quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Eliane Elias - Brazilian Classics @ 320

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01. Passarium.mp3
02. Chega de Saudade.mp3
03. Carioca Nights ( Noites Cariocas ).mp3
04. Garota de Ipanema ( Girl From Ipanema ).mp3
05. Milton Nascimento Medley.mp3
06. Waters of March Água de Beber.mp3
07. One Note Samba.mp3
08. Crystal And Lace.mp3
09. Jazz 'N' Samba.mp3
10. Brazil.mp3
11. Iluminados.mp3
12. Jet Samba.mp3
13. Wave.mp3
14. Black Orpheus.mp3
15. Dindi.mp3
16. O Polichinelo.mp3

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Venezuela Bolivariana: O povo e a quarta guerra mundial: o capitalismo globalizado

Terras, impostos, gás... os eixos da briga autonomista

Governos locais querem definir a política de terras, cobrar impostos e co-administrar, junto com o Estado nacional, os recursos naturais estratégicos como o gás. Tudo isso bate de frente com o projeto do governo de Evo Morales.

Uma análise preliminar do estatuto autonomista aprovado no dia 15 de
dezembro em Santa Cruz, somado aos que foram proclamados em Beni e
Pando e ao que está sendo redigido em Tarija, antecipa uma primeira
conclusão: as direções regionais apostaram em uma posição "máxima", que caso venha a prosperar vai transformar a Bolívia em um
país Federal ou semi-federal.

Mais do que uma cisão do país, o que faz prever novas nuvens negras
são as competências que a "meia-lua" da parte sul-oriental do país
tenta tirar do governo central. As Cartas departamentais - que devem
ser ratificadas em um referendo sem embasamento legal, ainda que com
legitimidade nas regiões - deixam claro que os governos locais querem definir a política de terras, cobrar impostos e co-administrar,
junto com o Estado nacional, os recursos naturais estratégicos como o
gás. Mas tudo isso bate de frente - e é inaceitável - com o projeto
nacionalista que lidera Evo Morales, hegemônico no ocidente boliviano,
mas com apoio importante no oriente, como revelaram as eleições de
2005 e 2006.

No terreno tributário, o estatuto de Santa Cruz outorga a um futuro
órgão legislativo departamental não apenas o poder de criar novos
impostos mas, também, o de arrecadar impostos para o governo nacional,
em um sistema de co-participação das regiões e do Estado. Isso não é
pouca coisa: Santa Cruz produz 30% do PIB e gera entre 30 e 40% da
arrecadação fiscal boliviana.

Também querem ter competência, só que "partilhada com o governo
nacional", na exploração do gás, o que, como antecipou o prefeito
Rubén Costa, permitiria a criação de empresas departamentais de
hidrocarburetos e a assinatura de acordos próprios com as transnacionais
estabelecidas na Bolívia. Apesar de que mais de 80% do gás está em
Tarija, estas empresas têm sua sede em Santa Cruz. Mas onde a
direção de Santa Cruz não quer mesmo saber nada do Estado é no
controle da terra, em um país no qual se mata e se morre por um
punhado de metros quadrados. Adotando "medidas preventivas" diante das previsíveis críticas, o estatuto inclui um artigo sobre "perseguição e
luta contra o latifúndio". Mas o vínculo dos políticos orientais com o
agronegócio provoca múltiplas susceptibilidades quanto à cláusula que delega aos futuros governadores a emissão de títulos de propriedade agrários "irreversíveis", que não podem ser revisados pelo Estado nacional,
assim como o controle do cumprimento da função econômica e social das
propriedades rurais. E a mesma coisa acontece com a competência
departamental para outorgar concessões florestais que está incluída
nos estatutos. As terras mais férteis, que hoje estão divididas
fundamentalmente entre o cultivo de soja e a agropecuária, encontram-
se no oriente.

O diretor do Centro de Estudos Jurídicos e Pesquisas Sociais (Cejis),
Leonardo Tamburini, explica que desde o auge da soja, nos anos 1990,
ocorreu um processo de forte estrangeirização da propriedade rural.
"Em 2004, 30% da superfície cultivada com soja estava em mãos de
brasileiros e outra parte importante se divide entre menonitas,
israelenses, russos e argentinos", aponta o especialista. Para
complicar ainda mais as coisas, a Assembléia Constituinte decidiu
promover uma consulta para definir se o limite dos latifúndios será de
5.000 ou de 10.000 hectares, o que muitos especialistas consideram
inviável, argumentando que não é possível fixar extensões máximas sem
levar em conta a produtividade de cada região, e uma fonte adicional
de conflitos.

Para os grupos agroempresariais a leitura é simples: Evo quer
sucatear o país para beneficiar sua gente, ou seja, os camponeses e
indígenas do ocidente boliviano. A dúvida é se essa postura cívico-
municipal radical vai ser uma carta de negociação com o governo
central (ou seja, pedir tudo para conseguir alguma coisa) ou se será
uma postura extrema que vai provocar maiores estranhamentos num futuro
imediato. É isso que irá determinar os caminhos possíveis para sair do
"empate".

Tradução: Naila Freitas / Verso Tradutores

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

O Grande Ditador - Charles Chaplin



Filme completo para download

Título Original: The Great Dictator
Gênero: Comédia
Origem/Ano: EUA/1940
Duração: 128 min
Direção: Charles Chaplin


Créditos: Forum - Eudes Honorato

Elenco:
Charles Chaplin...Adenoid Hynkel
Charles Chaplin...Dictator of Tomania
Charles Chaplin...A Jewish Barber
Jack Oakie...Napaloni
Jack Oakie...Dictator of Bacteria
Reginald Gardiner...Schultz
Henry Daniell...Garbitsch
Billy Gilbert...Field Marshal
Grace Hayle...Madame Napaloni
Carter DeHaven...Bacterian Ambassador
Paulette Goddard...Hannah
Maurice Moscovitch...Mr. Jaeckel
Emma Dunn...Mrs. Jaeckel
Bernard Gorcey...Mr. Mann
Paul Weigel...Mr. Agar
Chester Conklin...Barber's Customer
Esther Michelson...Jewish woman
Hank Mann...Stormtrooper






Sinopse

Chaplin afrontou com O Grande Ditador uma nova etapa da história do cinema, a da chegada do som. Sem abusar do diálogo e utilizando muitas técnicas próprias do cinema mudo, do qual sempre participou e defendeu, Chaplin lançou-se mais uma vez contra a enlouquecida sociedade moderna, fazendo uma crítica mordaz em que caricaturiza a ânsia de Hynkel, alter-ego de Hitler, de cujos exaltados discursos, Chaplin realiza em memorável imitação. Já o humano Carlitos é, nesse filme, um barbeiro judeu que sofre de amnésia, enfrentando tropas de choque e perseguição religiosa, ainda que continue a ser o indeciso e distraído personagem de sempre e que, por acaso, se converte no herói da trama. O climax clássico deste filme é o celebre discurso final, um libelo ao triunfo da razão sobre o militarismo.





Prêmios: Indicado para Melhor Ator, Melhor Música, Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Roteiro Original. Associação dos Críticos de Nova York 1940 - Vencedor de Melhor Ator








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Brazil, Terry Gilliam



Formato: rmvb
Áudio: Inglês
Legendas: Português/BR
Duração 132 minutos
Tamanho Parte 01: 270 MB
Dividido em 03 Partes
Tamanho Parte 02: 272 MB
Dividido em 03 Partes
Servidor: Rapidshare


Créditos: Forum - Eudes Honorato

PARTE 01:


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http://rapidshare.com/files/65639933/Brazil_legendado_parte_01.part2.rar
http://rapidshare.com/files/65647929/Brazil_legendado_parte_01.part3.rar


PARTE 02:

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http://rapidshare.com/files/65772289/Brazil_legendado_parte_02.part2.rar
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Sinopse: Brazil é uma visão estilo pesadelo surrealista de um futuro perfeito onde a tecnologia reina suprema. Todos são monitorados por uma agência governamental secreta que proíbe que o amor interfira com a eficiência.

Jonathan Pryce e Robert De Niro estrelam ao lado de Michael Palin e Bob Hoskins esta pertubadora comédia de humor dirigida pelo ex-integrante do Monty Python, Terry Gilliam.

Quando um sonhador burocrata envolve-se inadvertidamente com um super-herói da clandestinidade e uma linda e misteriosa mulher, tornado-se a trágica vítima de suas próprias ilusões românticas. Essa fantasia inusitada intercala humor ácido com comentários incisivos para nos proporcionar uma visão inesquecível de uma amanhã deliciosamente imoral.


Elenco: Jonathan Pryce, Robert De Niro, Michael Palin, Kim Greist, Katherine Helmond, Bob Hoskins.


Crítica: http://www.cineplayers.com/critica.php?id=89


Agradecimentos: à nossa querida Renatchka. Eu não estava conseguindo um torrent decente para este filme. Obrigado, garota.


Screen Shots:









Tim Maia...

Primeiramente quero desejar um Feliz Natal, mesmo que atrasado a todos os trabalhadores que frequentam o Trabalho Mental, e depois gostaria de dizer que foi impressionante o número de e-mails que eu recebi pedindo a repostagem desse play após a Globo ter exibido o especial do Tim Maia. E eu nem sabia que esse disco era tão raro assim, portanto segue aí o meu presente de Natal pra vocês. Aproveitem! Kryz - TrabalhoMental


Tim Maia - These Are The Songs
1. These Are The Songs
2. Broken Heart
3. I Don't Know What To Do With Myself
4. I Don't Care
5. Nobody Can Live Forever
6. Brother, Father, Sister and Mother
7. The Dance is Over
8. Over Again
9. New Love
10. Do Your Thing, Behave Yourself
11. My Little Girl
12. Where is My Other Half
13. Tributo a Booker Pittman
14. Jurema
Para baixar:clique aqui

AYO...







Mais uma, e claro, no musicoteca primeiro! Ayo, a nova garota da música pop contemporânea. Uma mistura de folk, soul e dub. Ayo é alemã, mas se mudou pra Nigéria logo criança, mais tarde Londres, Paris, Nova Iorque e agora para o mundo. Com sua forma tímida e suave de sonorizar suas canções, Ayo é a mais nova queridinha dos amantes da boa música, nada de mais, apenas um som gostoso de ouvir. Mesmo assim vale apena sacar o som dessa moça, filha de nigeriano e romena que ouvia Bob Marley, Pink Floyd, Soul Children e Féla Kut! Eu voltei para a Céu!

Joyfull - 2006



1. Down on My Knees ((( play )))
2. Without You
3. Letter by Letter
4. How Many Times?
5. And It's Supposed to Be Love
6. Watching You
7. Only You
8. Help Is Coming
9. These Days
10. Life Is Real
11. What Is Love?
12. Neva Been

Download: Baixar álbum (EasyShare)
Créditos: musicoteca
Morre Oscar Peterson

"O pianista canadense Oscar Peterson, uma das grandes lendas do instrumento no jazz, morreu neste domingo (23) de insuficiência renal. Ele tinha 82 anos."

O pianista canadense Oscar Peterson, uma das grandes lendas do instrumento no jazz, morreu neste domingo (23) de insuficiência renal. Ele tinha 82 anos.

Conhecido pelas levadas nas duas mãos, pela técnica primorosa e pelos solos velozes, Peterson foi um dos músicos mais gravados do gênero, tanto como líder de banda como instrumentista acompanhante. Ele é considerado um nome de grande influência sobre gerações subseqüentes de músicos - a também canadense Diana Krall é uma delas. Oscar Peterson nasceu em Montréal no dia 15 de agosto de 1925 e começou a estudar piano clássico aos seis anos. Ao completar 14, ganhou um concurso amador e passou a trabalhar regularmente numa rádio local. Em 1949 foi convidado por Norman Granz a integrar seu grupo "Jazz at the Philharmonic", que excursionava pelos Estados Unidos com celebridades como Roy Eldridge, Zoot Sims e Ray Brown. Desde que fez uma aclamada aparição no Carnegie Hall de Nova York no mesmo ano, Peterson recebeu um grande número de prêmios e títulos, como um Grammy pelo conjunto da obra no ano de 1997 - foram oito estatuetas no total.

O Canadá concedeu a ele a mais alta honra para civis e também o tornou a primeira pessoa a ser estampada nos selos de país ainda em vida.

Em entrevista à agência Reuters em 2000, Peterson afirmava que os jovens jazzistas tinham dificuldades distintas do racismo que enfrentou décadas atrás.

"A luta deles é outra. Eles precisam superar um obstáculo diferente: a invasão da música pop. E muitos deles são mais inseguros. As dificuldades são maiores hoje, mas penso que o jazz voltará a conquistar terreno.

Conhecido no Brasil.

Peterson era muito conhecido no Brasil, onde esteve no final dos anos 80, com o trio então formado por David Young no baixo e Martin Drew na bateria. Também esteve em novembro de 1998 no país, com shows no Teatro Municipal de São Paulo e uma apresentação gratuita no parque Ibirapuera.

O pianista era considerado um improvisador de muito swing e forte personalidade, sendo sua música conhecida pela força e vitalidade, sendo premiado várias vezes pela revista "Downbeat", durante os anos 50.

Formou o primeiro trio com a guitarra de Herb Ellis e o baixo de Louis Hayes; o segundo, mais famoso, tinha Ray Brown no baixo e Ed Thigpen na bateria, tendo durado de 1959 a 1965; o terceiro era formado por Sam Jones no baixo e Bob Durham na bateria e durou até 1967.

A partir dos anos 80, Peterson passou a realizar trabalhos mais intimistas, principalmente através de solos e duetos, como o gravado com o guitarrista Joe Pass, em Paris, na sala "Le Pleyell".

Segundo o crítico James Collier, Oscar Peterson pode ser definido como um eclético. Quando executa suas baladas, se assemelha a Art Tatum, quando toca bebop, lembra Bud Powell - sem contar as influências que teve de músicos como Errol Garner e Teddy Wilson.

FONTE: Globo.com

Créditos: JazzManMp3

Justiça italiana pede prisão de 140 por Operação Condor


A Justiça italiana ditou 140 ordens de prisão contra pessoas que participaram da Operação Condor, realizada pelas ditaduras sul-americanas nos anos 70 para eliminar opositores, e iniciará nos próximos dias os procedimentos relativos a pedidos de extradição dos envolvidos. Da lista figuram o ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla, o almirante Emilio Eduardo Massera, e Juan María Bordaberry, ex-comandante da junta militar do Uruguai.


As ordens de detenção foram assinadas pelo juiz Luisann Figliola em resposta à solicitação do promotor Giancarlo Capaldo do tribunal de Roma.

As pessoas envolvidas são acusadas de diversos crimes, em função de sua posição pessoal, sobretudo "massacre, seqüestro e homicídio múltiplo agravado".

A investigação da justiça italiana começou no final dos anos '90, quando as famílias de alguns cidadãos sul-americanos de origem italiana entraram com ações judiciais depois do desaparecimento de seus membros.

Das 140 pessoas que constam da lista, algumas faleceram, como o ditador chileno Augusto Pinochet; já Néstor Jorge Fernández Troccoli, um uruguaio de 60 anos, ex-membro do serviço secreto da marinha de seu país, foi detido em Salerno (sul da Itália), onde vive há alguns anos. Ele será trasladado e interrogado nos próximos dias em Roma.

A Operação Condor

A "Operação Condor" foi aplicada nos anos 70 e 80 pelos regimes militares da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai para eliminar os oposicionistas.

A "Operação Condor", que deixou centenas de vítimas desaparecidas, nasceu durante a Primeira Reunião de Trabalho da Inteligência Nacional, realizada em Santiago, entre 25 de novembro e 1 de dezembro de 1975, segundo a documentação acumulada em investigações.

O incentivador foi o então coronel Manuel Contreras, fundador da DINA, a polícia secreta do regime do general Augusto Pinochet, mas o plano também contou com o apoio de agentes dos Estados Unidos.

"A Operação Condor representou um esforço cooperativo de inteligência e segurança entre muitos países do Cone Sul para combater o terrorismo e a subversão", assinalava um informe desarquivado pela Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, no dia 22 de agosto de 1978.

O informe acrescentava que "o coronel Manuel Contreras, chefe da DINA, iniciou um programa de colaboração entre os serviços de inteligência de diferentes países da América do Sul, o qual batizou como Plano Condor".

"Há informação adicional de que a cooperação entre os países incluiria planos para assassinar subversivos, políticos e figuras proeminentes dentro dos limites do país", assinalava outro documento da CIA, datado de 16 de agosto de 1976.

Arquivos do terror

Um dos mais perseverantes investigadores da "Operação Condor" é o advogado paraguaio Martín Almada, que descobriu em seu país os chamados "Arquivos do Terror": dezenas de milhares de documentos que mostravam pela primeira vez, de forma oficial, as operações coordenadas entre as ditaduras do Cone Sul.

Durante uma visita a Santiago, em setembro de 2001, Almada afirmou que Pinochet e Contreras lançaram uma "guerra santa" para eliminar a oposição no Chile e em outros cinco países da região.

"Eles globalizaram o terrorismo e não se deram conta de que, 25 anos depois, viria a globalização da justiça através de Baltasar Garzón", resumiu Almada, fazendo alusão ao juiz espanhol que, em outubro de 1998, conseguiu que o general Pinochet fosse detido em Londres, desencadeando o processo de punição dos crimes cometidos pelo ex-ditador.

Segundo a agência de notícias EFE, a lista incluía 146 nomes, das quais seis já morreram. A lista inclui 61 cidadãos da Argentina, 32 do Uruguai, 22 do Chile, 13 do Brasil, sete da Bolívia, sete do Paraguai e quatro do Peru.

redação: Vermelho
Oscar Niemeyer e o comunismo como valor


Apesar dos abatimentos nacionais e internacionais deste agônico 2007, tivemos, no dia 15 de dezembro, uma discreta alegria: os cem anos de nosso maior arquiteto Oscar Niemeyer. Sua voz suave e cansada nos conclama para a solidariedade e para uma grande simplicidade de vida.

Por Leonardo Boff



Sua visão de mundo se funda no comunismo, ao qual foi fiel durante toda a vida, em tempos em contratempos. Mas trata-se de um comunismo como valor ético que visa a resgatar da sociabilidade humana, a capacidade de sentir o outro e de caminhar com ele como companheiro e não como competidor. "É preciso olhar o outro, ser solidário; as pessoas que só pensam em suas profissões não vêem a pobreza; só querem ser vencedores". Para ele o importante "não é ser arquiteto, ser especialista, ser mundialmente reconhecido. O importante é a vida e a amizade. A palavra mais importante da minha vida é solidariedade".

Essa solidariedade, especialmente para com os pobres, o torna simples como simples são as suas formas arquitetônicas. Vive a verdadeira humildade de quem comunga do mesmo húmus (donde vem humildade): "todo mundo é igual; a pessoa vem à Terra, conta a sua historinha e vai embora".

Nunca esquecerei uma longa conversa com ele durante um almoço em Petrópolis no final dos anos 70. Naquele dia acabava de retornar de Cuba. Eram ainda os tempos de relativa abundância, antes da queda da União Soviética. Contava-lhe como era universal o sistema de saúde, como o ensino era aberto a todos, independentemente de sua extração social ou racial, como não se viam favelas na ilha e como a população incorporara uma vida de austeridade compartilhada. E referi-lhe as longas conversas com Fidel, noite adentro, sobre religião e a teologia da libertação que tentava e ainda tenta fazer do Cristianismo uma força de transformação histórica contra a pobreza e a marginalização social. Dizia-lhe citando Frei Betto: "Cuba parece uma Bahia que deu certo". Vi que Oscar ouvia tudo atentamente e seus olhos brilhavam de satisfação.

Qual não foi a minha supresa quando dias após li na Folha de São Paulo um artigo dele sobre a nossa conversa com um desenho de sua autoria: duas montanhas uma das quais encimada por uma cruz. E lá dizia: "descendo a serra de Petrópolis, eu que não creio, rezava ao Deus de Frei Boff, para que aqueles benefícios que Cuba realizou para o seu povo, chegassem também, um dia, ao povo brasileiro".

Por causa de sua solidariedade para com o povo cubano que sofre ainda um atroz embargo imposto pelos Estados Unidos, está abrindo em Cuba um posto avançado, uma escola de arquitetura, sem qualquer lucro, apenas o necessário para manter o escritório.

Pessoas assim nos fazem crer que o ser humano é resgatável, que a voracidade da acumulação privada de riqueza distorce o sentido da vida, que o ideal capitalista é profundamente perverso porque inumano, nada solidário e alheio à qualquer comiseração para com o próximo.

Sua mensagem maior que vale mais que qualquer discurso de alguma autoridade religiosa foi expressa no Jornal do Brasil de 21 de abril deste ano: "O fundamental é reconhecer que a vida é injusta e só de mãos dadas, como irmãos e irmãs, podemos vivê-la melhor".

Com estas palavras fechamos 2007 com a esperança de que 2008 comece a realizar o sonho singelo deste ancião sábio e simples que, na construção da catedral de Brasília com seus braços estendidos ao céu, deu forma à sua secreta mística da solidariedade, nascida do mais puro ideal comunista.

*Leonardo Boff é teólogo.