O senegalês de origem tunisiana Taoufik
Ben Abdallah afirma, em entrevista à Carta Maior, a importância de se
realizar o FSM pela segunda vez na África, destaca que todo povo é capaz
de fazer sua revolução -- e que as contribuições com os valores
universais não são monopólio dos países ricos.
Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Mudou Lula ou mudou o FSM?
Emir Sader na Carta Maior
Na reunião do Comitê Internacional do Fórum
Social Mundial de 2001 com Lula, este foi duramente interpelado por
todas as intervenções, seja sobre o papel do Brasil na OMC, sobre as
relações do governo brasileiro com as empresas de agronegócios, seja
pelo lugar do governo na polarização politica mundial.
Neste Fórum de 2011, Lula foi aclamado como ninguém, aparece como um grande líder de projeção mundial. Naquela que deveria ser a reunião correspondente à de 2001, com o Ministro Secretario Geral do governo, Gilberto Carvalho, ninguém levantou nenhum questionamento – nem sobre Belo Monte, São Francisco, OMC, Haiti ou qualquer outra questão -, ao contrário, houve enorme congraçamento, especialmente entre ONGs e governo.
Mudou Lula e o governo brasileiro ou mudou o FSM?
Ambos mudaram. Basta dizer que a abertura deste FSM teve apenas duas intervenções – a do presidente da Bolívia, Evo Morales, e a do Ministro do governo Dilma, Gilberto Carvalho. Isto é, ao contrário dos Foros anteriores, incluído o de Belém, em que a presença de 5 presidentes latino-americanos teve que encontrar um espaço paralelo à programação do Fórum, desta vez dois representantes de governo ocuparam lugar central e – tirando a corda excessivamente para o outro lado - nenhum movimento social falou na abertura do FSM.
De qualquer maneira avançou-se de uma atitude de exclusão de governos, partidos, políticos, para a incorporação de representantes de governos progressistas da América Latina no corpo mesmo do FSM. Certamente mudou a situação politica e isto representa um reconhecimento de que os governos progressistas da América Latina estão construindo o outro mundo possível.
Lula, antes objeto de grandes críticas, aparece como um grande líder dos povos de Sul do mundo, engajado na construção de um mundo multipolar, na critica dura à dominação do mundo pelas potencias tradicionais, na crítica à forma como os países do centro do capitalismo geraram a crise atual e não conseguem sair dela, por se manterem no marco das posições neoliberais.
Mas certamente também mudou o FSM. Se vê uma participação relativamente menor dos movimentos sociais e mesmo das próprias ONGs. A situação destas ficou mais explicita em intervenções na reunião com Gilberto Carvalho, onde representantes das ONGs expressaram a crise financeira que as afeta, além da visão de que nunca teriam sido anti governamentais, mas contra governos neoliberais e aceitando a proposta do governo de uma comissão permanente de intercambio entre o governo do Brasil e o Comitê Internacional do FSM.
É bom que seja assim, mas sempre que o FSM fortaleça a presença dos movimentos sociais – sua forma central de existência.
Lula tampouco é o mesmo de 2003. Seu discurso foi se desenvolvendo conforme o mundo foi mudando e, com ele, a politica externa brasileira foi se tornando mais abrangente. O diagnóstico da crise feito por Lula aponta para responsabilidades centrais das potências capitalistas e sua forma de resgatar aos bancos, mas não a economia dos seus países e a massa da população – vitimas diretas da crise.
O Brasil foi desenvolvendo uma estratégia internacional centrada nas alianças com os países do Sul do mundo – sela na América do Sul, assim com os Brics -, trabalhando na direção de um mundo economicamente multipolar. Da mesma forma que o Brasil foi incorporando temas como a questão palestina e o conflito dos EUA com o Irã, no entendimento de que outros atores deveriam intervir, não apenas para buscar evitar novos focos de guerra, mas também para desarticular focos existentes, com soluções que contemplem todas as partes envolvidas.
São todos temas caros ao próprio FSM, que não teria mesmo como não se alinhar com os governos progressistas latino-americanos que, mesmo com matizes distintos, buscam a construção de alternativas ao neoliberalismo.
Desse ponto de vista, o Fórum de Dacar foi um avanço na superação das barreiras artificiais entre forças sociais e forças politicas, entre resistência e construção de alternativas. Pela evolução do FSM e de Lula foi possível a passagem das diferenças e dos conflitos de 2003 à convergência de 2011.
O próximo – que, ao que tudo indica, será realizado em Porto Alegre – pode permitir uma formatação distinta, talvez colocando no centro mesmo do FSM a relação desses governos com os movimentos sociais, especialmente nos temas em que existem diferenças e tensões – como as questões do meio ambiente, da reforma agrária, da exploração dos recursos naturais, da democratização dos meios de comunicação, entre outros. Assim o FSM assumiria um formato adequado às condições atuais de luta pela superação do neoliberalismo, que representam uma vitória das teses defendidas desde sua origem pelo Fórum e que, por isso mesmo, demandam a atualização de suas formas de existência, para estar à altura dos desafios atuais da construção do outro mundo possível.
Neste Fórum de 2011, Lula foi aclamado como ninguém, aparece como um grande líder de projeção mundial. Naquela que deveria ser a reunião correspondente à de 2001, com o Ministro Secretario Geral do governo, Gilberto Carvalho, ninguém levantou nenhum questionamento – nem sobre Belo Monte, São Francisco, OMC, Haiti ou qualquer outra questão -, ao contrário, houve enorme congraçamento, especialmente entre ONGs e governo.
Mudou Lula e o governo brasileiro ou mudou o FSM?
Ambos mudaram. Basta dizer que a abertura deste FSM teve apenas duas intervenções – a do presidente da Bolívia, Evo Morales, e a do Ministro do governo Dilma, Gilberto Carvalho. Isto é, ao contrário dos Foros anteriores, incluído o de Belém, em que a presença de 5 presidentes latino-americanos teve que encontrar um espaço paralelo à programação do Fórum, desta vez dois representantes de governo ocuparam lugar central e – tirando a corda excessivamente para o outro lado - nenhum movimento social falou na abertura do FSM.
De qualquer maneira avançou-se de uma atitude de exclusão de governos, partidos, políticos, para a incorporação de representantes de governos progressistas da América Latina no corpo mesmo do FSM. Certamente mudou a situação politica e isto representa um reconhecimento de que os governos progressistas da América Latina estão construindo o outro mundo possível.
Lula, antes objeto de grandes críticas, aparece como um grande líder dos povos de Sul do mundo, engajado na construção de um mundo multipolar, na critica dura à dominação do mundo pelas potencias tradicionais, na crítica à forma como os países do centro do capitalismo geraram a crise atual e não conseguem sair dela, por se manterem no marco das posições neoliberais.
Mas certamente também mudou o FSM. Se vê uma participação relativamente menor dos movimentos sociais e mesmo das próprias ONGs. A situação destas ficou mais explicita em intervenções na reunião com Gilberto Carvalho, onde representantes das ONGs expressaram a crise financeira que as afeta, além da visão de que nunca teriam sido anti governamentais, mas contra governos neoliberais e aceitando a proposta do governo de uma comissão permanente de intercambio entre o governo do Brasil e o Comitê Internacional do FSM.
É bom que seja assim, mas sempre que o FSM fortaleça a presença dos movimentos sociais – sua forma central de existência.
Lula tampouco é o mesmo de 2003. Seu discurso foi se desenvolvendo conforme o mundo foi mudando e, com ele, a politica externa brasileira foi se tornando mais abrangente. O diagnóstico da crise feito por Lula aponta para responsabilidades centrais das potências capitalistas e sua forma de resgatar aos bancos, mas não a economia dos seus países e a massa da população – vitimas diretas da crise.
O Brasil foi desenvolvendo uma estratégia internacional centrada nas alianças com os países do Sul do mundo – sela na América do Sul, assim com os Brics -, trabalhando na direção de um mundo economicamente multipolar. Da mesma forma que o Brasil foi incorporando temas como a questão palestina e o conflito dos EUA com o Irã, no entendimento de que outros atores deveriam intervir, não apenas para buscar evitar novos focos de guerra, mas também para desarticular focos existentes, com soluções que contemplem todas as partes envolvidas.
São todos temas caros ao próprio FSM, que não teria mesmo como não se alinhar com os governos progressistas latino-americanos que, mesmo com matizes distintos, buscam a construção de alternativas ao neoliberalismo.
Desse ponto de vista, o Fórum de Dacar foi um avanço na superação das barreiras artificiais entre forças sociais e forças politicas, entre resistência e construção de alternativas. Pela evolução do FSM e de Lula foi possível a passagem das diferenças e dos conflitos de 2003 à convergência de 2011.
O próximo – que, ao que tudo indica, será realizado em Porto Alegre – pode permitir uma formatação distinta, talvez colocando no centro mesmo do FSM a relação desses governos com os movimentos sociais, especialmente nos temas em que existem diferenças e tensões – como as questões do meio ambiente, da reforma agrária, da exploração dos recursos naturais, da democratização dos meios de comunicação, entre outros. Assim o FSM assumiria um formato adequado às condições atuais de luta pela superação do neoliberalismo, que representam uma vitória das teses defendidas desde sua origem pelo Fórum e que, por isso mesmo, demandam a atualização de suas formas de existência, para estar à altura dos desafios atuais da construção do outro mundo possível.
Chomsky: EUA estão seguindo seu manual no Egito
Em entrevista a Amy Goodman, do
Democracy Now, Noam Chomsky analisa o desenrolar dos protestos no Egito e
o comportamento do governo dos Estados Unidos diante deles. Na sua
avaliação, o governo Obama está seguindo o manual tradicional de
Washington nestas situações: "Há uma rotina padrão nestes casos: seguir
apoiando o tempo que for possível e se ele se tornar insustentável –
especialmente se o exército mudar de lado – dar um giro de 180 graus e
dizer que sempre estiveram do lado do povo, apagar o passado e depois
fazer todas as manobras necessárias para restaurar o velho sistema, mas
com um novo nome".
Amy Goodman - Democracy Now via Carta Maior
Nas últimas semanas, os levantes populares
ocorridos no mundo árabe provocaram a destituição do ditador Zine El
Abidine Bem Ali, o iminente fim do regime do presidente egípcio Hosni
Mubarak, a nomeação de um novo governo na Jordânia e a promessa do
ditador de tantos anos do Yemen de abandonar o cargo ao final de seu
mandato. O Democracy Now falou com o professor do MIT, Noam
Chomsky, acerca do que isso significa para o futuro do Oriente Médio e
da política externa dos EUA na região. Indagado sobre os recentes
comentários do presidente Obama sobre Mubarak, Chomsky disse: “Obama foi
muito cuidadoso para não dizer nada; está fazendo o que os líderes
estadunidenses fazem habitualmente quando um de seus ditadores favoritos
têm problemas, tentam apoiá-lo até o final. Se a situação chega a um
ponto insustentável, mudam de lado”.
Amy Goodman: Qual é sua análise sobre o que está acontecendo e como pode repercutir no Oriente Médio?
Noam Chomsky: Em primeiro lugar, o que está ocorrendo é espetacular. A coragem, a determinação e o compromisso dos manifestantes merecem destaque, E, aconteça o que aconteça, estes são momentos que não serão esquecidos e que seguramente terão consequências a posteriori: constrangeram a polícia, tomaram a praça Tahrir e permaneceram ali apesar dos grupos mafiosos de Mubarak. O governo organizou esses bandos para tratar de expulsar os manifestantes ou para gerar uma situação na qual o exército pode dizer que teve que intervir para restaurar a ordem e depois, talvez, instaurar algum governo militar. É muito difícil prever o que vai acontecer.
Os Estados Unidos estão seguindo seu manual habitual. Não é a primeira vez que um ditador “próximo” perde o controle ou está em risco de perdê-lo. Há uma rotina padrão nestes casos: seguir apoiando o tempo que for possível e se ele se tornar insustentável – especialmente se o exército mudar de lado – dar um giro de 180 graus e dizer que sempre estiveram do lado do povo, apagar o passado e depois fazer todas as manobras necessárias para restaurar o velho sistema, mas com um novo nome.
Presumo que é isso que está ocorrendo agora. Estão vendo se Mubarak pode ficar. Se não aguentar, colocarão em prática o manual.
Amy Goodman: Qual sua opinião sobre o apelo de Obama para que se inicie a transição no Egito?
Noam Chomsky: Curiosamente, Obama não disse nada. Mubarak também estaria de acordo com a necessidade de haver uma transição ordenada. Um novo gabinete, alguns arranjos menores na ordem constitucional, isso não é nada. Está fazendo o que os líderes norteamericanos geralmente fazem.
Os Estados Unidos tem um poder constrangedor neste caso. O Egito é o segundo país que mais recebe ajuda militar e econômica de Washington. Israel é o primeiro. O mesmo Obama já se mostrou muito favorável a Mubarak. No famoso discurso do Cairo, o presidente estadunidense disse: “Mubarak é um bom homem. Ele fez coisas boas. Manteve a estabilidade. Seguiremos o apoiando porque é um amigo”.
Mubarak é um dos ditadores mais brutais do mundo. Não sei como, depois disso, alguém pode seguir levando a sério os comentários de Obama sobre os direitos humanos. Mas o apoio tem sido muito grande. Os aviões que estão sobrevoando a praça Tahrir são, certamente, estadunidenses. Os EUA representam o principal sustentáculo do regime egípcio. Não é como na Tunísia, onde o principal apoio era da França. Os EUA são os principais culpados no Egito, junto com Israel e a Arábia Saudita. Foram estes países que prestaram apoio ao regime de Mubarak. De fato, os israelenses estavam furiosos porque Obama não sustentou mais firmemente seu amigo Mubarak.
Amy Goodman: O que significam todas essas revoltas no mundo árabe?
Noam Chomsky: Este é o levante regional mais surpreendente do qual tenho memória. Às vezes fazem comparações com o que ocorreu no leste europeu, mas não é comparável. Ninguém sabe quais serão as consequências desses levantes. Os problemas pelos quais os manifestantes protestam vem de longa data e não serão resolvidos facilmente. Há uma grande pobreza, repressão, falta de democracia e também de desenvolvimento. O Egito e outros países da região recém passaram pelo período neoliberal, que trouxe crescimento nos papéis junto com as consequências habituais: uma alta concentração da riqueza e dos privilégios, um empobrecimento e uma paralisia da maioria da população. E isso não se muda facilmente.
Amy Goodman: Você crê que há alguma relação direta entre esses levantes e os vazamentos de Wikileaks?
Noam Chomsky: Na verdade, a questão é que Wikileaks não nos disse nada novo. Nos deu a confirmação para nossas razoáveis conjecturas.
Amy Goodman: O que acontecerá com a Jordânia?
Noam Chomsky: Na Jordânia, recém mudaram o primeiro ministro. Ele foi substituído por um ex-general que parece ser moderadamente popular, ou ao menos não é tão odiado pela população. Mas essencialmente não mudou nada.
Tradução: Katarina Peixoto
Amy Goodman: Qual é sua análise sobre o que está acontecendo e como pode repercutir no Oriente Médio?
Noam Chomsky: Em primeiro lugar, o que está ocorrendo é espetacular. A coragem, a determinação e o compromisso dos manifestantes merecem destaque, E, aconteça o que aconteça, estes são momentos que não serão esquecidos e que seguramente terão consequências a posteriori: constrangeram a polícia, tomaram a praça Tahrir e permaneceram ali apesar dos grupos mafiosos de Mubarak. O governo organizou esses bandos para tratar de expulsar os manifestantes ou para gerar uma situação na qual o exército pode dizer que teve que intervir para restaurar a ordem e depois, talvez, instaurar algum governo militar. É muito difícil prever o que vai acontecer.
Os Estados Unidos estão seguindo seu manual habitual. Não é a primeira vez que um ditador “próximo” perde o controle ou está em risco de perdê-lo. Há uma rotina padrão nestes casos: seguir apoiando o tempo que for possível e se ele se tornar insustentável – especialmente se o exército mudar de lado – dar um giro de 180 graus e dizer que sempre estiveram do lado do povo, apagar o passado e depois fazer todas as manobras necessárias para restaurar o velho sistema, mas com um novo nome.
Presumo que é isso que está ocorrendo agora. Estão vendo se Mubarak pode ficar. Se não aguentar, colocarão em prática o manual.
Amy Goodman: Qual sua opinião sobre o apelo de Obama para que se inicie a transição no Egito?
Noam Chomsky: Curiosamente, Obama não disse nada. Mubarak também estaria de acordo com a necessidade de haver uma transição ordenada. Um novo gabinete, alguns arranjos menores na ordem constitucional, isso não é nada. Está fazendo o que os líderes norteamericanos geralmente fazem.
Os Estados Unidos tem um poder constrangedor neste caso. O Egito é o segundo país que mais recebe ajuda militar e econômica de Washington. Israel é o primeiro. O mesmo Obama já se mostrou muito favorável a Mubarak. No famoso discurso do Cairo, o presidente estadunidense disse: “Mubarak é um bom homem. Ele fez coisas boas. Manteve a estabilidade. Seguiremos o apoiando porque é um amigo”.
Mubarak é um dos ditadores mais brutais do mundo. Não sei como, depois disso, alguém pode seguir levando a sério os comentários de Obama sobre os direitos humanos. Mas o apoio tem sido muito grande. Os aviões que estão sobrevoando a praça Tahrir são, certamente, estadunidenses. Os EUA representam o principal sustentáculo do regime egípcio. Não é como na Tunísia, onde o principal apoio era da França. Os EUA são os principais culpados no Egito, junto com Israel e a Arábia Saudita. Foram estes países que prestaram apoio ao regime de Mubarak. De fato, os israelenses estavam furiosos porque Obama não sustentou mais firmemente seu amigo Mubarak.
Amy Goodman: O que significam todas essas revoltas no mundo árabe?
Noam Chomsky: Este é o levante regional mais surpreendente do qual tenho memória. Às vezes fazem comparações com o que ocorreu no leste europeu, mas não é comparável. Ninguém sabe quais serão as consequências desses levantes. Os problemas pelos quais os manifestantes protestam vem de longa data e não serão resolvidos facilmente. Há uma grande pobreza, repressão, falta de democracia e também de desenvolvimento. O Egito e outros países da região recém passaram pelo período neoliberal, que trouxe crescimento nos papéis junto com as consequências habituais: uma alta concentração da riqueza e dos privilégios, um empobrecimento e uma paralisia da maioria da população. E isso não se muda facilmente.
Amy Goodman: Você crê que há alguma relação direta entre esses levantes e os vazamentos de Wikileaks?
Noam Chomsky: Na verdade, a questão é que Wikileaks não nos disse nada novo. Nos deu a confirmação para nossas razoáveis conjecturas.
Amy Goodman: O que acontecerá com a Jordânia?
Noam Chomsky: Na Jordânia, recém mudaram o primeiro ministro. Ele foi substituído por um ex-general que parece ser moderadamente popular, ou ao menos não é tão odiado pela população. Mas essencialmente não mudou nada.
Tradução: Katarina Peixoto
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Lula começa a desencarnar no FSM
Renato Rovai da Revista Fórum
A grande atração de ontem no Fórum Social Mundial foi a mesa da qual participaram o ex-presidente Lula e o presidente do Senegal Abdulaye Wade. Lula falou antes do senegalês. Sorte do público, que teve a liberdade de ir embora depois da fala do brasileiro sem ter de ouvir uma empolgada defesa do liberalismo econômico.
A grande atração de ontem no Fórum Social Mundial foi a mesa da qual participaram o ex-presidente Lula e o presidente do Senegal Abdulaye Wade. Lula falou antes do senegalês. Sorte do público, que teve a liberdade de ir embora depois da fala do brasileiro sem ter de ouvir uma empolgada defesa do liberalismo econômico.
Lula deu sinais no discurso de hoje que começou a desencarnar. Na
entrevista concedida aos blogueiros em dezembro ele disse que precisa de
um tempo fora da presidência para poder começar a falar alguma coisas.
Seu discurso voltou a ser mais petista. E de um petismo fora do governo.
O que pode ser muito interessante para puxar o partido para uma linha
menos recuada.
Lula falou sem meias palavras que a crise financeira de 2008
comprovou que o consenso de Washington e a agenda neoliberal
fracassaram. Que os países ricos sempre trataram a periferia do mundo
como problemática e perigosa e que só quando a crise atingiu o centro do
capitalismo mundial é que eles buscaram dialogar com esse setor pra
tentar resolver o problema deles.
Também deu pau na direita européia e estadunidense “que aponta a
imigração como responsável pela corrosão do sistema econômico dos seus
países”.
Chamou a elite africana na chincha e deu recados explícitos ao
presidente senegalês. “Não há soberania efetiva sem soberania alimentar.
As savanas africanas têm 400 mil hectares e só 10% disso é aproveitado
para agricultura. Mesmo assim, 1/ 4 de toda a produção de alimentos do
continente vem dali. É preciso começar a mudar essa situação”.
O futuro presidente de honra do PT também afirmou que “é fundamental a
criação do Estado Palestino que tenha condições de se desenvolver e que
conviva em paz com Israel”.
E lembrou que, em 2005, quando visitou a Ilha de Gore, pediu perdão
em nome de todos os brasileiros pelo período de escravidão no seu país.
Mas acrescentou: “a melhor maneira que temos de fazer essa reparação não
é só pedir perdão, mas lutar por uma África justa”.
No âmbito das organizações internacionais, Lula disse que o G20 não
tem sensibilidade para o problema da fome e para outras questões que
deveriam ser prioridades no mundo. E que enquanto presidente do Brasil
nunca foi chamado para uma reunião dos países ricos. “Só fomos chamados
quando eles entraram em crise.”
Ao final Lula provocou os presentes dizendo que não bastava ser
militante só durante o FSM, mas que era preciso sê-lo durante os 365
dias do ano. Depois desse discurso forte e posicionado de Lula,
traduzido pelo sociólogo Emir Sader para o francês, o presidente do
Senegal iniciou sua fala também de forma forte e posicionada.
Mas dizendo que era partidário da economia de mercado, porque a
economia de Estado havia sido um fracasso onde tinha sido implantada.
Mas que achava que a economia de mercado precisava de um regulação do
Estado liberal. Para na seqüência perguntar à platéia: “Por que o
liberal que eu sou abre as portas do seu país para um evento como Fórum?
Para responder em seguida que é porque ele acha importante o debate de
idéias.
A intervenção de Abdulaye Wade só não foi mais constrangedora, porque
o público do FSM deu mais uma demonstração de grandeza e sabedoria
política e não o deixeou falando literalmente sozinho. Algumas pessoas
saíram do auditório durante sua “aula de neoliberalismo”, mas a maioria
respeitou o contraditório. E ficou até o final.
Um pouco antes de terminar, Abdulaye Waded decidiu fazer uma pergunta
meio boba à platéia, até de forma deselegante, dizendo que achava
que nesses 10 ano o FSM não tinha conseguido nada de concreto e se tinha
o que era?
Teve de ouviu um grito em uníssono de Lula, Lula, Lula que ecoou por
uns 3 minutos na sala. Lula estava no 1º FSM, em 2001, antes de ser
eleito presidente da República. E veio ao FSM de Dacar para fazer a seu
primeiro discurso político público após deixar a presidência.
A provocação de Abdulaye Wade serviu para muitos altermundistas
reivindicarem o ex-presidente Lula também como um símbolo internacional
deste processo.
Aliás, não seria nada mal que Lula assumisse bandeiras do FSM e saísse por aí como um mascate de um outro mundo possível.
Portal Só Esquerda reúne sites e blogs alternativos na internet
Recém-lançado, o portal Só Esquerda é uma iniciativa
para aglutinar os veículos de comunicação alternativos, dispersos pela
internet. A ideia surgiu no 1º Fórum de Mídia Livre, em 2008, entretanto
só foi concretizada em janeiro deste ano.
Por Juliana Sada, no blog Escrevinhador
O Escrevinhador conversou com
Arthur William, jornalista e militante, que criou a página. Ele conta
que o site surgiu a partir do “diagnóstico de que a esquerda utilizava
mal os recursos virtuais, era dispersiva na web e não compartilhava
recursos. Cada um ficava disputando o público com o site do outro”.
Para o jornalista, “o diferencial do Só Esquerda é que se pode ter acesso, em uma só olhada, a conteúdos aos quais não costuma ler”, além disso o portal “facilita a busca por novas informações e conteúdos. Tirando da mesmice o militante político e atualizando o comunicador popular”.
No Só Esquerda os sites estão separados por categorias (Blogs, Movimentos, Partidos, Mídia Livre, etc), e em cada seção é possível ver as últimas atualizações de cada página. Este espaço pode ser reordenado por cada internauta, que define quais são preferências.
William explica que o portal “apenas fornece uma infraestrutura para que o ativista monte sua própria página inicial com sites de movimentos sociais, sindicatos, associações, blogs progressistas e ONGs. Como o conceito de esquerda é abstrato, cada internauta definiria seus sites de esquerda favoritos. Esta função seria dele e não de um editor ou webmaster”.
Inclusão de novas páginas
O Só Esquerda pretende estar sempre em construção, recebendo constantemente novos cadastros de sites, por meio de sugestões dos internautas. Diante da tarefa de administrar a página, Arthur William explica que “como o conceito de esquerda é bem amplo e polêmico, o critério que usamos é o da autodeclaração. Não queremos saber (nem impor) os sites de maior relevância para cada um. Por isso, é possível ordenar os sites”.
Para indicar alguma página, basta mandar um email para soesquerda@soesquerda.com.br ou pelo Twitter no @soesquerda, com o link do RSS – se não houver RSS, é possível também cadastrar o perfil do Twitter. E o site pode ser acessado pelo endereço www.soesquerda.com.br.
Para o jornalista, “o diferencial do Só Esquerda é que se pode ter acesso, em uma só olhada, a conteúdos aos quais não costuma ler”, além disso o portal “facilita a busca por novas informações e conteúdos. Tirando da mesmice o militante político e atualizando o comunicador popular”.
No Só Esquerda os sites estão separados por categorias (Blogs, Movimentos, Partidos, Mídia Livre, etc), e em cada seção é possível ver as últimas atualizações de cada página. Este espaço pode ser reordenado por cada internauta, que define quais são preferências.
William explica que o portal “apenas fornece uma infraestrutura para que o ativista monte sua própria página inicial com sites de movimentos sociais, sindicatos, associações, blogs progressistas e ONGs. Como o conceito de esquerda é abstrato, cada internauta definiria seus sites de esquerda favoritos. Esta função seria dele e não de um editor ou webmaster”.
Inclusão de novas páginas
O Só Esquerda pretende estar sempre em construção, recebendo constantemente novos cadastros de sites, por meio de sugestões dos internautas. Diante da tarefa de administrar a página, Arthur William explica que “como o conceito de esquerda é bem amplo e polêmico, o critério que usamos é o da autodeclaração. Não queremos saber (nem impor) os sites de maior relevância para cada um. Por isso, é possível ordenar os sites”.
Para indicar alguma página, basta mandar um email para soesquerda@soesquerda.com.br ou pelo Twitter no @soesquerda, com o link do RSS – se não houver RSS, é possível também cadastrar o perfil do Twitter. E o site pode ser acessado pelo endereço www.soesquerda.com.br.
Em SP, ativistas LGBT organizam manifestação pela criminalização da homofobia
Projeto foi desarquivado pelo Senado
Integrantes de movimentos LGBT se reunirão no próximo dia 19 contra homofobia (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil)
São Paulo – Militantes de movimentos de lésbicas, gays, bissexuais e
transgêneros (LGBT) reforçarão a luta contra a homofobia com dois
eventos no próximo dia 19, em São Paulo. Ambos ocorrem na avenida
Paulista, e contarão com a presença da ministra dos Direitos Humanos,
Maria do Rosário. O objetivo da mobilização é defender a aprovação do
Projeto de Lei 122/06, que criminaliza a homofobia – e foi desarquivado.
Os ativistas se reunirão às 14h no vão livre do Masp em comemoração à
ampliação do Disque 100 que, além de receber denúncias de exploração
sexual contra crianças e adolescentes, também passará a atender casos de
homofobia. Às 15h, o grupo seguirá para a praça do Ciclista para
passeata a partir das 16h, a fim de relembrar um caso de agressão
motivada por homofobia, quando um jovem foi atacado com lâmpada
fluorescente, no ano passado.
Criada em dezembro de 2010 após contínuos ataques a homossexuais e
visando promover ações de conscientização, a Frente Paulista Contra a
Homofobia apoia a manifestação. A prefeitura, que também faz parte da
frente, deverá anunciar o programa "Sampa, na luta contra a homofobia"
no início das atividades relacionadas ao carnaval.
Nesta terça-feira (8), o projeto foi desarquivado. O PLC 122, que
havia sido arquivado em 2 de fevereiro pelo regimento do Senado, já
tinha as 27 assinaturas necessárias para o pedido de desarquivamento
para a Mesa Diretora da Casa. A senadora Marta Suplicy (PT-SP),
responsável pela coleta dos apoios, pode ser a nova relatora. A relatora
até então, Fatima Cleide (PT-RO), não foi reeleita para o cargo.
Protestos no Egito escancaram o duplo caráter da mídia
Escrito por Gabriel Brito, da Redação do Correio da Cidadania | |
Contrariando a costumeira apatia que nos reservam os inícios de ano, uma
seqüência de rebeliões espontâneas no Norte da África, e no Oriente
Médio, não somente chacoalhou uma das regiões mais efervescentes da
geopolítica mundial, como reverberou por todos os quadrantes. A partir
da auto-imolação de um tunisiano, inconformado com a falta de
oportunidades oferecidas pelo deposto regime ditatorial de Ben Ali, uma
onda de protestos contra quase todos os governos da região não pára de
crescer.
Além do sonho de libertação de povos oprimidos há muitas décadas, os
acontecimentos que agora se concentram no Egito, mas se estendem por
vários outros países, voltam a escancarar o jogo duplo comandado pelo
Departamento de Estado norte-americano e as potências européias, com o
inefável apoio de uma mídia hesitante em corroborar os desejos de
emancipação de tunisianos, egípcios, iemenitas, argelinos, sírios,
sauditas...
O que deflagrou uma onda de levantes populares, tão fora de moda no
mundo neoliberal, foi o ato do cidadão tunisiano que, ao ter sua barraca
de frutas apreendida, ateou fogo a si mesmo, falecendo no mesmo dia e
levando o povo às ruas como jamais poderia supor. Pra começo de conversa
e indo direto ao ponto, fosse em Cuba o ocorrido e nossa mídia já
estaria propondo premiações internacionais e santificando um novo mártir
da humanidade, vitimado por um governo genocida.
Mas a verdade é que o jovem rapaz, com seu sacrifício, representou o
sentimento de revolta e inconformismo que domina dezenas e dezenas de
milhões de corações, numa região tão rica culturalmente quanto
empobrecida economicamente – exceto suas elites despóticas, associadas a
governos ocidentais que sempre ignoraram o fato de se tratar de
ditaduras sangrentas, ao menos enquanto se mantêm submissas a seus
interesses geoestratégicos.
É o caso de praticamente todos os países da região, cujas populações
convergem nas mais diversas frustrações impostas por seus governos, como
altíssimos índices de desemprego, o que tem tornado a juventude cada
vez mais sem futuro e dependente das famílias, além de um controle a
pura mão de ferro de todo anseio popular.
Mudar para continuar igual
Entretanto, mesmo diante de mazelas tão gritantes, nossa imprensa se
mantém tímida em seus juízos de valores, enfatizando as opiniões de
analistas de corte conservador, que começaram tentando empulhar a
opinião mundial com idéias de transição ‘lenta, gradual e segura’.
Porém, após se assegurarem de que os egípcios estão nas ruas pelo tudo
ou nada, passaram a rever conceitos, agora instando o ditador Mubarak a
puxar o carro um pouco mais rápido para aplacar ânimos.
Trata-se acima de tudo de muito cálculo político, o que obviamente é
feito em importantíssimas reuniões e conversas de líderes de Estado com
seus mais proeminentes assessores. Por isso que, com o passar dos dias,
americanos e europeus começaram o processo de abandono de Mubarak,
concentrando esforços numa espécie de conciliação nacional rumo a um
governo estável a seus interesses, o que pode ser inviável caso se
mantenham muito recalcitrantes aos desejos dos povos árabes e
magrebinos.
É muito clara a diferença de tratamento entre a primeira e segunda
sublevação. Na Tunísia, até por sua relevância global e população
(muito) inferior, a revolta depôs o governo basicamente num par de dias,
o que foi seguido por editoriais e opiniões de celebração imediata,
festejando o fim de mais uma ditadura – que, estranhamente, não puderam
denunciar aos leitores nos 30 anos anteriores em que vigorou.
Como também somos portadores de considerável ignorância nas questões do
‘mundo árabe’, ninguém supôs que seus povos são mais interligados do que
supunha nossa vã filosofia. Quase que instantaneamente outras nações
entraram na onda dos protestos populares, em especial o Egito, de 80
milhões de habitantes e principal ponto de apoio para a estabilidade da
aliança entre Estados Unidos e Israel e de interlocução com os demais
países da comunidade árabe.
A partir da convulsão num país de maior peso global e regional, a
postura passou do entusiasmo libertário à cautela, com recomendações a
uma transição segura, que no início até considerava a manutenção de
Mubarak no poder por mais alguns meses, dentre outras propostas
inaceitáveis feitas pelo ditador, como maneira de ‘salvar’ o povo
egípcio do caos e do risco da tomada de poder por correntes
fundamentalistas.
No entanto, foi-se o tempo em que os falsos dilemas colocados pela
política externa estadunidense eram postos goela abaixo de todos. Ao
contrário da imagem que sempre venderam das conjunturas norte-africanas e
médio-orientais, não se trata de uma disputa entre "autocracias
amistosas ou ditaduras religiosas e fundamentalistas", como bem
observaram analistas do quilate de Robert Fisk.
Ofuscando o poder das massas
Na verdade, não há sequer uma liderança clara em tais levantes, o que
deu à imprensa outra idéia para tentar desinflar e desmistificar o poder
de revolta, mobilização e intervenção pura e simplesmente populares. E
dessa forma passaram a chover opiniões exaltando o poder das redes
sociais em conectar povos e desnudar toda e qualquer realidade injusta,
seja ela em regimes ‘fechados ou abertos’.
Ou seja, tentaram colocar em pé de igualdade décadas de frustração geral
de uma vastíssima população, acompanhadas de enorme violência estatal e
descaso da famigerada comunidade internacional, com o ‘poder’
irresistível de redes de relacionamento como twitter e facebook. Como se
‘tuitadas’ e outros ‘posts’ colocassem déspotas e exércitos armados até
os dentes para correr.
É evidente que a expansão da internet aumenta o fluxo de informações a
que temos acesso, especialmente em locais remotos e com enormes
diferenças culturais e lingüísticas. Mas daí a igualar seu poder de
transformação a atos de rua massivos é mais uma tentativa de matar no
nascedouro todo e qualquer sentimento de insurgência e ação política,
que é por onde se constroem revoluções. É óbvio que calculam as
conseqüências de uma epidemia mundial de manifestações impetuosas dos
povos, inclusive além da região atualmente em chamas.
Tanto é assim que, nos dias que se seguiram aos protestos no Egito,
nossa mídia foi aprumando seu tom de voz aos discursos que saíam de
Washington. Primeiro, Mubarak deveria fazer concessões e evitar se
candidatar às eleições. Depois, deveria deixar o poder imediatamente.
Agora, os americanos negociam sua saída e, conseqüentemente, dialogam
com os grupos políticos mais influentes nos países em rebelião.
Além disso, anos e anos de ditaduras implacáveis desmobilizaram as
organizações políticas, isoladas e dispersas atualmente, o que os faz
começar a temer os ovos de serpente que produziram. Dessa forma,
negociam uma transição que faça o poder recair em ‘mãos confiáveis’.
Cuidando do futuro
Porém, como já parece um tanto líquido e certo que o regime egípcio irá à
ruína, é hora de cuidar de outras pautas. Por ter conciliado os
interesses de Israel e EUA na região, inclusive nas mal-intencionadas
negociações de paz com a Palestina - que na verdade visam sua
destruição, como declara abertamente o regime sionista -, o Egito era
visto como amigo, o que levou nossa subserviente mídia a chamar Mubarak
de presidente por todas essas décadas. De repente, virou ditador, sem
mais explicações sobre a mudança conceitual.
Retomando, a grande interrogação que paira é a respeito do que
aconteceria se um governo de caráter nacional e soberano emergisse no
Egito, e quais conseqüências políticas viriam para Israel, cercado de
inimigos e totalmente dependente da ajuda militar dos EUA – assim como o
Egito, outro fato omitido ao longo dos anos pela imprensa
autodenominada livre e independente.
Por conta disso, começaram tortuosas correlações com o Hamas e outros
grupos políticos inimigos de suas posições nas negociações de ‘paz’.
Inquietos a respeito da influência que eventualmente poderia partir da
Irmandade Muçulmana, jornais, portais e emissoras de TV tentam desvendar
se a entidade não estaria ainda conectada a grupos ‘extremistas’ –
leia-se, grupos da lista negra de Washington.
Note-se este parágrafo da matéria da Folha de S. Paulo no dia 5 de
fevereiro, que tenta descaradamente criminalizar o Hamas, que,
lembremos, venceu eleições reconhecidas pela ONU, mas não por Israel e
EUA, na Faixa de Gaza, em 2007:
"Segunda Hesham Ali, a comparação com o Hamas não cabe, porque a
Irmandade Muçulmana, ao contrário do grupo palestino, não tem uma agenda
militar nem propaga idéias extremistas", introduz o texto do repórter
Samy Adghirni. Agora, a resposta do membro da Irmandade: "Condenamos a Al-Qaeda
e qualquer outro grupo que cometa atos violentos". Melhor não comentar
ou adjetivar esse tremendo insulto à inteligência dos leitores.
Outra prova do cinismo midiático na hora de mostrar se realmente está ao
lado das bandeiras democráticas e dos direitos humanos foi dada na
quinta-feira, 4, um dia antes.
"Egípcios se enfrentam com pedras, porretes e molotov", generalizou a
Folha de S. Paulo, igualando ambos os lados na contenda, quando o mundo
inteiro já sabia que eram forças mercenárias e velhos repressores
aliados de Mubarak que acataram a ordem de sair às ruas e tentar aplacar
as manifestações populares pelo terror e violência.
Nas páginas internas, esta postura fica ainda mais clara. Mas a manchete
citada mostra que, no fundo, essa imprensa teme e até repudia tamanha
sublevação, por significar ‘péssimo’ exemplo para povos injustiçados e
reprimidos, que podem se libertar através de suas próprias forças,
atropelando e extinguindo regimes burgueses sem mediações.
Pelo mencionado peso estratégico do Egito, muito superior ao da Tunísia,
a mídia brasileira, e a imprensa comercial estrangeira, começaram a
‘colocar as manguinhas de dentro’, de modo a criar um consenso bem
conciliador, além de um final honroso para os déspotas que sempre
acobertaram.
No entanto, o duplo caráter de governos e comunicadores pode custar
caro, pois movimentações começam a tomar força em países como Argélia,
Marrocos, Iêmen, Síria. O risco é um perigoso isolamento de Israel na
região e o fortalecimento da solidariedade à causa palestina, passando
ainda pelos efervescentes e mal-resolvidos (para os EUA) Iraque e Irã.
Um barril de pólvora que jamais se esperava ter de administrar neste
momento. Agora, resta aos governos dos países centrais e seus aliados,
inclusive a mídia, elaborarem novas roupagens para manter intactos seus
interesses políticos e econômicos, claramente prejudiciais aos povos em
fúria, além dos conceitos humanitários, que na verdade seguem bem
seletivos. Não será fácil resolver a equação conservando todos os anéis.
Gabriel Brito é jornalista.
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Mutilação genital ameaça 3 milhões de mulheres por ano
Segundo agência da ONU, existem mais de 140 milhões de meninas e de mulheres circuncidadas; Guiné-Bissau vai debater lei contra a prática. A ONU observou no último domingo (6), o Dia Internacional contra a Mutilação Genital Feminina. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, OMS, mais de 140 milhões de meninas e mulheres são circuncidadas.
A prática ameaça ainda 3 milhões de mulheres por ano. Com o Dia, as Nações Unidas pretendem combater a mutilação genital.
Profissionais de Saúde
De acordo com a OMS, o envolvimento dos profissionais da saúde contribui para legitimar ou manter as mutilações, sendo necessário implementar "ações de conscientização para conter a prática."
Na Guiné-Bissau, um dos países mais afetados pela prática na África, as autoridades estimam em 300 mil o número de mulheres mutiladas. Cerca de 80 mil meninas correm o risco de serem circuncidadas.
Em Entrevista à Rádio ONU, o embaixador do país junto das Nações Unidas, João Soares da Gama, disse que as autoridades guineenses estão determinadas em avançar com uma lei que proíba a mutilação.
Direitos
"Em Burkina Fasso, Senegal e outros países já há leis concretas que abordam esta questão de forma constrangedora e punitiva. Penso que já é momento dos parlamentares do país assumirem esta questão e tentarem, de uma vez por todas, abolir esta prática", disse.
A mutilação genital feminina é tida como nociva, por "violar os direitos das meninas e de mulheres." A OMS comprometeu-se a eliminar a prática na atual geração "recorrendo à advocacia, pesquisa e direcionamento dos profissionais da saúde."
A OMS revela que a circuncisão feminina é associada a riscos físicos, mentais, de âmbito sexual e do bem-estar.
Fonte: Rádio das Nações Unidas via portal vermelho
Profissionais de Saúde
De acordo com a OMS, o envolvimento dos profissionais da saúde contribui para legitimar ou manter as mutilações, sendo necessário implementar "ações de conscientização para conter a prática."
Na Guiné-Bissau, um dos países mais afetados pela prática na África, as autoridades estimam em 300 mil o número de mulheres mutiladas. Cerca de 80 mil meninas correm o risco de serem circuncidadas.
Em Entrevista à Rádio ONU, o embaixador do país junto das Nações Unidas, João Soares da Gama, disse que as autoridades guineenses estão determinadas em avançar com uma lei que proíba a mutilação.
Direitos
"Em Burkina Fasso, Senegal e outros países já há leis concretas que abordam esta questão de forma constrangedora e punitiva. Penso que já é momento dos parlamentares do país assumirem esta questão e tentarem, de uma vez por todas, abolir esta prática", disse.
A mutilação genital feminina é tida como nociva, por "violar os direitos das meninas e de mulheres." A OMS comprometeu-se a eliminar a prática na atual geração "recorrendo à advocacia, pesquisa e direcionamento dos profissionais da saúde."
A OMS revela que a circuncisão feminina é associada a riscos físicos, mentais, de âmbito sexual e do bem-estar.
Fonte: Rádio das Nações Unidas via portal vermelho
Obesidade versus Desnutrição: duas faces do mesmo problema
Escrito por Rodrigo de Oliveira Andrade e Samuel Antenor | |
No último dia 24 de janeiro foi entregue ao ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, um documento elaborado pelo Grupo de Trabalho Alimentação e
Nutrição em Saúde Coletiva (GT/ANSC), da Associação Nacional de
Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO), com sugestões de medidas
efetivas para o enfrentamento dos principais problemas alimentares e
nutricionais que, atualmente, acometem a população brasileira. De acordo
com o GT/ANSC, grupo composto por pesquisadores e militantes da área,
provenientes de instituições acadêmicas e de pesquisa de todo o país, a
iniciativa tem como objetivo fortalecer o processo de implementação da
Política Nacional de Alimentação e Nutrição, que faz parte da Política
Nacional de Saúde, a partir do diálogo entre atores sociais
governamentais e não-governamentais, de forma transversal e
inter-setorial. Em suas considerações, o documento ressalta o fato de o
Brasil ainda possuir focos de desnutrição, principalmente em regiões
como Norte e Nordeste, bolsões de pobreza em grandes cidades, como São
Paulo e Rio de Janeiro, e entre povos indígenas e comunidades
tradicionais, mesmo com um declínio favorável do problema nos últimos
vinte anos, ao passo que, por outro lado, verifica-se um aumento
progressivo do excesso de peso em homens e mulheres no país.
De acordo com o médico e professor do Departamento de Nutrição da
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP),
Carlos Augusto Monteiro, duas pesquisas domiciliares, realizadas pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na primeira e
segunda metade da década de 2000, evidenciaram o explosivo aumento da
obesidade no Brasil. "Em apenas seis anos, entre 2003 e 2009, a
freqüência do excesso de peso em adolescentes aumentou 4 pontos
percentuais entre as meninas (de 15% para 19%) e 5 pontos entre os
meninos (de 17% para 22%). No mesmo período, o excesso de peso em
adultos ganhou 7 pontos entre as mulheres (de 41% para 48%) e 9 pontos
entre os homens (de 41% para 50%) ", afirma. O resultado disso, segundo
Monteiro, que também é integrante do GT/ANSC, é que entramos na década
de 2010 com um quinto dos adolescentes e metade dos adultos brasileiros
apresentando excesso de peso.
No entanto, o que fica claro com a leitura deste documento é que tanto a
questão da desnutrição quanto a do excesso de peso precisam ser
tratadas como componentes de um mesmo espectro da alimentação e nutrição
humana. Hoje, todavia, nota-se que há no país uma abordagem polarizada
acerca desta questão, que tende a colocar a fome e a desnutrição como
problemas inerentes à pobreza, e a obesidade como conseqüência oriunda
do poder aquisitivo da população. Para os signatários do documento, esta
abordagem é superficial e precisa ser desconstruída, visto que, do
ponto de vista biológico, estudos comprovam que a desnutrição nos
primeiros anos de vida aumenta o risco de excesso de peso na vida
adulta, enquanto que, do ponto de vista econômico e social, a maior
prevalência de excesso de peso em famílias de menor renda alinha-se a
estratégias de consumo que privilegiam a compra de alimentos que
proporcionem maior quantidade de calorias pelo menor preço – estes são
os alimentos com pior qualidade nutricional, pois possuem grandes
quantidades de sal, gordura e açúcar.
Medidas efetivas
As recomendações do GT/ANSC frente a este problema caminham no sentido
de se reposicionar radicalmente a Nutrição no espaço institucional e
político do Setor Saúde no Brasil, de modo a fortalecer a Coordenação
Geral de Alimentação e Nutrição do Departamento de Atenção Básica. Além
disso, segundo o documento, a Agenda Nutrição no Sistema Único de Saúde
(SUS) para o período de 2011 a 2014, além de revigorada, precisa ser
anexada aos principais programas de atenção à saúde. Na visão do
GT/ANSC, o atual contexto alimentar-nutricional do país exige uma maior
atenção político-programático do Estado à área de Nutrição, com vistas à
ampliação e intensificação das ações nutricionais previstas na Política
Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), instituída em 1999. Para
isso, os signatários do documento propõem a organização da atenção
nutricional em uma rede integrada de cuidado s de base territorial,
articulada de forma transversal com políticas e ações específicas em
todos os níveis de complexidade do SUS.
Outro ponto importante a ser destacado: para que seja assegurada a
universalidade do acesso e a qualificação da atenção nutricional no
sistema público de saúde, enfatiza o documento, é preciso fortalecer a
área no Ministério da Saúde e nas Secretarias de Saúde dos estados, de
modo a ampliar o número de Núcleos de Apoio à Saúde da Família, que, por
sua vez, apóiam as Equipes da Estratégia Saúde da Família; expandir as
ações de atenção nutricional, principalmente para os povos indígenas e
para as populações de menor poder aquisitivo, por meio de ações
inter-setoriais no território; assegurar o orçamento para a Nutrição no
SUS, a fim de ampliar e qualificar a gestão e a oferta de ações e
serviços de Nutrição na rede pública de saúde; e implementar um programa
integrado para a atenção nutricional no SUS. Uma primeira ação, urgente
e estrutural, orientada pela Atenção Primária à Saúde, bem como por
referências e contra-referências dos agravos relacionados à má
alimentação.
Resolução segue pendente
Apesar de não ser citada no relatório do GT/ANSC, vale destacar que,
graças a uma liminar da Justiça Federal, solicitada pela Associação
Brasileira de Indústrias da Alimentação, a Resolução 24, de 15 de junho
de 2010, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), foi
suspensa. A resolução dispunha sobre a oferta, propaganda, publicidade,
informação e outras práticas correlatas cujo objetivo fosse a divulgação
e a promoção comercial de alimentos considerados com quantidades
elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans, de sódio, e
de bebidas com baixo teor nutricional, e proibia o uso símbolos, figuras
e/ou desenhos que pudessem causar falsa interpretação, erro ou confusão
por parte do consumidor quanto à origem, qualidade e composição dos
alimentos – prática freqüentemente utilizada para atribuir
características superiores às que o produto possui, como sugerir que o
alimento é nutricionalmente completo ou que seu consumo garante uma boa
saúde. Para Monteiro, essa seria uma ótima oportunidade para, de forma
modesta, regular a publicidade em torno de produtos ultraprocessados no
Brasil, haja vista que a Resolução asseguraria informações indisponíveis
à preservação da saúde de todos aqueles expostos à oferta, propaganda e
publicidade de alimentos com baixo teor nutricinal.
Segundo Monteiro, "campanhas publicitárias milionárias e extremamente
eficazes cuidam para ampliar as ‘vantagens’ dos produtos
ultraprocessados, promovendo sua hiperpalatabilidade e sua conveniência,
isso quando o indivíduo não é estimulando diretamente a comer
compulsivamente. Além disso, a não regulação do marketing desses
produtos no Brasil permite sua oferta e propaganda em todos os
ambientes, incluindo escolas, hospitais e farmácias, por meio de tantas
outras técnicas de marketing já proibidas em vários países". Logo, ao
suspender a Resolução 24, a Justiça Federal nada mais fez do que
evidenciar o desequilíbrio entre as ações governamentais de saúde e de
interesse público e os interesses do setor empresarial, que visa apenas o
lucro.
Rodrigo de Oliveira Andrade e Samuel Antenor são jornalistas – Páginas na web: http://www.poterkin.blogspot.com/ ; http://www.espacocult.wordpress.com/
|
VENEZUELA: 12 ANOS EM REVOLUÇÃO
Beto Palmeira*
Se
olharmos para essa última década vamos nos deparar com vários processos
sociais e políticos caracterizados por políticas que já não seguem mais
as orientações da Casa Branca, e isso vem mudando o papel que América
Latina tem no mundo.
Dos vários processos em curso, destacamos o que está sendo
vivido por Venezuela cujo principal interlocutor é o presidente Hugo
Chávez. Esse processo recoloca, para as esquerdas latino-americanas e
mundiais, no centro do debate o rompimento com o sistema de produção do
Capital, afirmando a necessidade de construção do Socialismo do seculo
XXI, o que promove uma serie de mudanças sociais e politicas. Além
disso, afirma o papel central dos revolucionários no controle do Estado e
no exercício de colocar as grandes riquezas nacionais ao serviço dos
pobres, recuperando as grandes riquezas petroleiras, empresas de
telecomunicações, terras e outros em prol do desenvolvimento interno do
país. Desse modo, atende quem sempre esteve a margem dos benefícios das
riquezas produzidas por meio dos serviços básicos que estão sendo
garantidos pelo Estado.
Em 02 de fevereiro de 1999 tem início na Venezuela um processo
de mudanças que, para muitos, não dá espaço para as velhas políticas de
submissão da burguesia ao imperialismo estadunidense. Hoje, doze anos
após o inicio dessas mudanças, vemos com muita expectativa, o papel que a
Revolução Bolivariana exerce sobre os movimentos Revolucionários da
América Latina e do mundo.
Frente ao avanço das forcas populares na América Latina, cujo epicentro se encontra em Caracas, assistimos cotidianamente os ataques das mídias burguesas ao processo e ao Governo Chávez. Dentro desses ataques sistemáticos, vale debater o papel que nossas organizações e movimentos sociais devem exercer em defesa do processo e governo bolivariano que demonstra, no âmbito dos governos “populares”, claridade de proposta de governo e de projeto político. Acreditamos que esse papel consiste em defender a Revolução Bolivariana, inclusive divulgando os resultados alcançados nos últimos anos por esse governo, resultados esses jamais vistos na América Latina, com exceção de Cuba. Venezuela é o único pais, depois de Cuba, que está cumprindo as metas do Milênio estabelecidas pela ONU.
Frente ao avanço das forcas populares na América Latina, cujo epicentro se encontra em Caracas, assistimos cotidianamente os ataques das mídias burguesas ao processo e ao Governo Chávez. Dentro desses ataques sistemáticos, vale debater o papel que nossas organizações e movimentos sociais devem exercer em defesa do processo e governo bolivariano que demonstra, no âmbito dos governos “populares”, claridade de proposta de governo e de projeto político. Acreditamos que esse papel consiste em defender a Revolução Bolivariana, inclusive divulgando os resultados alcançados nos últimos anos por esse governo, resultados esses jamais vistos na América Latina, com exceção de Cuba. Venezuela é o único pais, depois de Cuba, que está cumprindo as metas do Milênio estabelecidas pela ONU.
Como parte de nossa tarefa de defender e divulgar os avanços da Revolução Bolivariana, organizamos alguns dados desses 12 anos de Governo Bolivariano liderado pelo Comandante Presidente Hugo Chávez:
Nível de pobreza: em 1996, 70.8% das famílias venezuelanas eram
pobres; em 2010, esse percentual baixou para 24.2%, o que evidencia uma
redução de 46,6% com relação ao número de famílias em situação de
pobreza. Em 1996, contabilizava-se 38,5% de famílias em extrema
pobreza, enquanto que em 2010 esse número caiu para 6%.
Saúde: no início do governo Chávez, em 1999, apenas 21% da população
tinha acesso a atenção primária no serviço publico de saúde; em 2010,
essa cobertura chega esse tipo de serviço de saúde chega a 95% da
população, o que resultou no salvamento de mais de um milhão de vidas.
Desde o inicio do governo bolivariano, a expectativa de vida aumentou de
72 para 75 anos.
Educação: em 2005, a UNESCO declarou a Venezuela como território
livre de analfabetismo, com 93,4% da população alfabetizada. Em 2010, em
informe da UNESCO, 95% da população encontra-se alfabetizada. A
matrícula escolar na Educação Infantil teve um incremento de 23,7%,
enquanto que na Educação Superior, esse índice alcançou o percentual de
83%. No que refere ao número de matrículas no nível superior de ensino,
Venezuela ocupa o segundo lugar da lista, sendo precedida por Cuba que
possui 88% de matrículas nesse segmento.
4. Economia e Finanças: uma das marcas do governo bolivariano foi o rompimento da dependência com o FMI e BM, consolidando uma política econômica baseada na soberania do Estado em relação às instituições internacionais subordinadas aos EUA. As reservas internacionais passaram de 14.849 milhões de dólares, em 1998 a 36 bilhões de dólares, e os excedentes foram colocados a serviço do desenvolvimento social e econômico do pais.
5. Trabalho: nos 12 anos de governo bolivariano, a taxa de desemprego diminuiu de 14,5%, em 1999, a 6,6% em 2010. Em 2010, o salário mínimo aumentou 25% em relação ao valor de 2009, o que significou o maior aumento dado por um governo da América Latina.
4. Economia e Finanças: uma das marcas do governo bolivariano foi o rompimento da dependência com o FMI e BM, consolidando uma política econômica baseada na soberania do Estado em relação às instituições internacionais subordinadas aos EUA. As reservas internacionais passaram de 14.849 milhões de dólares, em 1998 a 36 bilhões de dólares, e os excedentes foram colocados a serviço do desenvolvimento social e econômico do pais.
5. Trabalho: nos 12 anos de governo bolivariano, a taxa de desemprego diminuiu de 14,5%, em 1999, a 6,6% em 2010. Em 2010, o salário mínimo aumentou 25% em relação ao valor de 2009, o que significou o maior aumento dado por um governo da América Latina.
Integração latino-americana: esse é um dos grandes desafios que o
Presidente Hugo Chávez vem assumindo no tema das Relações
Internacionais, sendo um dos principais impulsores de instituições que
tem como objetivo consolidar laços de unidade entre países e povos
latino-americanos Algumas iniciativas só estão sendo possíveis gracas ao
Governo Bolivariano, dentre elas: ALBA (Aliança Bolivariana para as
Américas), Telesur, Banco do Sul, ELAM (Escola Latino-americana de
Medicina, em Venezuela), IALA (Instituto Universitário de Agroecologia
Latino-americano) Paulo Freire, CELAC (Comunidade dos Estados
Latino-Americanos e Caribenhos que terá seu primeiro encontro nesse ano
na Venezuela), UNASUL (União de Nações Sul-Americanas).
Opinião pública: acaba de ser divulgada uma pesquisa de opinião,
realizada pelo Grupo de Investigação Social do Século XXI (GIS XXI), que
revela que 54,7% da população venezuelana qualifica a gestão do governo
como “muito boa”, 21,8% qualifica como ruim, 21,4% como “regular” e
2,1% como “péssima”. Tais dados comprovam a aprovação da população com
relação a gestão do presidente Hugo Chávez.
Passados 12 anos do inicio da Revolução Bolivariana, marcada pelo seu caráter anti-imperialista, anti -capitalista e socialista, o que cabe a tod@s lutador@s do povo do nosso continente é se posicionar em defesa do processo de transformação que vive a Venezuela, bem como de seu governo e do povo venezuelano para que as mudanças possam seguir avançando e consolidando os caminhos da Revolução e do Socialismo do século XXI. E nesse sentido, um dos desafios dos movimentos sociais latino-americanos é seu fortalecimento para contribuir na alteração das conjunturas no sentido de promover grandes transformações em nosso continente a fim de somar esforços, junto ao bloco histórico liderado pela Venezuela de Simón Bolívar, na construção de um verdadeiro projeto popular e socialista para os trabalhador@s: campones@s, operári@s, estudantes, homens e mulheres.
Viva os 12 anos da Revolução Bolivariana!!!
Viva o povo Venezuelano!!!
Viva o Presidente Hugo Chávez!!!
* Militante do Movimento dos Pequenos Agricultores – Brasil.
Passados 12 anos do inicio da Revolução Bolivariana, marcada pelo seu caráter anti-imperialista, anti -capitalista e socialista, o que cabe a tod@s lutador@s do povo do nosso continente é se posicionar em defesa do processo de transformação que vive a Venezuela, bem como de seu governo e do povo venezuelano para que as mudanças possam seguir avançando e consolidando os caminhos da Revolução e do Socialismo do século XXI. E nesse sentido, um dos desafios dos movimentos sociais latino-americanos é seu fortalecimento para contribuir na alteração das conjunturas no sentido de promover grandes transformações em nosso continente a fim de somar esforços, junto ao bloco histórico liderado pela Venezuela de Simón Bolívar, na construção de um verdadeiro projeto popular e socialista para os trabalhador@s: campones@s, operári@s, estudantes, homens e mulheres.
Viva os 12 anos da Revolução Bolivariana!!!
Viva o povo Venezuelano!!!
Viva o Presidente Hugo Chávez!!!
* Militante do Movimento dos Pequenos Agricultores – Brasil.
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