sábado, 12 de maio de 2007

As razões de fundo da visita do Papa


Altamiro Borges

O cardeal Joseph Ratzinger já esteve no Brasil por duas vezes (em 1985, logo após ter punido o teólogo Leonardo Boff, e em 1990, para ministrar um curso na tradicional diocese do Rio de Janeiro), mas esta é a primeira visita que faz como Papa Bento XVI, Sumo Pontífice da Igreja Católica. Pela generosa e peculiar religiosidade do povo brasileiro, que torna este país a maior nação católica do mundo, a visita tem grande significado e merece todo o respeito - inclusive dos não-católicos. Mas é preciso ir além das aparências para entender as razões de fundo da viagem. Ela não se dá apenas pelo nobre objetivo de canonizar Frei Galvão ou para participar da quinta conferência episcopal latino-americana (Celam), em Aparecida (SP).

A visita tem motivos bem mais complexos e controversos. Expressa a preocupação da igreja com a perda de fiéis. Segundo pesquisa do Datafolha, nos últimos dez anos houve uma redução de 75% para 64% da população católica e hoje a maioria dos brasileiros, incluindo os católicos, não segue vários preceitos do Vaticano, como o da virgindade, da proibição do segundo casamento e do uso da camisinha. Tem ainda o nítido intento de enquadrar os setores progressistas da igreja brasileira, respeitados mundialmente por sua “opção pelos pobres” e pela inovadora “teologia da libertação”. Além disso, como o próprio papa revelou na sua primeira fala em solo nacional, ela visa ditar “normas morais” ao povo e ao governo brasileiros.

Temores diante do “êxodo católico”


Diante do chamado “êxodo católico” e do crescimento acelerado das seitas neopentecostais, o Vaticano prega hoje uma igreja mais confessional e voltada para os rígidos dogmas católicos e menos envolvida nas questões sociais. A própria canonização de Frei Galvão, o primeiro santo genuinamente brasileiro (contra 626 italianos, 576 franceses e 102 alemães), serviria a este intento. Mas para o teólogo Leonardo Boff, essa guinada conservadora não “sustará a sangria no corpo católico... A causa principal da saída dos católicos é a falta de inovação no seio da igreja, é a rigidez dogmática de seus ensinamentos, é a falta de bom senso nas questões da moral e da sexualidade, onde ela mostra um rosto cruel e sem piedade”.

Dom Demétrio Valentini, bispo de Jales (SP), reforça ainda mais as críticas. “A Igreja Católica está sendo posta à prova. Ela demorou muito a se dar conta dos problemas a sua volta, porque era o único referencial que existia no plano religioso no país. Agora o contexto mudou muito”. Para ele, a igreja padece de dois graves problemas, que explicam a perda de fiéis. “Ela é pesada, não tem agilidade para se sintonizar com os contextos novos, e continua com uma estrutura ultrapassada, como se o Brasil fosse um país rural. Ela precisa admitir a diversidade em um mundo plural... Mas a Igreja tem medo de admitir a diversidade”.

Cruzada contra a teologia da libertação


Essa opção explica o segundo motivo da viagem: o enquadramento dos setores progressistas. As posições ultraconservadoras de Joseph Ratzinger já são bem conhecidas. Antes de se tornar papa, como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o outrora temido Tribunal da Inquisição, ele comandou a cruzada contra a teologia da libertação na América Latina, que nasceu na conferência de Medelin (Colômbia), em 1968, e floresceu na conferência de Puebla (México), em 1979. Em setembro de 1984, o então chefe do Santo Ofício dirigiu o interrogatório que resultou na condenação de Leonardo Boff a um ano de “silêncio obsequioso”, sendo proibido de dar entrevistas, proferir aulas, publicar livros e dirigir a Editora Vozes.

Naquela ocasião, sentado na mesma cadeira em que Galileu Galilei foi punido 400 anos antes, o brasileiro ouviu do cardeal alemão a dura sentença: “Eu conheço o Brasil, aquilo que vocês fazem nas Comunidades Eclesiais de Base não é verdade, o Brasil não tem a pobreza que vocês imaginam, isso é a construção da leitura sociológica e ideológica que a vertente marxista faz. Vocês estão transformando as Comunidades Eclesiais de Base em células marxistas”. Com a sua conhecida coragem, Dom Paulo Evaristo Arns, que acompanhou Boff ao tribunal, retrucou as críticas de Ratzinger. Com mão-de-ferro, o Vaticano promoveu um baita retrocesso na igreja latino-americana, desmontando dioceses e isolando religiosos progressistas.

Gosto amargo às boas-vindas”


Pouco antes da viagem ao Brasil, o papa condenou outro teólogo ligado à teologia da libertação, Jon Sobrino, de El Salvador, num explícito recado à igreja progressista. O dominicano Frei Betto lamentou a decisão num incisivo texto, intitulado “Sombras da inquisição”. “Hoje é um dia triste para mim. Dói no fundo do meu coração, no âmago de minha fé cristã. O papa Bento XVI, às vésperas de sua primeira viagem à América Latina, faz um gesto que imprime um gosto amargo às boas-vindas: condena o jesuíta Jon Sobrino... Ele fica proibido de dar aulas de teologia e todos os seus escritos devem ser submetidos à censura vaticana”.

“Sobrino mora em San Salvador, na mesma casa na qual, em 1989, quatro padres jesuítas, mais uma cozinheira e sua filha de 15 anos foram assassinados pelo Esquadrão da Morte. O que está por trás da censura a Sobrino é a visão latino-americana de um Jesus que não é branco e nem tem olhos azuis. Um Jesus indígena, negro, moreno, migrante; Jesus mulher, marginalizado, excluído. Aquele Jesus descrito no capítulo 25 de Mateus: faminto, sedento, maltrapilho, enfermo, peregrino. Jesus que se identifica com os condenados da Terra e dirá a todos que, frente a tanta miséria, se portam como bom samaritano. ‘O que vocês fizeram a um dos menores de meus irmãos, a mim o fizeram’ (Mateus)”, escreveu Frei Betto.

“Normas morais” e as “concordatas”


Já no que se refere às “normas morais” que seriam ditadas ao governo brasileiro, é sabido que o Vaticano sempre propõe “acordos” aos países visitados, que são tecnicamente chamados de “concordatas”. Pela via diplomática, o Itamaraty soube que a “concordata” incluiria o compromisso de tornar obrigatório o ensino religioso nas escolas públicas - num desrespeito à Constituição, que define o Brasil como país laico - e a proibição do aborto, das pesquisas com células troncos provenientes de embriões, da descriminalização de drogas leves, da união civil homossexual, dos métodos contraceptivos, das campanhas contra a AIDS, do divórcio, do sexo antes e após o casamento que não seja para a reprodução, da eutanásia e outros dogmas.

A prática das “concordatas” é antiga e é utilizada com relativa freqüência. Vários países, como Portugal e a Espanha, já assinaram “acordos” deste tipo. A “Concordata de Latrão”, firmada com o ditador fascista Benito Mussolini em 1929, é a mais famosa e garantiu o status de Estado ao Vaticano. A concordata é uma convenção que fixa os compromissos entre o Estado e a Igreja Católica sobre assuntos religiosos. Ela serve ainda para preservar antigos “privilégios”, com as isenções concedidas às paróquias, seminários e a outras instituições católicas. Devido à delicadeza do tema, que inclusive despreza a existência de outras filiações religiosas, geralmente é negociada nos bastidores, sem transparência e à revelia da sociedade. Os seus eixos centrais, entretanto, são amplificados nos grandes eventos, entrevistas e sermões.

Estado laico e religiosidade popular


Durante sua viagem, ainda no avião, Bento XVI chegou a defender a excomunhão dos parlamentares que defendem o aborto, numa reprimenda aos deputados mexicanos que aprovaram a medida recentemente e numa tentativa de castrar a proposta do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, da promoção de um amplo debate público sobre a interrupção da gravidez como mecanismo de defesa da saúde da mulher. Já durante o “encontro com a juventude”, que lotou o estádio do Pacaembu (SP), ele conclamou os jovens a “manterem a castidade, dentro e fora do matrimônio”, e voltou a defender o ensino religioso.

Apesar de toda a pressão, ao final da reunião com o Sumo Pontífice, o presidente Lula anunciou que não assinou qualquer “acordo” e que o Brasil continuará a “preservar e consolidar o Estado laico”. De forma diplomática, ele se comprometeu a visitar o Vaticano em breve. O papa foi recebido com toda a pompa e estrutura do Estado, a religiosidade popular teve seu momento de comoção espiritual, mas a soberania do país e as peculiaridades da fé dos brasileiros foram aparentemente preservadas.


Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição).

fonte:correio da cidadania

sexta-feira, 11 de maio de 2007

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A política de um decadente 'governo dos trabalhadores'


Não chores por Lula

James Petras,
Sociólogo da Universidade de Binghamton, em Nova York

"Não chore por Lula" – disse um banqueiro – "ele discursou para eles, mas trabalhou para nós."
"Ninguém têm a autoridade moral para discutir ética comigo."
(Lula, julho 2005)

A corrupção devastou o Governo Lula no Brasil. Cada setor do Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula, viu–se implicado em subornos, fraudes, compra de votos, roubo de fundos públicos, fracasso em depor sobre o financiamento ilícito das campanhas e um amontoado de outras condutas delituosas, reveladas quase diariamente entre maio e julho de 2005. Os mais próximos e importantes conselheiros de Lula, líderes do congresso e chefes do partido, foram forçados a renunciar e estão sob investigação parlamentar por transferências ilegais de fundos em grande escala nas campanhas eleitorais, enriquecimento privado e financiamento de funcionários em tempo integral. Até agora os únicos funcionários não implicados em investigações delituosas são Lula e os milionários ministros que dirigem as políticas neoliberais do regime. Inclusive o presidente do Banco Central de Lula, Henrique Meirelles, está sob investigação por fraude e evasão de impostos durante o tempo em que foi diretor do Banco de Boston. Aparentemente os milionários membros de gabinete, ao contrário dos oportunistas do Partido dos Trabalhadores, não têm nenhuma necessidade de roubar o tesouro público; já ganham o bastante especulando no mercado financeiro ou explorando trabalhadores e camponeses.

O que seria a política de penetrante corrupção endêmica no PT? Por que teria um partido – que nasceu há um quarto de século como um movimento vibrante, democrático, participativo, baseado nas lutas e movimentos sociais – que se degenerar em mais um partido das elites corruptas, respaldado pelos especuladores financeiros e interesses agroindustriais, e dirigido por gananciosos arrivistas profissionais?

No início dos anos noventa o PT expulsou militantes, reconverteu o partido – que passou de ser um "partido– movimento" a ser um partido eleitoral – e transferiu o processo decisório das reuniões dos núcleos de base aos altos funcionários parlamentares e dos aparelhos estatais. O PT passou a ser dirigido por publicitários eleitorais–profissionais, marqueteiros políticos pagos a peso de ouro e aumentou progressivamente a dependência aos meios de comunicação de massas. O predomínio da política eleitoral e de campanhas realizadas nos meios de comunicação de massas interpostos pressupôs um maior financiamento, num momento em que menos militantes tinham vontade de contribuir com a máquina eleitoral. O partido e a elite parlamentar desenvolveram cada vez mais laços com 'concessionários' do setor privado para garantir contribuições em troca de contratos públicos. Com a ascensão de Lula à presidência, estas práticas multiplicaram–se, quando então milhares de funcionários do PT ocuparam cargos e começaram a desenvolver suas próprias fontes privadas de financiamento. A agenda neoliberal de Lula e a nomeação de grandes homens de negócios e banqueiros para as posições econômicas chaves do governo esteve baseada no pressuposto de garantir o apoio dos partidos de direita no Congresso, influindo negativamente, desta forma, nos movimentos sociais populares e sindicatos, sobretudo dos trabalhadores e estatais do setor público.

O problema político ao qual Lula enfrentou–se ao obter o apoio dos congressistas de direita teve duas vertentes: a maioria dos gabinetes políticos foram tomados por funcionários do PT, famintos por capitalizar sua vitória eleitoral, portanto, Lula não poderia compensar a direita oferecendo–lhe cargos. Em segundo lugar, enquanto a direita encontrava–se completamente de acordo com a política de Lula, ainda eram adversários políticos, competindo pelo apoio dos grandes negócios. Assim, para conquistar seus votos, os conselheiros mais íntimos de Lula apelaram ao suborno dos parlamentares de direita, com pagamentos que alcançavam 12 mil dólares ao mês por congressista, pagos através de uma empresa de relações públicas que trabalhava com o Governo Lula.

O PT já não era mais um partido com ideologia de esquerda, adotando um programa para promover o agronegócio (que recebe 90% de créditos agrícolas), servindo ao capital financeiro (com mais de 90 mil milhões de dólares), desembolsando pagamentos de dívida durante 30 meses (gastando mais em pagamento de dívida num mês do que em educação, saúde e reforma agrária num ano), e financiando minas e petróleo. O que manteve o PT inteiro e de pé foi o "patrocínio de gabinetes"; a corrupção, a cooptação, o enriquecimento e o clientelismo. O poder político e os valores do neoliberalismo, "o enriquecimento individual", converteram–se nas motivações determinantes para buscar posições influentes.

A oposição de direita, desde o Partido da Social–Democracia Brasileira (PSDB) ao Partido da Frente Liberal (PFL), não radica em diferenças programáticas. A oposição está tentando reafirmar a grande base de negócios, o apoio do FMI, do Banco Mundial e do capital financeiro internacional que Lula atraiu para a sua administração.

Os principais grupos que "choram por Lula" não são os trabalhadores urbanos ou os despossuídos rurais, mas sim os banqueiros, investidores estrangeiros, milionários e especuladores que ganharam milhares de milhões durante sua administração. Os jornais econômicos Financial Times (FT) e Wall Street Journal (WSJ) estão enormemente preocupados com a hipótese de que as investigações de corrupção impeçam Lula de levar a cabo o resto de sua reacionária agenda neoliberal. Como o FT (22/jul./2005, p. 11) afirma: "... o escândalo de corrupção parece postergar toda probabilidade de qualquer reforma importante da natureza das que robusteceram a reputação do Sr. Lula da Silva na Bolsa de Valores de Wall Street. Dia–a–dia o governo vai sendo paralisado pelo escândalo (...) as medidas que visam introduzir as Parcerias Público–Privadas (PPP) seguiram estacionadas, assim como uma proposta para conceder autonomia ao Banco Central".

Graças à investigação de corrupção e à "paralisia" do Congresso, Lula não poderá privatizar os serviços públicos e as infra–estruturas restantes, nem entregar o Banco Central ao capital financeiro (quanto mais autônomo em relação ao Congresso, maior será sua integração ao setor financeiro). Os trabalhadores reais do setor público, inventariados para a "privatização–pública", viram seus trabalhos, salários e aposentadorias preservados graças ao escândalo de corrupção do PT.

Enquanto Lula perdeu os aliados chaves para a transformação neoliberal do Brasil, deslocou–se mais à direita – substituindo os postos e ministérios pertencentes ao PT por membros do partido conservador, do PMDB – o Partido do Movimento Democrático Brasileiro – dentre outros.

Devido ao apoio a Lula em Wall Street, na Bolsa de Londres e no FMI, não há absolutamente qualquer possibilidade para um golpe de Estado. Como diz o refrão: os golpes militares nunca se dão contra o FMI.

O maior perdedor na decadência do Governo Lula foi o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem–Terra (MST), o qual continuou apoiando o governo apesar das cifras de ativistas camponeses assassinados, de que dezenas de milhares de ocupações de terras foram forçosamente evitadas e de que Lula descumpriu continuamente cada promessa de reforma agrária. Durante o auge do escândalo de corrupção, Lula fez mais explícita sua ampliada coalizão com os partidos de direita, dos latifundiários e especuladores, e o MST uniu–se aos burocratas cooptados das centrais sindicais na organização de uma manifestação pró–Lula e contra a "desestabilização" e a corrupção.

As políticas pró–Lula do MST não só debilitaram gravemente as lutas dos camponeses sem–terras como dividiram a oposição de esquerda, fortalecendo assim à "velha direita", o PSDB e o PFL.

Enquanto alguns especuladores reduziram sua exposição no mercado de valores brasileiro, as grandes firmas investidoras ainda se apressam em garantir benefícios dos mercados brasileiros de alto rendimento, pagando as taxas de juros mais altas do mundo, entre 18 e 25%. A bolha especulativa que estimulou o nível de 5% de crescimento em 2004 acabou. Espera–se que o Brasil cresça aproximadamente 2% em 2005, com o setor manufatureiro entrando em recessão, graças às políticas livre–cambistas que inundaram o mercado brasileiro de produtos industriais asiáticos baratos.

Enquanto os partidos da oposição e os meios de comunicação de massas seguem o escândalo da corrupção, afundando no círculo mais próximo do Governo Lula, os grandes negócios e os interesses bancários não estão a favor de substituir Lula antes das eleições de 2006. O FT (25/jul./2005), num editorial recente, continuava glorificando a política de livre–mercado de Lula, mas aconselhava–o a "assumir mais responsabilidade por ter permitido que ocorra (a corrupção)" e "reorganizar seu governo ao redor de um programa que garanta a estabilidade". Entretanto, com o esfriamento do boom das mercadorias e o câmbio brasileiro supervalorizado em quase 20%, os fabricantes estão esperando que Lula seja substituído pelo vice–presidente Alencar, do Partido Liberal (PL), um importante proprietário têxtil e defensor da política industrial impulsionada pelo Estado e de taxas de juros mais baixas.

Que Lula permaneça no cargo ou que seja obrigado finalmente a renunciar não depende tanto de quão intimamente esteja implicado nos escândalos de corrupção quanto do impacto que sua saída teria nos mercados financeiros. Em qualquer caso, se Lula renuncia (ou sofre impeachment) ou permanece, os principais consultores de investimentos esperam que a oposição continue com as políticas monetaristas neoliberais que Lula promoveu tão ardentemente, inclusive até o ponto de comprar votos no Congresso para reduzir aposentadorias, congelar o salário mínimo e subvencionar os exportadores do agronegócio. É a ironia suprema que o outrora independente e combativo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem–Terra una–se a Wall Street para defender um governo imerso na corrupção. Mas enquanto os banqueiros ao menos 'colheram' cem mil milhões de dólares em lucros e serviços, o MST tem mais de 40 mil ocupantes de terras desalojados, que se somam às 200 mil famílias que vivem em lonas de plástico à margem das rodovias. "Não chore por Lula", disse um banqueiro, "ele discursou para eles, mas trabalhou para nós"

Quando Lula já não for capaz de comprar, convencer, cooptar, subornar congressistas ou manipular o povo pobre, e já não for eficaz na implantação de reformas neoliberais, a elite governante não hesitará em descartá–lo.

Conclusão

O Governo Lula protagonizou vários fatos "inéditos" na história brasileira, durante os primeiros 30 meses de sua administração:

– Nenhum governo até agora foi tão longe e tão rápido à direita.

– Nenhum outro partido governista teve mais líderes partidários, altos quadros, parlamentares, ministros e funcionários sob investigação por fraude em semelhante e breve período.

– Nenhum governo pagou mais em lucros e serviços da dívida externa em prazo tão curto.

– Nenhum governo criou mais multimilionários em 30 meses.

– Nenhum governo desiludiu tanto os eleitores mais pobres em tão breve lapso de tempo.


'Banqueiro, sanguessuga da nação'





Léo Lince


“Que diferença existe entre fundar e assaltar um banco?”. Essa pergunta contundente abre um poema do dramaturgo alemão Bertolt Brecht. A resposta dada por ele é simples: “nenhuma”. Na essência, são iniciativas da mesma qualidade. Só se distinguem no quantitativo. Os assaltos são eventos isolados e, por mais que se repitam, amealham menos. A rapina legalizada e contínua dos bancos deixa no chinelo qualquer companhia de ladrões.


Se alguém duvida, basta ver os jornais da semana. Os dois maiores bancos privados do Brasil, o Bradesco e o Itaú, publicaram seus balancetes do primeiro trimestre deste ano. Cada qual lucrou perto de dois bilhões de reais no período: R$ 1,902 bilhão, Itaú; R$ 1,705 bilhão, Bradesco. Divida estas quantias por três, depois por trinta, dando de lambuja domingos e feriados, e depois pelo número de horas que as agências permanecem abertas para saber a quantia bestial de dinheiro embolsada por mês, dia e hora. E, preste atenção, isso é lucro líquido e declarado. Não contam, além do burlado, as reservas “conservadoras” para cobrir eventuais inadimplências.


Foi o melhor resultado dos últimos vinte anos para os dois bancos. Um gráfico, tipo escadinha, compara o desempenho dos primeiros trimestres dos últimos seis anos. Para o Itaú, em escala de bilhão: 0,503 em 2002; 0,714 em 2003; 0,876 em 2004; 1,141 em 2005; 1,460 em 2006; e 1,902 em 2007. Para o Bradesco, na mesma escala: 0,425 em 2002; 0,508 em 2003; 0,609 em 2004; 1,205 em 2005; 1,530 em 2006; e 1,705 em 2007. Desde que os fenícios inventaram o dinheiro nunca se viu uma seqüência tão absurda de recordes. Vale ressaltar que esta escalada acontece no período de queda continuada da renda do trabalho e de estagnação da economia.


As fontes dessa farra acintosa são as de sempre. Todas em linha direta com a política econômica do governo. Ganham com a política de juros altos, que inviabiliza a produção. Ganham com o endividamento público e com a destruição de direitos que achata salários. Ganham com a cobrança de tarifas, um absurdo onde só falta cobrar dos correntistas o ar que se respira nas agências. E ganham também porque não pagam os impostos devidos: é a atividade que mais ganha dinheiro e menos paga imposto.


Os banqueiros ganham sempre. Ganham na alta e na baixa. Operam no limpo e no sujo. Mandam e desmandam. Estão no vértice do poder econômico perverso que nos domina e, a partir deste ponto privilegiado, controlam tudo. Não por acaso, são os maiores financiadores de campanha eleitoral. Basta ver a prestação de contas na justiça eleitoral e o depoimento dos tesoureiros de campanha nos múltiplos escândalos das contribuições “não contabilizadas”. Um círculo vicioso infernal que precisa ser quebrado.


O poder emana dos banqueiros e em seu nome está sendo exercido. Não é o que está escrito na abertura da Constituição, mas é como funciona no real. Assim como na ditadura militar tudo passava pelos quartéis, no Brasil de hoje, um verdadeiro paraíso dos rentistas, tudo passa pela casta financeira. Por conta disto, não há exagero no bancário em greve que grita nas ruas: “banqueiro, sanguessuga da nação”.

Léo Lince é sociólogo.
Fonte: Correio da cidadania

quinta-feira, 10 de maio de 2007

O Caminho para Guantánamo (2006)





Citação:
Inúmeros filmes já retrataram os horrores vividos nos campos de concentração nazistas. As ditaduras militares na América do Sul, com suas histórias de tortura e desaparecimento de presos políticos, também renderam obras igualmente contundentes e tocantes. Há vários outros exemplos semelhantes. O cinema tem, entre suas funções primordiais, manter vivo o passado para que as atuais gerações não esqueçam de crimes bárbaros cometidos contra a humanidade.

O que torna Caminho para Guantanamo um filme especialmente assustador e chocante é sabermos que tudo o que está sendo visto na tela continua acontecendo. Nos indignarmos com o presente é muito mais doloroso, especialmente diante da sensação de que nada parece que vai mudar (curiosamente, no momento em que digito essas linhas, o secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld, que aparece no filme negando que os prisioneiros de Guantanamo sofram maus tratos, é afastado do governo Bush).

Como Michael Moore com seus filmes-tese anti-Bush, os diretores ingleses de Caminho para Guantanamo, Michael Winterbottom e Matt Whitecross, não escondem sua vontade de tomar partido e, assim, reforçar a denúncia. Não é muito convincente a explicação dos jovens britânicos de origem paquistanesa para, depois de viajarem ao Paquistão para o casamento de um deles, decidirem fazer uma visita ao Afeganistão logo após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Eles também dizem que pediram ao motorista para levá-los embora e o trajeto seguido foi o oposto, fazendo com que fossem confundidos com militantes da Al-Qaeda e presos por soldados das forças da Aliança do Norte. É possível acreditar na palavra deles, assim como também é possível não acreditar.

Isso parece importar pouco para os realizadores. Os acontecimentos se sucedem com tal velocidade, que a angústia que toma conta do espectador não permite que a sua reação no momento seja outra que não a de acreditar - e se revoltar. Como não reagir a cenas chocantes como a dos prisioneiros sendo transportados amontoados num caminhão em que as únicas saídas de ar são as marcas dos tiros desferidos a esmo pelos soldados na carroceria, e que ao chegar ao destino boa parte dos presos estão mortos?

Quando a ação se transfere para Guantanamo, a todos esses sentimentos se une o asco. Porque talvez não exista outra palavra senão asco para definir o sentimento despertado pelo comportamento das supostas “autoridades” americanas e britânicas encarregadas de interrogar, à base de tortura física e psicológica, aqueles prisioneiros contra os quais não havia uma evidência concreta qualquer.

Winterbottom e Whitecross têm um mérito grande, pela forma como estruturaram o filme, intercalando os depoimentos dos três sobreviventes com a narrativa dramatizada a partir do que eles relatam. Os acertos se estendem à fotografia, edição, escolha de elenco e direção, que capturam a atmosfera daquele pesadelo com precisão e realismo, sem escorregões melodramáticos ou panfletários.

Vencedor do Urso de Prata de Melhor Direção no Festival de Berlim, Caminho para Guantanamo chamou a atenção da imprensa para o drama dos três jovens britânicos e para as atrocidades contra os direitos humanos que ainda são cometidas em Guantanamo. Pena que os americanos mais ouviram falar do filme do que o assistiram – foi lançado com míseras 15 cópias -, e que o presidente Bush tenha dito que iria fechar aquela prisão, mas não tomou atitude alguma. Ainda há centenas de presos em Guantanamo e volta e meia se tem notícias de mortes por suicídio.

# CAMINHO PARA GUANTANAMO (ROAD TO GUANTANAMO)
Inglaterra, 2006
Direção: MICHAEL WINTERBOTTOM e MIKE WHITECROSS
Fotografia: MARCEL ZYSKIND
Edição: MICHAEL WINTERBOTTOM e MIKE WHITECROSS
Elenco: RIZ AHMED, FARHAD HARUN, WAQAR SIDDIQUI, AFRAN USMAN
Duração: 95 min.
site: http://www.roadtoguantanamomovie.com


Download:
http://media.worldofislam.info/Islam/Road%20To%20Guatanamo%202006%20[www.worldofislam.info].avi
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Humam al-Hamzah
Oriente Médio Vivo
www.orientemediovivo.com.br

curtas do dia

Lamentável!!

Parece brincadeira, mas nosso povo eleger para deputado um sujeito que só fala besteira e ofende os outros só no Brasil mesmo. O que caracteriza o nível de politização em que estamos nesse momento. Clodovil fez mais uma das suas. Chamou uma colega sua, mulher, de "feia". Aparentemente essa expressão não causaria tamanho impacto, mas demonstra um grau elevado de desrespeito aos parlamentares, ao ser humano. Tomara que outros "clodovis" da vida sejam banidos de nossa história política o mais breve opossível.

E o Grêmio...

Quem diria, o tricolor dos pampas acabou ganhando do tricolor paulista, demonstrando mais uma vez que a garra, a determinação, e um bom técnico são capazes de muita coisa no futebol. O "San Pablo", treinado por Murici, um treinador mal humorado, cheio de craques individuais não é capaz de montar uma equipe que seja eficaz e eficiente para ganhar jogos. Ao contrário, a equipe de Mano Menezes, grande treinador, diga-se de passagem, modesta, com jogadores com técnica individual limitada, mas eficientíssimos na parte tática e pegada, demonstrando garra, determinação, vontade de ganhar, e claro, com uma rara capacidade objetiva de eficiência no ataque. Neste jogo a equipe do Grâmio teve duas sobras de bola na área adversária e converteu as duas em gols, demonstrando 100% de aproveitamento em rebotes ofensivos. Mas de qualquer forma o Brasileiro tá chegando, e o Grêmio, a partir de ontem é forte candidato a ganhar essa libertadores.


E o Inter...

O colorado dos pampas segue fazendo o que sabe de melhor, contratar desconhecidos. Nisso essa diretoria é campeã. Somente na era José Asmuz, alguem lembra dele?, se contratou tantos jogadores que acabaram não vingando. Está na hora do Internacional, através de seus dirigentes trazer algum jogador que possa chegar e assumir a condição de titularidade, a fim de que a equipe, a partir do próximo domingo consiga iniciar o campeonato brasileiro em condições de lutar pelo título.
Caso contrário mais uma vez a torcida ficará decepcionada e amargará derrotas e mais derrotas. Chega disso, é hora de reagir, afinal o Internacional não é o atual campeão do Mundo??

E o Papa...

O Sumo Pontífice da Igreja Católica veio ao Brasil para quê? Para disseminar seus pontos de vista voltados para o bem, a necessidade dos maus, dos exploradores se tornarem bons pastores? sem levar em conta os pobres da terra, os oprimidos por essse capitalismo selvagem, consumista, desagregador??? para alardear seus preconceitos xenofóbicos? para que veio afinal o Papa???

terça-feira, 8 de maio de 2007

1988 - Nada Será Como Antes [Elis Interpreta Milton Nascimento]






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Faixas:

1. Nada Será Como Antes (Milton Nascimento - Ronaldo Bastos)
2. Morro Velho (Milton Nascimento)
3. Cais (Milton Nascimento - Ronaldo Bastos)
4. Credo (Fernando Brant - Milton Nascimento)
5. Conversando No Bar (Fernando Brant - Milton Nascimento)
6. Travessia (Fernando Brant - Milton Nascimento - Cesar Camargo Mariano)
7. Caxangá (Fernando Brant - Milton Nascimento)
8. Vera Cruz (Márcio Borges - Milton Nascimento)
9. Canção Do Sal (Milton Nascimento)
10. Ponta De Areia (Fernando Brant - Milton Nascimento)

Copiado de: Elisdiscografia

Astor Piazzolla- Fantástico

domingo, 6 de maio de 2007

Hugo Chavez & Evo Morales - Os nacionalistas

Hugo Chávez anuncia aumento de salário mínimo e redução da jornada de trabalho em 2010, e saída do país do FMI, BID e OEA


Os trabalhadores e trabalhadoras venezuelanas obtiveram duas importantes conquistas nesse 1º de Maio. O presidente Hugo Chávez anunciou um aumento de 20% do salário mínimo, que agora passa ser o maior dentre os América Latina. Com essa medida do Governo Bolivariano, o salário mínimo venezuelano alcançará a cifra de 614.790 bolivars, o equivalente a 286 dólares. O aumento de 20% está acima da inflação registrada nos últimos anos. Para efeitos comparativos, o mínimo brasileiro (R$ 380) equivale a 186 dólares.

Em discurso durante o ato do 1º de Maio, realizado em Caracas, Chávez lembrou que em 1996, quando a inflação venezuelana superou 100%, "o salário mínimo chegou a ser de 36 dólares, um dos mais baixos do mundo, quase um dólar por dia". Seu valor, assinalou, "vinha baixando vertiginosamente desde 1992 (132 dólares), caindo a 101 dólares em 1994. Estes foram os anos do massacre contra o povo".

A outra novidade é a redução da jornada de trabalho de 8 para 6 horas diárias, o que só se concretizará daqui a três anos, em 2010. Esse foi o prazo estabelecido para a comissão presidencial que será dirigida pelo vicepresidente executivo, Jorge Rodríguez e terá como secretário o Ministro do Poder Popular para o Trabalho e a Seguridade Social, José Ramón Rivero. O objetivo é que eles façam "o estudo e ativação, por reforma constitucional e Lei Habilitante, da nova jornada de trabalho", explicou Chávez.

Adeus FMI

O presidente venezuelano ainda anunciou a saída do país de três organizações multilaterais: o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Banco Mundial. O Ministro de Finanças, Rodrigo Cabezas, dará início aos procedimentos formais para que o país possa se retirar oficialmente das organizações internacionais.

A Venezuela pagou suas dívidas com o FMI e O BID em meados de abril, antecipadamente. Na ocasião, Cabezas, anunciou o fechamento de "um ciclo histórico de endividamento que começou em 1989 com o presidente Carlos Andrés Pérez".

Segundo Chávez, o país tem um depósito nessas instituições "que deve ser devolvido aos venezuelanos, antes que nos roubem porque são capazes disso, pois estão em crise". Recordou que o FMI não tem recursos "nem para pagar os salários" de seus funcionários.

A postura do governo em relação aos organismos foi reiterada pelo presidente depois que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos acusou a Venezuela de violar a liberdade de expressão.

A reprimenda da OEA se deu após a decisão do governo venezuelano de não renovar a concessão da rede de televisão privada RCTV, que vence em 27 de maio, por considerar que esse meio violou as leis e apoiou o golpe de estado contra Chávez em abril de 2002. A emissora pertence ao mega-empresário da comunicação Gustavo Cisneiros.

Domingo passado, durante a V Cúpula da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), disse que "se a OEA, depois de tudo que aconteceu aqui, chega a condenar a Venezuela, pois a Venezuela se retirará da OEA".

Chávez tem divulgado sua ambição de criar o que chama de um Banco do Sul, respaldado pelo dinheiro vindo do petróleo venezuelano, e mediante o qual financiaria projetos na América Latina

Bolívia

Por meio de um decreto presidencial, o salário mínimo do trabalhador boliviano passa a ser 5% maior a partir do próximo mês. A idéia do aumento, disse o presidente, é criar garantias aos trabalhadores bolivianos, possibilitando maior estabilidade e uma remuneração mais justa.

O governo boliviano afirmou que a medida faz parte de uma nova política econômica e social que tem como base um Estado social e democrático de direito, tal como está consagrado na Constituição do país. O ministro do Trabalho, Walter Delgadillo, afirmou que a regulamentação das relações trabalhador-empresa e o fomento a novas fontes de emprego devem serão o foco das políticas impulsionadas pelo Governo.

O ministro também destacou que os acordos da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) e o Tratado de Comércio dos Povos (TCP) dão respaldo aos projetos que favorecem a criação de novos empregos.
Fonte: BrasilDeFato

DALE INTER!!!!!ESTAMOS RETORNANDO....

sábado, 5 de maio de 2007

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Demorou a surgir um site assim, mas agora que existe... é só curtir!

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Copiado de: buteko da net

As motivações de Chávez para não renovar a concessão da RCTV venezuelana


Na Venezuela, 78% das estações de televisão estão nas mãos privadas, contra 22% do setor público; seis grandes grupos tomam conta de quase tudo o que o venezuelano vê e ouve


Elaine Tavares

Quem já esteve na Venezuela sabe muito bem: liberdade de opinião é tudo o que há. Nas rádios e emissoras de televisão comerciais, o presidente Hugo Chávez é xingado, humilhado, destratado e desmoralizado. As palavras usadas pelos jornalistas são de uma violência sem par. E ainda assim, ali estão, eles e elas, a disseminar suas diatribes, sem que ninguém lhes impeça. Não há censura de nenhuma espécie. Também os grandes jornais fazem oposição ao governo, ou melhor, a Chávez, usando argumentos que muito mais ofendem a pessoa do presidente do que ao governo em si. É um negócio inimaginável em qualquer outro país do mundo. Se isso acontecesse nos Estados Unidos, por exemplo, duvido que os jornalistas não fossem presos ou banidos para sempre. Pois na Venezuela eles estão livres para falar.

Agora, o governo decidiu uma coisa que também acontece no chamado “mundo livre”, todos os dias. Não vai mais renovar a concessão de uma rede de televisão do país, a Radio Caracas Televisión, alegando que a mesma não cumpre a lei. E o que diz a lei? Que as redes de televisão, assim como as de rádio, são um serviço público e como tal, devem servir à população com informações de interesse de todos e não só de alguns. É uma lei muito parecida com as leis dos demais países do mundo, inclusive do Brasil. Pois a RCTV é uma rede de televisão que existe há mais de 50 anos, sempre na linha da desinformação, tal e qual qualquer outra emissora de TV alinhada com os interesses do grande capital. A RCTV, assim como a Venevisión, é uma rede que muito mais funciona como uma corrente de transmissão da ideologia do “american way of life” do que qualquer outra coisa. Uma máquina de propaganda, como muito bem já analisou o teórico Noam Chomski. Aqui no Brasil poderíamos colocar como análoga, a rede Globo, por exemplo.


Mas os motivos que levam o presidente Hugo Chávez a não renovar a concessão vão muito além do que uma possível represália, como dizem os parceiros da mídia-irmã, como o Jornal Nacional, da Globo, ou a CNN, braço armado da informação estadunidense. Num extenso documento chamado ‘Libro Blanco sobre RCTV”, o Ministério do Poder Popular para a Comunicação e Informação da Venezuela explica em detalhes os porquês da não-renovação da concessão. Além de mostrar como se conforma o sistema comunicacional no país, monopólico, anti-democrático, concentrador, o documento esmiúça todas as ilegalidades que a RCTV vem cometendo desde há tempos.

Na Venezuela, 78% das estações de televisão estão nas mãos privadas, contra 22% do setor público. Na banda de UHF, o número sobe para 82% no setor privado, 11% no comunitário e 7% no setor público. Seis grandes grupos tomam conta de quase tudo o que o venezuelano vê e ouve, e isso mesmo depois da promulgação da nova lei que regula os meios de comunicação, buscando mais participação comunitária. Os mais poderosos são os da RCTV e o da Venevisión. Juntos, controlam 85% das verbas publicitárias e têm 66% do poder de transmissão. O grupo que controla a RCTV é o das empresas 1BC, nascida em 1920 e incrementada em 1930 com verbas e tecnologia da RCA. A TV existe desde o início dos anos 50 e tem, hoje, entre seus acionistas, uma empresa com sede em Miami, EUA, a Coral Pictures. Não é sem razão que, segundo estudos do Instituto Nacional del Menor, 67% dos programas transmitidos sejam de produção estrangeira e que a metade da programação – cerca de 52% - seja de anúncios publicitários. Da programação local, muito pouco representa a vida real do país. Os programas de auditório, as telenovelas e outras produções representam, no mais das vezes, a Venezuela branca e rica. A massa de trabalhadores, os indígenas, os negros, geralmente só aparecem em programas policiais. Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência.

As concessões

A idéia de concessões públicas começa a ganhar corpo na Venezuela no final de 1875, quando o governo se viu diante da necessidade de controlar as riquezas naturais, mais particularmente o petróleo. Depois, essas concessões foram se espraiando para o campo da mineração e das comunicações. Quando nasce a primeira rádio, em 1923, é o estado quem outorga a permissão. Desde então, o governo vem ditando leis para regular o setor. A última delas, antes da lei RESORTE, promulgada no governo Chávez, datava de 1941 e dizia que uma concessão não podia durar mais que um ano, sendo renovada apenas se o interessado cumprisse com todas as leis. Essa lei só veio a ser atualizada em 1986, através de um decreto presidencial que esticou para 20 anos o tempo da concessão. Passado esse tempo, o estado pode então revisar o contrato e decidir se a emissora continua com a permissão.

Com a Lei Orgânica de Telecomunicações, aprovada em 2000, já no governo Chávez, nasce um novo regime de concessões. Mas, essa nova lei garantiu que as autorizações estabelecidas pelo decreto de 1986 e suas respectivas regras fossem mantidas, com os prazos sendo respeitados. Isso significa que todas as emissoras que tiveram concessão naqueles dias puderam continuar operando, contando, a partir dali, o prazo de 20 anos. Agora, em 2007, este prazo está esgotado, daí a revisão de cada uma delas, já dentro dos critérios da nova lei. Até aí, nada de ilegal ou de falta de liberdade de expressão. Apenas a correta adequação a uma nova situação, fruto de uma mudança significativa no conteúdo do que seja um serviço público, capaz de “permitir o acesso universal da informação”.

O dono da empresa não é o dono da informação

Na nova lógica da lei das comunicações venezuelanas, aquele que detém o controle da empresa não é o dono da mensagem. Ele tem, por obrigação, garantir a pluralidade das vozes, a democratização das idéias e a participação popular. Portanto, na avaliação do governo da Venezuela, a RCTV, terminado o seu prazo de concessão, não atende aos requisitos básicos para continuar gerindo um bem público. E por quê? Porque desde sempre a emissora manteve a política de informar apenas um lado da questão: o que interessa ao grande capital. Segundo o relatório governamental – disponível na Internet – a RCTV, durante o golpe que tentou tirar Hugo Chávez do poder, difundiu notícias falsas, impediu a fala de pessoas do governo, fomentou a violência, negou-se a divulgar as opiniões que eram favoráveis ao governo e não mostrou qualquer ato de mobilização dos partidários de Chávez.

Também no episódio da paralisação dos petroleiros, organizada pela Fédecamara (instituição empresarial) e a Confederación de Trabajadores de Venezuela, a RCTV usou atores profissionais e fabricou imagens visando falsear a realidade e incitar o terror. Naqueles dias, a emissora foi alvo de investigações por parte do governo e todas estas questões foram comprovadas. Não bastasse isso, também foi detectada a evasão de tributos por parte da rede, débitos com funcionários e o uso de imagens de crianças para disseminar o ódio ao governo de Chávez. Todo o dossiê com essas informações está disponível na rede mundial de computadores (clique aqui).

E por que o mundo não grita por liberdade?...

O fato é que todos esses argumentos não estão sendo divulgados nas reportagens que são feitas sobre a não-renovação da concessão. Tudo o que se diz é que o governo Chávez está censurando, reprimindo e impedindo a livre expressão. Estes fatos citados acima mostram que a coisa não é bem assim. Há que observar todos os pesos da balança.

O pensador estadunidense Noam Chomski há muito tempo prega que as pessoas do chamado “mundo livre” deveriam ter à disposição um curso de autodefesa intelectual. E ele não diz isso à toa. É porque é um estudioso sistemático do modelo de comunicação estadunidense, o maior criador de ilusões que já se viu e que, não por acaso, estende seus tentáculos por toda a América Latina. Segundo Chomski, quando o governo dos Estados Unidos fala em democratização da comunicação, esse discurso está totalmente desprovido de significado, porque, lá, o cidadão comum não tem qualquer possibilidade de controle sobre o que é divulgado. Os únicos interesses que importam são os do governo e o das grandes corporações. Eles controlam tudo. Quando, por algum motivo, as redes de TV ou jornais, principiam a falar de algum tema que seja contra as políticas governamentais, esses meios são “censurados” pelo imediato corte de verbas. E, ao que parece, não há ninguém na CNN ou na Globo gritando contra isso.

Nos Estados Unidos, denuncia Chomski, os interesses das maiorias sempre foram considerados uma “ameaça à democracia” e quem os divulga está marcado para sempre. Na “terra da liberdade” só têm curso livre as informações que dizem respeito aos interesses nacionais, e aí leia-se: dos bancos, das grandes empresas, do governo. Nada a ver com o povo. A desinformação é o prato do dia, servido sem que nenhum organismo de imprensa se levante em repúdio. Mentiras são divulgadas à exaustão, como a das armas químicas no Iraque, e ninguém pede provas. Pelo contrário. A notícia é disseminada por todos os países e as redes de imprensa reproduzem como se fosse a verdade absoluta. “Para os EUA, quando as grandes empresas perdem o controle da comunicação, então aí está uma violação da democracia”, diz o teórico estadunidense. E conta ainda sobre uma rede de TV daquele país que, por ter divulgado uma reportagem sobre a compra de terras por transnacionais nos países do terceiro mundo, teve toda a verba publicitária cortada. Motivo: a notícia era anti-estadunidense, o que mostra muito bem que as transnacionais têm pátria sim. Mas, estas informações não chegam ao grande público e ninguém parece enquadrá-las como anti-democráticas ou como uma barreira à liberdade de expressão.

Os novos tempos

O certo é que aquilo que ameaça ter um cheiro de povo, de participação protagônica das gentes, acaba tornando-se altamente incomodativo. As grandes redes na Venezuela, acostumadas a colonizar as mentes da população com um mundo alienígena, começam a perceber que os ventos estão soprando de outra direção. Enquanto os apoiadores da RCTV aparecem nas telas da CNN clamando pelo direito de verem suas novelas e programas de entretenimento, os que ajudaram a escrever a nova lei de comunicação querem ver brotar uma nova televisão. Que seja capaz de dar conta da pluralidade das gentes venezuelanas, que abrigue produções nacionais, comunitárias, que informe com o maior número de lados da verdade, que forme, que traga os aspectos culturais do seu povo, que assegure a participação popular.

De qualquer modo, essa é só mais uma batalha da luta de classe que se explicita no processo bolivariano. O poder de “los de abajo” contra as grandes corporações. Um capítulo paradigmático, visto que serve de exemplo para as demais emissoras com concessão a vencer. Na Venezuela, a iniciativa privada pode expressar-se e viver em paz, desde que cumprindo com o que diz a lei soberana, fruto da vontade do povo, pois como se sabe, lá, qualquer lei pode ser alterada pelo poder popular. Assim, o que se vê nas telas das televisões dos países amigos dos EUA nada mais é do que a velha jogada ideológica de tirar por diabo toda e qualquer pessoa que não diga amém ao capital. Mas, quem pensa por si mesmo, pode chegar a outras conclusões...

O OLA é um projeto de observação e análise das lutas populares na América Latina.

Homem-Aranha 3 - Spider-Man 3




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Documentário: Quem Somos Nós ?




sexta-feira, 4 de maio de 2007

Mahavishnu Orchestra With John McLaughlin - Birds of Fire - 1972





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Trabalho visceral, alucinante e virtusoso dos mestres do "Jazz-Rock", juntos com os genial John McLaughlin. Moderno e criativo, "Birds of Fire" mostra que o Jazz não nasceu pra ficar somente no lugar de onde nasceu, mas o Jazz nos possibilita alternâncias incríveis que só ele pode nos dar.
Copiado de:jazzman

Abaixo o monopólio dos remédios...

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu autorizar o licenciamento compulsório do remédio Efavirenz, o que, na prática, representa a quebra da patente do medicamento. A decisão, que segue recomendação do Ministério da Saúde, será anunciada hoje em cerimônia às 12h no Palácio do Planalto.

Após recusar a contraproposta de desconto de 30%, feita pelo laboratório Merck Sharp&Dohme, um dos maiores do mundo, o ministro José Gomes Temporão (Saúde) enviou ontem ao Palácio do Planalto a proposta de licenciamento compulsório do anti-retroviral, usado hoje por cerca de 75 mil pacientes de Aids na rede pública, a um custo de US$ 43 milhões por ano.

Com o licenciamento compulsório, o país pode tanto iniciar a produção nacional da droga como importar genéricos. Sem isso, só a Merck poderia vendê-lo no país, pois é dona da patente do medicamento aqui, o que significa exclusividade de comercialização.

Embora a decisão não tenha sido anunciada oficialmente, foi confirmada informalmente por assessores da Presidência e consta na agenda de Lula como "cerimônia de assinatura de ato de licenciamento compulsório de medicamento anti-retroviral".

Será a primeira vez que o Brasil licencia um remédio protegido por patente --já houve ameaças em 2001 e 2003, relativas ao Nelfinavir (Roche) e ao Kaletra (Abbott). E até hoje, poucos países fizeram isso --como Tailândia, Moçambique, Malásia e Indonésia. No caso da Tailândia, o país enfrenta retaliações do laboratório Abbott e até do governo norte-americano.

"Já tivemos reuniões demais com o laboratório. Em nenhum momento apresentaram uma proposta séria e consistente", disse Temporão, que evitou, porém, confirmar a decisão. Para ele, "é pouco provável" que ocorram novas negociações.

Participaram da decisão também a Casa Civil e o Ministério das Relações Exteriores. Segundo executivos da Merck, a empresa tenta, desde o último dia 24 de abril, realizar reuniões para explicar melhor seus motivos e encontra portas fechadas no ministério.

O Brasil tenta desde novembro pressionar o laboratório Merck, sem sucesso, a reduzir o preço do Efavirenz de US$ 1,59 para US$ 0,65 por comprimido de 600mg. Na semana passada, o Ministério da Saúde declarou o medicamento de "interesse público" e anunciou a intenção de comprar a versão genérica da Índia por um preço de US$ 0,45 por comprimido.

A economia estimada seria de US$ 30 milhões por ano. Mesmo assim, foi dado um prazo para a Merck fazer uma contraproposta. Na última sexta, o laboratório ofereceu um desconto de 30%, que foi considerado "insuficiente" pelo governo, segundo Temporão.

Além disso, o desconto seria válido até 2010, não 2012, data em que a patente expira. O licenciamento prevê o pagamento de 1,5% em royalties como remuneração à Merck por ter inventado o remédio. Além disso, o Brasil fica vedado de comercializar o produto.

O país tem estoque do Efavirenz da Merck até agosto. E afirma que não haverá desabastecimento porque três fabricantes da Índia, os laboratórios Ranbaxy, Cipla e Aurobindo, já foram consultados sobre o fornecimento para o país. Esses genéricos são pré-qualificados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Um intectual na zaga colorada!!



Titi brincava com a bola após a primeira parte do treino físico da tarde de quarta-feira quando foi chamado pelo técnico Alexandre Gallo. Olhou para um lado, para o outro e confirmou: era mesmo com ele. O pelotense de 19 anos e 1m85cm tinha sido escolhido para jogar ao lado de Índio, a quem admirava desde o Juventude.

- Estava feliz só de estar aqui em Bento. Quando ele me chamou, não acreditei. É uma oportunidade de ouro, farei tudo para não desperdiçá-la - prometeu o garoto.

Assim que voltou ao hotel, Titi telefonou para o pai, metalúrgico em Gravataí. A mãe ainda mora em Pelotas, com os dois irmãos. Titi trocou a concentração no mês passado por um apartamento, dividido com o atacante Wellington. Mas ainda depende das caronas de Chiquinho.

- O pai chorou quando contei que era titular. A mãe ligou orgulhosa porque apareci no Globo Esporte.

Titi pede conselhos ao experiente Índio. Ontem, prolongou o treino com o companheiro de zaga para pegar alguns macetes.

O novato não é da turma do videogame. Prefere os livros. Levou dois para Bento: Estação Carandiru, do médico Drauzio Varella, e Falcão - Os Meninos do Tráfico, do rapper MV Bill e de Celso Athayde.

- Sempre que tenho um tempinho estou com um livro. Gosto de ler mais de um ao mesmo tempo - conta o jogador.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

e segue a barbárie...

“SE O EMBARGO CONTINUAR E SE A ATITUDE OCIDENTAL DE CASTIGAR O POVO PALESTINO NÃO MUDAR, SERÁ O FIM DA AUTORIDADE PALESTINA”.

Santiago González. Comitê de Solidariedade com a Causa Árabe/Rebelión 27/04/2007.



O Ministro da Comunicação Palestino, Mustafá Barghouti, está fazendo uma viagem por vários países europeus, da Noruega (que não é da União Européia), passando por Itália, Bélgica ou Bulgária e hoje, dia 26, e amanhã 27 em Madri, reivindicando a suspensão do embargo ocidental e europeu a que está submetido o Governo Palestino. A seguir, algumas notas extraídas de suas palavras:
A situação é paradoxal, o castigado é o povo palestino, que está sob ocupação militar, enquanto a Israel, o ocupante que descumpre as Resoluções das Nações Unidas, tudo é consentido por esta mesma Europa. Nunca teve intenção de chegar à paz, e isso se demonstra no fato de que sempre tem a intenção de ocupar mais terra. Por trás dos Acordos de Oslo não havia a Intifada, mas os israelenses apresentavam uma proposta de ocupar novos territórios a leste das fronteiras de 67, incluindo o Vale do Jordão, o faziam nos mapas, mas agora este mapa está sendo implementado através do Muro, e de forma violenta. O mundo vai aceitar que eles queiram ficar com metade da Cisjordânia?
O Muro, três vezes maior que o de Berlim, continua sendo construído em seus 8 metros de altura, com áreas de segurança de 60 a 100 metros de largura, arrasando terras e cercando cidades inteiras como Qalqilya, com 46.000 habitantes, diante do conhecimento e a falta de ação de todos os líderes europeus.
Sem recursos, sem possibilidade de desenvolvimento, com o sistemático roubo de 85% da água; sendo o povo palestino relegado à apartheid como tem sido assinalado pelo ex-presidente estadunidense Jimmy Carter; depois do esforço de chegar a um governo palestino de unidade, não de Hamás ou de Al Fatah, que representa a imensa maioria palestina, com propostas de aceitação e apoio à legalidade internacional; se a Europa e o Quarteto continuam com sua proposta confusa, se criará um abismo. O povo palestino está desalentado. A Autoridade Nacional Palestina entrará em colapso. Não acredito que se possa manter esta situação além do verão deste ano.
No que diz respeito à violência, Barghouti apontou a tergiversação e a ocultação dos acontecimentos dos meios de comunicação e o medo de serem chamados de anti-semitas, porque só neste mês, Israel realizou mais de uma centena de ações bélicas, com 23 palestinos assassinados, três deles crianças. Nós queremos a paz, temos oferecido uma trégua simultânea, recíproca e que seja respeitada. Israel continuou atentando e assassinando ao longo de todo o período das últimas eleições e após a formação do novo governo. Alguém se pronunciou contra as atitudes racistas de Lieberman, Ministro israelense? As vítimas da ocupação devem ser castigadas?
Os israelenses não querem a paz, não são parceiros do caminho da paz. Rechaçam a legalidade, a Iniciativa de Paz Árabe. O problema não são os palestinos. O problema é Israel. É necessário que haja pressão para conseguir uma paz justa.
Ao contrário, a pressão é exercida sobre os palestinos. Israel não repassa 600 milhões de dólares de impostos palestinos. Não temos dinheiro para pagar nossos médicos e professores. Temos 80% da população vivendo abaixo do nível da pobreza extrema, há uma quebra total de nossas infra-estruturas e a paralisação atinge mais de 60%. Israel mantém 530 postos de controle permanentes e mais de 600 móveis, o que implica na destruição da vida cotidiana dos palestinos.
Israel continua ocupando Gaza de forma diferente. Domina o espaço aéreo, marítimo e terrestre. Navios de guerra israelenses têm realizado quatro bombardeios. Impede-se a pesca e o pescado tem caído de 850 para 40 toneladas. Os observadores europeus [entre eles os guardas civis espanhóis] que estão na passagem de fronteira de Rafah são teleguiados por Israel. Quero ser diplomático, mas estes observadores são observadores que obedecem a Israel. Quando Israel diz “vamos para casa, hora de fechar”, se fecha. De junho do ano passado até agora, a fronteira ficou fechada em 80% do tempo.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Trabalhar mais, para ganhar menos


Um balanço da políticas neoliberais "de emprego" na França revela: além de rebaixarem salários, elas ampliaram as diferenças de rendimento entre homens e mulheres, a precariedade e a necessidade de trabalhos complementares. Que mais será preciso para uma mudança de rumos?
Michel Husson
A cada três pessoas sem domicílio fixo, apenas uma dispõe de emprego em Paris [1]. Essa estatística chocante evidenciou a existência de uma nova categoria de indivíduos: os trabalhadores pobres. Tal fenômeno não se restringe apenas à França, já que os salários baixos [2] correspondem aproximadamente a um assalariado dentre seis na Europa. Pode ser visto como resultante de um processo de degradação desencadeado há mais de 25 anos.
É impossível dissociar a amplitude de salários baixos da evolução da partilha do valor agregado. Durante os anos 1960 e 1970, os salários representavam por volta de três quartos do Produto Interno Bruto (PIB), na Europa. Desde os anos 1980, essa fatia praticamente não parou de diminuir, chegando a atingir 66,2% em 2006 [3]. Em relação a 1993, a perda equivale, em média, a sete pontos do PIB.
Tal redução reflete uma verdadeira mudança do sistema: até a crise de meados dos anos 1970, o poder de compra do salário era fixado sobre sua produtividade. A participação dos salários sobre na nacional mantinha-se aproximadamente constante e as desigualdades tendiam a se reduzir. Sob a pressão do desemprego, essa dinâmica foi interrompida. Ao mesmo tempo, desenvolveram-se diversas formas de instabilidade associadas aos salários baixos. Na França, os rendimentos do trabalho não representavam mais do que 53% da renda disponível das famílias em 2003 (contra 67% em 1978); enquanto isso, a proporção de assalariados aumentou de 83,6% da população ativa ocupada para 91,4%.

Desmontar um falso mito: baixos salários não reduzem o desemprego

“A tendência quase ininterrupta à diminuição das desigualdades salariais parou a partir de meados dos anos 1980. O leque salarial voltou a se abrir na segunda metade da década [4]”, destaca o economista Pierre Concialdi. A proporção dos salários baixos passou de 11,4% em 1983 para 16,6% em 2001. No plano europeu, o mesmo movimento se repete. Há uma relativa estabilização das desigualdades salariais ao longo dos anos 1990. Entretanto, ela se dá num nível elevado de desigualdade e os indicadores disponíveis têm dificuldade em determinar o aumento das formas de empregos instáveis e pouco remunerados. Em 1996 – isto é, de acordo com as últimas estatísticas conhecidas, o que mostra o quanto de interesse está voltado a essa questão – os salários baixos eram, em média, 15% do total, na Europa [5], indo de 6% em Portugal a 21% no Reino Unido. A posição da França está um pouco abaixo da média.
Na lógica liberal, as desigualdades de remuneração são explicadas, e até mesmo justificadas, pelo leque de qualificações que, supostamente, refletiria a diversidade das produtividades individuais. Toda política pública – inclusive a bem intencionada – voltada para a correção da hierarquia de salários acabaria por se tornar uma fonte de desemprego. Essa pseudo-racionalidade, postulado fundamental da economia dominante, equipara o trabalho a uma mercadoria como outra qualquer e funda uma filosofia social que legitima as desigualdades em nome da eficiência.
Mas nenhum estudo sustenta essa hipótese. As comparações internacionais mostram que não há correlação entre a variação das qualificações e a das remunerações, se excluídos os países anglo-saxões. Também não se encontra uma relação inversa entre desigualdades de remuneração e taxa de desemprego, conforme ressaltam os pesquisadores Howell e Friedrich Huebler [6]. Até mesmo a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE) ressalta que “é muito difícil relacionar o número de empregos perdidos com os níveis dos salários mínimos em diferentes países; alguns estudos revelam efeitos significativos, enquanto que outros não confirmam nenhum deles [7]”. Portanto, não existem leis econômicas universais que fixem uma amplitude "ótima" do leque de salários, mas sim modelos sociais que atribuem uma importância variável a uma certa “eqüidade” salarial.

Aumento de prestação de serviços... perpetuação do baixo salário

As desigualdades salariais dependem simultaneamente da remuneração por hora e do tempo de trabalho, combinados diferentemente pelos países. No Reino Unido, há mais trabalhadores ganhando pouco por hora que na Holanda. Mas os empregos de curta duração são tão freqüentes nesses dois países, e envolvem tantos trabalhadores, que no cômputo final a proporção dos salários baixos em ambos os países aparece muito mais elevada do que na média. Esse exemplo mostra que a revalorização das remunerações passa, também, pela luta contra o tempo de trabalho parcial e, de maneira geral, contra a instabilidade. Em todos os países, o risco de baixa remuneração é maior para os assalariados cujo contrato é de duração determinada.
Esse problema foi especialmente evidenciado pelo último relatório do Conselho do Emprego, das Rendas e da Coesão Social (CERS) [8]. Analisando o salário anual (e, mais precisamente, apenas a remuneração por hora), o estudo indica que “o principal fator de desigualdade é a duração do emprego no ano”. Ela depende do recurso ao tempo parcial e do número de semanas trabalhadas. Os salários baixos são, primeiramente, os empregos instáveis. E, na França, eles são inúmeros (ver nessa edição).
Da forma como funciona, o mercado de trabalho tende a reproduzir um “pipocar” de empregos pouco remunerados. É o que acaba de mostrar um relatório oficial sobre a previsão de trabalhos para o período de 2005 a 2015 [9]. Sobre as criações líquidas de empregos previstas, mais de um quarto (400 mil) seriam no setor de serviços particulares (o auxílio a pessoas idosas ou dependentes, cuidado de crianças etc.), chamados “serviços às pessoas”. Destes, 80 mil são postos de empregados domésticos. De acordo com Michèle Debonneuil [10], conselheira do ministro do emprego, da coesão social e da habitação Jean Louis Borloo, o desenvolvimento desse tipo de emprego constituiria, para alguns, uma solução elegante ao problema do desemprego. Bastaria que “cada família francesa consumisse, em média, três horas desses serviços por semana, para criar dois milhões de empregos”.
A tendência não é inédita: os empregos de babás e de empregados domésticos aumentaram em mais de 80% entre 1990 e 2002. São postos ocupados, principalmente, por mulheres cuja qualificação não é reconhecida e que trabalham, majoritariamente, em tempo parcial. Sua “remuneração mensal é, em mais 90% dos casos, inferior ou igual a 1,3 salário-mínimo (SMIC) [11]”. Assim, esse “reservatório de empregos” é também um “reservatório de salários baixos”: o mínimo bruto pago às babás, por exemplo, é de 2,32 euros por hora.

Em vez de substituir as tarefas domésticas, mercantilizá-las

Há mais de vinte anos, André Gorz já criticava o caráter fundamentalmente desigual dessa “contra-economia terciária que busca antes criar empregos sub-remunerados do que desenvolver os serviços sociais. Segundo ele, “não se trata mais de socializar as tarefas domésticas, para que elas absorvam menos tempo social; trata-se, ao contrário, de fazer com que essas tarefas ocupem o máximo de pessoas e que absorvam o máximo de tempo de trabalho possível, mas agora sob a forma de serviços comerciais. Logo, o desenvolvimento de serviços pessoais só é possível num contexto de desigualdade social crescente, no qual uma parte da população monopoliza as atividades bem remuneradas e restringe uma outra parte ao papel de servente [12]”.
Diante da amplitude das baixas remunerações, acentua-se a diferença entre o salário recebido pelo empregado e o custo para o empregador - intervalo batizado como “cunha fiscal”. Com o intuito de conciliar a exigência de um salário justo e a de um custo do trabalho dito competitivo, a Comissão Européia e a OCDE pleiteiam uma redução das contribuições sociais, principalmente para os menos qualificados, e “redes de segurança” sob a responsabilidade do poder público. A França foi, sem dúvida, o paísonde essas receitas foram aplicadas de forma mais fiel. Desde 1993, os sucessivos governos diminuiram as contribuições sobre os salários baixos. Atualmente, essa redução se estende até 1,6 vezes o SMIC.
Se o impacto dessas medidas sobre o emprego é controverso, seus efeitos sobre a estrutura salarial são facilmente percebidos. O principal deles é acumulação na parte inferior da escala salarial: a porcentagem dos salários inferiores o 1,3 SMIC passou de 30%, no início dos anos 1990, para 39% em 2002. As reestruturações do smic, que concerniam 8 a 9 % dos trabalhadores no início dos anos 1990, atingiram 17% em 2005 [13]. Ao mesmo tempo, as reestruturações repercutem menos do que antes sobre o conjunto dos salários, diminuindo a progressão salarial no interior das empresas. Assim, as políticas de contribuições sociais reduzidas contribuíram para a formação de um “núcleo resistente” de salários baixos.

Entre os assalariados pobres, 80% mulheres

No plano da luta contra a pobreza, os liberais insistem que a revalorização do salário mínimo não é precisamente a medida mais adequada, já que os salários baixos (individuais) e a pobreza (das famílias) não se correspondem. De fato, conforme a definição oficial, é possível que um trabalhador pouco remunerado não seja considerado como pobre, se ele pertencer a uma família cuja renda excede o limite de pobreza. As duas categorias se distinguem: 19% da população ativa recebe uma renda inferior a 75% do smic, mas somente um quarto dessas pessoas se encontra em situação de pobreza monetária [14]. Segundo Pierre Concialdi, “se a população dos trabalhadores pobres é majoritariamente masculina (mais de 60%), a dos trabalhadores com salário baixo é aproximadamente 80% feminina [15]”. Para tanto, seria legítimo pensar no nível da família? Dessa forma, corre-se o risco de “minimizar a inferioridade na qual as mulheres se mantêm no mercado de trabalho [16]”, de confirmar o esquema do salário da esposa como “salário de apoio” e de ocultar a situação das mulheres sozinhas em tempo parcial.
Tais desigualdades não parecem preocupar os liberais. Esses propõem compensar os baixos salários com prestações sociais melhor focalizadas ou com dispositivos como a gratificação pelo emprego na França, pressuposta como incentivadora do trabalho. É oferecida às pessoas que tenham retomado uma atividade profissional, sob certas condições de recurso.
De fato, essas medidas constituem verdadeiras “armadilhas”: acabam por ratificar os salários baixos, enquanto que as baixas de contribuições sociais determinadas sobre esse tipo de remuneração funcionam como uma incitação à aglomeração em pontos da escala salarial. Sob pretexto de ajudar os mais desprovidos, tais medidas alimentam um processo generalizado de degradação salarial.

A importância de um salário mínimo europeu

O mesmo acontece com a flexibilidade do mercado de trabalho: “a constatação estatística não apresenta nenhuma ambigüidade, mas também não traz nenhuma grande surpresa: quanto mais se distancia do emprego estável para se reaproximar das zonas de emprego instável e flexível ou das alternâncias entre desemprego, emprego e inatividade, maior é o risco da pobreza aumentar [17]”. Assim, o CERC se esforça para evidenciar a conclusão óbvia: “o emprego de qualidade continua sendo a principal proteção contra a pobreza”.
Para inverter a tendência, seria necessário restabelecer a participação dos salários na renda nacional e impedir o avanço das formas de empregos instáveis. A revalorização dos salários baixos constitui, com efeito, o único meio de chegar à raiz do problema da pobreza, sem prejulgamento do sexo do assalariado e da configuração da sua família. A garantia de um salário justo é a melhor maneira de “fazer com que o trabalho pague”.
Nessa via, a criação de um salário mínimo europeu seria uma etapa importante; tal perspectiva é a da atualidade. Após ter sido instituído pelo Reino Unido, em 1999, e pela Irlanda, em 2000, o debate sobre o salário mínimo está aberto na Alemanha, na Áustria e até na Suíça [18]. A entrada, na UE, de países cujo nível salarial é inferior ao da média torna esse debate ainda mais indispensável. No momento, parece que, em vários desses países, a revalorização do salário mínimo contribui para um movimento de recuperação salarial. Mas essa evolução poderia ser reforçada pela implantação de um sistema europeu de salários mínimos.
Levando em conta as disparidades, não se poderia fixar um nível único para todos. Porém, é possível conceber uma norma geral, adaptada às realidades de cada país. Fixar, por exemplo, o salário mínimo em 60% do salário médio de cada país, como é o caso da França [19]. Nesse contexto, a Alemanha ocupa um lugar central, pois lá a idéia de um salário mínimo nasceu justamente dos estragos sociais provocados pelas reformas do mercado de trabalho. A porcentagem dos trabalhadores com salários baixos passou de 14,3% a 15,7% entre 1995 e 2000, para atingir o mesmo nível que o da França [20]. Se um salário mínimo legal foi adotado nesse país, seria possível discutir a sua extensão em escala européia. Seria “na esfera social o que o euro é na esfera monetária [21]”.

Nova política salarial: limite da "economia competitiva"

Na verdade, a maneira mais simples de defender o “valor trabalho”, tão corrente nesses últimos tempos, não seria aumentar os salários? Objetamos que uma tal medida conduziria diretamente ao aumento do desemprego: nossos produtos perderiam em competitividade; os assalariados pouco qualificados parariam de ser empregados, pois custariam mais caro, às empresas, do que aquilo que pudessem lhes render de produtividade.
A observação dos fatos mostra que essa série de argumentos não apresenta fundamento: não são os países que têm o mais “moderado” dos salários que geraram o máximo de empregos. A redução das contribuições também não permitira criá-los. Deveríamos refletir sobre o contra-exemplo da Alemanha: o congelamento dos salários certamente contribuiu para estimular as exportações, mas também freou o consumo dos assalariados. Desses dois efeitos, foi o segundo que prevaleceu, conduzindo a um aumento de três pontos da taxa de desemprego, entre 1995 e 2005.
A versão liberal se apóia sobre dois postulados discutíveis. O primeiro é o da concorrência geral espalhada pela Europa. Se for verdade que um país que limita a progressão dos salários pode ganhar partes do mercado em detrimento de seus vizinhos, a generalização dessa falsa boa idéia conduz a um fraco dinamismo do emprego, quando todos os países seguem a mesma política. É exatamente o que ocorre na União Européia.
O segundo postulado consiste em dizer que não se pode mexer na distribuição das rendas. Ora, assim como os salários, os dividendos são um elemento da determinação dos preços: um aumento dos salários pode, perfeitamente, ser compensado por uma baixa dos benefícios financeiros, de tal forma que a competitividade permaneceria imutável. Portanto, uma outra política salarial é possível. Essa deve ser coordenada no nível europeu e acompanhar o repasse dos rendimentos financeiros para os salários - contrariamente ao que ocorre há mais de duas décadas.
Quanto a trabalhar por longo tempo para ganhar mais, isso também não é nada coerente. O prolongamento da jornada de trabalho vai de encontro a novas criações de empregos e não pode engendrar por si só um aumento da atividade se a distribuição de renda continua a mesma. Inúmeros acordos de empresas mostram que, sob pretexto de “livre escolha”, trata-se, na realidade, de reduzir o pagamento por hora e não de o revalorizar. Essa orientação, que invoca a pressão dos países emergentes, é um impasse. Para se adaptar a seus custos salariais, seriam necessárias diminuições de salário tamanhas que a economia européia ficaria competitiva, mas morta.
Enfim, a proposta – comum a Nicolas Sarkozy e a François Bayrou – de aumentar as horas suplementares, de forma a exonerá-las das contribuições sociais, acabaria por liquidar a noção da duração legal do trabalho e por reduzir um pouco mais os recursos da garantia social.
Tradução: Leonardo Teixeira da Rocha leorocha2003@yahoo.com.br

terça-feira, 1 de maio de 2007

Fidel Castro escreve novo editorial contra etanol

O presidente de Cuba, Fidel Castro, voltou a insistir em suas críticas ao uso de biocombustíveis elaborados a partir de alimentos e à libertação do anticastrista Luis Posada Carriles, num editorial divulgado nesta segunda-feira (30), mas não se referiu a seu estado de saúde nem a uma possível volta a atos públicos.

"Nada tenho contra o Brasil", diz o líder cubano. "Mas ficar em silêncio seria para mim optar entre a idéia de uma tragédia mundial e um suposto benefício para o povo dessa grande nação", acrescenta Castro.

Com o título "O que se impõe imediatamente é uma revolução energética", a última "reflexão" de Castro publicada na imprensa cubana insiste no perigo da política dos Estados Unidos de apoiar o uso de alimentos para a produção de combustíveis como o etanol.

O líder cubano, que está convalescente há nove meses, não se refere a seu estado de saúde. Ele não confirma a informação dada recentemente pelo presidente boliviano, Evo Morales, de que retomaria neste 1º de maio o poder que delegou provisoriamente a seu irmão, Raúl, em 31 de julho de 2006.

28.out.2006/AP
Fidel aparece mais abatido em foto divulgada em 28 de outubro de 2006

Castro, de 80 anos, iniciou em março a publicação de uma série de "reflexões" sobre as conseqüências do uso de biocombustíveis elaborados a partir de alimentos, com críticas à estratégia dos presidentes George Bush, dos EUA, e Luiz Inácio Lula da Silva em defesa da produção de etanol.

O presidente cubano denuncia que "insaciável em sua demanda, o império quer que o mundo produza biocombustíveis para liberar os EUA, o maior consumidor mundial de energia, de qualquer dependência exterior em matéria de hidrocarbonetos".

O editorial insiste nos riscos para a população de países em vias de desenvolvimento de usar alimentos como o milho e a cana de açúcar para a produção de biocombustíveis.

"Se o capital americano e europeu financiar, Estados Unidos, Europa e os demais países industrializados economizariam mais de US$ 140 bilhões por ano, sem se preocupar com as conseqüências climáticas e a fome, que afetariam em primeiro lugar os países do Terceiro Mundo", adverte.

A "revolução energética" defendida por Castro inclui o uso de lâmpadas incandescentes e a reciclagem em massa de equipamentos elétricos.

Outro risco internacional, aponta, "é o de uma recessão econômica nos Estados Unidos", com a queda do valor do dólar.

"O dia 1º de maio é bom para levar estas reflexões aos trabalhadores e a todos os pobres do mundo, além do protesto contra algo também incrível e humilhante: a libertação de um monstro do terrorismo, no 46º Aniversário da Vitória Revolucionária de Playa Girón", conclui Castro.

O líder cubano se refere assim ao anticastrista Luis Posada Carriles, acusado de atos terroristas, como a explosão de um avião cubano com 73 passageiros a bordo, em 1976.