segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Europeus descobrem sistema cerebral que leva à reflexão


Cientistas europeus descobriram o circuito cerebral que faz com que os humanos controlem sua conduta impulsiva e pensem "duas vezes" antes de fazer algo.


O estudo, publicado na revista "Journal of Neuroscience" e divulgado pela Comissão Européia em um de seus sites, concentra-se em uma zona da região frontomedial do cérebro que se ativa quando os seres humanos começam a pensar: "Não farei isso".


Segundo os autores da descoberta, cientistas da University College de Londres (Reino Unido) e da Universidade de Gante (Bélgica), esta parte do cérebro controla e limita as ações que os humanos desejam.


"Muitas pessoas reconhecem esta 'voz interior' que impede que alguém faça algo, como apertar a tecla de 'enviar' após escrever um e-mail se está chateado", afirma o professor Patrick Haggard, um dos responsáveis pelo estudo.


"Nosso estudo identifica os processos do cérebro envolvidos nesta última reconsideração que fazemos", explica.


Segundo ele, estas funções cerebrais são de especial importância para a sociedade, pois a capacidade de adiar uma ação "evita" que as pessoas sejam "egoístas" e atuem "estimuladas por desejos imediatos".


Os pesquisadores observaram através de ressonâncias magnéticas a atividade cerebral de vários voluntários, que deviam se preparar para realizar uma ação e decidir na última hora se seguiriam adiante ou parariam.


Os cientistas descobriram que uma pequena área da região frontomedial anterior do cérebro era ativada somente quando as pessoas refletiam sobre uma ação que tinham preparado previamente.


No entanto, quando as pessoas se preparavam para realizar uma ação e a realizavam, esta região estava muito menos ativa.


Os pesquisadores demonstraram que as pessoas com maior atividade na região frontomedial são mais propensas a refletir sobre suas ações, enquanto aquelas com uma atividade mais fraca tendem a seguir adiante, até mesmo em algumas ocasiões nas quais outros pedem a elas que não o façam.


"Este pode ser um fator que indique por que alguns indivíduos são impulsivos, enquanto outros são reticentes a agir", sustenta Haggard, que assegura que a capacidade de frear um impulso "é essencial, dado o complexo entorno social" em que se vive.

Fonte:Vermelho

Evo Morales denuncia conspiração dos EUA


O presidente boliviano Evo Morales denunciou neste domingo (26) que a embaixada dos Estados Unidos em La Paz financia ações de desestabilização contra seu governo através do pagamento de subornos a dirigentes opositores em um momento que enfrenta um locaute em vários departamentos do interior do país.


Segundo revelou hoje o jornal La Prensa, Morales garantiu que os prefeitos (governadores) de seis dos nove departamentos (províncias) do país, que são opositores a seu governo, estão "trabalhando em uma conspiração" que "conta com a participação da embaixada dos Estados Unidos".


Morales fez a acusação durante uma reunião reservada com organizações sociais, a maioria de camponeses, ocorrida na sexta-feira na sede da vice-presidência da República, informou o jornal boliviano.


La Prensa afirmou que Morales garantiu durante a reunião que "assessores do Podemos (principal partido de oposição) e outros dirigentes opositores do governo são pagos pelos Estados Unidos".


Segundo Morales, a embaixada dos Estados Unidos também "está oferecendo dinheiro a alguns dirigentes do governo para tentar frear o atual processo de transformação" em avanço na Bolívia.


Nesta mesma reunião, o vice-presidente Alvaro Garcia Linera convocou uma mobilização de 100 mil camponeses em Sucre para "reconduzir" a Assembléia Constituinte que suspendeu suas deliberações na semana passada devido a protestos de empresários na capital oficial, La Paz.


Os empresários de Sucre, capital de Chuquisaca, a 720 quilômetros ao sudeste de La Paz, estão liderando protestos há dez dias contra a Assembléia Constituinte, que retirou de sua agenda o pedido de que a cidade se transforme na futura capital real do país.

O presidente denunciou para as organizações camponesas que o pedido de Sucre para que retornem a essa cidade as sedes do governo e do congresso "faz parte de uma estratégia dos setores conservadores para frear e destruir a Assembléia Constituinte".


Em apoio ao pedido dos habitantes de Sucre e com o pretexto de "defesa da democracia", as organizações conservadoras de Santa Cruz, Tarija, Beni, Pando e Cochabamba convocaram uma "greve cívica para terça-feira", na verdade um locaute, apesar dessas organizações terem antecipado que não participarão.


O pedido dos conservadores de Sucre é rejeitado pelos habitantes de La Paz, para onde foram transferidos estes dois poderes após uma sangrenta guerra civil que terminou em 1899.

O jornal La Prensa publicou hoje com exclusividade a versão sobre a denúncia de Morales e a convocação da mobilização camponesa de García Linera, citando fontes do partido do governo, o MAS (Movimento ao Socialismo).


Morales recordou durante o encontro declarações recentes do embaixador norte-americano, Philip Goldber, quando se pronunciou a favor da "independência" do poder judicial na Bolívia.


Também mencionou um incidente com uma cidadã norte-americana que chegou ao país com 500 balas de munição dentro da sua bagagem, dizendo que eram destinadas a um funcionário diplomático norte-americano.


Em concordância com a denúncia presidencial, o vice-presidente García Linera alertou que "a direita está se mobilizando violentamente" com os protestos em Sucre e com a greve convocada pelas organizações cívicas.


Segundo o vice-presidente, "o objetivo da direita é destruir o governo e voltar ao poder", de acordo com a versão publicada pelo jornal.

García Linera também denunciou "discriminação" dos moradores de Sucre contra a presença de representantes indígenas na Constituinte.


A mobilização camponesa na cidade de Sucre já tinha sido anunciada por dirigentes de várias organizações, com o pedido de que "sejam dadas garantias à Assembléia Constituinte" para que termine de redigir a nova Constituição da Bolívia.

Fonte: Vermelho
Altamiro Borges: "Cansei" da Hebe e da Regina Duarte


Sem conseguir retirar das suas mansões a “elite branca” e as “madames enfadadas”, segundo a ironia mordaz do insuspeito Cláudio Lembro, o movimento golpista “Cansei” resolveu apelar a alguns artistas para ludibriar os incautos e garantir público nas suas minguadas manifestações. O sofisticado folheto de convocatória do protesto na capital paulista, na semana passada, trouxe as imagens das animadoras de televisão Hebe Camargo e Ana Maria Braga, da atriz global Regina Duarte e da cantora Ivete Sangalo. A escolha destas figurinhas carimbadas, conhecidas por seus antigos laços de amizade com ricaços exibicionistas e notórios tucanos, não poderia ser pior.
Por Altamiro Borges*



Revista trás musas do Cansei na semana do dia 17

Para baratear os altos custos das agências de publicidade, o “Cansei” até poderia ter aproveitado a foto de capa de uma edição recente da revista Caras, especializada em bajular os bilionários e fazer futrica com as celebridades do meio artístico. Na foto aparecem, sorridentes e servis, Hebe Camargo, Ana Maria Braga e Regina Duarte no luxuoso casamento da filha de Geraldo Alckmin, ex-governador e candidato tucano rechaçado nas eleições presidenciais. Elas devem ter adquirido seus modelitos no paraíso de consumo das elites, a butique Daslu, onde a badalada noiva Sophia Alckmin foi gerente e deu uma mãozinha para intermediar negócios junto ao governo do seu pai.

“Perua assumida” e reacionária

A apresentadora Hebe Camargo já é famosa nos meios políticos. Ela se projetou na televisão nos anos de chumbo da ditadura militar e depois virou cabo-eleitoral de luxo do ex-governador Paulo Maluf, aparecendo “gratuitamente” nas suas propagandas eleitorais. Na sucessão presidencial de 2006, ela abandonou seu antigo protegido e fez campanha aberta para o tucano Geraldo Alckmin. As suas opiniões reacionárias também são conhecidas. Hebe usa a sua exposição na telinha para defender as piores causas. Em 2003, declarou ao vivo na SBT que mataria um menor acusado do assassinato de um casal de jovens. As fitas foram requisitadas pelo Ministério Público, taxadas de “incitamento ao crime”, e a apresentadora recuou: “Se me excedi, peço desculpas”. Também foi ativa militante da campanha contra o desarmamento. “Possuir arma é um direito do cidadão”.

Além de direitista e reacionária, Hebe Camargo é a expressão grotesca da “madame enfadada”, que está “cansada” de tanto luxo e ostentação. Segundo edição especial da revista Veja dedicada à “moda&estilo”, de maio de 2005, “certa vez ela fez um balanço de todas suas jóias. Depois de cobrir o chão de um cômodo inteiro com um tapete de brilhantes, pérolas, esmeraldas e outras pedras, chegou à conclusão de que não deveria comprar mais nenhuma peça. Durou pouco a sua decisão. Para o bem de seu humor e alegria da fila de joalheiros que a abastecem. Para Hebe, em se tratando de jóias, tamanho é documento. ‘Quando as pessoas vêm me mostra uma joinha, um anelzinho, digo logo que não combina comigo... Sou perua assumida e com muito orgulho’, diz”.

A “perua assumida” também gosta de colecionar Mercedes, que chegam a cinco na sua garagem. “Com rendimento mensal estimado em 1,2 milhão de reais, entre salário e merchandising, Hebe pode se entregar de corpo, alma e talão de cheque à paixão das jóias... ‘É difícil ter em São Paulo uma mulher que vença a Hebe Camargo em quantidade de jóias. Ela chega a comprar três peças por mês’, avalia um especialista do ramo... Como nenhuma mulher aparece na televisão com os seus tesouros – ou talvez nem saia de casa com eles –, Hebe Camargo permanece como a rainha dos quilates”, conclui a bajuladora reportagem da Veja. Ela realmente deve estar “cansada”!

De namoradinha à tucana

Já a atriz global Regina Duarte tem uma trajetória política errática. Durante a ditadura militar, ela foi a “namoradinha do Brasil”, participando de novelas que ajudaram a entorpecer a sociedade e a esconder os horrores das torturas e assassinatos. Posteriormente, como ela própria confessou, fez autocrítica e teve participação destacada na luta pela redemocratização, como na campanha das Diretas-Já. Nos anos da avalanche neoliberal, porém, converteu-se numa ativa militante do PSDB, ajudando nas duas campanhas de FHC e nas derrotadas empreitadas de Serra e Alckmin.

Na eleição presidencial de 2002, ela ficou famosa por aparecer no programa eleitoral tucano com a fisionomia apavorada e o bordão “eu tenho medo”, contra o risco da vitória de Lula. De forma hipócrita, ela agora engrossa o “Cansei”. Quando da chacina de Eldorado do Carajás, em abril de 1996, ela não surgiu na telinha para se solidarizar com as famílias dos camponeses mortos e para dizer que estava “cansada” da violência do amigo FHC. Em janeiro último, quando um acidente no Metrô abriu uma cratera num bairro central da capital e matou várias pessoas, a atriz global também não pintou na telinha para dizer que estava “cansada” do atual e do ex-governador. Pelo contrário. Pouco tempo depois foi um dos destaques do casamento da filha de Geraldo Alckmin.

“Ana ameba brega” e ACM

As duas outras estrelas que emprestaram suas imagens à campanha do “Cansei” são mais novatas na “política”. Ana Maria Braga, que o sarcástico José Simão apelidou de “Ana ameba brega”, só recentemente resolveu arriscar comentários políticos, entre uma receita culinária e uma fofoca no seu programa da TV Globo. Após o acidente da TAM, ela extravasou seu ódio ao atual governo. Após mostrar imagens da tragédia, dos “sinais obscenos” de Marco Aurélio Garcia, assessor do presidente, e da frase infeliz da ex-prefeita Marta Suplicy, concluiu em tom melodramático que Lula era culpado pelo acidente e convocou seus telespectadores para os protestos do “Cansei”.

Já Ivete Sangalo, presença obrigatória nos programas da TV Globo, preferiu nada falar durante o protesto do “Cansei”. Segundo alguns observadores, ela parecia envergonhada por ter cedido sua imagem. Já seu irmão, o publicitário Jesus Sangalo, é um dos mentores deste movimento golpista – o que pode ter influenciado a cantora. Isto não quer dizer que ela não tenha opiniões próprias e controvertidas. Em 2001, por exemplo, aderiu ao abaixo-assinado em apoio ao falecido coronel Antonio Carlos Magalhães – “um homem digno, coerente e honrado” e “um dos maiores políticos brasileiros de todos os tempos” –, quando este violou o painel de votação do Senado.

* Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi).



Wes Jeans

Hospedagem e Montagem: Fireball


Michael Wesley Jeans nasceu no Texas, EUA, em 1981 e começou a tocar guitarra na adolescência.
Influenciado por Stevie Ray Vaughan, ZZ Top e Johnny Winter entre outros, Wes faz aquele típico e explosivo blues texano.
"Hands On" é o seu primeiro álbum e foi lançado em 2000. A banda, nesse disco, era formada por Wes Jeans (guitarra e vocal), John Williams (baixo) e Lloyd Anderson (bateria).
Em 2006 saiu o segundo álbum, "Forest Of The Pine", que pretendo disponibilizar em breve.

Copiado de:LagrimaPsicodelica


Hands On

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sábado, 25 de agosto de 2007

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Risco e fragilidade



Jurandyr O. Negrão

As turbulências financeiras recentes, marcadas por quedas fortes das bolsas de valores ao redor do mundo e por fuga dos investidores rumo a aplicações de baixo risco – vale dizer, a títulos do Tesouro dos EUA –, interrompem um período bastante prolongado de “bonança” financeira. A aversão ao risco havia atingido níveis recordes de baixa, trazendo como contrapartida níveis ineditamente altos para os preços de várias categorias de ativos financeiros de maior risco, com destaque para os mercados acionários.

Ciclo de euforia

A crescente sede pelo risco observada nos últimos anos teve várias origens, que se reforçaram mutuamente.


Uma delas é o forte crescimento da economia mundial, fonte natural de otimismo. O ano de 2007 é o quinto consecutivo em que o mundo sustenta crescimento da ordem 5% ao ano. Trata-se do mais extenso período ininterrupto de forte expansão do pós-guerra.


Esse crescimento teve como um de seus motores a “explosão” da economia chinesa, que, ao pressionar a demanda por produtos primários (commodities agrícolas e minerais), facilitou enormemente o fortalecimento das contas externas dos países da periferia que têm nesses produtos a base de suas exportações (como os países da América Latina e os exportadores de petróleo). A falência das contas externas da América Latina, que mantinha o crescimento econômico na região quase estagnado desde o início dos anos oitenta, foi dissipada a uma velocidade surpreendente.


Vale lembrar que no período anterior de euforia financeira, nos anos noventa, os “emergentes” haviam sido os “elos fracos” que sofreram seguidas rupturas, dando origem a uma sucessão de crises financeiras (crises do México, em 94 e da Ásia, em 97; moratórias russa, em 98, e argentina, em 2001).


Ao iniciar-se a presente década os “emergentes” da Ásia já haviam “purgado”, via recessões violentas, a débâcle de suas contas externas. Eles foram menos favorecidos pela forte alta recente das cotações das commodities, mas valeram-se da base industrial que vinham constituindo desde os anos setenta para usufruir do forte crescimento do comércio mundial de manufaturas.

Fragilização

O foco da instabilidade financeira agora são as economias ricas. Contribuiu para a sua fragilização financeira a taxa de juros extremamente baixa praticada nos EUA entre 2001 e 2005 – que estimulou a procura por aplicações mais rentáveis, naturalmente também mais arriscadas.


Também contribuiu a experiência das crises financeiras prévias (além daquelas que já citamos, falamos da queda das bolsas de valores em 2001, que encerrou o ciclo de alta apelidado de “exuberância irracional”). Nessas crises foram raras as grandes instituições que sofreram perdas realmente severas: as operações de salvamento dos investidores empreendidas pelo FMI e pelos bancos centrais do países ricos foram extremamente “generosas”.

Isso criou uma percepção de que não havia motivo para abdicar de estratégias bastante arriscadas de investimento: se as apostas se revelassem erradas, as autoridades correriam a socorrer para evitar “riscos sistêmicos” de quebradeira de instituições financeiras.


Hoje o “elo fraco” que se rompe é o do mercado de construção residencial nos EUA. Depois de anos de euforia, com atividade febril de construção e preços em alta forte e contínua, o setor entrou em crise. O foco mais frágil é, como seria de esperar, o das hipotecas contratadas por famílias de renda mais baixa.


Essas operações de alto risco cresceram a uma velocidade vertiginosa, sobretudo quando a taxa de juros norte-americana estava baixíssima, tornando muito atrativo o endividamento. Só que à medida que, de 2005 para cá, as taxas de juros foram sendo aumentadas, uma proporção crescente das famílias de renda mais baixa não consegue manter em dia seus compromissos hipotecários.


Uma grande proporção dessas “promissórias” já não está nas mãos dos credores originais. Os títulos de dívida foram renegociados, tendo passado a outras mãos – muitas vezes em várias etapas, por meio de instrumentos financeiros sofisticados chamados derivativos. Teoricamente esses instrumentos permitem diluir riscos; nos momentos de stress, porém, constata-se que o risco básico – o de que o devedor originário não dê conta de pagar – continua presente. Só que não se sabe mais quem carrega o “mico”.


A grande surpresa recente foi a revelação de que grandes bancos da Europa se envolveram pesadamente nessa ciranda. As perdas potenciais montam a centenas de bilhões de dólares. A pressão por nova operação de salvamento reaparece, na forma de um clamor por uma redução da taxa de juros pelo banco central dos EUA (o Federal Reserve – FED) e por socorro do banco central europeu aos bancos fragilizados.


Também ressurgem vozes sugerindo a necessidade de - para preservar a atividade produtiva dos riscos derivados dos repetidos episódios de instabilidade financeira, e para poupar os contribuintes de seguidas operações de “socialização de prejuízos” de grandes detentores de riqueza – se criarem instrumentos mais eficazes de regulação sobre a atividade das instituições financeiras e dos chamados hedge funds (fundos de investimento gigantescos que não estão submetidos às regras de supervisão bancária). A resistência dessas instituições à redução de sua extrema liberdade de atuação é imensa, e seu lobby, poderosíssimo.

Como ficamos?

Não há como antecipar com um mínimo de segurança a extensão que alcançarão a turbulência atual e suas implicações. O risco de que os EUA entrem em recessão é real. As possíveis implicações sobre o Brasil devem ser menos dramáticas do que em outras ocasiões. Mas isso é tema para outro artigo.

Jurandyr O. Negrão é economista.