terça-feira, 13 de março de 2012

Há 129 anos, Marx está mais próximo que nunca

140312_karlmarxVermelho - Em 14 de março de 1883 faleceu Karl Marx, filósofo e economista alemão, cuja obra e influência transcendem até hoje, como previu ante sua tumba Friedrich Engels, fiel amigo e co-fundador do socialismo e do comunismo científicos.

Vítima há meses de uma doença pulmonar, sua morte ocorreu em Londres, serenamente como se estivesse dormindo, e foi enterrado em 17 de março junto a sua esposa Jenny, falecida de câncer em 2 de dezembro de 1881.
Marx nasceu em 5 de maio de 1818 em Tréveris (cidade da Prússia renana); estudou nas universidades de Bonn e Berlin, Direito, História e Filosofia; escreveu em vários meios de imprensa, e submeteu sua análise e crítica às ideias filosóficas, econômicas e políticas precedentes.
Sua concepção materialista e dialética, quanto à filosofia e a sociedade, levam-no a fundar junto a Friedrich Engels (1820-1895) uma nova doutrina ideológica.
Marx era, antes de mais nada e, sobretudo, afirmou Engels, um revolucionário; o homem mais odiado e mais caluniado de seu tempo... e morre venerado, amado, chorado por milhões de operários semeados por toda a órbita, desde as minas da Sibéria até a ponta da Califórnia.
E bem posso dizer com orgulho – asseverou – que, se teve muitos adversários, não conheceu seguramente um só inimigo pessoal.
Assim continua até nossos dias tudo o referente a Karl Marx, venerado por milhões e repudiado por outros que tratam de minimizar seu prestígio para além dos tempos e da lógica.
Sua vida esteve intimamente unida ao movimento operário e à criação da doutrina denominada marxista, a que mais prevaleceu desde então, incluídas suas variantes, não só no proletariado, senão entre as forças de esquerda e socialistas em geral.
Uma boa parte de seus esforços dedicou-os à ciência econômica e a demonstração de sua descoberta a respeito da mais-valia.
É autor de numerosas obras, algumas em colaboração com Engels, como A sagrada família, A ideologia alemã e o Manifesto Comunista.
Entre as mais notáveis suas estão, Contribuição à Crítica da Eeconomia Política (1859) e O Capital (tomo I, 1867); outros textos neste campo foram publicados postumamente.
Marx e Engels fundaram sua amizade em 1844, em Paris, onde residia o primeiro, e depois de afiliar-se à sociedade secreta Liga dos Comunistas e assistir a seu 2º Congresso (1847), redigiram a petição do agrupamento o Manifesto (1848), sem dúvida um importante documento.
"Um espectro ronda a Europa: o espectro do comunismo. Todas as forças da velha Europa se uniram em uma Santa Aliança para conjurá-lo...", começa o texto e termina com a exortação "Proletários de todos os países, uni-vos!"
Foi também o mentor da Associação Internacional dos Trabalhadores (1864-1872), a 1ª Internacional, criada em Londres em 28 de setembro de 1864; escreveu seu primeiro Manifesto e diversos acordos, declarações e apelos.
Suas maiores contribuições radicaram no campo teórico, segundo expressou Engels ante sua tumba.
Bem como Darwin descobriu a lei da evolução da natureza orgânica, Marx descobriu a lei pela qual se rege o processo da natureza humana e a especial que preside a dinâmica do regime capitalista de produção e da sociedade burguesa engendrada por ele (a lei da mais-valia).
"A primeira", explica-a Engels com palavras simples: "até ele aparecia soterrado baixo uma fumaça ideológica que o homem precisa acima de tudo, comer, beber, ter onde habitar e com que se vestir, antes de dedicar à política, à ciência, à arte, à religião".
Ou, seja, a produção dos meios materiais e imediatos de vida, o grau de progresso econômico da cada povo ou da cada época – destaca –, é a base sobre a que depois se desenvolvem as instituições do Estado, as concepções jurídicas, a arte e inclusive as ideias religiosas das pessoas desse povo ou dessa época.
À luz de seu método, denominado materialismo histórico, escreveu três obras com respeito à história francesa: As lutas de classes na França de 1848 a 1850, O 18 Brumário de Luis Bonaparte e A guerra civil na França (1870-1871).
Não obstante o desaparecimento da União Soviética e do chamado Campo Socialista no final do passado século, milhões de pessoas estão convencidas que "um espectro percorre o Mundo: o espectro de Karl Marx", parafraseando o Manifesto Comunista.
Desde 2003, Havana foi sede de várias conferências internacionais com o título Karl Marx e os Desafios do Século 21, com a participação de numerosos cientistas sociais de diversa procedência.
"Hoje Marx e Engels estão mais próximos que nunca, porque nunca como agora tem sido o capitalismo tão voraz e destruidor", sustenta a professora cubana Isabel Monal, uma das organizadoras do foro e da revitalização de suas ideias.
Prêmio Nacional de Ciências Sociais (1998), Isabel é Doutora em Ciências Filosóficas, diretora da Cátedra de Estudos Marxistas, do Instituto de Filosofia, e diretora da revista Marx Agora.
Conta em seu aval os estudos realizados na Universidade de Havana, cursos em Educação e em Filosofia, no San Francisco State College e em Harvard, Estados Unidos; bem como trabalhos de investigação na Universidade de Humboldt, da Alemanha.

Fonte: Prensa Latina

Os ruralistas e o hidronegócio

  Roberto Malvezzi (Gogó)  no CORREIO DA CIDADANIA 

“Hidronegócio, literalmente o negócio da água”. É assim que o verbete do Dicionário da Educação do Campo (Fiocruz e Movimentos Sociais) define toda atividade econômica que tem a água como sua principal mercadoria. A agricultura industrial consome 70% da água doce utilizada no mundo, portanto, é a principal atividade econômica interessada na água.

Estamos próximos da Semana Mundial da Água e, em Marselha, acontece o 6º Fórum Mundial da Água. É o encontro do capital da água, junto com representações governamentais e organismos multilaterais como FMI e Banco Mundial. Como já denunciava Ricardo Petrella em 2002, no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, é a reunião da “Oligarquia Internacional da Água, que gera um novo discurso da privatização, mercantilização, como remédio para o que chamam de escassez da água”. A sociedade civil, como sempre, costuma fazer um contraponto paralelo ao evento.

Curioso que uma das representações brasileiras no evento é a senadora Kátia Abreu. Agora a CNA é membro do Fórum Mundial da Água. Por aí já se pode ver quem são seus componentes. E ela disse textualmente que estará lá para “propor um debate em nível mundial sobre a proteção das nascentes, de margens de rios e das áreas de recarga dos aqüíferos que, no Brasil, se chamam Áreas de Preservação Permanente (APPs). São áreas frágeis, de preservação obrigatória, das quais depende o bom funcionamento do ciclo hidrológico. O lançamento ocorrerá durante palestra da presidente da CNA sobre o tema “Agronegócio Brasileiro: Construindo Soluções para Proteção e Uso Sustentável da Água no Campo”, das 12h às 13h45, no Pavilhão Brasil, onde mais de 40 instituições públicas e privadas brasileiras apresentarão seus projetos de responsabilidade ambiental” (Assessoria Comunicação CNA).

Oras, quem é que está propondo a consolidação agrícola das áreas de preservação permanente nas mudanças do Código Florestal? Quem quer mudar a lei para não pagar a multa de mais de oito bilhões em crimes contra as áreas de preservação permanente? Quem quer consolidar a ocupação dos morros? Quem está devastando o Cerrado no oeste baiano e eliminando rios e nascentes? Quem está acabando com o Taquari no Pantanal e assim inundando áreas que antes eram apenas sazonalmente inundadas? Enfim, quem é essa senadora que vai a Marselha defender a preservação de nascentes, beiras de rios e demais áreas que tanto lutamos para que efetivamente sejam preservadas?

Há tempos denunciamos no documento “As Perspectivas do Agro e Hidronegócios no Brasil e no Mundo” os caminhos do agronegócio brasileiro. Por ali já podíamos delinear que o capital no campo avançaria não somente em busca de solos, mas pelos caminhos das águas. A super-exploração de mananciais de superfície e subterrâneos pelos irrigantes segue sem nenhum controle real, como se passa em todo oeste baiano. Aqui em Juazeiro, a quantidade de água utilizada pela AGROVALE para irrigar cana é uma caixa preta a sete chaves.

Portanto, o lugar da senadora é mesmo em Marselha. Estará em casa. Só que a prática de quem ela representa é o avesso de seu discurso.

A cara de pau da senadora é mais dura que estaca de aroeira.


Roberto Malvezzi (Gogó) possui formação em Filosofia, Teologia e Estudos Sociais. Atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.

segunda-feira, 12 de março de 2012

EMBRAPA A SERVIÇO DA MONSANTO E DAS TRANSNACIONAIS?


Por Gilvander Luís Moreira[1], em seu blog

Em tempos de Campanha da Fraternidade sobre saúde pública – CF/2012 -, a EMBRAPA[2] pediu liberação do herbicida Glifosato também para a cultura da mandioca. Essa é uma lamentável notícia que exige, no mínimo, sete breves comentários.

1 – A EMBRAPA é uma das empresas públicas que mais recebem dinheiro das transnacionais para investimento em pesquisas, melhor dizendo, aperfeiçoamento tecnológico na produção agropecuária. Um ditado popular diz: “quem paga a banda, escolhe a música”, ou seja, grande parte das pesquisas feitas pela EMBRAPA no último período tem sido para beneficiar as grandes empresas do ramo de agrotóxicos, como a própria MONSANTO que no ano de 2010 passou para a EMBRAPA nada menos que R$ 5,9 milhões para investir em pesquisas para os próximos 3 anos (2011, 2012 e 2013). [Como pode ser constatado aqui e

2- O Glifosato é um herbicida sistêmico não seletivo, ou seja, mata qualquer tipo de planta, exceto aquelas geneticamente modificadas para resistir ao glifosato, como é o caso das plantas (soja, por exemplo) com a marca RR (Roundup Ready), produzida pela MONSANTO. Um dos agrotóxicos mais vendidos pela Monsanto no país é o Roundup, que tem como principal ingrediente o glifosato.

3 - O uso massivo do glifosato tem provocado a aparição de resistência por parte de algumas plantas, levando a um aumento progressivo das doses usadas, e assim a uma desvitalização e perda de fertilidade da terra, afinal o herbicida elimina também, bactérias que são indispensáveis à regeneração do solo e manutenção de sua fertilidade. Este processo faz com que a cada dia aumente o uso de fertilizantes químicos, que alimentam as plantas e não fertilizam a terra, aumentando ainda mais o ciclo vicioso. Só no ano passado (2011), as importações brasileiras de fertilizantes (20,7 milhões de toneladas) somaram um gasto de 9,1 bilhões de dólares. Quem está mesmo ficando com os lucros e quem está ficando com os prejuízos?

4 - Rubens Onofre Nodari, agrônomo, mestre em Fitotecnia e doutor pela University Of California At Davis, professor na UFSC, afirma que além dos problemas no meio ambiente, o glifosato traz problemas à saúde pública, como o aumento da incidência de certos tipos de câncer e alterações do feto por via placentária. Reduz a produção de progesterona e afeta a mortalidade de células placentárias atuando como disruptor endócrino, ou seja, ele aciona genes errados, no momento errado, no órgão errado. O glifosato também causa, por exemplo, diminuição da produção de espermas, conforme vimos em experimentos feitos em ratos, ou produz espermas anormais. No caso do sistema endócrino, ele pode, por exemplo, inibir algumas enzimas. Ele vai alterar os hormônios que entram na regulação da expressão gênica.

5 - Desta forma vemos que a EMBRAPA, criada no início da década 70 do século XX, em plena ditadura, pelo então presidente Médici (que já fazia parte das estruturas criadas para dar suporte à imposição da chamada "Revolução verde", agricultura altamente mecanizada, que por sua vez impôs sobre a agricultura o lixo da 2ª Grande Guerra, incluindo, além de máquinas pesadas, armas químicas que foram transformadas em agrotóxicos) segue ainda hoje cumprindo o papel de criar condições para o avanço do Capital na agricultura, na qual umas poucas empresas lucram, melhor dizendo, furtam, e o conjunto da sociedade fica com os problemas gerados, sejam eles sociais, ambientais e até mesmo econômicos. Injustamente é a estrutura do Estado, que se diz Democrático de Direito, atuando em favor do Agronegócio e consequentemente em favor do beneficio das empresas transnacionais que dominam a produção e comercialização de agrotóxicos.

6 - Vamos deixar o Brasil se tornar a maior lixeira tóxica do mundo? O Brasil já é o campeão mundial no uso e consumo de agrotóxico. Confira o Filme-documentário “O Veneno está na mesa”, do diretor Sílvio Tendler. Por esse motivo, o deputado federal Padre João (do PT) está travando uma batalha na Câmara Federal contra o uso de agrotóxicos.[3]

7 – É inadmissível que a EMBRAPA continue com projetos de melhoramento na produção agropecuária que fortalecem os projetos das empresas transnacionais, agridem o meio ambiente e adoecem o povo brasileiro. A coluna mestra da EMBRAPA deve ser pesquisar nas áreas de agricultura familiar, com adubação orgânica. A EMBRAPA precisa assimilar em todas suas pesquisas o paradigma da Agroecologia. Só assim estará contribuindo para que a saúde se difunda por todo Brasil.
Enfim, quase todos os venenos devem ser proibidos. O uso deles só é tolerável como exceção e não como regra geral, o que lamentavelmente vem acontecendo. Roundup e muitos outros agrotóxicos são desenvolvidos para matar, não fazem parte da ética da vida. Há uma aliança macabra não confessada entre o agronegócio e a indústria farmacêutica. Produz-se alimentos envenenados para adoecer as pessoas e, assim, jogá-las nas garras da indústria farmacêutica que é a segunda que mais lucra, melhor dizendo, furta – após a indústria bélica. Em nome da Campanha da Fraternidade sobre Saúde Pública repudiamos a liberação do glifosato para a mandioca e todos os seus derivados.

Belo Horizonte, MG, Brasil, 11 de março de 2012.

[1] Frei e padre carmelita; mestre em Exegese Bíblica; professor Teologia Bíblica; assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina; e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br – www.gilvander.org.br – www.twitter.com/gilvanderluis – facebook: gilvander.moreira
[2] Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
[3] Acompanhem mais informações no site do mandato: www.padrejoao.com.br

Altamiro Borges: A queda do cartola Ricardo Teixeira

Por Altamiro Borges

Depois de muita agonia, finalmente os torcedores podem comemorar: na manhã de hoje (12), o cartola Ricardo Teixeira anunciou a sua renúncia à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ao Comitê Organizador da Copa-2014 (COL). A sua queda já era esperada há tempo, mas ele adiou a saída para preparar, nos bastidores, uma transição menos traumática. Quem o substitui na CBF é o seu fiel aliado José Maria Marin, o ex-governador malufista de São Paulo.

Mesmo assim, a queda evidencia a fragilidade do bando que dirige a entidade máxima do futebol brasileiro há duas décadas. Além dos protestos crescentes dos torcedores nos estádios, Ricardo Teixeira vinha perdendo influência política. A presidenta Dilma Rousseff sequer o recebia mais em audiências. Para piorar, cresceram as denúncias de corrupção envolvendo sua gestão na CBF. Até a TV Globo, que sempre protegeu o cartola, percebeu que era o momento de deixar o barco.

*****

Abaixo, a conturbada trajetória de Ricardo Teixeira segundo o sítio UOL:

16/01/1989


Aos 41 anos, é eleito presidente da CBF e anuncia o técnico Sebastião Lazaroni na seleção brasileira. Seu diretor de futebol, Eurico Miranda, listou os 39 selecionáveis para as eliminatórias da Copa-1990. E a primeira polêmica foi criada. A lista tinha dez atletas do empresário uruguaio Juan Figer e sugeria favorecimento, uma vez que não foi divulgada pelo novo treinador, que estava no futebol árabe, mas por Eurico Miranda, também vice de futebol do Vasco.


16/07/1989


A seleção derrota o Uruguai por 1 a 0 (gol de Romário), no Maracanã, e conquista a Copa América após 40 anos do último título.


19/07/1989


Tem início a disputa da primeira Copa do Brasil, competição criada no primeiro ano da gestão de Ricardo Teixeira e que teve o Grêmio como campeão.


16/01/1990


João Havelange, presidente da CBF, diz que ao deixar a Fifa (previa a saída em 1994) o melhor nome para sucedê-lo era o de Ricardo Teixeira. Dias depois, em entrevista para aFolha, desconversou e disse que precisava ser alguém jovem para o cargo.


18/01/1990


Polêmica com a federação portuguesa. Sporting, Porto e Benfica chegaram a se recusar a liberar os brasileiros para a seleção alegando que a CBF não havia acertado seguro e o salário dos selecionáveis nos jogos de 1989. Silas era do Sporting, Branco, do Porto e o trio Valdo, Ricardo Gomes e Aldair, do Benfica.


24/06/1990


A seleção perde para a Argentina por 1 a 0 (gol de Caniggia), em Turim, e é eliminada nas oitavas de final da Copa do Mundo da Itália. Lazaroni perde o emprego e o ex-jogador Paulo Roberto Falcão é chamado para o cargo.


19/05/1991


A data marca o que foi a primeira virada de mesa da era Teixeira. Neste dia, a primeira fase do Brasileiro-1991 terminou com o Grêmio rebaixado. O time disputou a Série B em 1992, mas ficou distante dos primeiros colocados. O jeito encontrado pela CBF para trazer a equipe de volta para a elite foi inchar o Brasileiro-1993, promovendo 12 clubes.


21/07/1991


A seleção fica com o vice da Copa América do Chile. Nem mesmo a vitória por 2 a 0 sobre a equipe da casa mudou a sorte do time de Falcão.


17/07/1991


O cartola antecipa a eleição de janeiro de 1992 para esta data e é reeleito. Ele concorreu sozinho e foi escolhido por unanimidade pelas 27 federações. O segundo mandato iniciou oficialmente em 16 de janeiro de 1992, válido até a mesma data de 1996. O pleito foi outra polêmica na sua trajetória na CBF. Ao antecipar a votação concorreu com a oposição enfraquecida e sem ser enquadrado na Lei Zico (ainda um projeto).


31/07/1991


Em reportagem de capa, a Folha mostra que a reeleição de Teixeira é contestada em Brasília e considerada "manobra ilegal". Isso porque ao antecipar a eleição em seis meses ele concorreu sem adversários e evitou ser enquadrado pelo "Projeto Zico" (que seria votado Lei em agosto). Caso isso ocorresse, o projeto estenderia o direito a voto a 84 clubes, além das 27 federações, possibilitando um pleito mais equilibrado.


22/09/1991


Em entrevista à Folha, Teixeira diz que está insatisfeito com a seleção e que a equipe deveria ser formada apenas com jogadores que estão no Brasil. Prometia ainda ficar no cargo até janeiro de 1996 (fim do segundo mandato) e não almejava dirigir a Fifa.


02/08/1992


Com vitórias contra Estados Unidos e México, a seleção conquista a segunda taça da era Teixeira na Copa da Amizade, nos Estados Unidos. Torneio não oficial.


27/06/1993


Mais uma vez a seleção é eliminada pela Argentina em um torneio oficial. Dessa vez nas quartas da Copa América do Equador. Após 1 a 1, perdeu nos pênaltis por 6 a 5.


25/07/1993


A seleção brasileira é derrotada pela Bolívia e perde a invencibilidade de 31 jogos e 40 anos em eliminatórias da Copa do Mundo (desde 1954). O time treinado por Carlos Alberto Parreira ouve muitas críticas.


19/09/1993


A seleção derrota o Uruguai por 2 a 0 (gols de Romário), no Maracanã, e assegura sua participação na Copa do Mundo de 1994.


17/07/1994


Após empate sem gols, a seleção brasileira derrota a Itália nos pênaltis por 3 a 2 e conquista a Copa do Mundo após 24 anos da última conquista. No retorno ao Brasil, a delegação trouxe dos EUA 17 toneladas de bagagens e compras (tinha embarcado com duas toneladas na ida). O cartola foi acusado de ter transportado equipamentos para sua choperia El Turf, protagonizando o que ficou conhecido como "voo da muamba".


11/06/1995


O Brasil supera a Inglaterra por 3 a 1 e fatura a Copa Umbro, terceiro título da era Teixeira. Antes tinha vencido Suécia (1 a 0) e Japão (3 a 0).


03/07/1995


Teixeira é reeleito pela segunda vez com o voto de 26 federações estaduais e de todos os 24 clubes que participam da primeira divisão do futebol brasileiro. A federação do Pará não votou. Não houve nenhum candidato de oposição. Na solenidade, Teixeira afirmou que a disputa da Olimpíada de Atlanta-1996 era a prioridade.


23/07/1995


Nos pênaltis, o Brasil é vice da Copa América do Uruguai em duelo contra a seleção anfitriã. No tempo normal foi 1 a 1 e nos pênaltis derrota do time de Zagallo por 5 a 3.


31/07/1996


Na semifinal dos Jogos de Atlanta-1996, a seleção perde para a equipe da Nigéria por 4 a 3 e vai disputar o bronze. Goleia Portugal por 5 a 0.


24/11/1996


A data marca o que foi a segunda virada de mesa da era Teixeira. Fluminense e Bragantino, rebaixados, ficaram na elite em 1997 beneficiados pelo escândalo de arbitragem que envolveu Ivens Mendes (ver maio de 1997). O caso cancelou os rebaixamentos, mas não os acessos da Série B para a elite do Nacional.


05/12/1996


Celebrado como um dos grandes feitos da gestão de Teixeira, a CBF apresentou as novas camisas confeccionadas pela Nike. O contrato rendeu para os cofres da entidade US$ 220 milhões (total) em dez anos, além de investir mais US$ 180 milhões em eventos e promoções.


01/01/1997


A CBF assina o segundo acordo milionário, dessa vez com a Coca-Cola. O acordo previa R$ 30 milhões (total) até o fim do contrato, no final de 2002. Em maio de 2001, a entidade rescindiu o acordo e fechou com a AmBev (guaraná Antarctica) por uma cifra maior.


07/05/1997


Reportagem publicada pela TV Globo mostram gravações telefônicas que sugerem a manipulação de resultados. O dirigente pedia R$ 25 mil a dirigentes do Atlético-PR em troca de "ajuda" e R$ 100 mil (esquema que foi apelidado de "um, zero, zero") para o presidente do Corinthians, Alberto Dualib. Mendes pediu demissão da Comissão de Arbitragem da CBF (ele estava no cargo desde 1989) e Armando Marques assumiu.


29/07/1997


"Vocês vão ter de me engolir." Assim Zagallo desabafou após o título da Copa América da Bolívia. Na final, vitória do Brasil sobre a seleção anfitriã por 3 a 1.


21/12/1997


Com goleada por 6 a 0 sobre a Austrália, o Brasil conquista pela primeira vez a Copa das Confederações, disputada na Arábia Saudita.


12/07/1998


Com uma derrota por 3 a 0, a seleção perde a final da Copa do Mundo para a anfitriã França. O jogo ficou marcado pelo problema de saúde sofrido pelo atacante Ronaldo na noite anterior à final.


01/07/1999


Pela terceira vez Teixeira é reeleito na CBF. Novamente como candidato único e de forma unânime. O pleito criou uma comissão anti-Lei Pelé, que ainda seria votada. A Lei Pelé iria regulamentar todo o esporte brasileiro. A obrigatoriedade da transformação dos clubes em empresas, o limite de prazo dos contratos dos jogadores e a proibição do registro de atletas na CBF são alguns pontos que incomodavam os dirigentes.


18/07/1999


A seleção derrota o Uruguai por 3 a 0 (dois gols de Rivaldo e um de Ronaldo) e fatura o título da Copa América do Paraguai.


04/08/1999


Com uma seleção mais jovem e reformulada por Vanderlei Luxemburgo, a seleção perde o bi da Copa das Confederações para o México por 4 a 3.


03/07/2000


A CBF desiste da candidatura à Copa do Mundo de 2006, em favor da África do Sul. "Nós estaremos trabalhando em prol da candidatura da África do Sul, para obter o apoio deles para a Copa-2010", disse Ricardo Teixeira na ocasião.


20/07/2000


Como o Gama ganhou na justiça comum o direito de estar na primeira divisão (foi rebaixado em 1999), o futebol brasileiro sofre a terceira virada de mesa. Bahia, Fluminense, Juventude e América-MG, que estavam na Série B, também são incluídos no Nacional, que passa para 25 participantes. A inclusão foi arquitetada pela CBF e pelo Clube dos 13.


07/06/2000


O Brasil cai ante a França na semifinal da Copa das Confederações com derrota por 2 a 1. O revés faria Emerson Leão, que chamou basicamente atletas que só atuavam no campeonato nacional ser demitido. Antes o time ainda perdeu para a Austrália por 1 a 0 na decisão de terceiro lugar.


23/10/2000


Com dois jogadores a mais, a seleção brasileira olímpica, comandada por Vanderlei Luxemburgo, perde para a equipe de Camarões por 2 a 1 na prorrogação e é eliminada nas quartas de final de Sydney-2000.


31/08/2001


É internado no hospital Pró-Cardíaco, na zona sul do Rio, após sentir dores nos braços. Teixeira foi submetido a uma angioplastia (cirurgia plástica nos vasos sanguíneos) na artéria coronária direita, que apresentava obstrução de 85% e liberado três dias depois.


10/04/2001


Ricardo Teixeira depõe para a CPI instalada na Câmara, em outubro de 2000, para investigar supostas irregularidades no contrato entre a CBF e a multinacional Nike. Também deporia na CPI do Senado, na qual é acusado, entre outros crimes, de apropriação indébita dos recursos da confederação, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. O governo federal pediu a saída de Teixeira, mas a vitória na Copa-2002 (14 meses depois) e o apoio de cartolas o mantiveram no cargo.


24/05/2001


CBF assina novo acordo com a AmBev por cerca de US$ 180 milhões em 18 anos. Mais um contrato milionário da gestão de Teixeira. Embora tenha dito na época que o negócio não tinha intermediários, a Folha revelou em junho do mesmo ano que empresa do economista Renato Tiraboschi, ex-sócio e amigo do cartola, recebeu US$ 8 milhões.


23/07/2001


Nas quartas de final da Copa América, o Brasil é surpreendido pela seleção de Honduras, perde por 2 a 0 e é eliminado. Luiz Felipe Scolari recebe muitas críticas, mas é mantido como técnico.


24/08/2001


Relatório elaborado pela Câmara dos deputados que fizeram parte da CPI CBF/Nike, finalizada em julho, apontou que as federações que demonstraram apoio a Teixeira entre 1998 e 2000 receberam R$ 12,5 milhões em doações da CBF.


31/08/2001


O cartola é internado no hospital Pró-Cardíaco, no Rio, após sentir dores nos braços. Ele foi submetido a uma angioplastia (cirurgia plástica nos vasos sanguíneos) na artéria coronária direita, que apresentava obstrução de 85%. Foi liberado três dias depois.


30/06/2002


O Brasil conquista o pentacampeonato da Copa do Mundo ao derrotar a Alemanha, no Japão, por 2 a 0 (gols de Ronaldo).


29/03/2003


A CBF testa pela primeira vez a fórmula de pontos corridos no Campeonato Brasileiro. O sistema agradou e foi mantido desde então. Com 24 clubes nas duas primeiras edições, 22 em 2005 e 20 desde 2006.


23/06/2003


Com empate contra a Turquia, o Brasil cai na primeira fase da Copa das Confederações. Antes perdeu para Camarões e venceu os Estados Unidos.


09/07/2003


Com voto em branco do São Paulo e nulo do Vitória, o cartola é reeleito com 46 dos 49 votos disponíveis. Votaram as 27 federações e os 24 clubes do Brasileiro-2003.


25/07/2004


Com uma seleção mista, o Brasil conquistou mais uma edição da Copa América. No Peru, empatou com a Argentina por 2 a 2 e venceu a final nos pênaltis por 4 a 2.


29/06/2005


Com direito a goleada sobre a Argentina por 4 a 0, a seleção conquista o segundo título da Copa das Confederações, disputada na Alemanha.


23/09/2005


Segundo esquema de manipulação de arbitragem é revelado. Uma reportagem da revista "Veja" denunciava uma rede de apostas realizadas pela internet, no qual estava envolvido o árbitro Edílson Pereira de Carvalho. O esquema de manipulação de resultados para favorecer um grupo de empresários foi batizado como Máfia do Apito. No dia 2 de outubro os 11 jogos suspeitos foram anulados e remarcados.


30/09/2005


O ex-árbitro Armando Marques deixa o cargo de presidente da Comissão de Arbitragem da CBF por causa do escândalo de manipulação de resultados no Brasileiro-2005. Marques substituiu Mendes, que pediu demissão em 1997 também após escândalo.


15/04/2006


Sem abrir concorrência, a CBF renovou com a parceria com a Nike, aumentando para mais 12 anos. O novo acordo previa o pagamento de US$ 12 milhões por ano.


16/07/2007


É reeleito mais uma vez com mandato até 2012. Ele recebeu o voto das 27 federações e apoio dos 20 clubes do Brasileiro-2007. Um dia antes a seleção tinha conquistado a Copa América com vitória sobre a Argentina por 3 a 0, na Venezuela.


30/07/2007


Apontada como a possível maior vitória da era Teixeira, o Brasil é escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014. A decisão foi anunciada em Zurique, na Suíça.


22/08/2008


O Brasil chega novamente a semifinal de uma Olimpíada, mas é eliminado pela Argentina por 3 a 0. Na decisão da medalha de bronze vence a Bélgica por 3 a 0.


15/05/2009


O atacante Ronaldo afirma que o cartola tem "duplo caráter" na sabatina da Folha. "Até 2006 a gente tinha ótimo relacionamento, e acabou. Não me importa absolutamente nada ter relacionamento com uma pessoa de duplo caráter. É muito fácil, na hora que se ganha, estar ali e levantar troféu, ser campeão junto com os jogadores. Na hora que perde, é fácil também pegar alguém para Cristo e crucificar essa pessoa", disse.


31/05/2009


Em evento nas Bahamas, foram anunciadas as 12 cidades-sedes da Copa do Mundo-2014: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Curitiba, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza, Manaus e Cuiabá.


28/06/2009


A conquista da Copa das Confederações da África do Sul, com vitória contra os Estados Unidos por 3 a 2, é até o momento o último título da era Teixeira.


21/12/2010


O cartola anuncia que a unificação dos títulos de campeão brasileiro de 1959 a 1970. Assim, Santos e Palmeiras passam a ser recordistas com oito conquistas e o Brasileiro-1971 deixa de ser considerado como a primeira edição do Nacional.


25/03/2011


Uma possível CPI para investigar a organização da Copa-2014 perde força após Teixeira visitar o Planalto. Uma semana antes Anthony Garotinho, deputado pelo PR-RJ, passou a recolher assinaturas para a instalação da CPI. Eram necessários 171 nomes, mas ao menos 34 deputados retiraram a assinatura após a visita de Teixeira.


06/04/2011


Em balanço divulgado por Teixeira é informado que a CBF registrou um lucro líquido de R$ 83 milhões ao longo de 2010. Recorde na história da entidade. De 2008 para 2009, o lucro havia subido 126%: de R$ 32 mi para R$ 72,4 milhões.


08/07/2011
Em entrevista para a revista "Piauí", o cartola diz que pode fazer "todo tipo de maldade" na Copa do Mundo de 2014 para atingir inimigos. "Em 2014, posso fazer a maldade que for. A maldade mais elástica, mais impensável, mais maquiavélica. Não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo. E sabe o que vai acontecer? Nada. Sabe por quê? Porque eu saio em 2015. E, aí, acabou", disse. O cartola classificou a imprensa brasileira como "vagabunda" e disse estar "cagando" para as denúncias. "Que porra as pessoas têm a ver com as contas da CBF?"


13/08/2011
Matéria veiculada no "Jornal Nacional" da TV Globo apresenta as investigações sobre supostas irregularidades em contrato da seleção brasileira para a realização de um amistoso contra Portugal, em 2008. A reportagem chamou a atenção porque Teixeira era até então um aliado histórico da emissora.


20/10/2011


O novo estádio do Corinthians, que está sendo construído em Itaquera, é confirmado como palco da abertura da Copa do Mundo-2014. No dia seguinte o delegado Victor Hugo Poubel, chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes Financeiros da Superintendência da Polícia Federal no Rio, diz à Folha que Teixeira voltará a ser investigado pela PF por suspeita de lavagem de dinheiro.


01/12/2011


Dois anos após dizer que cartola tinha "duplo caráter", o ex-jogador Ronaldo diz ser amigo dele. "O presidente [Teixeira] me conhece desde que tenho 13 ou 14 anos. Nossa relação é a melhor possível. Aquela pequena briga foi um momento isolado e superado completamente", disse em coletiva.


08/12/2011


O presidente da Fifa, Joseph Blatter, ameaça revelar provas de que Teixeira recebeu suborno no da empresa ISL, que prestou serviços para Fifa e faliu em 2001. A ameaça não se concretizou e o caso continua sob sigilo judicial na Suíça.


15/01/2012


Reportagem de capa da Folha apresenta documento que revela que uma fazenda cartola é o elo entre o dirigente e a Ailanto Marketing. Essa empresa é investigada por superfaturar o amistoso da seleção brasileira contra Portugal em 2008. A pressão sobre Teixeira aumenta.

Caiu a máscara: Investigação descobre fraude da blogueira cubana Yoani Sánchez


- por Jorge Lourenço, Jornal do Brasil

Velha opositora do governo cubano, a blogueira Yoani Sánchez teve um dos seus truques revelados pelo jornalista francês Salim Lamrani. De acordo com uma investigação conduzida por ele, o perfil de Yoani Sánchez no Twitter é artificialmente "bombado" por milhares de perfis falsos.

Generación Y
Sob o nome de Generación Y, o mesmo do blog que a deixou famosa, o perfil de Yoani no microblog tem 214 mil seguidores. Considerada pela mídia estrangeira como "influente", ela é seguida por apenas 32 cubanos. Mas as estranhezas não param por aí.

Super-seguidora
Yoani segue 80 mil pessoas no Twitter, um número completamente descabido. Conforme Salim Lamrani apurou, a blogueira cubana usa sites de troca de seguidores para aumentá-los e parecer mais popular na internet. Em troca de receber novos usuários, ela precisa segui-los. Daí a razão para seguir 80 mil perfis no Twitter.

Super-seguidora II
A fraude da cubana não para por aí. Do total, cerca de 47 mil seguidores do Yoani são falsos. São usuários que não são seguidos por ninguém, não seguem ninguém mais exceto a própria blogueira e sequer têm fotos de perfil.

O medo chama
Vazamentos recentes do Wikileaks indicam que o sucesso de Yoani na internet também tem o dedo do governo norte-americano. Nas correspondências, funcionários do governo americano mostram preocupação com as mensagens pessoais da blogueiras, que poderiam comprometê-la internacionalmente.

Escândalo abafado
A cubana, aliás, protagonizou um dos momentos mais pitorescos da imprensa internacional nos últimos anos. Ela convocou vários jornalistas para uma coletiva de imprensa na qual explicaria um suposto sequestro seguido de espancamento em público. Os agressores seriam integrantes do governo de Fidel Castro.

Só que Yoani apareceu na coletiva sem qualquer traço de agressão no corpo, não soube explicar como as manchas sumiram num intervalo de 24 horas e não apresentou qualquer testemunha.

domingo, 11 de março de 2012

Alemanha, o passado e o presente*


Rui Paz
Rui Paz 
É nos momentos de crise que a natureza reaccionária dos estados imperialistas se revela. Um Estado como a Alemanha Federal, fundado sob a protecção militar da NATO por «democratas» que serviram um regime de terror, reflectirá forçosamente na sua doutrina e comportamento princípios avessos à igualdade de direitos e ao respeito pela soberania dos povos.

Há mais de vinte anos que o grande capital alemão anda a rever a História, a criminalizar as vítimas da opressão nazi e as forças que mais lhe resistiram, como a URSS, os comunistas e o movimento operário. Durante 45 anos, a Alemanha Federal esteve sob controlo dos seus aliados militares. Os laços, que sempre ligaram o capital monopolista ao regime hitleriano, derrotado em 1945, estão bem visíveis não só nas dinastias de industriais e banqueiros que transitaram do nazismo para a República Federal mas também no elevado número de altos dirigentes do Estado que fizeram carreira em ambos os regimes. Recordar algumas dessas figuras mais significativas é importante para se compreender a nova vaga de ataques aos direitos do trabalhadores e de desrespeito pela soberania dos povos desencadeada por Berlim desde a chamada «unificação».
O primeiro presidente da República da Alemanha, Theodor Heuss, foi um dos deputados que a 23 de Março de 1933 votou no Reichstag a lei que deu a Hitler plenos poderes (Ermächtigunsgesetz). O seu sucessor será Heinrich Lübke, construtor de campos de concentração e de centros de trabalho escravo no III Reich. Após um curto interregno, seguir-se-ão Walter Schell e Karl Carstens, ambos antigos membros do partido de Hitler, o NSDAP. Kurt Georg Kiesinger, membro do partido nazi desde Fevereiro de 1933 será chanceler da Alemanha entre 1966 e 1969. A subida de Hans Globke ao cargo de secretário de Estado da chancelaria de 1953 a 1963 veio demonstrar não haver limites para a recuperação de nazis pelo regime de Adenauer. Globke foi o comentador oficial das leis racistas de Nuremberga, cuja finalidade era a defesa da pureza do sangue e da superioridade da raça ariana. Enquanto nazis ocupavam cada vez mais importantes funções políticas, o governo de Bona ilegalizava em 1956 o Partido Comunista Alemão (KPD) e desencadeava uma nova vaga de perseguições contra os comunistas.
Um Estado como a Alemanha Federal, fundado sob a protecção militar da NATO por «democratas» que serviram um regime de terror, reflectirá forçosamente na sua doutrina e comportamento princípios avessos à igualdade de direitos e ao respeito pela soberania dos povos.
Se lançarmos um olhar muito breve sobre a Alemanha de hoje o que verificamos? Tribunais que proíbem greves, como aconteceu nestes dias com os controladores aéreos no aeroporto de Frankfurt. Serviços secretos que espionam ideologicamente milhares de cidadãos e registam em ficheiros as suas convicções políticas. Anticomunismo de Estado visando criminalizar as forças que procuram alternativas para o capitalismo e novos caminhos para uma sociedade mais justa e mais democrática. Promiscuidade entre os serviços secretos e organizações terroristas de extrema-direita, permitindo, durante mais de dez anos, o assassínio impune de estrangeiros e a prática de atentados racistas. Dois presidentes da República demitidos, no espaço de ano e meio, o primeiro por ter confirmado que as tropas alemãs no Afeganistão defendem os interesses económicos da Alemanha e o segundo, possuidor de uma infinidade de «amigos» empresários prestadores de tais favores que o Ministério Público se viu obrigado a intervir. Mas a surpresa não será menor face à decisão do «partido único europeu da Alemanha», constituído pela CDU, SPD, Liberais e Verdes, de escolher como candidato conjunto a presidente da República um pastor protestante, visceralmente anticomunista.
É nos momentos de crise do sistema capitalista que a verdadeira natureza reaccionária, obscurantista e de classe dos estados imperialistas se revela.

*Este artigo foi publicado no “Avante!” nº 1997, 8.03.2012

Yuri Martins Fontes: Palestina; a demografia e o terror



A disparidade de meios militares entre o Estado de Israel (apoiado pelos EUA) e o povo palestino, sem exército, dispondo apenas de arcaicas armas caseiras, transformou o conflito num lento genocídio.

Por Yuri Martins Fontes, no Diário Liberdade via VERMELHO


O terror chegou a tal ponto que são várias as vítimas do Holocausto que começam a denunciar publicamente a semelhança das práticas do governo sionista com as do regime hitleriano.

Tortura, uso de seres humanos como cobaias e racismo são práticas comuns do governo de Telavive, que se estão a agravar devido a um fator – a elevada taxa de natalidade dos palestinos, muito superior à dos israelenses.

Este fato vai em poucos anos obrigar Israel, para manter os privilégios dos seus habitantes, a abandonar os últimos resquícios de "Estado democrático", limitando o direito de voto aos cidadãos não-judeus ou, ainda pior, expulsar ou assassiná-los, realizando uma limpeza étnica.

Este aparente absurdo institucional está perto de se tornar realidade. Basta atentar nos dados divulgados pelos organismos internacionais. E é, paradoxalmente, a representação diplomática do líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abas, na ONU que, ao defender a solução de "dois Estados" oferece ao povo judeu a única solução para evitar tão bárbaro rumo.

Crimes de guerra, cobaias humanas e campos de concentração

Recordemos os dados mais recentes do terrorismo israelense: no último bombardeamento massivo de Gaza (2008/2009), a desproporção de forças foi tal que, por cada israelense morto, foram assassinados 100 palestinos. Dois terços das 1.300 vítimas eram civis, a maioria delas crianças.

Conforme a análise do sociólogo Emir Sader, da Universidade do Rio de Janeiro, a matança "foi uma das piores que o mundo conheceu nos últimos tempos".

Sob a premissa de que "não há inocentes em Gaza", esta zona de alta densidade populacional foi bombardeada como se de um campo de tiro a céu aberto se tratasse.

Foram lançados sobre o território mil toneladas de bombas, que destruíram o pouco que ainda restava das infra-estruturas públicas – hospitais, fábricas e escolas – numa zona das mais pobres do mundo e onde se amontoam milhão e meio de pessoas.

Segundo a Cruz Vermelha e a ONU, os comandos israelenses ordenaram o uso de armas químicas, em clara violação das leis internacionais de guerra.

Os documentos referem que os para-quedistas lançaram pelo menos 20 bombas de fósforo branco sobre o campo de refugiados de Biet Lahaiya.

O fósforo branco é uma substância altamente inflamável, que reage ao oxigénio e causa graves queimaduras. Ao explodir, as bombas pulverizam o fósforo, que é lançado a grandes distâncias e se pega à pele, continuando a arder depois de a penetrar.

Mais, os médicos noruegueses da ONG Norwac, Mads Gillbert e Erik Fosse, denunciaram o uso de uma nova arma conhecida como Explosivo de Metal Denso.

Trata-se de uma pequena munição envolta em carbono, com uma cobertura de ferro, cuja explosão num fluxo de poucos metros "corta um corpo ao meio". Ao experimentar estas armas nunca usadas, nem pelos EUA, os israelenses fizeram dos palestinos cobaias, repetindo uma prática abominável dos tempos de Adolf Hitler.

O ódio que se semeia

Desde então realizaram-se diversas manifestações israelenses de protesto. Norman Finkelstein, filho de sobreviventes do Holocausto e autor de A indústria do Holocausto, afirmou que as acções israelenses contra os árabes "são comparáveis às dos nazis contra os judeus".

E como exemplo lembrou a expulsão dos palestinos, depois da guerra de 1948, quando os israelenses ocuparam – com a ajuda do exército – imensos territórios árabes dizendo serem terras "abandonadas".

O autor, depois de visitar o Sul do Líbano, que esteve sob domínio israelense durante duas décadas, declarou: "Era um campo de concentração".

Outra significativa denúncia dos crimes israelenses partiu de uma judia que fugiu da Alemanha e cujos pais morreram em Auschwitz.

Para Hedy Epstein, as ações do governo israelense mostram que não aprenderam nada: "Como podem fazer aos palestinos o mesmo que os nazis?", declarou à BBC, acrescentando: "Estas ações horríveis aumentam o anti-semitismo".

Da prática do terror à sua institucionalização

Michel Warschawski, diretor do Centro de Informação Alternativa de Jerusalém, considera "particularmente significativo" que um setor da direita já tenha percebido que a "democracia israelense está em perigo".

Israel converteu-se num Estado fundamentalista e poderá caminhar para o fascismo. Um quinto da sua população é árabe e é a parte mais pobre de uma sociedade em que a concentração de riqueza é das maiores do mundo.

Vários analistas vêm referindo que a "solução de dois Estados" é a que mais convém a Israel porque, como explica o professor de Relações Internacionais da Universidade Hebraica, Arye Katzovich, "se Israel não permitir a independência dos territórios ocupados, o país não poderá sobreviver como 'Estado judeu e democrático', já que a população árabe-israelense em poucos anos superará a judia – devido às altas taxas de natalidade e o não acesso à informação sobre planejamento familiar.

Os árabes-israelenses são 19,4% numa população de quase oito milhões. Porém, têm uma taxa demográfica duas vezes superior à dos judeus.

Se os sionistas impedirem a criação de um Estado palestino para onde possam 'deportar os árabes', só restam duas possibilidades: ou os árabes acabam por controlar o Estado ou, à semelhança do apartheid, haverá necessidade de um regime autoritário e segregacionista que permita manter o poder nas mãos da minoria judia".

No limite, poderá acontecer algo semelhante ao extermínio nazi – sempre em nome da manutenção do Estado do "povo eleito". Henri Lefebvre, filósofo de meados do século 20, já tinha notado a semelhança: "Os ideólogos hitlerianos tomaram do antigo judaísmo a ideia de um povo eleito e de uma raça, a qual aperfeiçoaram recorrendo a considerações biológicas discutíveis".

Agora, os novos membros do povo eleito, depois do débil otimismo da experiência liberal, parecem querer voltar ao pessimismo do fundamentalismo político-religioso baseado no terror.

Trabalho escravo éuma verdade inconveniente



Do BLOG DO ZEQUINHA BARRETO

Se o povo soubesse como são feitas as leis e as salsichas,não dormiria tranquilo.
A frase é atribuída a Otto von Bismarck,chanceler alemão no século XIX. Mas poderia ser hoje estendida às roupas de grife.
Na semana que passou,vieram a público os resultados de operações de fiscais que descobriram o uso de trabalho escravo na confecção da badalada marca Zara,entre outras.
As roupas da empresa espanhola vinham sendo produzidas no país por imigrantes bolivianos e peruanos. Remunerados com a metade de um salário mínimo,eles já chegavam ao Brasil devedores de seus patrões,terceirizados da empresa.
Segundo se noticiou,as peças eram feitas em apertadas e escuras residências quase sem janelas. Um habitat bem distinto dos elegantes endereços onde normalmente são vendidas. Para os operários do subúrbio da alta costura,algo em torno de dois reais por trabalho.
A empresa disse que não sabia da situação;muitos consumidores,que não queriam saber.
Parte dos clientes ouvidos afirmou que não se importa com o problema. Eles acreditam que todas as empresas fazem o mesmo e,enfim,avaliam não ter qualquer responsabilidade sobre isso.
Não faltou quem se sentisse até indignado com a crítica,acuado com as sugestões de boicote à marca. "Vamos ter de comprar na C&A,agora?",praguejaram nas redes sociais.
A publicidade faz maravilhas. A principal delas é isolar o produto das consequências de sua fabricação.
Quando compramos nossos Ipods,Ipads e outros tantos apetrechos,não estamos pensando na situação de mineiros africanos que tenham morrido extraindo metais,nem na contaminação tóxica que a industrialização pode espalhar aos operários e ao meio ambiente.
A idealização do consumo se reveste na capacidade de poupar o consumidor dos detalhes sórdidos que estão por trás da produção,da mesma forma como não somos estimulados a pensar nos malefícios da degradação dos produtos,depois que eles não nos interessam mais.
Em "A História das Coisas"(The Story of Stuff),que circula pelas redes sociais,a ativista Annie Leonard procura chamar a atenção para o que está por trás dessa cadeia de produção,invisíveis violências contra seres humanos e a natureza.
E alerta para o motor que mantém o consumismo sempre frenético:a obsolescência planejada. Os bens são produzidos propositadamente para durar pouco e para aqueles que podem durar mais,a moda,a publicidade,a imprensa,enfim,se encarregam de fazer com que queiramos trocar por modelos mais práticos,mais bonitos,mais modernos.
Enfim,consumir sempre mais e mais.
O ataque desenfreado aos recursos naturais e a exploração desmedida da mão-de-obra barata não fazem parte de nossas preocupações enquanto consumimos. São verdades inconvenientes.
Afinal,conhecer a podridão da produção significa sentir-se responsável por parte dos seus males. E,como se sabe,a culpa é inimiga do consumo.
A emergência do perigo ao planeta tem direcionado muitos jovens às causas ecológicas,esperançosos em participar de um desenvolvimento sustentável,que nos permita viver sem exterminar o mundo ao mesmo tempo.
Mas tanto quanto o planeta,milhões e milhões de pessoas na base da pirâmide social,também correm sério risco de extinção a cada dia. Refugiados somalis,trabalhadores sem- terra ou imigrantes escravizados são prova viva disso. Ou quase viva.
A exploração predatória dos recursos naturais tem tudo a ver com o modo de produção que reduz o trabalhador a muito menos do que a sua dignidade.
A ganância não encontra limites que não lhe sejam impostos. E a ânsia do lucro estratosférico atropela qualquer resquício de responsabilidade social que o marketing possa nos apresentar em meio a sorrisos e belas imagens na TV.
Salvar o planeta é mais do que usar papel reciclado ou participar da coleta seletiva.
É compreender que quem compra uma camisa no shopping também é responsável pela exploração do trabalhador que a produziu.

Marcelo Semer é Juiz de Direito em São Paulo. Foi presidente da Associação Juízes para a Democracia. Coordenador de "Direitos Humanos:essência do Direito do Trabalho"(LTr) e autor de "Crime Impossível"(Malheiros) e do romance "Certas Canções"(7 Letras). Responsável pelo Blog Sem Juízo.

Professores caminham para greve nacional


O magistério do DF deliberou pela greve nesta quinta, se juntando a outros três estados que já estão parados. No RS os professores já se encontram em estado de greve. SP, RN, PB e SC poderão aumentar esta lista, uma vez que já têm assembleias marcadas com esta pauta. Para semana que vem, a CNTE planeja três dias de greve nacional e mais estados poderão aderir. Piso nacional da categoria é o problema central.


Brasília - Os professores do Distrito Federal (DF) decidiram entrar em greve a partir do dia 12 de março. A decisão tomada nesta quinta (8) foi motivada pelo não cumprimento dos acordos assumidos em abril de 2011 pelo governo distrital, de acordo com o sindicato da categoria. Assim, o DF se junta a Piauí, Rondônia e Goiás, onde os professores da rede pública estadual já estão em greve.

A categoria já está parada há 32 dias em Goiás, há 11 no Piauí e há duas semanas em Rondônia. Esta tendência deve ser crescente. No Rio Grande do Sul, os professores já estão em estado de greve. São Paulo e Rio Grande do Norte tem assembleia no dia 14, Santa Catarina no dia 15 e Paraíba no dia 16.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) já anunciou uma greve em todo o país entre os dias 14 e 16 de março. Trata-se de um universo de aproximadamente 2,5 milhões de professores. Porém, a decisão pela adesão prolongada ao movimento grevista depende da realidade de cada estado. Em 2011, 15 estados viram o magistério publico entrar em greve.

A reivindicação central, apesar de não ser a única, é o pagamento do piso nacional do magistério estipulado para 2012 pelo Ministério da Educação (MEC): R$ 1.451.

“Provavelmente quem não se dispuser a pagar este valor enfrentará greve. Atualmente 17 estados não pagam e que ainda não se comprometeram conosco a pagar. Só do Espírito Santo ainda não temos as informações”, aponta secretária geral da CNTE, Marta Vanelli.

De acordo com a entidade, os 17 estados são: Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Piauí, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

Já pagam de acordo com o piso Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo.

Em Goiás os sindicalistas reclamam que o governo aceitou pagar o piso, mas incorporou a gratificação ao salário base e achatou o resto da carreira. Os professores com nível superior, em regime de 40 horas, tiveram apenas R$ 30 de reajuste, passando de R$ 1.980 para R$ 2.010.

Pará, Maranhão, Pernambuco não pagam o piso , mas já se comprometeram oficialmente em pagá-lo na folha de março.

O piso nacional do magistério - sancionado em 2008, pelo ex-presidente Lula, e declarado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado - determina que nenhum professor pode receber menos do que o valor determinado por uma jornada de 40 horas semanais.

O seu reajuste é calculado com base no aumento do custo por aluno estabelecido pela Lei do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Governadores e prefeitos defendiam que o reajuste se baseasse no Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), aferido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que este ano foi de 6%.

O valor de R$ 1.451 definido para 2012 representa aumento de 22,22% em relação a 2011, quando o piso foi R$ 1.187. Em 2010, o piso era de R$ 1.024 e em 2009, R$ 950.

Os Bronfman


Edgar Bronfman, presidente do Congresso Mundial Judaico, em plena campanha por uma renovada identidade judaica...

Além de presidente do Congresso Mundial Judaico, Edgar Bronfman é o chefão da conhecida e bilionária família Bronfman, ex-proprietários da Seagram's Company Ltd., uma gigantesca empresa de bebidas alcoólicas com matriz em Montreal, no Canadá, e subsidiárias em todo o mundo.
As atividades dessa família no ramo de destilados tiveram início com Samuel Bronfman, fundador do atual império Seagram's, na década de 20 do século passado, com a fabricação e venda de bebidas alcoólicas, sendo a principal dessas bebidas uma "inovação" inventada por Eneas Coffey em 1831: o blend whiskey. Samuel Bronfman dizia: "A destilação é uma ciência, o blending é uma arte". Veremos mais à frente o que é, e o que significa essa "arte" de Samuel Bronfman.
Stephen Birmingham, em The Rest of Us: The Rise of America's Eastern European Jews (Boston, 1984) relata que "enquanto o verdadeiro scotch whiskey levava de dois a doze anos para ser envelhecido, o fenômeno "cotch Bronfman" poderia envelhecer em dois dias sem que ninguém percebesse a diferença."
A "mágica" se dá através de uma mistura de álcool com várias espécies de malte, dois ou três tipos de uísque de grão, e outros ingredientes. Foi por meio desse líquido que Samuel Bronfman deu início ao seu império.
Quanto a esse apelido de família, é digno de nota o fato que Samuel, o pai de Edgar, não se chamava Bronfman mas sim, Baryla... Só depois, com a sua atividade de contrabandista, passou a usar o nome Bronfman, uma vez que essa palavra, em yidish, significa... whiskey man, "o homem do uísque".
A Seagram's Company Ltd. é uma empresa canadense dessa família de judeus russos, e cujo rápido crescimento se deu na época da "Lei Seca", ou seja, durante a proibição de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos, exatamente quando Samuel Bronfman começou a traficar uísque falsificado do Canadá, inundando a América com os seus venenos através de negócios milionários com a Cosa Nostra.
Essa organização de psicopatas, a Máfia, fartamente abastecida não só com ininterruptos carregamentos de blend whiskey, mas também com os famosos licores Seagram's e outras bebidas, era chefiada por facínoras como Lucky Luciano,
   
Da esquerda para a direira: Lucky Luciano, Frank Costello e Meyer Lanski.
Frank Costello e Meyer Lansky (nascido Majer Suchowlinski). Este último logrou transformar a "organização" numa corporação multinacional (graças a fornecedores como Sam Bronfman) ao abrir cassinos, clubes noturnos e casas de jogos em Cuba, nas Bahamas e em Londres, além de internacionalizar o circuito da prostituição.1
O psicopata e mafioso judeu, Meyer Lanski, em visita a Jerusalém...
Meyer Lansky era um fanático sionista, tendo contribuído com milhões de dólares do crime organizado para a agressiva campanha do lobby judeu na votação da ONU durante a partilha da Palestina e, transbordante da empáfia judia, escolheu para o seu epitáfio a frase que rancorosamente gostava de repetir: "Jamais me curvarei ante um cristão". E assim, com sócios como esses, as portas começaram a se abrir rapidamente para essa família de traficantes internacionais, os Bronfman.

Os herdeiros
Sam, o godfather, legou a seu herdeiro, Edgar Bronfman, uma estrutura tal que as bebidas Seagram's hoje são vendidas em mais de cento e noventa países e territórios. Afiliados e subsidiárias em quarenta países formam com eles o maior sistema de distribuição da indústria de bebidas alcoólicas do planeta. A Seagram's produz, comercializa e distribui mais de duzentas e trinta marcas de bebidas destiladas, mais de cento e oitenta marcas de vinhos, champagnes, ports, cherrys, e mais de cinqüenta marcas de cervejas e de outras bebidas, como refrescos e misturas com variados teores de álcool. Entre algumas das mais conhecidas, estão marcas como Crown Royal, Captain Morgan, Chivas Regal e Absolut Vodka.
Com o tempo, o primeiro herdeiro do império Bronfman legou a seu filho, Edgar Bronfman Jr., primo de Jeffrey Bronfman2, todas as condições para que expandisse as empresas Seagram's para áreas de multimídia e do entretenimento de massas, e assim surgiu um imenso conglomerado de mega-empresas, como a Warner Music, e que hoje abarca a MCA (empresa de entretenimento); a Universal Pictures (uma das maiores companhias cinematográficas do mundo); a Interscope Records (o maior promotor de um novo e estranho tipo de "música", a gangsta rap, cujas letras incitam explicitamente os negros a cometer atos de violência contra brancos); a Universal Music e a PolyGram (empresas discográficas, sendo esta última a maior da Europa). Com a compra da PolyGram, em 1998, Bronfman apropriou-se também da Deutsche Grammophon, da Decca-London e das empresas discográficas Philips. Entre os tantos "artistas" que os Bronfman já produziram, ou empresariam, figuram Madonna, e Xena: a Princesa Guerreira, entre outros famosos.
Quando a renda da PolyGram se somou às da MCA e da Universal, os Bronfman se tornaram donos do quarto maior império dos meios de comunicação, com renda anual em torno dos doze bilhões de dólares. Grupos como esses Bronfman, detentores da mídia mundial, realmente controlam os Estados Unidos e o mundo. Os Bronfman podem até se dar ao luxo de financiar simultaneamente dois candidatos à presidência dos Estados Unidos. Nas eleições americanas, nas quais Bush venceu, eles doaram a ambos os partidos, quantias praticamente iguais, o mesmo ocorrendo, evidentemente, agora durante a disputa Obama vs McCain.
Além de traficar bebidas e alucinógenos, a whiskey family está envolvida no controle da mídia internacional e a serviço da política dos Rothschild, com o apoio do Clube Bilderberg e da B'nai B'rith, que também é dirigida por Edgar Bronfman. Eis o sinistro tripé, a base da estrutura do poder da chamada Nova Ordem Mundial.
Samuel Bronfman (o terceiro da esquerda para a direita) reunido com líderes judeo-sionistas em Jerusalém, em 1956.
A expressão Nova Ordem Mundial é usada freqüentemente para referir a distensão e a reorientação das relações internacionais do pós-Guerra Fria mas, em realidade, esse nome refere o insidioso processo de despersonalização dos povos que eclodiu ao final do século XIX e, mais especificamente, a Grande Onda: esse avassalador movimento em escala gigantesca, de perversão e decadência da nossa Civilização, surgido nos EUA, já na década de 1950, e avançando pelo mundo afora.

Agentes de perversão e corrupção social
No caso dos Bronfman, à custa de quais maquinações teriam alcançado eles tamanho poder e fortuna? Sem dúvida alguma, através do sofrimento e da destruição da vida de milhões e milhões de famílias em todo o mundo. Agora contam também com os lucros astronômicos provindos de suas mega produções "artísticas", as quais seguem influenciando, de forma mórbida e perversa, outros tantos milhões de crianças e adultos em todo o mundo, tendo como protagonistas, "artistas" por eles patrocinados, que estimulam insistentemente o consumo das drogas. Com isso, lograram alastrar pelo planeta, o vício, a autodestruição e a mediocridade, atuando como perfeitos agentes dessa cabala de devassidão e degradação da humanidade.
Estima-se que cerca de 90% da população adulta do planeta, ou seja, aproximadamente cinco bilhões e meio de seres humanos, bebam álcool com alguma freqüência, sendo que aproximadamente 50% já apresentam problemas temporários devido a esse vício, e 10 a 15% são alcoólatras crônicos. O alcoolismo social é uma insidiosa forma de dependência, tolerada por quase todos e praticada pela maioria dos jovens e adultos nas sociedades "modernas e liberais", sendo a mais disseminada e a principal forma de toxicomania da atualidade.
Durante cinqüenta anos, pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, acompanharam a vida de seiscentos homens para identificar as causas do alcoolismo, e o resultado está em The Natural History of Alcoholism Revisited (Cambridge, 1995) de George Eman Vaillant, com base na pesquisa da qual ele foi coordenador por duas décadas. Eis algumas de suas conclusões:
A minha principal convicção hoje é que o alcoolismo é um problema de dimensões trágicas ainda sub-dimensionadas. Em relação ao álcool, nenhuma medida efetiva vem sendo tomada. Só que, do ponto de vista da sociedade, o alcoolismo é um problema muito grave. Seu maior dano é a destruição de famílias inteiras. Para citar um só exemplo: nos Estados Unidos, 50% de todas as crianças atendidas nos serviços psiquiátricos vêm de famílias de alcoólatras. E grande parte dos abusos cometidos contra crianças têm raízes nesse vício. Sem sombra de dúvida é uma doença, resultante de um cérebro que perdeu a capacidade de decidir. Os japoneses têm um provérbio que diz: "Primeiro o homem toma uma bebida, e depois a bebida toma o homem." O indivíduo alcoólatra é alguém que perdeu a liberdade de escolha.
O alcoolismo relacionado à violência urbana e doméstica, aos acidentes de trânsito e de trabalho, e ainda, às inúmeras doenças é, atualmente, na maior parte do mundo, um dos maiores problemas no que diz respeito à saúde pública. Os gastos decorrentes do uso do álcool e de outras drogas estão entre os mais expressivos dessa área da administração pública. Para se estimar esses valores, as pesquisas têm se pautado, principalmente, nos custos com tratamento médico, na perda de produtividade dos trabalhadores consumidores de drogas e nas perdas sociais decorrentes de milhões de mortes prematuras.
Em 1997, o alcoolismo ocupava o quarto lugar no grupo das doenças que mais incapacitam. Os transtornos mentais associados ao uso de substâncias psicoativas, como as Psicoses e Síndromes de Dependência de álcool e de outras drogas, são o primeiro motivo de internações psiquiátricas.
Segundo pesquisa realizada pelo NIAAA – National Institute on Alcohol and Alcoholism Abusive, dos Estados Unidos, o consumo abusivo e persistente de álcool é uma importante causa de morbidade, um fator verificado em 68% dos homicídios culposos, 62% dos assaltos, 70% dos assassinatos, mais de 30% dos casos de suicídio e 44% dos roubos ocorridos no país (ALCOHOLALERT, 1997). Pesquisas ainda comprovam que  70% das vítimas fatais de acidentes de trânsito haviam consumido álcool, isso se não for em época de datas comemorativas como carnaval, Natal, ou a passagem de ano, as quais registram índices ainda maiores.
Para se ter uma idéia, no Brasil os gastos decorrentes direta ou indiretamente do alcoolismo, atingem a marca dos cento e oito bilhões de dólares por ano, ou seja, 7.9% do Produto Interno Bruto do Brasil. E nos Estados Unidos, conforme informações do NIAAA, a cifra chega a cento e noventa bilhões ao ano.
O mais alarmante é a tendência mundial que aponta em direção ao início cada vez mais precoce da dependência de drogas e álcool por parte de crianças e adolescentes. No Brasil, servem de referência os estudos realizados, desde 1987, pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) sobre o uso de drogas por estudantes de 1º e 2º graus, e crianças e adolescentes em situação de rua. O último levantamento do CEBRID, realizado em 1997, revela que o percentual de adolescentes que já consumiram drogas entre os dez e os doze anos de idade é altíssimo: 51.2% usaram álcool; 11% usaram tabaco; 7.8%, solventes; 2% ansiolíticos e 1.8% já se utilizaram de anfetaminas. Nas dez capitais pesquisadas, cresceu a tendência para o uso constante de maconha entre crianças e adolescentes. O uso freqüente de cocaína e de álcool também aumentou em seis capitais. Quanto ao uso pesado de drogas, isto é, vinte vezes ou mais ao mês, também foi constatado um aumento nas dez capitais para a maconha e, para o álcool, em oito capitais. A situação agrava-se entre as crianças e adolescentes que vivem nas ruas.
É essa a perversa "arte" dos Bronfman que, ao mesmo tempo em que lograram a proeza de diminuir "magicamente" o tempo de envelhecimento do uísque para dois dias, lograram também diminuir drasticamente a qualidade e o tempo de vida de milhões e milhões de seres humanos e de suas famílias pelo mundo afora.
O alcoolismo é um dos mais graves e dramáticos problemas da nossa sociedade. O álcool é uma droga como a heroína e a cocaína; vicia, degenera e altera o estado mental das pessoas, levando-as a atos insensatos, violentos e até a cometer crimes. É um escândalo que as bebidas alcoólicas não sejam combatidas, mas sejam glamorizadas, e o seu uso incentivado no convívio social. A abstinência do álcool é considerada praticamente impossível frente aos perversos estímulos e armadilhas da publicidade e da propaganda; e os responsáveis por essa perversidade, são justamente os meios de comunicação social que, infelizmente, estão nas mãos daqueles mesmos agentes que destilam, fermentam e distribuem em escala mundial, o álcool, o vício e a decadência.3 

NOTAS:
1 O tráfico de mulheres brancas e de entorpecentes, a prostituição em larga escala, devidamente industrializada, é obra reconhecidamente judaica. Há uma sociedade internacional denominada Zwig Migdal, que explora esse rendoso negócio e contra a qual têm sido impotentes todas as polícias dos países corrompidos, ou judaizados e "liberais". Ver a documentação reveladora em Julio Alsogaray, La prostitutión en Argentine, Editora Denoel et Steele, Paris.
2 Jeffrey Bronfman, o cínico lobista e descarado traficante de alucinógenos, lança os seus tentáculos por todo o mundo, aliciando jovens e adultos numa rede internacional de cretinos lobotomizados e de ladinos agentes disfarçados como desapegados "ambientalistas" e defensores de "novas religiões" e "seitas primitivas". Repare no que esses estranhos mentores andam tramando sob o negligente olhar das autoridades, ou com a cínica cumplicidade de alguns políticos em Brasília: "Nutrindo as raízes"...
Esses "mentores" vão arrebanhando uns pobres mamelucos e índios completamente desenraizados, e depois de lhes ensinarem ridículos arremedos de "pajelanças" e de falsos rituais, vão convencendo, desde ingênuos adolescentes de classe média, até crédulos e distraídos universitários que, através do consumo de umas certas ervas e plantas alucinógenas, poderiam receber, entre vômitos e arrotos, "antigos saberes e profundos segredos transcendentais ocultos no seio da floresta"... e o "ministro"...
3 Ainda hoje a pequena e a média burguesia e uma certa classe média universitária, dita de esquerda, ou "bem pensante", teimam em negar o óbvio escancarado e fingir que não lhes diz respeito a orquestrada decadência da nossa sociedade.

AVISO:
O artigo acima, Os Bronfman, não é de minha autoria, é um resumo de notícias e comentários sobre essa família de judeus russos, já divulgados por vários autores e em vários sites, alguns com opiniões e posições bastante diferentes das minhas. As informações sobre as atividades dos Bronfman, e de outros agentes judeo-sionistas, encontram-se em textos e artigos publicados e citados em livros, revistas e jornais de todo o mundo, e em inúmeros sites e blogs da internet e em vários idiomas sendo já, portanto, como também é esta apresentação, matéria e assunto de domínio público.
O site www.alfredo-braga.pro.br entende que qualquer espécie de direitos, comerciais ou autorais, sobre imagens ou textos que abordem o conluio judeo-sionista contra a nossa sociedade, são de domínio público, pois são provas de crimes de lesa-humanidade.
Se precisar de mais referências, poderá acessar os links a seguir: Canadian Jewish Congress, Jewish criminals, The Bronfmans crime families, The Bronfmans of Canada, Bronfman Center, Kosher Nostra.