sexta-feira, 6 de março de 2009

Dia Internacional da Mulher....

Mulheres realizam o primeiro 8 de Março do Mercosul

Atividade pioneira em Santana do Livramento (RS), na Fronteira com o Uruguai, reúne sindicatos de trabalhadores e organizações feministas do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai. Violência e efeitos da crise financeira à mulher serão temas abordados.


Reportagem: Raquel Casiraghi

Pela primeira vez, sindicatos de trabalhadores e organizações feministas do Mercosul irão realizar atividades conjuntas para marcar o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. A programação acontece no próximo final de semana na cidade de Santana do Livramento (RS), que faz fronteira com a cidade uruguaia Rivera.

A escolha da cidade foi proposital, como explica a secretária de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul (CUT-RS), Mara Feltes. Além do índice de violência contra a mulher ser alto no município, o agressor ainda se beneficia pelo fato das legislações serem diferentes no Brasil e no Uruguai.

"Santana do Livramento está sendo alvo de muita violência contra a mulher. É uma coisa alarmante. E como não tem nenhum tratado de extradição, o cara mata, atravessa para o outro lado [Uruguai] e não dá nada. Ainda casa, mata a mulher de novo e volta [para o Brasil], sem qualquer julgamento", reclama.

As atividades irão denunciar a impunidade em relação à violência cometida contra a mulher, que vigora em todo o Mercosul, e a desigualdade salarial. As mulheres também irão cobrar do governo gaúcho a adesão ao Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência e, do governo federal, a assinatura das Convenções 151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que regulamentam as greves e proíbem dispensas imotivadas.

Outro tema importante a ser debatido, diz Mara, são os efeitos da crise financeira mundial na vida das mulheres. De acordo com a sindicalista, devido à desigualdade no mercado de trabalho as mulheres são as mais afetadas pelo desemprego e pela redução nos direitos trabalhistas.

"Na hora do desemprego as mulheres são, mais uma vez, as desempregadas ou seus maridos são desempregados e elas ficam com o ônus de sustentar as famílias. Somos nós que sofremos o ’penâlti da crise", afirma.

No sábado à tarde, dia 07, serão realizadas oficinas na Escola Estadual Rivadávia Corrêa, em Santana do Livramento. No domingo, dia 08, são esperadas cerca de 10 mil pessoas do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai para participarem do Ato Binacional no Parque Internacional, quando ocorre o Lançamento da Frente Nacional contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto. Também foram convidadas representantes do Chile e da Bolívia.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Sociedade precisa se mobilizar para aprovar lei que suspende demissões







Gabriel Brito - correio da cidadania

Ainda no final de 2008, a deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS) apresentou o projeto de lei 4551/2008, que visa a proibição por seis meses das demissões sem justa causa no país, com a finalidade de estancar ao menos temporariamente a sangria já desatada pela recessão econômica.

Ainda sob apreciação das comissões da Câmara, o projeto, segundo a própria deputada nesta entrevista ao Correio da Cidadania, precisa contar com a pressão da sociedade e dos trabalhadores, pois o governo já deixou claro que não está comprometido em realmente combater os males da crise e do desemprego, apenas acatando as decisões de cortes do empresariado.

Luciana Genro também ressalta um importante precedente para a aprovação do PL, que foi a interferência da própria justiça nas demissões da Embraer, deferindo liminar que suspendia os cortes na empresa. Com isso, ficaria reafirmado que o governo não tem sequer o direito de se manter omisso e imóvel diante de tal quadro de agravamento do desemprego e suas inevitáveis conseqüências na economia brasileira.

A entrevista completa pode ser conferida a seguir.

Correio da Cidadania: Tendo em vista as demissões que já ocorreram e estão ocorrendo, e as atitudes tomadas até aqui pelo governo, que expectativa tem de ver o Projeto de Lei aceito?

Luciana Genro: Primeiramente, esse PL tem como objetivo defender os trabalhadores diante da crise, pois até agora não vimos nenhuma medida concreta tomada pelo governo em defesa dessa parcela. Para as empresas e bancos, as medidas foram fartas, mas, para os trabalhadores, de forma direta, não houve nenhuma.

Sendo assim, apresentamos o projeto que suspende por seis meses as demissões, proibindo as empresas de despedirem, pois não admitimos que, para manter suas margens de lucro e sob a desculpa da crise, elas simplesmente demitam os trabalhadores.

Essas empresas passaram os últimos anos auferindo lucros estrondosos e poderiam, certamente, arcar com o custo da manutenção do emprego a partir de uma pequena queda em sua margem de lucro. Isso faria com que as conseqüências da crise no Brasil fossem muito menos graves.

Do jeito que está, o desemprego aumentará, logo, a crise também; as pessoas sem emprego consomem menos, as empresas vendem e lucram menos e, assim, demitem ainda mais. Nos últimos meses já tivemos quase 800 mil demissões no Brasil. Não é possível uma coisa dessas continuar, precisamos fazer algo para parar.

Apresentamos a proposta, ela está à espera de um parecer das comissões, e, ao mesmo tempo, estamos fazendo articulações com deputados, senadores e outros partidos que possam vir a apoiar nossa proposta. Conseguimos o apoio dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Paulo Paim (PT-RS) e estamos trabalhando também na Câmara, especialmente na Comissão do Trabalho, que é a responsável pelo primeiro parecer do projeto, para que se tenha uma tramitação rápida.

Sabemos que, do ponto de vista dos trabalhadores, as coisas não são fáceis aqui na Câmara. A maioria dos parlamentares não faz do seu mandato um compromisso direto com os interesses dos trabalhadores. Muitos são ligados a empresas, bancos e a um governo que está alinhado aos interesses empresariais. Será necessária uma pressão de fora pra dentro também, portanto.

Ficando entre os parlamentares, a coisa se torna mais difícil, mas, com o apoio e manifestações da sociedade em relação ao problema do desemprego, nossas chances crescem bastante. Temos uma jornada de lutas, com os movimentos sociais reunidos no Fórum Social Mundial, e haverá uma série de manifestações na próxima semana para tentar criar essa mobilização na sociedade. O próprio PSOL também está se movimentando para promover atos relacionados à crise.

Criando esse ambiente na sociedade, exigindo do parlamento uma resposta concreta às demissões e ao desemprego, temos chances reais de aprovar o projeto rapidamente.

CC: Você acredita que o projeto em si, se aprovado, estancaria o processo de demissões e recessão já em andamento?

LG: Com o projeto aprovado, ficariam proibidas as demissões sem justa causa. Isso faria com que as empresas congelassem suas intenções de promover demissões, no período que para nós é o mais crítico no que se refere aos cortes – o primeiro semestre. E assim, o governo teria um instrumento legal contra as demissões.

Além do mais, vimos também que a Justiça interferiu diretamente na questão da Embraer, legitimando a avaliação e convicção que temos, a de que o Estado não pode se omitir diante dessa onda de demissões – até por conta da resolução 158 da OIT, que inspirou nosso projeto e que vigorou no Brasil por curto tempo, tendo o governo FHC a tirado de nosso arcabouço legal.

Essa resolução da OIT, inclusive, é mais radical que o nosso projeto, pois ela proíbe terminantemente qualquer tipo de demissão sem justa causa. Já o nosso PL dá apenas um prazo limitado, para que tenha mais chances de aprovação e entre em cena justamente neste momento em que a crise é mais aguda e as demissões correm de forma mais exponencial.

CC: E você acredita que tal prazo seria suficiente?

LG: Não necessariamente. Ainda não está claro qual será a duração da crise e das dificuldades econômicas, e tampouco desse processo de demissões.

Mas seria bom conseguirmos ao menos suspendê-las por seis meses, pois ganharíamos mais fôlego para impulsionar a luta dos movimentos sociais e sindicais no sentido de prorrogar esse prazo. A possibilidade de estancar por seis meses as demissões se deve ao fato de que, na nossa avaliação, esse período será o mais brusco nas campanhas de demissões.

A crise continuará por muito mais tempo, lamentavelmente, mas os próximos seis meses podem ser o pico. E por isso queremos intervir nesse momento crítico, impedindo que as empresas demitam mais.

CC: Você não enxerga o governo minimamente comprometido a combater o desemprego em massa? Ele está apenas jogando para a platéia?

LG: Eu não vejo uma ação concreta no sentido de intervir no desemprego. A única ação vista até agora foi a da justiça, no caso da Embraer. O governo, inclusive, teve uma postura mais defensiva no dito caso, aceitando os argumentos da empresa para demitir, o que ao menos num primeiro momento não foi aceito pela justiça.

Portanto, não vejo um comprometimento real do governo em impedir os cortes de vagas. Justamente por isso é tão importante que os movimentos sociais e sindicatos cobrem o governo e o Parlamento. Se o governo Lula quiser, não precisa do meu projeto para parar as demissões. Pode baixar uma Medida Provisória ou elaborar um Projeto de Lei que teria uma tramitação muito mais rápida.

Sendo assim, não há uma vontade nesse sentido, mas ela pode vir como uma resposta às pressões da sociedade e à insatisfação da população contra as empresas que lucraram tanto nos últimos anos e passam a conta da crise para os trabalhadores.

CC: E o que pensa da conduta das centrais sindicais na articulação da defesa do trabalhador? Estão mesmo enfraquecidas após um ciclo de crescimento econômico e o atrelamento ao governo Lula?

LG: Vejo que várias centrais - como a CUT, que tem uma história de muita atividade do ponto de vista sindical - hoje estão bastante paralisadas, ainda mais quando se olha o tamanho da crise e dos ataques aos trabalhadores.

Há uma relação de amizade muito nefasta para os trabalhadores entre os dirigentes de algumas centrais sindicais e o governo, o que acaba fazendo com que não exista um rodízio nessas direções para que se exijam medidas concretas de proteção aos trabalhadores.

Gabriel Brito é jornalista.

Movimento Estudantil lança o Fora Yeda


O desespero bateu à porta...

Deputada acusa PSDB de cercear direito de denunciar Yeda


A deputada federal Luciana Genro (Psol-RS) criticou o PSDB por entrar com uma representação na Mesa Diretora da Câmara em que pede a cassação do seu mandato. O líder dos tucanos na Casa, José Aníbal (SP), afirmou que a parlamentar fez acusações "irresponsáveis" contra a colega de legenda e governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius. "O PSDB nunca entrou com representação no Conselho de Ética contra nenhum parlamentar acusado de corrupção e agora tenta cercear o meu direito de exercer meu mandato na denúncia de corrupção no governo gaúcho", disse Luciana.



Na visão de Aníbal, ao falar sobre o suposto envolvimento da governadora no caso de corrupção no Departamento de Trânsito (Detran) do Rio Grande do Sul, Luciana teria feito declarações sem apresentar nenhum tipo de prova que incriminasse Yeda. "Ela não pode acusar sem provas", disse Aníbal.

A deputada disse que todas as provas contra a governadora estão em poder do Ministério Público (MP) Estadual, que investiga o caso. "Se essa ação tiver prosseguimento, (...) vou me defender pedindo para que requeiram ao MP do RS as provas que eu não tenho aqui em minhas mãos, mas estão lá. Não estamos fazendo denúncia sem provas, as provas estão lá", falou.

Em artigo ao portal do PSOL, o presidente do partido no RS, Roberto Robaina, diz que "numa coletiva de imprensa apresentamos fatos graves que ocorreram (caixa dois, desvio de recursos públicos, compra da mansão da governadora com dinheiro ilegal, etc) e que provam o que temos sustentado, isto é, o caráter não apenas antipopular mas corrupto do governo. Foi uma coletiva feitas às vésperas do carnaval, mas que teve sua urgência imposta pela tragédia da morte misteriosa de uma das principais testemunhas - o senhor Marcelo Cavalcante, ex-representante do governo Yeda Crusius em Brasília - que iria corroborar na justiça as denúncias que trouxemos a público. A cobertura de nossa coletiva foi enorme. Todos reconheceram imediatamente a gravidade das denúncias. A imprensa nacional, em particular a Folha de SP, deu destaque para o assunto. No mesmo dia da entrevista o governo fez uma declaração de apenas uma linha, refutando nossas acusações. A nota lacônica do governo, depois de uma reunião de quatro horas às portas fechadas, era um claro sinal de que o governo tinha sido posto na defensiva. Infelizmente, uma parte da imprensa gaúcha começou cedo a dizer que nossas acusações poderiam não ser verdadeiras já que, afinal, não apresentamos as provas. Alguns tentaram questionar nossa responsabilidade e passar a idéia de que o mandato de nosso vereador Pedro Ruas e nossa Deputada Federal Luciana Genro estavam em questão", explica Robaina.


Créditos: www.vermelho.org.br

quarta-feira, 4 de março de 2009

texto para reflexão...

Revolução versus Reforma




Frank Svensson
- CORREIO DA CIDADANIA

A idéia de revolução como meio de emancipação política não é uma invenção de Marx ou de marxistas. Inicialmente se viu como a volta às origens do desenvolvimento, a reevolução análoga à circularidade do movimento dos astros. Na Antigüidade, o conceito de revolução caracteriza o processo em que se sucedem as formas de Estado.

Na revolução inglesa derrubam-se governantes, e na francesa o conceito associa-se ao de emancipação, por ser o levantamento das massas que subsitui governantes e muda regras básicas de governar e de viver.

Marx e marxistas são filhos da revolução republicana francesa, defensora de instituições públicas laicas e do pacto federativo, ideário do Brasil Republicano inicial. A vitória da maioria do povo sobre a minoria reinante - e a implantação de nova forma de sociedade - origina-se aí. Difere lutar por revolução socialista ou por revolução burguesa. Questão central é formar a nova maioria. As teorias político-econômicas de Marx evidenciaram o forçoso crescimento do proletariado, ao passar de classe em si a classe para si. O marxismo aclarou aos revolucionários a classe social em que o desenvolvimento torná-la-ia a mais numerosa. Se a burguesia considerasse a classe a mais perigosa, mais instigante seria aos revolucionários.

A maior contribuição de Marx à teoria e à estratégia republicana foi vincular o proletariado à revolução socialista. Por que Marx vê a classe trabalhadora como coveira na sociedade capitalista-burguesa? Reconhece o trabalho assalariado, gerador de mais-valia, base da sociedade capitalista, do consumo e da acumulação de capital. Mostra que os trabalhadores sustentam toda a sociedade, porém ficam excluídos da superestrutura, do controle do trabalho, dos resultados, decisões e ideologias dominantes.

A estratégia socialista real inicia-se neste contraditório duplo papel dos proletários, revolucionários simultaneamente expostos à socialização pelo capital. Precisam ser ressocializados para imporem um modelo de sociedade, explica-se Marx ao dar a conhecer a relação capital x trabalho assalariado aos trabalhadores. Era o objetivo revolucionário-mor por que lutava: abolir essa relação. Quis fazer com que o objetivo nascesse do proletariado.

A ação recíproca da organização do proletariado requer compreensão científica da sociedade burguesa, de sua economia, para haver a revolução socialista. Configura-se o empenho irrestrito da formação teórico-política de trabalhadores da produção material e da produção espiritual a seu serviço. Da ambivalência da estratégia, Marx compreendia as reformas burguesas. Não era contrário a melhores condições de trabalho e vida por reformas, mas conquistadas por meio das lutas de classe que trabalhadores empreendessem. Marx pregava que a via pacífica parlamentar, à luz das lutas de classe, eliminava-as. Reconhecida, nações poderiam alcançar o objetivo pacificamente, a depender do avanço progressista do Estado, das instituições.

Ver a violência revolucionária desligada da correlação das forças das classes em enfrentamento é voluntarismo idealista. Estimula ao caracterizado por Lênin como política amiga do povo e de pena dos pobres. A classe trabalhadora deve valer-se das instituições existentes, entre as quais o parlamento é a arena de luta, que Karl Marx salientava ao se contrapor a anarquistas. Marcava que a transição para o socialismo implica emancipar o trabalho, mudar o papel do Estado na transformação social.

Na crítica aos participantes da Comuna de Paris aponta:

a) O proletariado não pode, como fazem as classes dominantes, apoderar-se do Estado e fazê-lo funcionar simplesmente conforme os propósitos das mesmas.

b) O Estado Burguês não pode servir de instrumento político à emancipação e à concomitante opressão a trabalhadores.

c) O marxismo reconhece ser a Comuna de Paris prenúncio de nova sociedade, à medida que nega a antiga forma de Estado.

A questão é como trabalhadores conquistarão o Estado, que, após socializarem-se meios de produção, desaparece. Na obra A Origem da Família, do Estado e da Propriedade Privada, Engels sustenta que a mais desenvolta forma de Estado é a República Democrática, última e decisiva etapa a se desenrolar da luta trabalhadores x burguesia.

O amplo direito ao voto constitui o instrumento superior da luta política, apesar de a classe dominante detê-lo por vias do domínio, até quando trabalhadores amadurecerem sua própria emancipação.

É típico do reformista querer alcançar o socialismo sem teoria revolucionária. Partidos reformistas reduzem a luta à conquista e à manutenção do poder sem deliberarem transformar o Estado para a sociedade sem classes. Limitam-se a manter conquistas trabalhistas que não superam a Sociedade do Bem-Estar. Pretensão a uma forma de socialismo inserida no capitalismo é o entendimento dominante dos reformistas.

Para Marx, o exercício democrático é a precondição para se eliminar a sociedade de classes. É forma política que possibilita a trabalhadores, a quem produz mais-valia, constituir a maioria da sociedade. Para liquidar as desigualdades da sociedade capitalista não basta ao proletariado ser maioria. Necessita realizar sua emancipação, ter sob total domínio os resquícios da sociedade de classes.

Na luta para mudar o Estado e emancipar trabalhadores reside o caráter revolucionário não reformista, independentemente do que as particularidades históricas impõem à disputa.

Frank Svensson é professor titular aposentado da Arquitetura da UnB e membro do CC do PCB.

E-mail : alva@yawl.com.brEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email

Clássico de Sergei Mikhailovitch Eisenstein...

IVAN, O TERRÍVEL PARTE I (Ivan Groznyy I, RUS, 1943)
IVAN, O TERRÍVEL PARTE II (Ivan Groznyy II: Boyarsky zagovor, RUS, 1946-1958)



Créditos: F.A.R.R.A. - Shadows V.

Formato: RMVB
Áudio: Russo
Legendas: Português (embutidas)
Duração: 1:39 / 1:26
Tamanho: 505 MB / 434MB (06 e 05 partes)
Servidor: Rapidshare


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Direção: Sergei Eisenstein e M. Filimonova (colaboração)
Roteiro: Sergei Eisenstein
Fotografia: Andrei Moskvin e Eduard Tisse
Produção: Sergei Eisenstein (não creditado), I. Bakar, A. Eidus, e I. Soluyanov
Música: Sergei Prokofiev
Montagem: Sergei Eisenstein, Eleonora Praksina e Esfir Tobak
Direção de Arte: Sergei Eisenstein e Isaak Shpinel
Figurino: Leonid Naumov, Nadezhda Buzina e M. Safonova
Maquiagem: Vasili Goryunov

Elenco:
Nikolai Cherkasov ... Czar Ivan IV
Lyudmila Tselikovskaya ... Czarina Anastasia Romanovna
Serafima Birman ... Boyarina Efrosinia Staritskaya
Mikhail Nazvanov ... Príncipe Andrei Kurbsky
Mikhail Zharov ... Guarda Malyuta Skuratov
Amvrosi Buchma ... Guarda Aleksei Basmanov
Mikhail Kuznetsov ... Fyodor Basmanov
Pavel Kadochnikov ... Vladimir Andreyevich Staritsky
Vsevolod Pudovkin ... Nikolay

Sinopse: Parte 1: No século 16, Ivan se auto proclama Czar de todas as Rússias entrando em choque com os senhores Feudais chamados de Boiardos, ao tentar fazer um governo centralizado.
Parte 2: O Czar Ivan engana os nobres de sua corte enquanto cria um exército particular, que o ajudará a reinar novamente e unificar os diversos territórios russos em um Império único. Alia-se a sua poderosa tia Eufrosinia, que trama colocar seu filho no trono. Nesta segunda parte, o espetáculo pictorial continua, agora acrescido de cores vistosas. Stalin fez objeções à forma como o Czar foi retratado, frágil e vacilante, o que resultou a proibição do filme na Rússia até 1958.

TRAILER (Parte 1)



Em 1941, Eisenstein iniciou a produção de um épico histórico de grande escala, um filme em três partes glorificando a personagem mentalmente desequilibrada e assassina do czar russo do séc. XVI Ivan, o terrível. "Ivan, o terrível, parte I" (1943) foi um enorme sucesso. Já "Ivan, o terrível, parte II" (1946) mostrava uma visão bem diferente do czar: um tirano sanguinário que era o indiscutível predecessor de Stalin. Naturalmente, o filme foi proibido e o material filmado da terceira parte da obra foi destruído. Eisenstein foi hospitalizado devido a um ataque cardíaco mas conseguiu se recuperar e pediu a Stalin que "Ivan, o terrível, parte II" fosse revisto pelo comitê burocrático, tendo sido mais uma vez proibido. Eisenstein estava demasiado fraco para continuar a rodagem do filme e acabou por falecer em 1948, rodeado por trabalhos teóricos inacabados e planos para novos filmes. A segunda parte do seu filme foi mostrada pela primeira vez em 1958 no sexagésimo aniversário do nascimento do cineasta russo. Em 1988, no simpósio internacional de Oxford que marcou o nonagésimo aniversário do nascimento de Eisenstein, Naum Kleiman, o director do Museu Eisenstein de Moscovo, mostrou uma cena de "Ivan, o terrível, parte III" que sobreviveu. Nela, estava representado um interrogatório de um mercenário de um modo que fazia lembrar a própria polícia secreta de Stalin.

Graças à abundante literatura sobre os crimes de Stalin que está hoje disponível, mesmo nas antigas repúblicas soviéticas, a importância de "Ivan, o terrível, parte II" como um documento do seu tempo aumentou de sobremaneira sendo, paralelamente, uma obra de arte de uma qualidade e perfeição raras vezes atingidas na história do cinema. No seu último filme completo, Eisenstein conseguiu alcançar aquilo com que havia sonhado desde 1928, quando viu uma trupe japonesa de teatro kabuki: a síntese dos gestos, dos sons, do guarda-roupa, dos cenários e da cor numa só experiência polifónica. Já a encenação de "Alexander Nevsky" tenha sido uma tentativa para alcançar essa direção, mas apenas a famosa dança macabra dos súditos de Ivan consegue alcançar a síntese artística perseguida pelo realizador durante anos.

Carlos Leandro Figueiredo








terça-feira, 3 de março de 2009

Textos de Altamiro Borges sobre um jornalista de esgoto....

Resposta ao provocador Mainardi

Diogo Mainardi, colunista da Veja e comentarista da TV Globo, parece que ficou irritadinho com uma postagem deste blog. Na revista estadunidense de maior circulação no Brasil, ele atacou esta página – omitido meu nome e sem dar o endereço deste blog, talvez para evitar que seus leitores leiam opiniões antagônicas as suas. Aproveitou-se de um erro de informação – que teve origem numa notícia que circulou amplamente na internet, inclusive com fotos da festança que reuniu o tucano José Serra e o colunista Arnaldo Jabor. Reconheço o erro e peço desculpas aos leitores. Não padeço da doentia vaidade do provocador global, um hitlerzinho egocêntrico.

O erro, porém, não nega as relações íntimas entre o presidenciável tucano e as “estrelas” globais. A data pode ter sido trocada, mas as relações de vassalagem só aumentaram. Arnaldo Jabor ficou ainda mais rancoroso nos seus comentários na TV Globo, tornando-se um ícone da direita nativa. Miriam Leitão, tida pelo provocador como “a melhor colunista de economia do país”, expressa as idéias neoliberais mais anacrônicas, bancadas pelos demos e rentistas. Em síntese, o erro de informação não anula a essência das críticas às posições fascistóides de Mainardi. Ele até tentou posar de jornalista “neutro”, que critica os seus cupinchas da direita midiática. Puro engodo!

A reação de Mainardi evidencia que a blogosfera incomoda os serviçais da mídia hegemônica – a Folha, que recentemente qualificou a ditadura brasileira de “ditabranda”, também está sentindo a sua força. “A internet é como uma cidadezinha no interior do Pará, assolada por parasitas que proliferam nessas zonas insalubres do Terceiro Mundo”, esbraveja este elitista, na sua linguagem tipicamente preconceituosa. A sua ira, porém, não mete medo. Mainardi é um pitbul desdentado, que late, mas não morde. Não retiro uma palavra que já disse sobre este “difamador travestido de jornalista”. Para reforçá-las, reproduzo artigo de minha autoria publicado em vários sítios em novembro de 2006:

Mainardi, o pitbul da Veja

O presidente interino do PT e ex-coordenador da campanha presidencial de Lula, Marco Aurélio Garcia, deu a resposta que estava entalada na garganta de muitos brasileiros. Na semana passada, o “colunista” Diogo Mainardi, o pitbul da revista Veja, solicitou por e-mail uma entrevista exclusiva com o dirigente petista. “Eu gostaria de entrevistá-lo por cerca de quatro minutos para um podcast da Veja. O assunto é a imprensa. Eu me comprometo a não cortar a entrevista. Ela será apresentada integralmente”, apelou.

A resposta de Marco Aurélio foi direta: “Sr. Diogo Mainardi, há alguns anos – da data não me lembro – o senhor dedicou-me uma coluna com fortes críticas. Minha resposta não foi publicada pela Veja, mas sim, a sua resposta à minha resposta, que, aliás, foi republicada em um de seus livros. Desde então decidi não falar com a sua revista. Seu sintomático compromisso em não cortar minhas declarações não é confiável. Meu infinito apreço pela liberdade de imprensa não vai ao ponto de conceder-lhe uma entrevista”.

Reacionário e preconceituoso convicto

Há tempos que as estripulias deste badalado jornalista da mídia hegemônica mereciam este tipo de reação. Expressão do que há de mais reacionário e preconceituoso na imprensa brasileira, este direitista convicto colecionou inúmeros adversários desde que deixou de escrever banalidades sobre cultura e passou a tratar de temas políticos na sua coluna semanal da revista Veja, na qual escreve desde 1999. Seus cinco livros – um deles sugestivamente batizado de “Contra o Brasil” – e dois filmes nunca tiveram maior repercussão, mas seus comentários rancorosos na mídia excitaram a direita nativa. Mais recentemente, ele também substituiu outro renomado elitista, Arnaldo Jabor, no programa Manhattan Connection, da Rede Globo.

Provocador contumaz, ocupou estes espaços midiáticos regiamente pagos para satanizar o governo Lula – “sou um conspirador da elite, quero derrubar Lula, só não quero ter muito trabalho” (Veja, 13/8/05) – e tudo o que tenha alguma conotação progressista. Não poupa o MST, o sindicalismo, os intelectuais e as lideranças de esquerda no país e no mundo. Apóia o genocídio dos EUA no Iraque e odeia Fidel Castro, Evo Morales e Hugo Chávez. Prepotente e egocêntrico, ele chegou se gabar de “quase ter derrubado o presidente Lula” e ficou furioso com os milhões de votos dados para a sua reeleição. A exemplo de outro ícone da “nova direita”, Reinaldo Azevedo, faz questão de explicitar a sua aversão e nojo ao povo.

“Difamador travestido de jornalista”

No meio jornalístico, Mainardi é visto como um aventureiro, um troglodita, em busca de fama e dinheiro. Também é chamado de fascista por ter criado o seu “tribunal macartista mainardiano”, no qual promove uma cruzada leviana contra vários profissionais da imprensa. “Minha maior diversão é tentar adivinhar a que corrente do lulismo pertence cada jornalista”, explicou ao anunciar a estréia do seu “tribunal” na Veja em dezembro de 2005. “Tereza Cruvinel é lulista. Dessas que fazem campanha na rua. Outro dia mesmo ela foi vista em Brasília distribuindo santinhos do PT. Paulo Henrique Amorim pertence a outra raça de lulistas. Ele é da raça dos lulistas aloprados, dos lulistas bolivarianos. Ele acha que a primeira tarefa do lulismo é quebrar a Globo e a Veja”, afirmou recentemente em sua coluna.

Esta atitude fascistóide já resultou em vários processos na Justiça de jornalistas como Mino Carta e Paulo Henrique Amorim. Mas também lhe rendeu dividendos entre os barões da mídia e a direita. No caso mais famoso e execrável, Mainardi precipitou a demissão do jornalista Franklin Martins da Rede Globo. Na guerra pública travada entre os dois, iniciada após a inclusão do segundo na lista “macartista” da Veja, a poderosa emissora preferiu ficar com o estrume da direita – uma opção de classe. Mas Franklin Martins não levou desaforo para casa. Desafiou publicamente “o difamador travestido de jornalista” a comprovar a “estapafúrdia história de que eu teria uma cota pessoal de nomeações no serviço público”, publicada na revista Veja de abril de 2006. Vale a pena reproduzir alguns trechos deste documento:

“Não tem compromisso com a verdade”

“Se qualquer um dos 81 senadores ou senadoras vier a público e afirmar que o procurei pedindo apoio me sentirei sem condições de seguir em meu trabalho como comentarista político. Pendurarei as chuteiras e irei fazer outra coisa na vida. Em contrapartida, se nenhum senador ou senadora confirmar a invencionice do Sr. Mainardi, ele deverá admitir publicamente que foi leviano e, a partir daí, poupar os leitores da Veja da coluna que assina na revista. O Sr. Mainardi topa o desafio? Se não topar, o Sr. Mainardi estará apenas confessando que não tem compromisso com a verdade e deixando claro que não passa de um difamador”.

“Nos últimos meses, semana sim, semana não, pelo menos duas dúzias [de jornalistas] foram vítimas de investidas absolutamente desrespeitosas, carregadas de insinuações capciosas contra as suas atividades e carreiras. Mas como ninguém deu pelota para os arreganhos do rapaz – nem os jornalistas, que simplesmente não o levam a sério, nem os leitores da Veja, que já se cansaram de ver um anão de jardim querendo passar-se por um gigante da crônica política –, o Sr. Mainardi decidiu aumentar o calibre de seus ataques. E partiu para a difamação pura e simples”.

“Vivemos numa democracia, felizmente. Todos têm direito a defender suas idéias, mesmo os doidivanas, e a tornar públicas as suas posições, mesmo as equivocadas. Em compensação, todos estão obrigados a aceitar que elas sejam criticadas livremente. O Sr. Mainardi, por exemplo, tem a prerrogativa de dizer as bobagens que lhe dão na telha, mas não pode ficar chateado se aparecer alguém em seguida dizendo que ele não passa de um bobo. Pode pedir a deposição do presidente Lula, mas não pode ficar amuado se alguém, por isso, chamá-lo de golpista. Pode dizer que o povo brasileiro é moralmente frouxo, mas não pode se magoar depois se alguém classificá-lo apenas como um tolo enfatuado. Ou seja, o Sr. Mainardi pode falar o que quiser, mas não pode querer impedir que os outros falem”.

“As tolices e o bobo da corte”

“Mais ainda: o Sr. Mainardi é responsável pelo que fala e escreve. Enquanto permaneceu no terreno das bobagens e das opiniões disparatadas, tudo bem. Faz parte da democracia conviver com uma cota social de tolices e, além disso, presta atenção no bobo da corte quem quer. Mas quando o bufão passa a atacar a honra alheia, substituindo as bobagens pela calúnia e as opiniões disparatadas pela difamação, seria um erro deixá-lo prosseguir na sua torpe empreitada. No Estado de Direito, existe um caminho para os que consideram que tiveram a honra atacada por um detrator: recorrer à Justiça. É o que farei nos próximos dias”.

”Desde já, adianto que, se a Justiça fixar indenizações por dano moral, o dinheiro será doado à Federação Nacional dos Jornalistas e à Associação Brasileira de Imprensa. Não quero um centavo dessa causa. Não dou tanta importância a dinheiro como o Sr. Mainardi, que já definiu seu próprio perfil: ‘Hoje em dia, só dou opinião sobre algo mediante pagamento antecipado. Quando me mandam um e-mail, não respondo, porque me recuso a escrever de graça. Quando minha mulher pede uma opinião sobre uma roupa, fico quieto, à espera de uma moedinha’. Prefiro ficar com Cláudio Abramo: ‘O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter’. Mas, para tanto, o Sr. Mainardi está incapacitado. Não porque lhe seja escassa a inteligência; simplesmente falta-lhe caráter. A história da moedinha diz tudo”.

“Mainardi envergonha os jornalistas”

O “macartismo mainardiano” já causou certa revolta no meio jornalístico – infelizmente, muito aquém do necessário. Um abaixo-assinado foi encaminhado à Central Globo de Jornalismo manifestando “o nosso protesto e preocupação com a demissão do jornalista e comentarista político Franklin Martins, um dos mais qualificados e respeitados profissionais do país. Acusado levianamente por um articulista, cuja missão ‘do momento’ parece ser unicamente agredir profissionais e intelectuais com relevantes serviços prestados ao aperfeiçoamento democrático do país, Martins não teve direito de resposta. Esperamos que a Justiça obrigue esse veículo a atender este preceito básico do jornalismo: ouvir o contraditório”.

O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal também teve a honradez de acioná-lo na Justiça por sua defesa escancarada do assassinato de Hugo Chávez, feita durante o programa Manhattan Connection de setembro de 2005. “Se o pastor protestante dos EUA, Pat Robinson, quiser realmente matar o presidente Chávez, eu ajudo”, bravateou. “Este deplorável episódio exige reflexões severas sobre o papel dos meios de comunicação e dos comunicadores sociais. Diogo Mainardi envergonha os jornalistas brasileiros com essa campanha homicida e revela a natureza intelectual, a estatura moral e o caráter de certa oposição aos dirigentes que empreendem transformações sociais no continente”, explicou a nota do sindicato.

Sua postura leviana gerou críticas até de Alberto Dines, do Observatório da Imprensa: “Diogo Mainardi é, na feliz expressão de Luís Nassif, um parajornalista. Um dos muitos revelados nestes meses de crise. Ouviram falar de Carlos Lacerda e imaginaram que basta indignação e nenhum senso de responsabilidade para ganhar o respeito dos leitores. Seus colegas na direção da Veja ofereceram-lhe um isca e ele, faminto de reconhecimento, a abocanhou com voracidade. Quanto mais se entrega ao delírio mais se enreda na armadilha. Há poucos meses puxava o cordão dos que mais recebia mensagens; agora nem aparece no esfarrapado Oscar semanal. O leitor da Veja já não agüenta tanta fanfarronada”.

Documentário excelente...

Nascidos em Bordéis (Born Into Brothels: Calcutta's Red Light Kids) - 2004

Formato: rmvb/DVDrip
Áudio: Inglês/Bengali
Legendas: Português
Duração: 90min
Tamanho: 448 MB (+62 MB de conteúdo extra)
Dividido em 5 partes
Servidor: Rapidshare

Créditos: F.A.R.R.A.-Beta

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Extra:Reconectando - A vida das crianças 3 anos depois
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Informações Técnicas
País de Origem: Índia / EUA
Tempo de Duração: 90 minutos
Ano de Lançamento: 2004
Site Oficial: http://kids-with-cameras.org/
Estúdio/Distrib.: Focus Filmes
Direção: Zana Briski / Ross Kauffman
Elenco:Avijit, Gour, Mamuni, Manik, Puja Mukerjee, Shanti Das, Suchitra, Tapasi.


Sinopse:Vencedor do Oscar de melhor Documentário de 2005, Nascidos em Bordéis mostra a dura realidade das crianças que nascem e vivem a margem da sociedade em um dos bairros mais pobres do mundo, o Bairro Vermelho, em Calcutá, na Índia. Filhos das prostitutas que atuam na região, essas crianças não têm muita esperança de melhorar sua situação, mas mostram que têm uma visão de mundo muito particular quando os cineastas (que realizam aqui seu filme de estréia) entregam-nas câmeras fotográficas para fotografarem tudo que chamar a atenção. As fotografias são surpreendentes e ensinam a essas crianças uma nova forma de expressão. Ao mesmo tempo em que a realidade chocante delas é mostrada, os diretores brigam para, de alguma maneira, melhorar um pouco a vida de toda essa geração desfavorecida.



A casa caiu( de novo)...

Funcionária do PiG pede desculpas ao Ministro da Justiça

Para quem não sabe, o termo "barriga" no jornalismo refere-se a um erro cometido pelo jornalista, divulgando informações falsas e/ou erradas na hora de escrever seu texto.

Assim, graças a mais uma "barriga" jornalística, a funcionária do PiG (Partido da imprensa Golpista) Lúcia Hippolito teve que enviar um pedido de desculpas formal ao Ministro da Justiça, Tarso Genro, no caso dos boxeadores cubanos. Hippolito, assim como todos os outros lacaios do PiG, enganaram seus consumidores afirmando que o governo brasileiro recusou-se a dar asilo político aos dois desertores.

A informação era falsa e foi amplamente negada pelo Governo, mas para esses "jornalistas" de esgoto a verdade factual é o que menos importa na hora de tentar atrapalhar o governo do ex-metalúrgico. Só que agora a casa caiu, pois os boxeadores confirmaram em entrevista à própria rede Globo (a qual, sabemos, não é petista) que voltaram à Cuba por livre e espontânea vontade!

Verdade seja dita: pelo menos essa tal de Hippolito teve a decência de vir à público reconhecer que mentiu agora que a farsa ficou evidente demais...

Pergunta: onde estão os papagaios da direita que, aqui e em outros blogs de esquerda, ficaram acusando e xingando o Ministro Tarso Genro e o Presidente Lula a partir das informações mentirosas divulgadas pelos Capitães do Mato do PiG?

O caso dos boxeadores cubanos
Desculpas públicas ao ministro da Justiça

- por Lúcia Hippolito, funcionária da rede Globo

Ocupada com as consequências emocionais -- e práticas -- do falecimento de minha mãe, só agora, alertada por comentaristas aqui no blog, tomei conhecimento da entrevista do boxeador cubano e de suas declarações.

Assisti ao vídeo. Não tenho por que duvidar das palavras do atleta.

Jamais tive compromisso com o erro. Jamais tive problemas em pedir desculpas quando erro. Errei, peço desculpas. Sem problemas.

Assim sendo, quero pedir desculpas de público ao ministro da Justiça Tarso Genro.

Pelas declarações do pugilista, as declarações de sua Excelência de que os cubanos estavam desejosos de retornar a Cuba eram corretas.

O fato de os dois terem fugido de Cuba tempos depois parece ser independente de sua rápida deportação pelas autoridades brasileiras.

Ainda mais porque, segundo declarações do atleta cubano, o próprio presidente da República lhe perguntou ao telefone se ele não gostaria de permanecer no Brasil.

Portanto, mais uma vez com minhas desculpas ao ministro Tarso Genros, considero que o episódio encerrou-se da malhor forma possível. Os dois pugilistas cubanos estão fora de Cuba, competindo e tocando a vida.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Genocídio em Gaza

A procura da unidade anti-imperialista e anti-sionista entre forças políticas árabes
Nesta profunda e muito bem documentada análise, Angeles Maestro, debruça-se sobre o caminho seguido pelos diversos movimentos árabes e palestinos que conduziu à criação de uma Resistência em vários países, cada vez mais fortes e a colherem os primeiros sucessos. Por isso, nas recentes e criminosas invasões da Faixa de Gaza e do Líbano em 2006, “se a destruição de edifícios foi um dos fins da guerra contra o Líbano ou a Faixa de Gaza, o inimigo teria vencido arrasando casas. Se a finalidade era matar civis, também terá ganho a guerra. Mas se o objectivo central era erradicar a Resistência do ponto de vista estrutural, nesse caso foi derrotado.”
Angeles Maestro*

O Fórum Internacional pela Resistência, o Anti-imperialismo, a Solidariedade entre os Povos e as Alternativas reuniu em Beirute nos dias 16, 17 e 18 de Janeiro. Participaram 450 delegados de organizações políticas, sociais, sindicais, etc. de 66 países de todo o mundo, mas sobretudo do mundo árabe e islâmico. A sua presença pôs em relevo um complexo processo de abordagem entre diferentes organizações que, a médio prazo, poderá mudar o panorama político do Médio Oriente.

Ao mesmo tempo, a 100 km de distância perpetrava-se a enésima e mais brutal matança contra o povo de Gaza, escassamente armado por parte da entidade sionista, primeira potência militar da região e uma das primeiras do mundo, que ocupa o seu território há 60 anos.

Uma vez mais, o criminosos massacre, que fazia sair às ruas milhões de pessoas, sobretudo árabes, indignadas contra o Estado sionista, era passivamente comtemplado quando não explicitamente apoiado pelos EUA, a EU e a grande maioria dos governos árabes, incluindo o de Mahmud Abbas.

O seu cinismo situa-se no habitual nível dos que falam do direito do ocupante se «defender», dos que pedem o embargo de armas ao povo atacado de Gaza, dos que falam da reconstrução pensando chorudos lucros que terão as suas empresas – como no Iraque –, e que pretendem concretizar sem entrar em linha de conta com o governo do Hamas, ou dos que discutem a «ajuda humanitária» para as vítimas dos governos dos EUA, da UE (incluindo de forma especial o Estado espanhol) ou a NATO, que são quem arma Israel até aos dentes.

A Resistência fortaleceu-se

No Fórum de Beirute apontava-se no mesmo sentido que depois se estendeu à «rua árabe», às organizações populares e à grande maioria dos meios de comunicação do Médio Oriente. Por todo o lado se falava da vitória em Gaza. Como é possível apoiar isso depois de 22 dias de bombardeamentos massivos e indiscriminados com armamento proibido internacionalmente que provocaram uma carnificina de 1.500 mortos e 5.000 feridos, frente a pouco mais de duas dezenas de mortos do lado israelita feitos em combate corpo a corpo nas ruas de Gaza e pelo lançamento de alguns mísseis sobre os assentamentos?

Israel não formulou publicamente os objectivos que perseguia no seu ataque a Gaza, diferentemente do que fez em 2006 em relação ao Líbano. A derrota ali sofrida fê-lo mais cauto. Não obstante, destacados membros do governo sionista como a sua ministra dos Estrangeiros, Tipzi Livni, não ocultava o evidete: tratava-se de dessotar o governo do Hamas e de o substituir pelo da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Dois dias antes do começo do ataque a Gaza, Livni teve uma entrevista com Mubarak no Cairo para o informar pessoalmente disso e assegurar-lhe que seria «rápido e cirúrgico», com uma duração aproximada de três dias. A imprensa árabe, citada por Alberto Cruz num seu recente artigo [1], refere que entre 27 e 30 de Dezembro se instalaram no Sinai (Egipto) 400 elementos das forças de segurança de Mahmud Abbas, sob o comando de Mohammad Dahlan, preparados para se instalaram em Gaza depois da iminente queda do governo do Hamas.

O critério mais justo para fazer o balanço dá-o o presidente sírio Bachar el – Assad na entrevista feita pela televisão libanesa [2]: «Se a destruição de edifícios foi um dos fins da guerra contra o Líbano ou a Faixa de Gaza, o inimigo teria vencido arrasando casas. Se a finalidade era matar civis, também terá ganho a guerra. Mas se o objectivo central era erradicar a Resistência do ponto de vista estrutural, nesse caso foi derrotado.»

«Israel move-se com uma ideia: não me importa que não me amem, é preciso que me temam. Hoje essa ideia, em si mesma, foi derrotada. Hoje ninguém ama Israel e ninguém o teme. A partir destes critérios podemos julgar se houve ou não uma vitória.»

Tal como sucedeu no Líbano, vozes críticas começam a levantar-se nos meios oficiais israelitas: não pelas dimensões do crime, mas porque os objectivos – a destruição estratégica do Hams e a recomposição da sua imagem depois da derrota no Líbano – não foram cumpridos. Numerosos dirigentes israelitas já se expressaram qualificando o resultado de «match nulo» [3] acusam Olmert de ter acabado prematuramente as operações.

Mudança de estratégia e recomposição política no mundo árabe.

O fortalecimento da Resistência inscreve-se num processo complexo de mudança de estratégia das principais organizações políticas árabes e de configuração de uma frente unificada da Resistência, da qual fazem parte os acontecimentos do Líbano em 2006 e o de Gaza em 2009, mas que tem um carácter geral no mundo árabe e islâmico.

Depois do primeiro ataque ao Iraque em 1991, a subsequente conferência de Madrid no mesmo ano, os acordos de Oslo e a unificação do Iémen inicia-se um período marcado pelo sentimento de derrota, de impotência e de capitulações que só começa a mudar com a Intifada do ano 2000.

O renascimento da Resistência não é apenas uma mudança da atitude popular perante o Estado sionista, os seus aliados externos (EUA, UE) e o seu projecto estratégico «O grande Médio oriente» [4]. A vontade de luta também se vai articulando contra os governos árabes e a ANP, cada vez mais considerados como aliados dos primeiros e cujo grau de corrupção e vulnerabilidade dos princípios democráticos mais elementares é progressivamente compreendido pela «rua árabe», contra a qual lançam crescente repressão. Mesmo assim, estes regimes são peças chave, e assim são identificados pelos seus cidadãos, com um discurso ideológico e mediático baseado no «terrorismo» e no «fundamentalismo», com grande aceitação na opinião pública da UE e dos EUA, mas de escassa credibilidade entre o seus povos que demonstram cada dia ao mundo – no meio do horror – a sua inquebrantável vontade de luta.

O ressurgimento da Resistência vai associado a complexos processos políticos inéditos no mundo árabe que afectam as suas três principais correntes ideológicas: o islamismo político, o comunismo e o nacionalismo democrático baazista-nasserista. O ponto de partida é a dupla percepção:

• Da inapelável derrota de cada uma das posições se actuar não só isolada das outras duas, mas também se tiver como estratégia o seu aniquilamento.
• O carácter integral e demolidor do projecto de dominação euro- estadunidense-sionista no Médio Oriente e a sua vontade evidente de impô-lo a ferro e fogo.

Nicolas Dot Pouillard [5] fez uma importante análise [6] destes processos denunciando o interesse da «comunidade internacional» de falsear e confundir as dinâmicas árabes e de as apresenta como confrontos entre «laicos» e «religiosos» e «Islão moderado« e «fundamentalismo». Não é difícil deduzir com que termos qualificam os aliados e quais os que utilizam para a Resistência.

O processo político de fundo é a construção de uma Resistência popular anti-sionista e anti-imperialista unificada, tendo por base acordos políticos, de diálogo e de estreitamento de laços no decorrer da mesma luta.

O processo na Palestina

A pesar do abandono da OLP por parte da FPLP e da FDLP se ter dado com consequência da recua do «processo de paz» apoiado pela OLP de Arafat, é com o ressurgimento da Intifada do ano 2000 que começam a tecer-se os laços de ambas as organizações com o Hamas e com a Jihad.

Os primeiros passos da nova aliança são manifestos na resistência armada. Desde 2001 que funciona um comando unificado que integra as Brigadas Ezzedine al Quasem do Hamas, as Brigadas Abou Ali Mustapha da FPLP, as Brigadas de Resistência Nacional da FDLP e as Brigadas Al Quds da Jihad Islâmica.

As eleições municipais de 2004 foram as primeiras que se realizaram desde 1967 [7]. Então, Israel pretendeu através de eleições debilitar a OLP potenciando personalidades «controladas». O resultado foi exactamente o contrário: o povo palestino votou massivamente nos candidatos da OLP. O Estado sionista optou pelo desterro, a prisão ou o atentado contra os eleitos. Vinte e oito anos depois o principal acontecimento era a participação do Hamas, expoente máximo da rejeição dos acordos de paz. Precisamente para evitar a presença de candidatos pelo Hamas à frente dos municípios foi a razão principal por que Arafat adiou, uma e outra vez, a realização de eleições [8].

A grande novidade destas eleições não foi só o importante resultado eleitoral tido pelo Hamas, mas a concretização da aliança política entre o Hamas, a FPLP, A FDLP, a Jihad e o PPP (Partido do Povo da Palestina, antigo Partido Comunista), contra a Fatah. Esta aliança articulada politicamente pela rejeição dos acordos de Oslo em geral e contra o entreguismo da Autoridade Nacional Palestina (ANP), também inclui sectores dissidentes da Fatah, agrupados nos Comités Populares da Resistência (CPR). Este acordo sobre o papel central da Resistência, a luta contra a corrupção e a defesa dos direitos sócio-económicos permitiu às forças coligadas conquistar muitas e importantes municípios, como Belém ou Ramalah, fosse em listas conjuntas ou votando no candidato melhor colocado, pondo assim de lado a ANP e preparando a vitória nas legislativas do Hamas em 2006.

Estas alianzas representam a ponta de um grande iceberg e não estão isentas de contradições, de aproximações progressivas e conflitos, de subtis redes de diálogo e de confiança mútua – se se tiver em conta a enorme distância ideológica de partida - e só são possíveis entre os lutam duramente do mesmo lado da trincheira.

Dot Pouillard refere um facto no artigo citado que bem pode resumir e ilustrar a complexidade dos acontecimentos: «o Hamas depois da sua vitória nas eleições legislativas de Janeiro de 2006, nomeou drector dos novos serviços de segurança palestinos formados pelo governo Hamas um dos principais activistas dos CPR, Jamal Samhadana, antigo militante da Fatah. Tratava-se de enfrentar, sobretudo na Faixa de Gaza, as forças de segurança dirigidas por Mohammad Dahlan, dirigente da Fatah. (…) Deste modo Saed Siyyam, o novo ministro do Interior palestino, membro do Hamas, escolhe um antigo membro da Fatah , isto é um elemento político do nacionalismo palestino, para dirigir uns serviços de segurança que tinham como objectivo fundamental disputar no terreno o predomínio armado da segurança preventiva, que estava ligada à direcção da Fatah.» O quadro completar-se-ia poucos meses depois quando Samhadana, em Junho de 2006, morreu vítima de assassínio selectivo de Israel.

A «Frente de Resistência» do Líbano

Um processo semelhante está a desenvolver-se há anos no Líbano, onde os avanços eleitorais, acordos políticos e colaboração armada se foram consolidando e se tornaram evidentes durante o ataque de Israel no Verão de 2006 e sua posterior derrota. A liderança política e militar do Hezbollah é indiscutível, mas dentro do que se conhece como «Frente da Resistência», coligação que integra, para além do Amal, o Partido Comunista do Líbano (PCL), movimentos pró-sirios, como Marada a que pertence o deputado Sleiman Frangié, a Corrente Patriótica Livre do general Michel Aoun, maioritária na comunidade cristã, e toda uma série de forças nacionalistas e progressistas, como o Movimento do povo de Najah Wakim ou a Terceira Força, do anterior primeiro-ministro Selim Hoss.

No Líbano diz-se que se uma família tem sete filhos, quatro serão militantes do Hezbollah, dois do PCL, um do Amal e todos serão da Resistência.

A opinião popular predominante pensa que esta unidade, num país assolado por guerras civis, foi o factor determinante para a vitória sobre Israel, e por sua vez contribuiu para ampliar e fortalecer essa mesma unidade. Uma das expressões dessa unidade foi o aparecimento do jornal Al-Akbar, considerado como de esquerda, próximo do Hezbollah e que assume como objectivo é a procura e desenvolvimento de linhas políticas e ideológicas coincidentes entre a esquerda, o nacionalismo e o islamismo. Outro facto de enorme transcendência, entre muitos outros ocorridos em diferentes campos, foi a Conferência Geral de Apoio à Resistência, realizado em Março de 2006 em Beirute e organizado pelo Centro de Estudos pela Unidade Árabe, fundado em 1994. Os Fóruns Internacionais de Beirute de Dezembro de 2006 e o que acaba de se realizar em meados de Janeiro de 2009 são expressões do mesmo tipo de processo de reconstrução da Resistência, que não está livre de escolhos e de contradições.

Os confrontos à volta de diversos problemas, como a crítica feita conjuntamente pela FPLP e a Jihad ao Hamas sobre o confronto armado directo e permanente entre o Hamas e a ANP ou as diferenças entre o Hezbollah e o PCL sobre a reforma da Lei eleitoral e as características do projecto nacional alternativo, são discussões entre aliados e não parecem ameaçar o processo de unidade. Em todo o caso, as dificuldades são evidentes quando, como no caso do Líbano, se fala não apenas da unidade táctica frente ao inimigo mas também das alternativas ao sistema político e económico e quando, além disso, as possibilidades de a maioria real se materializar no governo são cada dia mais.

O que é uma realidade é que o processo de recomposição política que se está dar no Líbano e na palestina existe, com diferentes níveis de desenvolvimento em todo o mundo árabe e de forma particular no Egipto [9]. Este país é provavelmente, depois da Palestina, do Líbano e do Iraque [10], aquele em que o processo de desestabilização do regime é mais intenso, com uma ascensão muito importante da luta do movimento operário e estudantil. É também aquele em que possíveis mudanças políticas teriam maior transcendência regional, como mostra a sua convulsa história, oseu constante papel de mediador político e o facto concludente de ser, depois de Israel, o maior receptor de ajuda militar dos EUA, o que diz bem da sua importância estratégica para os interesses do sio-imperialismo na zona.

O saldo dos acontecimentos mais significativos destes últimos dois anos:
• o golpe de Estado de Abbas rompendo a legalidade palestina e formando um governo apoiado por Israel, Os EUA e a UE, o criminoso bloqueio de Gaza com a tenteativa – falhada uma vez mais – de vergar o seu povo pela fome na esperança de derrubar o seu governo legítimo, o ataque ao Líbano no Verão de 2006 e os 22 dias de massacre iniciados em 27 de Dezembro de 2008.
• Ficou demonstrado, apesar da descomunal desigualdade militar no líbano e em Gaza, que a Entdade sionista não é invencível, que é possível resistir, resistir e ganhar.
• Constactou-se que a trama de leis e de instancias internacionais são, no melhor dos casos, papel de embrulho e que todos os governos do mundo – com excepção dos da Venezuela, Bolívia e Cuba que não tem relações com Israel – assistem impassíveis à matança e destruição. Consequentemente, os povos árabes sabem que apenas podem contar com os seus recursos.
• O Estado de Israel mostrou o seu rosto mais selvagem no Líbano e em Gaza, tal como os EUA no Iraque, mas ambos actuam em representação e seguindo o guião do plano integral de dominação da zona do «Grande Médio Oriente», que também integra a UE e a Turquia e os regimes árabes, e que tem a NATO como seu instrumento político-militar privilegiado.
• O desenvolvimento deste plano e o fortalecimento da luta da Resistência põem cada vez mais em evidência o enorme grau de corrupção e o alinhamento da maior parte dos governos árabes, e de forma muito particular da ANP, com os interesses do sio-imperialismo, por sua vez em crescente crise económica que se abate intensamente sobre as classes populares, Embora por diferentes razões, o Líbano, a Síria e o Qatar são casos à parte.
• As vitórias da Resistência no Líbano e em Gaza são o resultado directo da vontade decidida de luta dos seus povos e do efeito multiplicador da unidade de acção, política e militar, das suas organizações, gérmen de caminhos mais difíceis de proposta política alternativa comum ensinam ao povo árabe – como à classe operária e aos demais povos do mundo – o único caminho possível: a unidade e a luta.


Notas:
[1] Cruz, A. (2009) CEPRID. “La matanza de Gaza pone al régimen de Mubarak en graves apuros”. Ver el artículo en: www.nodo50.org
[2] Entrevista exclusiva concedida por el presidente Bachar el-Asad a la televisión libanesa Al-Manar (www.almanar.com.lb) el día 26 de enero de 2009.
[3] http://www.jpost.com/servlet/
[4] Para lo relacionado con este macroproyecto de dominación militar, económica y cultural de EE.UU., la U.E. e Israel sobre Oriente puede verse Maestro, A.(2007) “La OTAN en Oriente Medio, el puño de hierro de la dominación económica” en www.lahaine.org
[5] Nicolas Dot Pouillard es doctor en Ciencias Políticas en LA Escuela de Altos Estudios en Ciencias Sociales- EHESS (París) y en la Universidad Libanesa (Beirut)
[6] Dot Pouillard, Nicolas (2009) “Un islamismo ouvert sur sa gauche: l´emergence d´un nouveau tires-mondisme arabe?. www.cetri.be
[7] Un interesante análisis sobre los cambios ocurridos el las elecciones municipales de 2004, puede verse en Balawi, Hassan (2006) “Elecciones municipales en Palestina: un cambio progresivo” www.iemed.org
[8] Ibid. Pág, 130
[9] Un análisis reciente de las repercusiones de la masacre de Gaza sobre el proceso político Egipcio, en el que se dan acercamientos entre los Hermanos Mulsumanes, fuerzas de izquierda y el movimiento obrero, en medio de una feroz represión por parte del gobierno del 2º país receptor – tras Israel – de ayuda militar de EE.UU. puede verse en Cruz, Alberto (2009) “La matanza de Gaza pone al régimen de Mubarak en grandes apuros” www.nodo50.org , Cruz, Alberto (2008) “Egipto y Líbano: dos huelgas, una estrategia y una realidad” www.nodo50.org
y en Hossam El-Hamalawy (2008) “La resistencia en Egipto” www.nodo50.org
[10] En Iraq se están dando desde la ocupación procesos de gran complejidad en la recomposición del escenario político y militar que no son analizados en este artículo. Documentos recientes sobre este tema pueden consultarse en: www.nodo50.org


*Ángeles Maestro é dirigente de Corriente Roja e amiga e colaboradora de odiario.info


Tradução de José Paulo Gascão