram bebês de suas mães e espatifaram suas cabeças em pedras. Jogaram seus cachorros sobre crianças vivas. Numa ocasião, eles enforcaram 13 índios em honra a Cristo e aos 12 discípulos, num cadafalso na altura em que seus dedos tocassem o chão, então os estriparam e queimaram vivos. Colombo ordenou que todos os nativos entregassem uma certa quantia de ouro a cada três meses; quem não o fizesse teria suas mãos cortadas. Por volta de 1535, a população nativa da Hispaniola havia caído de 8 mil para zero; parte como consequência de doença, parte como de assassinato, sobrecarga de trabalho e fome.
Os conquistadores espalharam sua missão civilizatória ao longo das Américas Central e do Sul. Quando não conseguiam dizer onde seus tesouros míticos estavam escondidos, os povos indígenas eram açoitados, afogados, desmembrados, devorados por cachorros, enterrados vivos ou queimados. Os soldados cortavam os seios das mulheres, devolviam as pessoas a suas cidades com suas mãos e narizes cortados, ao redor de seus pescoços e índios caçados por seus cães, por esporte. Mas a maior parte foi morta pela escravidão e doença. Os espanhóis descobriram que era mais barato fazer os índios trabalharem até a morte e substituí-los, do que mantê-los vivos: a expectativa de vida nas minas e plantações era de três a quatro meses. Um século após sua chegada, em torno de 95% da população da América Central e do Sul tinha sido destruída.
Na Califórnia, ao longo do Século XVIII a Espanha sistematizou o extermínio. Um missionário franciscano chamado Juniperro Serra deu cabo de uma série de “missões”: na realidade, de campos de concentração usando trabalho escravo. A população nativa foi arrebanhada pela força das armas e posta a trabalhar nos campos, com um quinto das calorias de que os afro-americanos escravos no Século XIX se nutriam. Eles morriam de tanto trabalhar, de fome e doença em índices alarmantes, e eram continuamente substituídos, limpando etnicamente as populações indígenas. Juniperro Serra, o Eichmann da Califórnia, foi beatificado pelo Vaticano em 1988. Neste momento esperam mais um só milagre seu para torná-lo santo.
Enquanto a colonização espanhola foi orientada pelo lustro do ouro, a Norte-Americana foi pela terra. Na Nova Inglaterra eles renderam as vilas dos nativos americanos e os assassinaram enquanto dormiam. Enquanto o padrão oeste de genocídio se espalhava, era endossado em níveis cada vez mais altos. George Washington ordenou a destruição total das casas e da terra dos Iroquois. Thomas Jefferson declarou que as guerras de sua nação com os índios deveriam continuar até que cada tribo “seja eliminada ou jogada para além do Mississipi”. No Massacre de Sand Creek, de 1864, tropas no Colorado abateram povos desarmados com a bandeira branca em mãos, matando crianças e bebês, mutilando seus corpos e guardando as genitálias das vítimas para usar como porta-tabaco ou amarrar seus chapéus. Theodore Roosevelt chamou a esse evento de “o feito mais correto e benéfico jamais ocorrido na fronteira”.
O abatedouro ainda não acabou: no mês passado, o Guardian reportou que fazendeiros brasileiros na Amazônia oeste, depois de abaterem a todos, tentaram mantar o último sobrevivente de uma tribo da floresta. Ainda assim, os maiores atos de genocídio da história raramente perturbam nossa consciência coletiva. Talvez tivesse vindo a ser isso o que teria ocorrido caso os nazistas houvesse vencido a Segunda Guerra Mundial: o Holocausto teria sido denegado, desculpado ou minimizado da mesma maneira, mesmo se continuasse a ocorrer. As pessoas das nações responsáveis – Espanha, Inglaterra, EUA e outros – não tolerarão comparações, mas as soluções finais empreendidas nas Américas foram muitíssimo melhor sucedidas. Aqueles que cometeram ou as endossaram ainda perseveram como heróis nacionais. Aqueles que fustigam nossa memória são ignorados e condenados.
É por isso que a direita odeia Avatar. No neocon Weekly Standard, John Podhoretz reclama que o filme parece “um western revisionista”, no qual “os índios se tornam caras bons e os Americanos, os caras ruins”. Ele diz que o filme questiona “as raízes da derrota dos soldados americanos nas mãos da insurgência”. Insurgência é uma palavra interessante para uma tentativa de resistir à invasão: insurgente, como selvagem, é como é chamado alguém que tem alguma coisa que você quer. L'Observatore Romano, jornal oficial do Vaticano, condenou o filme, chamando-o de “apenas...uma parábola anti-imperialista e anti-militarista”.
Mas ao menos a direita sabe o que está atacando. No New York Times, o crítico liberal Adam Cohen elogia Avatar por defender a necessidade de se ver claramente. O filme revela, diz ele, “um princípio bem conhecido do totalitarismo e do genocídio, que o oponente é melhor oprimido quando não podemos vê-lo”. Mas, numa formidável ironia inconsciente, ele contorna estrondosamente a metáfora óbvia e, em vez de falar dela, ele enfatiza as atrocidades nazistas e soviéticas. Nós nos tornamos todos hábeis na arte de não ver.
Eu concordo com as críticas de direita que dizem que Avatar é rude, enjoativo e clichê. Mas ele fala de uma coisa mais importante – e mais perigosa – do que aquelas contidas em milhares de filmes de arte.
(*) George Monbiot é jornalista e escritor. Texto publicado na página do autor.
Tradução: Katarina Peixoto
Publicado no Correio da Cidadania...
Índios guaranis vivem situação de extermínio silencioso |
Escrito por Gabriel Brito | |
Um recente relatório da organização indigenista Survivor International (ver aqui) trouxe novamente à luz a deplorável situação humanitária vivida pelos índios Guarani Kaiowá no estado do Mato Grosso do Sul. Como se sabe, há milhares de indígenas vivendo em condições absolutamente degradantes enquanto esperam, à beira de estradas, pela demarcação de seus territórios, como ordena nossa Constituição. Em entrevista ao Correio da Cidadania, a professora do Núcleo de Estudos da População (NEPO) da Unicamp, Marta Azevedo, que já realizou diversas visitas às comunidades guaranis, nos oferece um assustador quadro no estado do Centro-Oeste, definido por ela como "o mais anti-indígena do país". Com um vasto território, não é por falta de espaço que não se concedem as terras devidas à maior etnia indígena remanescente no país. Ninguém no governo federal ousa enfrentar os interesses do agronegócio no estado comandado pelo governador do PMDB André Puccinelli, enquanto que a mídia mostra mais uma vez sua total insensibilidade, obviamente calada pelos mesmos interesses supracitados. Na entrevista a seguir, Marta nos relata a vexaminosa e terrível realidade de violência, crimes hediondos e muito poderio dos proprietários de terra. Correio da Cidadania: Qual a situação real dos índios Guarani Kaiowá em todo o estado do Mato Grosso do Sul? Em que condições psicológicas os indígenas se encontram, com suas alarmantes taxas de suicídio, que envolvem até crianças? Marta Azevedo: A situação dos guaranis no Mato Grosso do Sul é muito complicada, pois há muitos anos eles vêm lutando para demarcar novas áreas, conseguindo muito menos que o necessário para sua sobrevivência. O MS é um estado bastante agrário, com muitas fazendas, o agronegócio; portanto, são interesses muito fortes, os quais os índios e a FUNAI não têm enfrentado a contento para melhorar a qualidade de vida na região. Eles, de fato, têm registrado altas taxas de suicídio, saída praticada por conta da falta de perspectiva de vida dos últimos 15, 20 anos. Ninguém sabe ao certo, de forma muito detalhada, como andam essas taxas de suicídio. A Funasa (Fundação Nacional de Saúde) diz que elas estariam baixando, mas eu não teria essa certeza. Precisaríamos checar com os dados do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), que é quem acompanha há muitos anos tais estatísticas e é a fonte mais confiável. Outra coisa que acontece ultimamente, e que nos alarma mais ainda, é uma grave subnutrição entre as crianças, que têm extrema dependência de cestas básicas da Funasa. E a taxa de mortalidade infantil também está alta. Enfim, é toda uma situação realmente muito ruim, inclusive para o país. Mas o que nos assusta é a enorme violência que vem sendo praticada contra as comunidades que lutam pelas suas áreas tradicionais na forma de assassinatos e esquartejamentos. Após as mortes, os corpos são encontrados dentro de sacos de lixo, em geral em fundos de rio ou locais de difícil acesso – isso quando são encontrados. E foi um assassinato ocorrido dessa maneira na Argentina que mais me alarmou, na região de Misiones, fronteira com Paraguai e Brasil. Existe um grupo de guaranis na região que foram expulsos do Paraguai. Isso porque o agronegócio brasileiro chega ao Paraguai, onde já há muitos fazendeiros brasileiros em certas partes do país. Inclusive, há casos em que borrifaram veneno nos índios e nas aldeias, como ocorreu no segundo semestre do ano passado, deixando vários deles enfermos. Apesar de não sair na grande mídia daqui, foi bem falado por lá. Ou seja, o agronegócio chega ao Paraguai, expulsa os guaranis, que vão ao norte da Argentina. Dessa forma, na região de Misiones, há um boom de assentamentos deles, onde houve uma criança assassinada recentemente. CC: Qual é, mais exatamente, a rotina costumeira desses indígenas? Que tratamento eles recebem das autoridades, mídia e demais populações locais? MA: Existem três situações muito diferentes. Os Guaranis são o povo indígena mais populoso, em seus três diferentes grupos (Kaiowá, Nhandeva e Mbya), totalizando 50 mil pessoas. No MS, estão os nhandeva e os kaiowá. As situações são diferentes no seguinte sentido: aqueles que estão nas reservas mais antigas, demarcadas no começo do século 20, ainda no tempo do Marechal Rondon, vivem uma situação complicadíssima, pois as reservas estão absolutamente superlotadas. Há reservas de 2000 hectares com população de 5000 pessoas, uma densidade demográfica de cidade grande praticamente. Assim, eles não têm lugar pra roça e precisam sair da reserva para trabalhar nas usinas próximas, onde conseguem emprego, para depois voltar às reservas, que acabam sendo reservas-dormitório. Isso ainda faz com que as mulheres fiquem sozinhas. Por outro lado, eles ao menos têm o atendimento da Funasa, na maior parte das vezes escola, enfim, uma atenção maior, embora a situação seja muito ruim em termos de acesso à terra. Há outra situação, que, a meu ver, é a melhor no estado: é a daqueles localizados em terras indígenas demarcadas na década de 80, que são oito áreas ‘novas’, como chamamos. São 8 terras e possuem tamanho mais adequado à população tradicional desses locais. Eles têm atendimento da Funasa, da FUNAI e uma maior extensão de terra, onde ainda é possível fazer agricultura, um pouco de colheita e caça. É uma situação um pouco melhor. Mas a pior situação se refere a 22 assentamentos, em beira de estrada, exatamente como os do MST. Só que com o agravante do enorme preconceito existente no MS em relação aos guaranis, que são chamados de bugres. E desses 22 assentamentos, a maior parte está embaixo de lona preta; outros em reservas mais antigas, sem acesso à água, submetidos a toda a violência dos fazendeiros, que se sentem já invadidos de verem-nos às portas da propriedade. Os que ficam em tais condições não têm acesso à saúde, pois às vezes a Funasa não consegue atendê-los ou não pode. Tampouco têm acesso à escola. Dessa forma, as crianças vão às escolas das cidades mais próximas, onde sofrem um preconceito horroroso; não têm como lavar roupa, não têm comida... Esses são os que realmente sofrem a violência que mencionei. Estive lá em um acampamento deles e, logo depois que voltei, a liderança que conheci foi assassinada. E nada sai na mídia. Por parte do governo, a FUNAI estruturou alguns grupos de trabalho (GT), a fim de propor novas áreas. Dessa forma, temos alguma esperança com esses novos GTs que foram para lá. No entanto, os GTs também sofrem muita violência, ameaças, perseguição a carro. Mas estão trabalhando. CC: O que se pode dizer do relatório da Survivor International recém-entregue à ONU, listando toda sorte de mazelas na vida dos guaranis? Como você acha que deveria ressoar em nossa sociedade? MA: Acho que quanto mais pudermos veicular a situação dos Guaranis no Brasil todo e internacionalmente, melhor. O que vejo hoje em dia, pelo menos em São Paulo, é algo que se aproxima mais do lado folclórico, chamam crianças indígenas para acampar... Que bom, pois há uma certa valorização da questão indígena por parte da opinião pública, mas com enorme desconhecimento da situação deles no MS. O Mato Grosso do Sul é o estado mais anti-indígena do Brasil. É completamente diferente do Mato Grosso, Amazonas, onde o preconceito diminuiu um pouco. Precisamos fazer uma campanha naquele estado. O problema é que ninguém tem coragem de descer lá, já que está nas mãos do PMDB, há a questão das alianças de governo... E ninguém faz nada. CC: Qual tem sido a atuação dos governos, nas três esferas, na resolução das demarcações de terra e demais direitos exigidos pelos indígenas? MA: No que diz respeito à política de educação, no Brasil, ela é implementada pelos estados ou municípios. Portanto, de maneira geral, precisa de mais apoio à educação dos índios, que não são abarcados por nenhum dos entes. Existem cursos de formação de professores Guarani Kaiowá, numa boa iniciativa apoiada pela Universidade de Dourados. Mas falta muita infra-estrutura nas escolas, tele-centros, enfim, investimentos e consciência do governo de que os povos indígenas em seus territórios são uma riqueza para o estado. É a mesma coisa de Roraima, quando diziam: ‘há um problema, que são os índios’. Não é problema. Temos que, cada vez mais, trazer à cidadania brasileira a idéia de que essa população tem muito a nos ensinar. Temos o privilégio de conviver com essa população, sua sabedoria e modos de vida, podendo aprender com eles. Nunca podemos encarar a questão como um problema ou uma barreira cultural, como ouço muitas vezes de alguns serviços de saúde. Não é uma barreira. Eles têm cultura, línguas diferentes, uma riqueza imensa. E nós temos de aprender essas línguas. Não há um não-indígena que fale guarani no Brasil. Isso é um absurdo. Temos 50 mil guaranis no Brasil e ninguém fala a língua deles, que são obrigados a falar português, a língua do dominador. Não ficamos bravos quando um americano vem aqui trabalhar e não sabe falar nossa língua? É a mesma coisa em relação aos indígenas. As pessoas que trabalham com saúde e educação indígena têm de aprender o mínimo das línguas e culturas indígenas, de modo que possam respeitá-las, pois aquilo que não conhecemos não respeitamos, mesmo sem querer. Portanto, acho que os serviços de educação e saúde aos Guaranis Kaiowá, embora estejam melhorando com algumas boas iniciativas, ainda deixam muito a desejar. Muito mesmo. Há muita coisa que poderia ser feita e, por falta de vontade política, não é. CC: Que interesses mais específicos impediriam a resolução mais rápida de tais impasses e também a inserção das comunidades indígenas no processo econômico regional, uma vez que a produção de suas terras também poderia se inserir na economia de mercado? MA: Na verdade, nas reservas antigas, quase não há espaços para produzir. Nas áreas de roça, como no Alto do Solimões, os grandes provedores de alimentação da cidade são os indígenas, que provêm os mercados regionais com toda a produção de roça. No MS, é muito urgente fazer, por parte do governo federal e estadual, mesas de concertação, discussão, de produção de consenso, que poderiam ser paritárias. Ninguém abre diálogo com os guaranis, que se reúnem apenas entre eles e vão entregar suas demandas ao governo. Depois, um ou outro funcionário vai conversar com eles. Mas não existe uma sistemática, como essas mesas, onde suas idéias possam ser expressadas em sua língua. É como se nós tivéssemos de expressar nossas demandas em francês. Já avançaríamos muito com uma medida dessas. Poderia ao menos reduzir um pouco essa violência tão grande que há por lá. É necessária alguma mediação de conflitos, talvez com especialistas contratados. Creio que esse seria o caminho para os guaranis entrarem no mercado regional. CC: Como tem sido a solidariedade a esse movimento? Além do engajamento dos guaranis da Bolívia, Paraguai e Argentina, há um movimento forte por parte de outros atores da sociedade civil, ou a luta dos índios é isolada? MA: Lá no MS, se você for a Campo Grande ou qualquer cidade por ali, verá que estão isolados, exceto por algumas iniciativas de universidades. Não existem grupos de apoio, nas escolas não há material para que as crianças compreendam quem são esses seus vizinhos guaranis... O que podemos fazer são matérias que saiam na mídia e expressem solidariedade, pois não há muitos caminhos. Os guaranis, por sua própria característica cultural, não possuem uma organização unificada, onde se possa falar com algum presidente. Não existe isso, justamente por serem guaranis. Se quisermos que eles formem alguma organização, estaremos desrespeitando a sua organização social e política. É muito difícil conseguir exercer solidariedade. Assim, o que podemos fazer é veicular cada vez mais material em português e tentar influenciar mais escolas do estado a estudar um pouco mais sobre eles, para que as crianças não sejam simplesmente ensinadas a chamá-los de bugres e reproduzir preconceitos. Temos de abrir cada vez mais o leque, aprender a língua, além de divulgar na internet e outras mídias, já que não há muitos tele-centros ou sites sobre o tema. No Amazonas, por exemplo, tem muito mais. É importante constituir alguma rede ao lado deles. CC: O processo eleitoral que teremos neste ano traz esperanças, angústias, que sentimentos aos povos da região? Há alguma perspectiva de melhora na luta desses povos ou os dias que lhes esperam se mostram sombrios? MA: Conversando com algumas mulheres Kaiowá de uma comunidade, perguntei a elas o que mais querem, o que lhes traria mais esperança. Sabe o que responderam? "Dar documentos aos nossos filhos". Eles não têm carteira de identidade, e fora da cidade não são aceitos em nada. A coisa lá é tão complicada que... não sei. Gostaria muito que os próximos governos federal e estadual mudassem essa situação. Mas gostaria muito mais que a questão indígena não fosse objeto de trabalho e reflexão por parte de um partido só, pois não se trata de uma questão partidária. Claro que os modelos e tratamentos da questão serão diferentes em cada partido. Quanto a isso, tudo bem. Nesse sentido, acho que a questão indígena está mais bem incorporada no projeto de governo da Marina Silva atualmente. Gosto muito do PT e do governo do Lula, e espero que a Dilma consiga articular tal questão um pouco melhor no Mato Grosso do Sul, mas depende muito de quem for o governador. Tenho muita esperança, mas o que gostaria de verdade é que esta não se tornasse uma questão partidária. E foi isso que aconteceu no Mato Grosso do Sul. Como lá o governo é do PMDB, o governo federal não se mete, não briga, porque não pode perder os aliados de lá. Isso é um absurdo! É uma população que sofre uma violência terrível em função de uma aliança partidária. A questão indígena é humanitária, deveríamos ter uma visão um pouco mais larga a respeito do assunto. Gabriel Brito é jornalista. |
Esclarecimentos do PCB...
O
PCB, a Intersindical e a
criação
de uma nova central sindical
(Nota
Política do PCB)
Diante
do congresso convocado para junho deste ano, com o objetivo de criar uma
nova
central sindical, o PCB esclarece:
1
– Em abril de 2008, em seu II Encontro Nacional, houve uma divisão na
Intersindical (Instrumento de Luta e Organização da Classe
Trabalhadora), da
qual até hoje participamos através de nossa corrente sindical UNIDADE
CLASSISTA
(UC). A divisão se deu em torno da criação ou não de uma nova central,
juntamente com a Conlutas, entidade criada e hegemonizada pelo
PSTU.
2
– Nesta divisão, a UC, no entendimento da direção do PCB, optou
corretamente por
prosseguir, com outras correntes classistas, os esforços para o
fortalecimento
da Intersindical, sem se deixar levar pelo imediatismo e pelo cupulismo
da
criação, a qualquer custo, de uma nova central sindical.
3
– Do outro lado, ficaram as tendências internas do PSOL que se
encontravam na
Intersindical. Como são a favor da criação da nova central,
articularam-se entre
si para se somarem ao PSTU na fusão com a Conlutas. Mesmo tendo
desistido do
projeto de fortalecimento da Intersindical, este setores do PSOL
continuaram
usando o nome dela, o que acabou confundindo grande parte do ambiente
sindical.
4
– Para ficar claro, esclarecemos que a Intersindical (que continuamos a
construir) não participará do congresso sindical marcado para junho
deste ano,
com o objetivo de criar uma nova central. A “Intersindical” que assina a
convocatória do referido congresso restringe-se aos setores do PSOL que
querem a
fusão com a Conlutas.
5
– Pensamos que a criação de uma nova central deve ser produto de um
processo de
unidade de ação nas lutas cotidianas dos trabalhadores e de acordo com
um
calendário que não seja burocrático e muito menos se deixe confundir com
a
agenda eleitoral nacional.
6
– Por isso, não nos parece prudente marcar açodadamente um congresso
para criar
uma central, ainda mais sem que previamente se defina o seu caráter.
Sendo a
central uma união voluntária de forças políticas e sindicais, nenhuma
delas pode
impor a outras a sua concepção, sob pena de se tratar de uma falsa
unidade.
7
– Por estas razões, o PCB informa aos companheiros que militam na
Unidade
Classista e a nossos aliados e amigos que não participaremos do
congresso
marcado para junho de 2010, com o objetivo precípuo de criar uma
central, que
não se sabe se será baseada na centralidade do trabalho, como
defendemos, ou uma
organização eclética, diluída e movimentista.
8
- A relação do movimento sindical com o movimento popular, estudantil e
de luta
contra as opressões específicas deve ser feita em um espaço maior que
articule
essas diferentes lutas.
9
– Além da falta de definição sobre o que se vai criar, o mês escolhido
coincide
com o início de eleições gerais no Brasil, o que pode se constituir em
mais um
complicador, seja pelos riscos de instrumentalização ou de divisão.
10
– Apesar de não participarmos desse congresso, pelas razões expostas,
respeitamos todas as forças que o comporão, porque têm, como nós, a
vontade
política de criar uma necessária central sindical classista. Nossas
divergências têm a ver com a concepção de central a ser criada e com a
metodologia que orienta a convocação deste congresso, que julgamos
equivocada e
inoportuna.
11
– Mas é fundamental que a Intersindical mantenha permanente e franco
diálogo com
estas forças, nossos principais aliados na luta contra o capital, com
vistas a
iniciativas e ações unitárias de luta, através da refundação de um
espaço comum
de ação, nos moldes do Fórum Nacional de Mobilização.
12
- Na questão da futura central sindical classista unitária de
trabalhadores,
este diálogo deve privilegiar os setores que, apesar de hoje não
comporem a
Intersindical que estamos ajudando a construir, têm a mesma perspectiva
da
centralidade do trabalho.
13
– Defendemos que a função principal da Intersindical é a de ser, a
partir da
organização e das lutas contra o capital, um espaço de articulação e
unidade de
ação do sindicalismo classista, visando à construção, sem açodamento nem
acordos
de cúpula, de uma ampla e poderosa organização intersindical unitária,
que
esteja à altura das necessidades da luta de classes.
PCB
– Partido Comunista Brasileiro
Comissão
Política Nacional
Abril
de 2010
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