domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sebastião Tapajós - Sebastião Tapajós Interpreta Radamés Gnatalli & Guerra-Peixe (1998)




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Os candidatos à Casa Branca e a política internacional América Latina



Escrito por Luiz Eça

Somente nos últimos anos do seu governo o presidente Bush se deu conta de que estava ignorando a América Latina. Emendou-se editando um pacote de benesses modestas, o que foi perfeitamente explicável pela preferência em investir no front do Oriente Médio, onde as coisas estão pra lá de pretas. E, é claro, pela situação pré-falimentar em que se encontram os Estados Unidos.

O principal objetivo da Casa Branca na América Latina no período Bush era a criação da ALCA, acordo de livre comércio entre as nações do continente, de olho no aumento das exportações de produtos americanos. Com a ALCA rejeitada pelos líderes do Mercosul, Bush partiu para seu plano B, a negociação de acordos bilaterais de livre comércio com cada país da região.

Sua política externa previa também apoiar os governos "amigos", ou seja, que seguissem o FMI e o Banco Mundial. Como se sabe, o fracasso dos dogmas dessas instituições trouxe a vitória de grupos de esquerda na maioria dos países da América do Sul. Alguns deles mais pragmáticos, casos do Chile, Brasil e Uruguai, se acomodaram e deixaram de ser problema para Washington. Mas houve rebeldes que perturbaram os interesses yankees, e muito, adotando políticas capitalistas não-ortodoxas (Kirchner) ou socializantes (Chávez, Evo Morales e Rafael Correa). Em ambas as situações, multinacionais de origem americana se viram prejudicadas com o cancelamento de acordos leoninos, desapropriações, perda do controle de setores-chave, redução de dívidas, regulamentações severas etc.

Fora um momento em que agiu de acordo com os padrões históricos da política externa americana – quando apoiou um golpe de Estado na Venezuela –, Bush comportou-se até educadamente. Seus porta-vozes não deixaram de criticar a rebeldia das "plantas daninhas" do quintal dos Estados Unidos. Seu governo pressionou, diretamente e através do Banco Mundial e do FMI, com ameaças e mesmo efetivos cortes de verbas. Mas não foi muito além disso.

O próprio Chávez não recebeu ataques da Casa Branca tão violentos quanto os que ele vem brindando a Bush. A demonização do líder bolivariano ficou por conta da imprensa americana. Bush preferiu adotar uma estratégia indireta, concentrando seu poder de fogo no apoio total ao presidente colombiano Uribe, o grande rival de Chávez, a quem chegou a conceder 4,1 bilhões de dólares num ‘plano Colômbia", de aplicação altamente questionável. Tudo para fazer de Uribe um contrapeso às ações do presidente da Venezuela no continente. Sim, porque Chávez não se limita a desapropriar multinacionais americanas, cortar privilégios e acusar Bush de um sem número de felonias.

Ele representa uma ameaça diplomática séria. Brandindo a arma do petróleo, que oferece de graça ou quase isso, Chávez trouxe alento à embargada economia cubana e ganhou o apoio de dois países da América Central (Nicarágua e República Dominicana), aos quais fez generosas doações. Com seus petrodólares, comprou bônus do governo argentino, financiou programas bolivianos e promoveu projetos de desenvolvimento no Equador, reforçando os laços com esses países.

Considerando esse quadro, será que teremos mudanças com o sucessor de Bush? Não se for John McCain, o cavaleiro andante do império, que promete acabar com as torturas e com Guantánamo, mas continua a favor da hegemonia universal. O mesmo não se pode dizer com referência aos dois candidatos democratas. Seu partido dispõe de uma forte base sindical que, diferente do que acontece no Brasil, influi no governo e não é influenciado por ele. Esse pessoal é contrário a acordos de livre comércio, à sombra dos quais empresas americanas mudam-se para países onde os salários são baixos, exportando empregos em vez de criá-los nos Estados Unidos. Tanto Obama quanto a senhora Clinton já criticaram o NAFTA (acordo de livre comércio entre Estados Unidos, Canadá e México), afirmando que deve ser revisto por apresentar "sérias falhas".

Quanto aos tratados bilaterais com países da América do Sul, por enquanto, foi celebrado apenas com o Peru, do ex-socialista Alan Garcia. Aquele que Bush mais desejava, que contemplaria a Colômbia, do fidelíssimo Uribe, ainda não foi aprovado pelo senado americano, embora assinado pelos dois presidentes em novembro de 2006.

Para fazer lobby, Uribe já foi a Washington duas vezes e Condy Rice trouxe dez congressistas democratas à Colômbia. Tudo em vão. Os senadores do Partido Democrata persistem rejeitando, alegando ligações do governo colombiano com paramilitares, assassinatos de líderes sindicais, leis sociais deficientes e perseguições a movimentos de direitos humanos.

No ano passado, Obama e mais 10 senadores do partido enviaram a Uribe uma carta em termos fortes, condenado-o por suas declarações contra oponentes sindicalistas e defensores dos direitos humanos. Posteriormente, Hillary associou-se à manifestação dos seus colegas.

Não é temerário concluir que, tanto Obama quanto Hillary, sendo governo, pouco se interessarão em promover acordos bilaterais de livre comércio com a Colômbia ou com outro país qualquer.

Outra mudança esperada da parte de uma eventual presidência democrata na política latino-americana deverá ser maior flexibilidade no relacionamento com Cuba. Os dois candidatos já falaram em abrandar o rigor das restrições às viagens e ao envio de dinheiro. Provavelmente, haverá maior boa vontade com os cubanos, especialmente da parte de Obama, que já falou em realizar "encontros incondicionais com Fidel Castro" para discutir os contenciosos, coisa que Hillary, até agora, tem repudiado.

Mas as eventuais mudanças vão ficar por aí. Todos os candidatos, seja qualquer dos democratas, seja o republicano (omitimos Huckabee por estar fora do páreo), continuarão defendendo os interesses das multinacionais, protestando contra socializações e intervenções estatais na economia, censurando Chávez e pondo o FMI e o Banco Mundial em ação para pressionar os governos rebeldes.

Não confundamos as coisas: um novo Jimmy Carter ainda está para nascer.

Luiz Eça é jornalista.

GRAU DE INVESTIMENTO: QUEM DÁ NOTA PARA AS EMPRESAS QUE NOS DÃO NOTA?

Blog do Azenha

SÃO PAULO - Ah, mas para o Brasil obter "grau de investimento" ainda falta... Você já ouviu isso no Bom Dia Brasil ou na CBN? É um mantra repetido sem contexto e sem explicação, como se moedas de ouro fossem chover do céu quando três empresas americanas decidirem que não é arriscado investir no Brasil.

Essas empresas - a Standard & Poor's, a Moody's e a Fitch - são uma espécie de SERASA de Wall Street. São agências de classificação. Avaliam empresas e países. E ganham fortunas com seus relatórios. Pergunto: quem é que dá nota para as empresas que dão nota?

Hoje a Standard dá BB+ ao Brasil, com viés de alta. A Moody's dá Ba1, estável. E a Fitch dá BB estável.

Isso significa: "Risco aceitável. Segurança financeira questionável, grandes incertezas, exposição a condições políticas e econômicas adversas, levando à capacidade inadequada de cumprir compromissos financeiros."

Para obter o chamado "grau de investimento" o Brasil precisa voltar da escola com um BBB na cadernetinha.

É óbvio que milhares de empresários de todo o mundo não estão nem aí para a nota. Continuam investindo no Brasil, independentemente do que dizem as três professorinhas de Wall Street.

Vou contar um segredinho a vocês: elas não estão com essa bola toda.

Existem críticas de cunho político. Sugerem, por exemplo, que as agências de classificação de crédito assumiram o papel do Fundo Monetário Internacional sem o poder deste. Quem não seguir as fórmulas ortodoxas de Wall Street dança.

Mas também há outras críticas. Sobre tráfico de influência e incompetência pura e simples.

De acordo com o New York Times, dias antes de quebrar a empresa americana Enron estava na mira de outra companhia, a Dynegy. "Executivos das grandes empresas de investimento que poderiam lucrar com o negócio pressionaram a Moody's para manter o grau de investimento da Enron, ainda que as ações da empresa tivessem caído a níveis que indicavam que a dívida dela era altamente arriscada", escreveu o jornal.

Poucos dias antes de falir a Enron era um investimento altamente recomendado pelas agências. De uma hora para a outra, a Moody's derrubou a classificação da Enron em 5 níveis, a Standard & Poor's em 6 e a Fitch em 10. Ou seja, foram "pegas de surpresa" pelo colapso da companhia. Ué, então qual é o sentido de seguir as recomendações?

Um caso mais recente envolve o Credit Suisse. Em 12 de dezembro de 2000 o banco ofereceu papéis no mercado garantindo retorno anual de até 10%. As três agências de classificação deram aos papéis a nota máxima, AAA ou Aaa. No final de 2006 as perdas com o papelório do Credit Suisse já tinha atingido cerca de U$ 125 milhões.

Ou seja, quem se baseou nas notas das três empresas de Nova York, que juntas controlam 95% do mercado mundial de classificação, se deu muito mal.

Os investidores deveriam ter levado a sério a nota que acompanha os relatórios da S&P, por exemplo: "Any user of the information contained herein should not rely on any credit rating or other opinion contained herein in making any investment decision." Ou seja, qualquer usuário da informação contida aqui não deve se basear nela ou na classificação de crédito ou em qualquer opinião contida aqui ao tomar uma decisão de investimento."

Pergunto: se nem eles mesmos se levam a sério, você deveria levá-los?

sábado, 23 de fevereiro de 2008

SONHO IMPOSSÍVEL

Chico Buarque

"Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.

Desejo e Reparação DVDrip - Legendado - RMVB - 2008





Tamanho:
387MB
Resolução:
608 x 336
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Qualidade de Audio:
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Codec do Áudio:
Mp3
Idioma:
Inglês
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Os Melhores Choros de Todos Os Tempos (1980)




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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

EUA e UE apóiam políticos ligados ao crime organizado

por jpereira

Contribuidores: Michel Chossudovsky*

A ONU não só violou o direito internacional ao construiu o cenário para um governo do Kosovo “independente”, como também no governo membros de um sindicato do crime

A ONU não só violou o direito internacional ao construiu o cenário para um governo do Kosovo “independente”, como também no governo membros de um sindicato do crime


Michel Chossudovsky*


Os Estados Unidos, a União Européia e as Nações Unidas (ONU) estão apoiando um governo no Kosovo encabeçado por um reconhecido criminoso, o primeiro-ministro Hashim Thaci. Esse cargo foi criado pelo governo provisório aprovado pela Missão Interina de Administração das Nações Unidas em Kosovo (UNMIK, na sigla em inglês).

Sob mandato da ONU, o objetivo do governo provisório era “providenciar” um “auto-governo democrático provisório” até uma decisão sobre o estatuto político do Kosovo. Isso quer dizer que as Nações Unidas não só construíram o cenário para um governo do Kosovo “independente”, em violação do direito internacional, como colocaram um governo constituído por membros de um sindicato do crime. Os três primeiros-ministros do Kosovo, Ramush Haradinaj, Agim Ceku e Hashim Thaci são criminosos de guerra.

O Partido Democrático do Kosovo encabeçado pelo ex-comandante do KLA Hashim Thaci é essencialmente um desdobramento do antigo Exército de Libertação do Kosovo. O apoio encoberto dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ao KLA vem desde meados da década de 90. No ano anterior ao bombardeamento de 1999 da Iugoslávia, o KLA era claramente apoiado pela administração Clinton.

O líder do KLA Hashim Thaci foi um protegido de Madeleine Albright. Foi escolhido por Albright para cumprir um papel determinante pró Washington nas negociações de Rambouillet em 1998. As ligações do KLA com o crime organizado estão documentadas pela Interpol e o Congresso dos EUA. O Washington Times, num artigo publicado em maio de 1999, descreve assim o KLA e suas ligações à administração Clinton:

“Alguns membros do Exército de Libertação do Kosovo [liderados pelo atual primeiro-ministro do Kosovo, Hashim Thaci] financiaram os custos da guerra através da venda de heroína e foram treinados em campos dirigidos pelo fugitivo internacional Osama bin Laden – procurado pelos bombardeamentos em 1998 de duas embaixadas estadunidenses na África, responsáveis pela morte de 224 pessoas, dos quais 12 eram americanos.

Os membros do KLA, protegidos pela administração Clinton durante os 41 dias da campanha de bombardeamento da Otan para forçar a Iugoslávia do presidente Slobodan Milosevic a sentar-se à mesa de negociações, foram treinados em campos secretos no Afeganistão, na Bosnia e em outros locais desconhecidos, de acordo com recentes relatórios dos serviços de inteligência.

Os relatórios mostram igualmente que houve terroristas islâmicos que se alistaram ao KLA – membros de Mujahidin – como soldados no seu conflito em curso contra a Sérvia, e que muitos já haviam sido contrabandeados para o Kosovo e juntaram-se ao combate.

Os relatórios de inteligência documentam o que é descrito como uma "ligação" entre Bin Laden, o milionário saudita fugitivo, e o KLA – incluindo na zona de Tropoje, Albânia, um centro para terroristas islâmicos. Os relatórios dizem que a organização de Bin Laden, conhecida como al-Qaeda, treinou como apoiou financeiramente o KLA. (Washington Times, 04/Maio/1999)”

O Christian Science Monitor, em agosto de 2000, descreve a rede criminosa controlada por Thaci:

“Um policial da ONU suspeita que grande parte da violência e intimidação veio de antigos membros do KLA, especialmente dos aliados de Hashim Thaci, o antigo líder do KLA e chefe do Partido Democrático do Kosovo, um dos braços políticos do KLA.

Num incidente recente na aldeia natal do sr. Thaci, a loja de um ativista do LDK foi alvejada com rajadas de armas automáticas – o segundo ataque desde novembro.

Potencialmente, o partido de Thaci tem muito a perder nas eleições, que são apenas municipais. Depois de as forças sérvias terem retirado no ano passado, o KLA ocupou sedes de municípios e de instituições públicas por todo o Kosovo, e criou o seu próprio governo provincial.

Embora a ONU tenha vindo a afirmar sua autoridade e colocado representantes de outros partidos políticos em governos locais, em cidades como Srbica, ex-membros do KLA filiados no partido de Thaci ainda exercem um virtual controle completo.

"Estes sujeitos não estão em vias de abandonar o poder facilmente", diz Dardan Gashi, analista político junto ao International Crisis Group, uma organização de investigação com sede nos EUA e com um gabinete em Pristina.

A polícia da ONU também suspeita que o crime organizado está envolvido em parte da violência. Ela diz que grupos criminosos dedicados à extorsão, contrabando e prostituição confiam nos laços estreitos que têm com algumas pessoas no poder. A perspectiva de perder estas conexões – e o rendimento que elas geram – podem torná-los mal dispostos em relação ao LDK.

Responsáveis dizem que o problema é pior na região Drenica do Kosovo, a área central do KLA e a fortaleza do partido de Thaci. Srbica, onde Koci é o presidente local do LDK, é uma das cidades principais em Drenica. (Christian Science Monitor)


Fundação Heritage: Apoia o KLA-KDP, apesar das suas ligações ao mundo do crime


Num relatório de Maio de 1999, a Fundação Heritage reconheceu que o KLA é uma organização criminosa. No entanto, pediu à administração Clinton apoio ao KLA.

Os EUA deveriam reforçar capacidade militar do KLA contra o regime brutal de Milosevic, apesar das estranhas raízes ideológicas do KLA e das suas claras ligações ao crime organizado?... O KLA não representa todos os grupos que buscam um fim às campanhas brutais de Milosevic, mas sabe-se que cometeu muitas atrocidades e é a força mais significativa de resistência à agressão jugoslava no Kosovo. Além disso, a escala e o âmbito dos seus crimes foi subestimada pela sistemática campanha de terror desencadeada pelos militares, paramilitares e forças policiais jugoslavas no do Kosovo, às quais Washington se tem firmemente oposto desde a guerra de 1999. (Relatório da Fundação Heritage, 13/Maio/1999)

O afastamento agora do KLA privaria os Estados Unidos das vantagens de cooperar com uma força de resistência que é capaz de apoiar as pressões sobre Milosevic para negociar. (Ibid)

A Fundação Heritage apóia o Partido Democrático do Kosovo (KDP), integrado por antigos membros do KLA.

O KDP manteve as suas ligações ao crime organizado. De uma forma geral, esta é a posição da “comunidade internacional” sobre o Kosovo. Recentemente, a Fundação Heritage, que tem um papel importante nos bastidores que definem a política externa estadunidense, tem pressionado pela “independência” do Kosovo.


Hashim Thaci


Alberto Tosca y Septeto Turquino - Amor a Santiago @ 320

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Alberto Tosca y Septeto Turquino - Amor a Santiago @ 320
01. Yemaya
02. Y a Tu Ves
03. A Santiago
04. Cubanidad
05. La Cazuela
06. Lo Aprendi
07. Me Guiare Por Ti
08. Sembrando Para Ti
09. Trovada Matamorina
10. Transmitiendo
11. Abre ese Jazmin

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Globo e Folha de S.Paulo, tudo a ver

Blog do Bourdourkan

Essas duas organizações empresariais insistem:

A globo em denominar de terrorista o Hizbullah, partido político do Líbano.
A Folha de S. Paulo em denominar de ditador o presidente de Cuba Fidel Castro.
E as duas organizações em denominar de presidente o delinqüente Bush.

O Hizbullah defendeu o Líbano durante a invasão israelense.
A Globo entende que patriotismo é sinônimo de terrorismo.

Fidel acabou com a miséria e os parasitas que exploravam o semelhante.
A FSP entende que dar alimento, educação, moradia e saúde à população é um ato ditatorial.

Bush invadiu, ocupou e destruiu dois países soberanos.
Bush assassinou mais de um milhão de seres humanos.
Globo e FSP entendem que quem invade dois países soberanos e assassina mais de um milhão de seres humanos deve ser tratado com presidente.

GUERRA CONTRA O TERRORISMO DE BUSH POUPA EX-AGENTE DA CIA

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Blog do Azenha

WASHINGTON - No início do ano passado fui conhecer Cuba com minhas filhotas. Em nossas andanças fotografei este outdoor exigindo Justiça e lembrando o trigésimo aniversário de um atentado terrorista. Eu sabia muito pouco a respeito do episódio. Comprei um livro local relatando o caso. E fiz uma pesquisa mais extensa em São Paulo e Washington. O caso foi convenientemente "esquecido" pela mídia.

O vôo 455, da Cubana de Aviación, decolou de Barbados, no Caribe, a caminho de Havana, no dia 6 de outubro de 1976. Houve uma explosão na cabine de passageiros. O avião caiu. Foram 57 civis cubanos, 11 guianenses e 5 norte coreanos mortos. O vôo havia feito várias escalas anteriores. Em Barbados desembarcaram Freddy Lugo e Hernán Ricardo Lozano, que usou o nome falso de José Vázquez Garcia. A bordo, eles deixaram a bomba que detonou o avião. O atentado foi organizado em Caracas por um grupo que combatia o governo de Fidel Castro e tinha ligações tanto com a CIA quanto com o DISIP, o serviço de inteligência da Venezuela.

Na época, George Bush pai era diretor da Central de Inteligência Americana. Em maio de 2005 o Arquivo de Segurança Nacional da Universidade de George Washington publicou documentos oficiais do governo americano demonstrando que a CIA sabia dos planos para derrubar um avião desde junho de 1976.

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Este é um dos documentos que estão no Arquivo. Um relatório do FBI que diz: "No dia 7 de outubro, 1976, diante da prisão de Vazquez e Lugo em Trinidad, CENSURADO estava arranjando para que Luis Posada e Orlando Bosch Avila deixassem a Venezuela assim que possível. A fonte admitiu que Posada e Bosch tinham organizado a derrubada do avião e prometeu mais detalhes no dia 8 de outubro de 1976."

Outro documento mostra que o adido do FBI na embaixada dos Estados Unidos em Caracas "tinha tido vários contatos com um dos venezuelanos que colocaram a bomba no avião e deu a ele um visto para entrar nos Estados Unidos cinco dias antes do atentado, apesar da suspeita de que ele estava engajado em atividades terroristas sob o comando de Luis Posada Carriles", de acordo com texto publicado na página do Arquivo de Segurança Nacional.

Outro documento, do Escritório de Inteligência e Pesquisa do Departamento de Estado informa que uma fonte da CIA tinha ouvido de Posada em setembro de 1976: "Vamos atacar um avião cubano".

Nos documentos obtidos pelo Arquivo não há qualquer indício de que a CIA tenha avisado o governo de Fidel Castro sobre os planos para derrubar um avião civil.

Luis Posada Carriles merece um capítulo à parte neste caso. Ele fez parte da Brigada 2506, organizada pela CIA para invadir Cuba em fevereiro de 1961. Mas não chegou a desembarcar na ilha durante a fracassada operação.

Carriles serviu ao exército americano de 1963 a 1965. Foi recrutado e treinado pela CIA em demolições. Foi instrutor de grupos paramilitares. Foi desligado formalmente da agência em julho de 1967, mas recontratado quatro meses depois, quando servia à DISIP, o serviço de inteligência da Venezuela. Carriles continuou na CIA até 1974, quando se afastou. Mas manteve contatos com a agência até pelo menos julho de 1976, três meses antes do atentado ao avião da Cubana de Aviación. Tudo isso está documentado.

Nos anos 60, Posada participou de um plano para sabotar um navio soviético ou cubano no porto de Veracruz, no México, para o qual contaria com cerca de 35 quilos de explosivos C-4 e detonadores. Também teria participado de um ataque a uma biblioteca soviética na Cidade do México. Foi um dos conspiradores para derrubar o governo da Guatemala, armado com napalm, 25 quilos de explosivos C-4 e 10 quilos de explosivos C-3.

Mas a derrubada do avião foi o "ponto alto" da carreira de Posada Carriles, que trabalhava com Orlando Bosch, criador da Coordenação Unida de Organizações Revolucionárias (CORU). A CORU se dedicava a promover ataques a interesses cubanos e soviéticos na América Latina, em coordenação com outros órgãos oficiais de espionagem, no que ficou conhecido como Operação Condor.

Os planos para atacar o avião foram feitos em reuniões no Hotel Hilton de Caracas. O chefe do DISIP na época, Orlando Garcia Vazquez, hoje vive nos Estados Unidos. O serviço de inteligência da Venezuela prestou serviços à CIA em várias missões na América Central e no Caribe.

No atentado de 1976, Freddy Lugo e Vazquez Garcia foram encarregados de plantar a bomba na cabine de passageiros do avião. Um deles, depois do "sucesso" do ataque, teria ligado para Bosch e dito: "Um ônibus com 73 cães a bordo caiu de um precipício e todos morreram."

Depois do atentado, Orlando Bosch e Posada Carriles foram presos em Caracas. Em setembro de 1985, Posada escapou da prisão pagando propina. Foi para El Salvador, onde passou a atuar sob o coronel Oliver North na rota de abastecimento dos "contras" que tentavam derrubar o governo sandinista da Nicarágua. Ele usava o nome Ramon Medina.

Bosch nunca foi julgado pelo atentado contra o avião. Em 1987, com a ajuda do embaixador do Estados Unidos em Caracas, ele foi colocado em liberdade e viajou para Miami. Ficou detido durante seis meses por ser foragido da Justiça, mas foi libertado com apoio de políticos ligados à família Bush. Permanece livre.

Em 1997 Posada Carriles ajudou a organizar uma série de ataques à bomba contra hotéis e casas noturnas de Havana. Ele admitiu sua participação em entrevista a uma TV de Miami. Em 2000 ele foi preso no Panamá por organizar um atentado contra Fidel Castro quando este visitava o país. Posada Carriles foi perdoado pela presidente do Panamá. Em 2005 foi detido no Texas por entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Pagou fiança e foi libertado. Na ocasião o próprio Departamento de Estado se referiu a ele como envolvido em ataques terroristas.

Hoje em permanece livre em território americano. Em setembro de 2005, quatro anos depois dos atentados contra o World Trade Center e o Pentágono, um juiz americano negou o pedido de extradição de Posada Carriles para a Venezuela, alegando que ele "poderia ser torturado."