quarta-feira, 8 de julho de 2009

Você sabe a origem da carne que come?


No Brasil, ninguém pode saber a origem da carne

De acordo com uma investigação feita pelo jornal Folha de S. Paulo, as carnes vendidas em grandes redes de supermercados como Wal-Mart [no RS adota o nome fantasia Nacional e BIG], Carrefour e Pão de Açúcar não possuem, em seu rótulo, a origem do produto. De acordo com a Associação Paulista de Supermercados (Apas) e os supermercados, os consumidores não têm como saber de forma exata a procedência das carnes que compram. A informação é do portal Amazônia.org.

Em entrevista ao jornal, Daniela de Fiori, vice-presidente de sustentabilidade do Wal-Mart Brasil, explica que a única forma, hoje, de os consumidores terem garantia de não compactuar com o desflorestamento da Amazônia é frequentar mercados em que confiam. No entanto a reportagem da Folha encontrou carne de frigorífico do Pará no Wal-Mart do Morumbi (zona oeste da capital paulista). As peças foram embaladas em maio (antes das denúncias). Também havia carne de frigoríficos de outros Estados da Amazônia Legal.

Além do embargo ao Pará, a representante do Wal-Mart diz que as três redes exigem, agora, que os frigoríficos contratem auditorias. "Dada à gravidade das denúncias, entendemos que não há outro caminho, mesmo que isso custe para o setor. As outras medidas [como a suspensão da compra de carne do Pará] são paliativas."

O Carrefour, por meio de assessoria de imprensa, disse que 40% da carne comercializada por ela têm um selo de origem na embalagem. Essas carnes, diz a empresa, são totalmente garantidas, inclusive do ponto de vista ambiental.

Em outros produtos, como os embalados a vácuo, existem normalmente apenas o nome da cidade onde o frigorífico fornecedor opera. Ou seja, mesmo conhecendo muito a geografia brasileira, é complicado saber se determinada cidade está localizada na Amazônia ou não.

"Nós não suspendemos a compra pelo CNPJ dos fornecedores. O controle é feito pelo número do Serviço de Inspeção Federal (SIF), ele que é importante [para rastrear o animal desde o local onde nasceu]", diz Nelson Raymundi, gerente de comercialização de carnes do Grupo Pão de Açúcar. Ele afirma que a maior parte da carne da rede vem do Mato Grosso (que faz parte da Amazônia Legal), Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Segundo o Pão de Açúcar, sua etiqueta Taeq, que representa 3% das carnes vendidas, é a única que tem 100% de controle.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Está no blog Carta Maior....

A bifurcação da humanidade

Não bastam controles e regulações que acabam beneficiando os que provocaram a crise. Faz-se urgente um novo paradigma que redefina a relação para com a natureza com seus recursos escassos, o propósito do crescimento e o tipo de civilização planetária que queremos.

Nos inícios do ano os vinte países mais ricos do mundo (G-20) se reuniram em Londres para encontrar saídas à crise econômico-financeira mundial. A decisão de base foi continuar no mesmo caminho anterior à crise mas com controles e regulações a partir de uma presença maior do Estado na economia. Os controles seriam pelo tempo necessário à superação da crise, a fim de evitar o colapso global e as regulações para restaurar o crescimento e a prosperidade com a mesma lógica que vigorou antes.

Esta opção implica continuar com a exploração dos recursos naturais que devastam os ecossistemas e fazem aumentar o aquecimento global e o fosso social entre ricos e pobres. Se isso prosperar dentro de pouco enfrentaremos crise da mesma natureza, pois as causas não foram eliminadas. Acresce ainda o fato de que os restantes 172 países (ao todo são 192) sequer foram ouvidos e consultados. Pensou-se em ajudá-las mas com migalhas. Efetivamente, toda a África, o continente mais vulnerável, seria socorrida com menos fundos que o governo dos EUA aplicou para salvar a General Motor.

O impacto perverso da crise sobre os países de baixa renda apresenta-se aterrador. Estima-se que, enquanto durar a crise, mais de 100 milhões de pessoas caiam cada ano na extrema pobreza e um milhão de postos de trabalho se perderão por mês. Tal fato fez com que o presidente da ONU, Miguel d’Escoto Brokmann, imbuído de alto sentido humanitário e ético, convocasse uma reunião de alto nível que reunisse os 192 representantes dos povos para juntos discutirem entre si a crise e buscarem soluções includentes. Isso ocorreu nos dias 24-26 de junho do corrente ano nos espaços da ONU. Todos falaram. Era impactante ouvir o clamor que vinha das entranhas da Humanidade: os ricos lamentando os trilhões em perdas de seus negócios e os pobres denunciando o aumento da miséria de seu povo.

Muitas vozes soaram claras: não bastam controles e regulações que acabam beneficiando os que provocaram a crise. Faz-se urgente um novo paradigma que redefina a relação para com a natureza com seus recursos escassos, o propósito do crescimento e o tipo de civilização planetária que queremos. Importa elaborar uma Declaração do Bem Comum da Humanidade e da Terra que oriente ética e espiritualmente o sentido da vida neste pequeno planeta.

Depois de um intenso trabalho previamente feito por uma comissão de expertos, presidida pelo Nobel de economia Joseph Stiglitz e com as colaborações vindas de quatro mesas redondas e da Assembléia Geral concertou-se um documento detalhado que ganhou o consenso dos 192 representantes dos povos. O perigo coletivo facilitou uma convergência coletiva, uma raridade na história da ONU.

O documento prevê medidas inéditas especialmente para salvar os mais vulneráveis sob coordenação de várias instituições internacionais, articuladas entre si. Mas, o mais importante é a apresentação de um programa de reformas sistêmicas que prevê um sistema mundial de reservas com direitos especiais de giro, reformas de gestão do FMI e do Banco Mundial, regulações internacionais dos mercados financeiros e do comércio de derivados e principalmente a criação de um Conselho de Coordenação Econômica Mundial equivalente ao Conselho de Segurança. Desta forma se presume garantir um desenvolvimento estável e sustentável.

O fato desta cúpula mundial é gerador de esperança, pois a humanidade começa a olhar para si como um todo e com um destino comum. Mas todas as soluções se orientam ainda sob o signo do desenvolvimento, o fator principal gerador da crise do sistema-Terra. Ele tem que ser trocado por um "modo sustentado geral de viver", caso contrário assistiremos à bifurcação da humanidade, entre os que desfrutam do desenvolvimento e os que são vítimas dele. Não chegamos ainda ao novo paradigma de convivência Terra-Humanidade, forjador de uma nova esperança.

O próximo futuro, dizia o Presidente da Assembléia, será pela utopia necessária que precisamos construir para permanecermos juntos na mesma Casa Comum.


Leonardo Boff é teólogo e escritor.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A mídia de esgoto e o golpe em Honduras...

Enquanto a internet gorgeia no twitter pela democracia, a mídia de massa apóia descaradamente o golpe em Honduras

Do sitio trezentos


Parece existir uma agenda internacional da mídia afinada com a pauta dos interesses das grandes corporações e da classe média neo-liberal. O fato é que indiferentes à condenação do golpe pelo Departamento de Estado dos EUA, da OEA e da UE; toda grande mídia repete sem cessar a versão da burguesia e classe média neo-liberal hondurenha: Zelaya foi deposto porque ia dar um golpe para se reeleger. Aproveitando o fato de Chavez ter se tornado o espantalho para a classe média dos EUA a mídia não para de repetir que Zelaya quer se transformar em um novo Chavez. Chavez esse que, diga-se de passagem, submeteu-se a 14 pleitos populares diferentes e suporta democraticamente a gritaria insana que clama por um golpe anti-popular na Venezuela. Aqui no Brasil a legião dos júniores – Friazinho, Civitinha, Mesquitinha e Marinho – não consegue sequer disfarçar sua sanha contra o apoio dado por todas as instituições governamentais mundiais ao presidente legalmente eleito de Honduras. Para estes jovens pinóquios e seus veículos envenenados de pouco adianta argumentar que o presidente Zelaya apenas queria fazer uma consulta popular sobre a possibilidade de realizar uma consulta popular sobre a convocação de uma assembléia constituinte na eleição do final de ano quando Zelaya entrega seu mandato. Para impedir a consulta da consulta o golpismo hondurenho amparado em militares e políticos golpistas minoritários invadiram o palácio do governo de madrugada e levaram à força ainda de pijamas o presidente hondurenho Zelaya para a base militar de onde o expulsaram ilegalmente do país. A pronta condenação desta molecagem neo-liberal por Hillary e Obama deixou a classe média neo-liberal estupidificada. Como o golpe foi discretamente auxiliado pelos picaretas remanescentes do antigo governo Bush, os picaretas hondurenhos achavam que iam ter apoio do governo dos EUA, na base do anti-chavismo. Ao invés, entraram em rota de colisão com EUA e Europa, tendo apoio apenas do último trêfego de Bush sediado no govêrno Canadense. Na internet a conversa é outra. O debate come solto no twitter, no Facebook, no Orkut. a Telesur transmite em IPTV uma reunião da ALBA onde Zelaya relata o golpe e desmente que tenha pedido seu próprio afastamento. A blogosfera continua percutindo e perguntando pela legalidade da deposição. As 4 bestas do após-calypso brasileiro – Friazinho, Civitinha, Mesquitinha e Marinho – e sua mídia golpista clamam por Azeredo para calar essa mídia fora de sua agenda global.

A máfia do esporte e o corintians...

Este artigo foi copiado do sitio furacao.com e retrata bem a indignação, tanto dos Atleticanos como dos colorados com relação ao favorecimento do corintians nas competições oficiais, numa semelhança ao que acontece de mais podre na política de nosso país...


NOVA CARA

por Juarez Villela Filho

O futebol brasileiro tem uma nova cara. Aliás, o futebol brasileiro personifica aquilo que temos de mais híbrido na cultura tupiniquim: molejo, malícia, ginga, finta e sacanagem. Tanto com os sucessivos escândalos na vida pública, a falta de cidadania das pessoas cada vez mais preocupadas com seus interesses pessoais em detrimento do bem comum, o convívio já quase harmônico com uma violência galopante e um trânsito caótico e muita sacanagem correndo solta. O time campeão da Copa do Brasil tem isso tudo reunido. O Corinthians Paulista é hoje a cara desse Brasil!

Fez duas belas finais, mas só chegou lá por causa dos sucessivos e determinantes erros de arbitragem em praticamente todas as fases. Ver um elemento desqualificado moralmente como Dentinho agredir covardemente com uma cotovelada o atacante Rafael Moura, se fingir de atingido e simplesmente ser absolvido podendo jogar todas as demais partidas da competição é prova disso. Ver um mau caráter como Cristian “Zidane” fingir se machucar, empurrado ao chão por um companheiro de time para ganhar tempo após o empate Colorado, demorar uma eternidade para sair de campo mas voltar correndo para fazer parte da grande confusão que se sucedeu é prova disso. É uma nova ordem no Brasil, a ordem da sacanagem.

O Brasil tem essa cara, essa cara de sacanagem explícita. Um Flamengo deve trilhões, mas contrata porque simplesmente seus débitos não são cobrados. Sem querer comparar o tamanho dos clubes, mas a Fiorentina decretou falência, teve que disputar as divisões inferiores na Itália até chegar na Série A porquê devedora com credores e o Fisco italiano. Um escândalo de arbitragem como o ocorrido em 2005, quando tiraram o título do Internacional e deram ao clube de Kia Joorabchian teria outro desfecho num país sério. Mas estamos no Brasil, onde o clube querido da maior emissora de TV pode tudo.

Legitimamente e tentando se proteger, já que foi alvo de erro de arbitragem na primeira partida final da Copa do Brasil, a direção do Inter divulgou um DVD com lances que mostravam claramente a ajuda do apito amigo ao time do Parque São Jorge. A grande imprensa do eixo desdenha e ainda dá destaque para o bom goleiro Felipe do time alvinegro que os chamou de “Chororado”. Difícil imaginar, mas tentem ter idéia do tamanho do destaque que seria dado e com que conotação seria dada uma notícia no sentido oposto.....

Mas estamos no Brasil, onde o campeão de sua copa nacional e com vaga assegurada na Libertadores no ano de seu centenário é um clube que treina num terrão onde se tem a petulância de chamar de CT, joga no campo da Prefeitura por não ter estádio, mas mostrará este ano a qüinquagésima oitava maquete do “Fielzão” para atrair investidores e ter mais espaço na mídia, mesmo que todos saibam que sequer a pedra fundamental de um novo estádio vai ser lançada.

Mas estamos no Brasil, um país onde até no futebol o que vale é isso, é essa sacanagem, essa mentira, essa enganação. Um país de qualidade indiscutível no futebol, com uma confederação rica, mas com clubes pobres, que perde seus destaques não mais somente para grandes centros como França, Espanha e Itália e para países com mais dinheiro como Japão e os Países Árabes, mas perde jogadores titulares de seus grandes times para a periferia do leste europeu, para o futebol coreano ou mesmo para divisões inferiores de países muito menores que o nosso.

Ser sério e correto no Brasil parece não valer a pena.

ARREMATE

“Brasil, Mostra tua cara/
Quero ver quem paga/
Pra gente ficar assim” BRASIL – Cazuza, George Israel e Nilo Romério

Cloaca News desmascara midia de esgoto do RS...

A MANCHETE QUE ZERO HORA NÃO DEU


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E A PALHAÇADA QUE PUBLICOU
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O tablóide Zero Hora, do Grupo RBS - afiliado da Globo e destinatário de 80% das verbas publicitárias do governo gaúcho - teve acesso a um documento demolidor: um ofício enviado pela Procuradoria Regional ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, em que o assessor e lobista tucano Lair Ferst denuncia 20 falcatruas das grossas envolvendo a ainda governadora Yeda Crusius, entre as quais a de que a tucana recebia uma polpuda mesada de um esquema criminoso instalado no Detran do Rio Grande do Sul.
Tanto na capa quanto nos títulos internos do jornalóide, não se lê o nome da tresloucada dama, protagonista das negociatas. A explicação talvez esteja na coluna assinada pela melíflua jornalista Rosane de Oliveira, não por acaso, a editora de Política daquela gazeta. "Não se pode tomar a palavra de Lair como definitiva, até porque ele é um dos réus na Operação Rodin. O que Lair forneceu foram pistas para o Ministério Público e a Polícia Federal investigarem com os meios de que dispõem. Somente depois de quebrar sigilos, cruzar dados e montar o quebra-cabeça das relações é que se poderá saber se as denúncias têm fundamento" - escreveu a carismática abelhinha.
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Para conferir as denúncias em poder da Procuradoria-Geral da República, clique aqui e aqui.
Para se lambuzar com a geléia real do jornalismo-sabujo, clique aqui.

Honduras:


"O golpe não poderia ter ocorrido sem a cumplicidade dos EUA"

por James Petras

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Chury: Ao iniciar nosso panorama internacional de notícias, como sempre às segundas-feiras, temos as análises ponderadas de James Petras nos Estados Unidos. Bem vindo, Petras.

Petras: Aqui estamos a analisar os acontecimentos em Honduras e as respostas internacionais num panorama por um lado muito claro e por outro muito escuro.

Chury: Certamente quando me falas de escuro referes-te a Honduras.

Petras: Sim, falamos do golpe de estado e das respostas dos diferentes organismos internacionais, regionais e também a resposta da Venezuela e do presidente Zelaya.

Chury: Aqui há expectativa sobre qual é a atitude assumida pelo governo norte-americano frente ao primeiro golpe que se verifica sob o governo de Barak Obama.

Petras: Bem, mais uma vez uma divisão. Um sector de esquerda analisa os vínculos entre os militares hondurenhos, o Pentágono e organizações clandestinas norte-americanas como a CIA e as fundações com as ONGs golpistas e concluem que os EUA estavam implicados, são cúmplices, porque o controle que têm, a influência que tiveram os militares norte-americanos nas Honduras, é muito profunda e de muito longo prazo...

Chury: Que vem do tempo dos contra também.

Petras: Sem, há muito tempo Honduras foi trampolim para o golpe contra Arbenz em 1954; foi a ponta de lança para a invasão de Cuba em 1961; foi a casa dos contras com 20 mil soldados mercenários lançados a partir de Honduras. É um país muito colonizado desde há muito tempo e Zelaya, por outro lado, é um burguês reformista tibiamente crítico ou, poderíamos dizer, independente de algumas políticas norte-americanas do passado e da actualidade e tenta conseguir benefícios ligando-se à Venezuela por causa da ajuda petrolífera, a ajuda económica. O facto de ter assumido uma autonomia relativa em relação à integração do ALBA associando-se à Venezuela foi a razão para o deslocarem. Agora, a política de Obama é muito mais subtil do que no passado. Diplomaticamente condenaram a situação de violência e em primeira instância não condenaram os militares pelo golpe, mas depois de a OEA o ter feito de forma unânime é que eles se somaram à denúncia. Mas sabemos que o que dizem em público, em fóruns onde não têm alternativa, é uma coisa e o que fazem a partir dos seus contactos e ligações em Honduras é outra. Agora, a prova do envolvimento ou não dos Estados Unidos vai passar pelas medidas que tome a OEA. Há várias possibilidades. A política é: as forças devem dialogar com os golpistas no Congresso e o presidente títere trata de resolver o conflito. Como só restam seis meses do regime eleito, poderiam prolongar as negociações para que ele volte ao governo por pouco tempo mas sem possibilidade de aprovar a reforma da Constituição.

Há que reconhecer várias coisas: Zelaya não propunha um referendo. Era uma consulta que não tinha força de lei. E segundo, foram os militares que se negaram a cumprir as ordens do presidente eleito. E, neste contexto, dizer simplesmente que haja um diálogo entre os violentos, os ilegais, os golpistas, com o presidente eleito parece-me um disparate. Por esta razão: Washington quer castigá-lo como um exemplo para os outros países no Caribe, do que lhes poderia acontecer se eles se envolvem com Chávez. E é uma dupla política. O que a esquerda deveria saber, inclusive alguns que deveriam conhecer isso melhor, é que simplesmente criticar formalmente não significa nada com este presidente que temos. É o mesmo que se passou no Irão com o golpe fracassado, criticar o processo eleitoral enquanto estão a fomentar e financiar os golpistas nas ruas.

Neste caso utilizaram uma parte da institucionalidade e no Irão lançaram os estudantes e os sectores mais pró ocidentais às ruas. Mas é o segundo golpe do senhor Obama, muito bem disfarçado e com a cumplicidade da esquerda que só enfoca no aspecto mais superficial: os militares, que são simplesmente instrumentos da política norte-americana. Todos treinados pelos Estados Unidos, todos assessorados pelos Estados Unidos, todos receberam ajuda financeira e armas dos Estados Unidos. Actualmente há inclusive assessores norte-americanos que funcionam na Embaixada e temos o caso dos militares norte-americanos que em momento algum intervêm para dizer "nós nos opomos a este acontecimento".

Chury: Quer dizer então que na realidade é muito hipócrita a posição do governo de Obama.

Petras: Bem, é muito inteligente manejar melhor as relações públicas e o que cala é bom para que a OEA não condene os Estados Unidos mas condene simplesmente os militares, e enquanto isso as declarações da OEA são que os protestos devem respeitar o âmbito constitucional. Que âmbito constitucional existe quando o Congresso, o Tribunal Supremo e os militares destituíram o presidente eleito? Não há âmbito constitucional; é um quadro anti-democrático e anti-constitucional. Então só querem que a gente marche em protesto e volte para casa. Os sindicatos e os camponeses têm outro projecto: uma greve geral indefinida e marcha permanentes até que o governo de Zelaya retorne. Então há uma diferença subtil que devemos anotar porque as grandes manchetes dizem "OEA repudia o golpe", muito bem. Mas e depois? Como vão manejar a situação, a negociar com estes poderes golpistas que são uma frente muito poderosa? E o que poderia sair disso, desarmar a possibilidade de um voto constitucional e retorna Zelaya como preso na presidência sem capacidade de criar um quadro melhor para que os processos democráticos marchem em Honduras? Por isso digo que há uma parte clara e uma parte escura nisso. Por que todo o mundo aplaude que as Nações Unidas, a OEA, o ALBA, o Mercosul, a Unasur, condenem o golpe. Sim, está bem, mas quais são as acções práticas? Vão impor um embargo, vão romper relações com os golpistas, vão organizar algum embargo sobre o comércio? Que medidas práticas vão tomar? Os Estados Unidos vão retirar o seu embaixador, vão retirar seus assessores golpistas?

Porque uma denúncia simplesmente folclórica e que tudo siga normalmente económica e politicamente parece-me um acto meramente simbólico e inconsequente.

Chury: Petra, isto leva-me a Roma e Júlio César. Parece que para Honduras a sorte está lançada.

Petras: Bem, não sei em que grau. Por exemplo, o que preocupa Bachelet e os outros governos burgueses na América Latina é que este golpe é contra um governo burguês liberal, o de Zelaya, que não mudou nenhuma propriedade, não nacionalizou, não fez nenhuma reforma agrária mas apenas facilitou os direitos democráticos das organizações sociais para que possam articular as suas reivindicações. Nesse sentido é um democrata, mas sem nenhuma radicalidade em medidas sócio-económicas. Por isso queria rever a Constituiçã para introduzir algumas mudanças sócio-económicas, mas até agora as medidas mais progressistas estão na política externa. Mas todos os governos da América Latina devem estar muito preocupados porque eles se podem identificar com um governo liberal democrata e se há um golpe contra Zelaya por que não se podem multiplicar os golpes agora na América Latina a partir das crises económicas e das dificuldades para continuar com a política económica actual? São os seus próprios interesses que estão em jogo agora. Inclusive o governo do Uruguai deve considerar que um golpe na América Central pode parecer algo comum e que não está neste círculo, mas os militares têm um modo de tomar lições do que se passa em outras partes e do que se pode fazer, que podem não escapar a um castigo exemplar. Por esta razão todos querem condenar o golpe; porque poderia ser um efeito dominó: um golpe em Honduras, depois um golpe no Equador, um golpe na Bolíva, ... E por esta razão que é muito perigoso e Washington está a olhar para ver como tudo isso vai acontecer. A primeira prioridade de Washington é deslocar um aliado de Chávez e a segunda, o mal menor, é que volte a ser governo mas enquadrado num contexto em que não possa continuar a mandar, como um presidente preso no palácio presidencial. E depois, em Novembro, em menos de seis meses, outra eleição em que o partido liberal muda o candidato, põe um reaccionário de turno e termina o perigo de uma aliança centro-americana com Chávez.

Há dois carris em Washington: um é simplesmente deslocar Zelaya e o outro é terminar com um prolongamento falso deste governo.

Uma indicação de tudo isso é a reportagem da BBC que lemos esta manhã. Tem uns 15 parágrafos e 13 estão a dar a voz e a opinião da direita. Inclusive a dizer mentiras, como que o senhor Zelaya queria fazer uma emenda à Constituição, o que é falso porque era uma simples consulta, não era propriamente um referendo. E segundo, há comentários do governo dos golpistas, comentários de alguém na rua que diz estar alegre por ter caído o governo.

É um artigo pró golpe esse da BBC, o qual é um media muito degenerado nos últimos anos. Os media reflectem algo do que realmente pensam em Washington e os argumentos que vão mencionar: que os militares estavam apoiados pelo Tribunal Suprema, que não é uma violação ao governo civil e sim que os militares estão a controlar, revertendo a ordem completamente. Tratam de esconder com uma nuvem de fumo o grande significado do golpe, dar-lhe legitimidade enfatizando o novo presidente do Congresso. Dizem que era o segundo na hierarquia presidencial, etc. Devemos ler com atenção o que dizem os media neste sentido, que tentam minimizar o significado da derrubada.

Chury: Em síntese, Petras, os Estados Unidos são alheios a este golpe em Honduras ou são parte dele?

Petras: Eu creio que estão implicados e há que dizê-lo. Os EUA não tiveram problemas em convencer os militares devido aos seus próprios interesses e ideologia e toda a oligarquia estava contra simplesmente porque não controlava Zelaya tão bem como controlava todos os mal chamados presidentes passados. Então foi uma confluência de interesses imperialistas, oligárquicos e militares. E não tenho nenhuma dúvida de que com a presença norte-americana, a presença militar profunda em Honduras, não há nenhuma possibilidade de este golpe ter ocorrido sem a cumplicidade dos Estados Unidos.

Ninguém pode imaginar forças armadas mais subordinadas ao Pentágono que as de Honduras, que não actuam simplesmente por sua conta, não actuam independentemente dos EUA, não actuam sem que os EUA e os militares, que funcionam nos mesmos quartéis, nos mesmos Ministérios, não se pode imaginar que o general do exército de Honduras possa actuar sem a cumplicidade activa dos Estados Unidos.

Chury: Vamos deixar este tema, que certamente vai dar muito o que falar. Tivemos eleições no Rio da Prata. As eleições para a renovação do Congresso argentina e a eleições internas do Uruguai.

Petras: Da Argentina recebemos a notícia de que os Kirchner estão muito enfraquecidos, que subiu a direita dura e, como previmos, com a crise económica o centro-esquerda que é responsável pela política de dependência sofreu muito e então a direita é a primeira beneficiária, mas Pino Solanas [NR] aumentou enormemente a votação.

Chury: Sim, é a surpresa.

Petras: Sim, mas também é uma expressão de como as crises dividiram o país e Pino teve a capacidade de aglutinar uma força, ao passo que todos os trotsquistas, o Partido Obrero, os PTS e os demais fragmentam-se não conseguem nada. O mesmo de sempre: quando aumentam de um por cento para um vírgula cinco crêem que é um grande êxito. Neste sentido creio que é um sinal de que o centro-esquerda está em crise. Dissemos isso há um ano aqui. Que frente à crise económica isto de tentar equilibrar forças entre exportadores, burgueses, industriais, operários, não tinha mais caminho, que não poderia continuar. Mas Kirchner e Cristina Fernández continuaram a mesma política anterior e à crise e a polarização vai contra eles, porque ambos assumem a responsabilidade pelos efeitos da crise capitalista porque são o governo e a direita aproveita na sua posição contra o governo para colher votos dos descontentes. Agora, poderias informar-me se Mujica subiu em relação a Astori e Tabaré?

Chury: Sim, mas não é o principal da eleição de ontem no Uruguai. O principal é que o Partido Nacional, con Lacalle à cabeça, ficou acima da Frente Ampla.

Petras: Repete-se o que se passou na Argentina. Repito: o centro-esquerda em tempos de crise é culpável pelos problemas sociais que surgem. Assumiram toda a responsabilidade pela trajectória capitalista, o capitalismo entra em crise e as pessoas deslocam-se para a oposição, independentemente de que a oposição vá continuar e aprofundar as mesmas medidas de crise que a Frente Ampla. Há uma votação significativa da classe média que diz: quem está a provocar as minhas dores, quem está a afectar o emprego?: é o governo. O governo é a Frenta Ampla, então assume todos os custos de continuar a sua política económica. O que se passa é que a esquerda não é suficientemente forte e diferenciada da Frente Ampla para aproveitar um deslocamento da Frente Ampla para a esquerda. É uma lástima, é trágico que por muito tempo a esquerda tenha estado associada com a Frente Ampla e por esta razão não acumulou uma imagem suficientemente crítica e contra ela para que possam servir como um pólo de atracção. Então ganham o Partido Nacional, Macri na Argentina...

Considero que isso vai ser um fenómeno continental: onde o centro esquerda maneja e manda neste período de crise, sofrerá golpes eleitores.

Chury: Petras, como estamos no final do tempo, tenho que agradecer a análise e dar-te um abraço muito grande. Encontramo-nos segunda-feira como sempre.

Petras: Um abraço para todos.

[*] Entrevista à CX36, Rádio Centenário, do Uruguai, a 29/Junho/2009.

[NR] Fernando Pino Solanas: Director de cinema, autor do filme argentino Memoria del Saqueo . Para encomendar DVDs seus clique em Mémoire d'un saccage e La dignite du peuple .

O original encontra-se em http://www.lahaine.org/index.php?blog=3&p=38940


Esta entrevista encontra-se em http://resistir.info/ .

domingo, 5 de julho de 2009

Permacultura pode resgatar o ser humano do individualismo

Telhado Verde
Telhado Verde. Ajuda a reduzir o barulho dentro de casa e a manter a temperatura constante e, além de grama, o telhado verde pode receber flores, arbustos e ervas medicinais. Foto do jornal O Tempo.

A Permacultura é um movimento que surgiu no campo e hoje se espraiou nas cidades. Conforme explicou o permacultor e bioconstrutor Fernando Costa na Quarta Temática dos Amigos da Terra, ontem, na casaNAT, considera a importância de se observar os processos da natureza e utilizar a sabedoria popular. Por exemplo, costumes que nossos pais e avós, ou hoje em dia, mais aqueles que residem no interior do interior do Estado, mantém como guardar sementes, arrancar matinho das calçadas com a faquinha, construir pequenas cisternas para coletar água de chuva, colocar os restos orgânicos do preparo das refeições na horta como adubo, enfim, se preocupam com a manutenção da vida ao seu redor e para o futuro de seus descendentes. Há quem considere que estas tarefas dão trabalho, são perda de tempo já que há “tecnologias”, leia-se facilidade em se adquirir venenos ou depositar os resíduos em um aterro há dezenas de quilômetros de casa. Quando na verdade é zelo com a biodiversidade.

A racionalização dos usos dos recursos naturais como água, também é pauta para a Permacultura. Na medida em que propõem que se planeje o urbano, contando sempre com a criatividade e a cultura local. Por exemplo, colocando próximo aquilo que se utiliza com maior frequência, de modo a despender menos energia como a de deslocamento. “Até num apartamento, no centro da cidade, é possível plantar hortaliças numa floreira; trocar as sementes com um vizinho por adubo orgânico que ele mesmo faz numa composteira doméstica, fazer uma captação de água da chuva nem que seja somente para molhar as plantas, já que a clorada mata os microorganismos da terra”, disse Fernando, compartilhando o seu exemplo e o de vários amigos seus.

O permacultor chama a atenção para a importância também de ao observar os ciclos da natureza, como o crescimento e desenvolvimento das plantas, que as pessoas não se precipitem e caiam na onda do consumo. Ou seja, para fazer uma composteira doméstica, não é necessário adquirir uma floreira nova, gerar mais resíduo e gasto de energia. Basta reutilizar uma lata de óleo descartada ou outro material que se tenha em casa ou que se encontre abandonado em entulhos. E nem comprar terra preta para adubar o jardim doméstico, já que em dois meses, a composteira doméstica já oferece a terra preta.

Os amigos dos Amigos da Terra, presentes ao encontro, lembraram que o individualismo e a competição vêm na contramão do atendimento das necessidades e do bem-estar das pessoas e dos outros seres à sua volta. Como são os casos dos projetos do Pontal do Estaleiro e do espigão da Lima e Silva. O primeiro porque as construções formarão uma barreira artificial impedindo a passagem dos ventos para a cidade, além do grande aumento da produção de esgoto cloacal que na região é ligado ao pluvial. O segundo, porque vai impedir que moradores de três quarteirões usufruam a luz do sol. Sem esquecer que nos dois casos, a maior concentração de moradores vai agravar o congestionamento das ruas próximas ao dos empreendimentos. A Permacultura pode nos dar respostas a estes e a outros desafios de nossa geração.

O que é Permacultura?

Surgiu na Austrália, no início dos anos 70, com David Holmgreen e Bill Mollison. Os princípios da Permacultura vêm da posição de Mollison de que “a única decisão verdadeiramente ética é cada um tomar para si a responsabilidade de sua própria existência e da de seus filhos” (Mollison, 1990). A ênfase está na aplicação criativa de princípios básicos da natureza, integrando plantas, animais, pessoas e construções em um ambiente produtivo, estético e harmônico.

Saiba mais:
http://permacultura-rs.org.br/newsite/modules/news/
http://vivagasometro.blogspot.com/2008/09/no-ao-pontal-do-estaleiro.html
http://poavive.wordpress.com/2009/05/20/vote-nao/
http://naoaoespigao.blogspot.com/2008/10/no-ao-espigo-da-lima-e-silva.html

* Informe da Amigos da Terra, publicado pelo EcoDebate,

Do sitio EcoDebate

Sobre o mesmo tema leiam, também:

Aeroporto de Tegucigalpa abarrotado de povo à espera de Zelaya

Traduzido por Rosalvo Maciel


Conseguindo impor a vontade popular, uma multidão em marcha abarrotou neste sábado os arredores do aeroporto internacional de Tegucigalpa, para dar as boas-vindas ao presidente constitucional Manuel Zelaya, o qual confirmou seu regresso à República de Honduras para este domingo.

O número de manifestantes fez com que a polícia tivesse que retroceder e abrir-lhes caminho, segundo relatou o documentarista venezuelano Ángel Palacios.

Assim também, o jornalista da Venezuelana de Televisão, Eduardo Silvera, indicou que são centenas de pessoas que se encontram dirigindo-se ao terminal internacional de passageiros.

Este rio de pessoas, como as classificou Silvera, não sabe ainda se permanecerão até amanhã nas adjacências do aeroporto, visto que o usurpador Roberto Micheletti impôs o toque de recolher, impedindo a presença do povo nas ruas a partir das 10 da noite.

Al respeito, o jornalista notificou que os hondurenhos lhe manifestaram a segurança de retornar aos arredores do terminal às 6 da manhã deste domingo, hora na qual conclui o toque de recolher. Disse que o governo de fato anunciou que se deslocarão 20 mil militares para supostamente resguardar a integridade do mandatário constitucional, Manuel Zelaya e do povo.

Franco-atiradores


Luis Galdanas, condutor do programa "Atrás da Verdade", da emissora Radio Globo, denunciou a presença de franco-atiradores no aeroporto de Tegucigalpa, para atentar contra a vida dos que manifestam seu apoio a Zelaya e que se encontram de maneira pacífica no lugar.

Explicou que estes soldados formam parte do esquadrão especial Cobra, subordinados por sua vez à polícia nacional hondurenha.

"Eles estão postados em lugares estratégicos, em locais altos, para, se ocorrer uma revolta, matar aos dirigentes da marcha (...) Não há razão para que a polícia e os militares estejam acantonados no aeroporto, e se a marcha é pacifica, como é possível que coloquem estes franco-atiradores".

"Aqui esta gente está disposta a morrer contanto que seja restituída a democracia em Honduras".


Indicou ainda, que "os contingentes militares se apoderaram das saídas dos departamentos para evitar que o povo se pronuncie na cidade", ao mesmo tempo em que comentou que o povo ha ultrapassou os obstáculos só para apoiar a Zelaya.


Assim também referiu que mais de 200 mil pessoas estão mobilizadas, uma situação nunca antes vista no país centro-americano.


Disse que a imprensa progressista alternativa segue sendo pressionada para não informar sobre o que está ocorrendo em Honduras, detalhando que os meios privados estão ocultando a realidade do que aconteceu nas últimas horas. Disse que estão transmitindo música, esporte, silenciando a mobilização dessa multidão de povo.


Assinalou Galdanas que a resistência pacífica assegura que se captaram Zelaya correrá sangue na defesa do retorno da linha constitucional deste país.


Finalmente, convocou ao que denomina a "mega marcha" até o Aeroporto Internacional de Tegucigalpa a partir das 10 da manhã de este domingo, para receber ao único e reconhecido constitucionalmente presidente Manuel Zelaya.

Original em Tribuna Popular

sábado, 4 de julho de 2009

RELIGULOUS (RELIGÍCULO) - QUE OS CÉUS NOS AJUDE (2008)

CINEASTA: LARRY CHARLES
GÊNERO: DOCUMENTAL
DIÁLOGO: INGLÊS
LEGENDA: PORTUGUÊS
TAMANHO: 339MB
FORMATO: RMVB

Créditos: CinemaCultura

SINOPSE: Religulous acompanha o comediante Bill Maher na sua viagem a locais de culto religioso em todo o mundo, para entrevistar um vasto espectro de crentes em Deus e na Religião. Conhecido pela sua astuta capacidade analítica e pelo seu empenhamento em não ser agressivo para ninguém, Maher aplica a sua característica honestidade e espírito irreverente às questões da Fé, fazendo-nos entrar numa divertida e provocatória viagem espiritual. O filme não trata extamente da existência ou não existência de Cristo e Deus, mas sim das religiões seguidas por todo mundo, em principal a cristã. Como o próprio nome indica: religião + ridículo= Religículo (título alternativo), é um filme no estilo de Zeitgeist com um tom humorístico bem peculiar.

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COMO JUNTAR AS PARTES

Revolucionários desconhecidos.....

Victoriano Lorenzo



Victoriano Lorenzo pertencia à classe do campesinato istmenho relacionado intimamente com os povos indígenas da etnia buglé, da qual provinha, estabelecida principalmente em Veraguas e Coclé.

O líder indígena, involucrado na Guerra Civil entre os partidos Liberal e Conservador, é mais um caso clássico de vontade popular manipulada por interesses oligárquicos. É a prova viva do exemplo de que massas em disponibilidade, identidade popular e ancstral, mesclada com a defesa da posse e do uso da terra natal, formam uma combustão popular quase incontrolável.


Victoriano é um personagem histórico, material, sua carne queimada no fuzilamento de um traidor da oligarquia, portanto, fiel ao povo, é digno de livro de Gabriel García Márquez. Seu Panamá e sua província de Chiriquí, o orgulho cholo, é tão presente n o istmo da porta do mundo como em uma zamba cantando "cholita santiagueña, cholita salteña".



A sabedoria política dos cholos surge da necessidade de protagonismo popular e programa político compatível com as identidades e culturas ancestrais e mestiças; com a carga de informações que exigem a formação de conceitos diretos, formando o arcabouço teórico-metodológico geradores de ideologia de câmbio a partir do distributivismo com os dois pés fincados no campo nacional-popular.

Victoriano Lorenzo é parte da história nossa, desconhecida de nós mesmos; é o outro lado da política do Porrete Grande - Palo Largo - Big Stick; é a versão centro e latino-americana do lado B do protetorado do Império a partir de Miami e da famigerada Escola Panamá (extinta). O orgulho chiriqueño passa pela carne dos cholos de Victoriano.

BiografiaFonte: http://www.biografiasyvidas.com/biografia/l/lorenzo_victoriano.htm