Grandes Esperanças
(Great Expectations) Great.Expectations.1946.720p.BluRay.x264-D4 | |||||||||||
Poster
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Sinopse
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O
pobre Pip, ainda criança, apaixona-se por Estella, que vive com a amargurada e estranha avó numa mansão em ruínas. Financiado por um misterioso padrinho, Pip muda-se para Londres, onde se torna um esnobe almofadinha, mas seu coração continua pertencendo a à fria Estella.
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Elenco
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Informações sobre o filme
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Informações sobre o release
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John Mills ...Pip
Tony Wager ...Young Pip (as Anthony Wager)
Valerie Hobson ...Estella
Jean Simmons ...Young Estella
Bernard Miles ...Joe Gargery
Francis L. Sullivan ...Mr. Jaggers
Finlay Currie ...Magwitch
Martita Hunt ...Miss Havisham
Alec Guinness ...Herbert Pocket
| Gênero: Drama
Diretor: David Lean
Duração: 118 minutos
Ano de Lançamento: 1946
País de Origem: Inglaterra
Idioma do Áudio: Inglês
| Qualidade de Vídeo: BDRip
Container: MKV
Vídeo Codec: V_MPEG4/ISO/AVC
Vídeo Bitrate: 7292 Kbps
Áudio Codec: AC3
Áudio Bitrate: 640 Kbps
Resolução: 984x720
Formato de Tela: Tela Cheia (4x3)
Frame Rate: 24.000 FPS
Tamanho: 6.54 Gb
Legendas: Anexas
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Premiações
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Vencedor dos Oscars:
Oscar de Melhor Fotografia em Preto e Branco (Guy Green )
Oscar de Melhor Direção de Arte - Decoração de Cenários (John Bryan, Wilfred Shingleton )
Indicado os Oscars:
Oscar de Melhor Filme
Oscar de Melhor Direção (David Lean)
Oscar de Melhor Roteiro (David Lean, Ronald Neame, Anthony Havelock-Allan)
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Curiosidades
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Adaptação do clássico romance de Charles Dickens.O livro foi levado para as telas mais de dez vezes, entre 1909 e 2012. As adaptações mais famosas são a de Alfonso Cuarón, Grandes Esperanças (1998), e a de Mike Newell, Grandes Esperanças (2012).
Primeiro
grande papel de Alec Guinness, que havia participado de uma adaptação teatral do livro em 1939.Guinness voltaria a trabalhar com o diretor David Lean em outros cinco filmes: Oliver Twist (1947), A Ponte do Rio Kwai (1957), Lawrence da Arábia (1962), Doutor Jivago (1965) e Passagem Para a Índia (1984). | ||
Crítica
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A NBO Editora resolveu lançar em DVD diversos clássicos por 10 reais, entre eles, boa parte dos filmes britânicos de David Lean. E a ela agradeço muitíssimo. Exatamente porque ela me deu a chance de conhecer um pouco mais a carreira deste brilhante diretor. Sei que é leviandade dizê-lo só tendo visto 5 filmes do sujeito – esse, Desencanto, A Ponte do Rio Kwai, Lawrence da Arábia e Dr. Jivago -, mas todos são excelentes, todos ganham 9 ou 10 estrelas, e mesmo que veja alguma diferença entre eles quanto a conceituação, há uma mente por trás de tudo e todos eles possuem algo em comum. Portanto, reafirmo que David Lean é um cara brilhante. Só conseguir dinheiro que comprarei os que faltam.
A grandiosidade da obra fílmica, baseada na obra de Charles
Dickens, está na veracidade trepidante das cenas. Aparenta sim uma Inglaterra do século XIX típica de filmes do chamado cinema clássico, e talvez por isso eu acredite tanto na sua decupagem. O cinema clássico de John Ford, Frank Capra e William Wyler é um de meus preferidos. David Lean encontra-se facilmente nessa estética grandiosa, antes de seus filmes serem grandiosos – brilhantes, mas não grandiosos. Vocês entenderam o que quis dizer? -, mas de incrível poder de persuasão e carisma. O cinema americano transformou-o. Tanto que a efervescência para épicos e filmes monumentais tomou conta de sua filmografia, filmes como Lawrence da Arábia e Dr. Jivago não são só longos, são o retrato do americanismo, seu poder de marketing – hoje cada dia mais forte.
Na Grã-Bretanha, David Lean filmou acasos, principalmente obras de
Charles Dickens e Noel Coward. Filmes Românticos na sua essência, desilusórios e esperançosos, com momentos intrigantes e uma honorabilidade incomensurável. Grandes Esperanças é um grande exemplo disso. O fatídico livro de Dickens virou uma obra espetacular na mão de Sir David Lean ao casar o belo e o feio da sociedade interiorana – e londrina – do século XIX. A birra de uma jovem, a mania estúpida de se brigar por diversão, o assombro de uma situação de perigo – coisas que paulistanos sabem muito bem o que é na última semana -, o distanciamento de um passado que não existe mais. A gramática da vida: por mais que nossas vidas mudem, somos sempre os mesmos, mesmo que tenhamos esquecido disso.
Inicia-se com sua infância, morando com a irmã malvada. O garoto
vai ao cemitério visitar o túmulo de sua mãe e um fugitivo da prisão o aborda, pedindo comida. Ele não fala nada a ninguém e ajuda tal pobre homem. Uma mulher, algum tempo depois, rica e solitária, louca após o casamento que nunca ocorreu, busca na criança um cerne de entretenimento. Ele então cresce, sempre visitando tal senhora por um motivo acima de tudo: a bela garota má por quem se apaixonou desde o primeiro dia que a conheceu. Um dia ela se muda de lá. Outro dia ele se muda. Alguma boa alma resolveu custear sua vida na capital inglesa com o propósito de troná-lo fino e bem educado, como um nobre. As mudanças surgirão, e fatos ocorrerão.
Com o passar da trama, vislumbramos um enigmático senso de certo ou
errado. O jogo que Lean faz com o poder do dinheiro é impressionante. Mais belo ainda é a usurpação das tradições matrimoniais, presentes a cada momento para inflar uma idéia pendente no caráter moralista de uma sociedade conservadora como é a Inglaterra – a rainha ainda é um símbolo de grande respeito, mesmo não tendo poder político algum, não? À parte dessas questões, o que mais me encanta e apaixona é maneira com que ele lida com o amor. A crença infantil de negar sua paixão muitas vezes e crer que fazendo mal ao alvo de sua ternura, estará despistando tal insólito sentimento. Combinando um aspecto triunfante ao vexame, polariza-se a virtude que se torna o degredar de um mundo quase perfeito.
E então, com serenidade e sensibilidade, o filme termina, a
história termina, mas sem titubear na maneira nunca fácil como tudo se alcança. A tragédia sempre constante cria a atmosfera ideal para o fantástico do cinema clássico verossímil e crível. Imagens perturbadoras, caracterizações tão farsescas que se tornam mitos reais, crueldade e trivialidade num mundo em que se é tão fácil de imaginar.
Turbulência. Twist. Trepidações e tremulações. Um filme que busca a
incerteza do ser nele mesmo ao confrontar e enigmatizar um ato solene. Quanto mais tempo passa, mais esquecidos clássicos como esse se tornam, principalmente por não ser um de seus filmes mais notáveis. Ao pensar em Sir David Lean, o que se vem à mente são seus épicos gloriosos e pomposos produzidos nos EUA. A oportunidade de vivenciar obras como Grandes Esperanças e Desencanto é imprescindível para provar todo o início de alguém que sempre foi grande. Belíssimas histórias de amor, tristes e carregadas de emoções. Não peço mais nada para um filme do que mágica.
Pode-se dizer várias coisas sobre filmes em língua inglesa. Pode-se
dizer que são antiquados e conservadores, que em nada quase inovam. Podem-se relegar os clássicos em detrimento de estrangeiros modernos. Pode-se excluí-los da gama de filmes importantes. Mas não se pode negar que são filmes belíssimos feitos por grandes diretores que fizeram grandes filmes, e que ainda hoje, são inesquecíveis e talvez os mais belos que perpetuaram.
Gabriel Carneiro
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